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Amazônia Brasileira no discurso oficial veiculado em meio impresso, desde associações à arquitetura e urbanismo / Brazilian Amazon in the official discourse in print, from associations to architecture and urbanism
Neste trabalho são exploradas imagens de Arquitetura e Urbanismo, difundidas durante o regime militar no Brasil, em publicações tematizadas na Amazônia brasileira. É conferido realce a fontes impressas nas quais registros de edificações reforçaram um discurso de teor desenvolvimentista, junto a representações alinhadas à propaganda oficial, de uma modernização amazônica sob a tutela do Estado. Em perspectiva histórica, partindo de referenciais bibliográficos críticos às práticas estatais nos anos em questão e da constatação empírica da interdependência produzida entre formas escritas e visuais, são discutidos significados subjacentes a esta relação, consonantes à retórica da integração da Amazônia ao país. São destacadas menções escritas às imagens, referenciadas em realizações pregressas de Arquitetura e Urbanismo, na revista Amazônia é Brasil, de finais dos anos de 1960, no Catálogo da exposição fotográfica do 5º aniversário da SUDAM, de 1971 e na compilação Brazil development n.3, de 1972. A aproximação às fontes proposta com o presente artigo é feita com a identificação de obras e projetos icônicos evocados, de tipificações de modos de vida postos alinhados aos referenciais de modernidade associados à Amazônia brasileira pelo Estado, em especulações sobre a visualidade construída com o conjunto das imagens levantadas. Neste conjunto, certa produção de Arquitetura e Urbanismo foi propagada junto à valorização da urbanidade, de novas atividades econômicas industriais, de práticas de domínio do meio natural e controle do território, enunciando a magnitude da presença do Estado na região em sua concepção oficial de desenvolvimento.
Narrativas de paisagem, argumentos de projeto: centralidade da Amazônia em textos e na prática da Arquitetura e Urbanismo no Brasil, de 1934 a 1989
Em perspectiva histórica, este trabalho examina a arquitetura na Amazônia brasileira entre 1934 e 1989, a partir de como foi dada a ver nas fontes documentais onde circulou como temática nesses anos, revistas especializadas e historiografia da Arquitetura e Urbanismo no Brasil. A Amazônia foi avistada pelo entrelaçamento destas fontes às bibliográficas, quando aportada pelos recortes da modernização, urbanização e como paisagem. Acompanhando o fluxo da intervenção estatal sobre a região, a atividade de arquitetos foi intensificada e remetida a contextos nos quais o território foi sendo modificado. Dos sentidos capturados das fontes, uma Amazônia como paisagem, depurada e prospectiva, atravessou a prática de projeto, produzindo diálogos distintos com a disciplina, absorvida pelas construções culturais que em longa duração formularam a região em síntese. Os projetos de arquitetura foram demarcatórios de estágios da transformação do espaço regional, revivificando a memória sobre a Amazônia, sem estabelecer filiação a uma tradição construtiva em particular, ressignificando o território e o reelaborando como paisagem.This work examines architecture in the Brazilian Amazon between 1934 and 1989 in a historical perspective, from how it was seen in the documentary sources where it circulated as a theme in those years, specialized magazines and historiography of Architecture and Urbanism in Brazil. The Amazon was seen by the intertwining of these sources with the bibliographic ones, contributed by the cuts of modernization, urbanization and as landscape. During the flow of state intervention in the region, the activity of architects was intensified and referenced in contexts in which the territory was being modified. From the senses captured from the sources, an Amazon, as a purified and prospective landscape, crossed the practice of project, whose dialogued distinctly with the discipline, although absorbed by the cultural constructions that in a long time has been formulated the region in synthesis. Resignifying the territory, the architectural projects were demarcated as stages of the transformation of the regional space, reviving the memory, without establishing affiliation to a particular constructive tradition, re-elaborating it as a landscape
Construir, desmanchar: a implantação de conjuntos habitacionais em Manaus e a dissolução da cidade flutuante em 1967
Neste artigo é abordada a promoção da habitação subsidiada pelo Estado em Manaus, frente o aparato desenvolvido por sucessivos governos nacionais, para efetivá-la como questão social no Brasil. Em meio à instauração de práticas incipientes de planejamento urbano na cidade, é destacada a aproximação entre o processo de implantação dos primeiros conjuntos habitacionais neste contexto, de Flôres e da Raiz, e o desmanche de um território, conformado por palafitas e flutuantes situados sobre as águas do Rio Negro, a “cidade flutuante”. Documentos e bibliografia nutriram a pesquisa e o argumento de que se tal processo não garantiu moradia à totalidade dos habitantes, que seriam em tese, conduzidos à cidade formal, contribuiu para o rompimento de laços previamente estabelecidos com o lugar dos que ali fixaram formas de vivência e experiências, às margens da capital