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Criação de ambientes favoráveis para a promoção de estilos de vida saudáveis
Nos últimos anos tem havido um grande debate sobre as diversas formas de abordagem da Educação para a Saúde e da Promoção da Saúde. Estas perspectivas têm sido estruturadas em diversos "modelos" que se diferenciam entre si essencialmente pelos objectivos e pelos métodos de trabalho utilizados. É neste contexto que nos surge uma questão crucial: dever-se-á dar ênfase à persuasão para que as pessoas alterem os seus comportamentos e estilos de vida para uma vida mais saudável, ou dever-se-á dar ênfase à alteração do ambiente físico e socio-económico naturalmente conducente a uma vida mais saudável? A tradicional Educação para a Saúde tem-se preocupado essencialmente com a alteração dos estilos de vida, ou seja, tem vindo a persuadir as pessoas a alterarem os seus hábitos para se "encaixarem" no ambiente em que vivem. Este modelo de educação para a saúde tem como objectivo que as pessoas cumpram o programa/proposta que lhes é apresentado, conduzindo à "culpabilização da vítima" quando o indivíduo insiste em não alterar o seu comportamento, por opção e vontade própria ou não. São diversas as alternativas a este modelo tradicional que se podem sintetizar em duas perspectivas diferentes e complementares de educação e promoção da saúde: por um lado, o desenvolvimento de opção informada das pessoas para que possam optar conscientemente e por escolha própria, e por outro, a criação de ambientes infra-estruturais (físicos e sócio-económicos) favoráveis à promoção de estilos de vida saudáveis.
Nesta comunicação discutem-se diversos modelos de educação e promoção da saúde, dando especial ênfase não só à importância da opção informada e do "empowerment" dos indivíduos e das populações para assumirem atitudes conscientes e responsáveis quanto à sua saúde mas também à importância da criação de ambientes estruturais favoráveis para a promoção de estilos de vida saudáveis.LIBEC/CIFPEC-UM (Centro de Investigação em Promoção da Literacia e do Bem-Estar da Criança da Universidade do Minho
Transposição para o ensino de “questões vivas” de saúde : o exemplo da abordagem de drogas psico-activas em manuais escolares
A transposição didáctica externa (TD-E) refere-se aos processos intelectuais que influenciam a selecção dos conteúdos a ensinar, cabendo essencialmente aos políticos de educação e aos autores dos manuais essa função de TD-E. Sendo os saberes científicos universais, tendo como referência as mesmas publicações científicas, seria crível pensar-se que também os programas de ensino e os respectivos manuais escolares de diferentes países fossem idênticos, apresentando os mesmos conteúdos de ensino. Neste estudo pretendemos saber se em países com forte contraste geográfico, histórico-cultural, económico e político haverá diferenças significativas na transposição didáctica (manuais escolares) de “questões vivas” como é exemplo o consumo de drogas psico-activas. Procedeu-se à análise comparativa das abordagens do consumo e prevenção de drogas psico-activas veiculadas nos manuais de 16 países sócio-culturalmente diferenciados, que integram o projecto BIOHEAD-CITIZEN. Utilizou-se a grelha de análise desenvolvida naquele projecto, tendo para cada tema (álcool, tabaco e outras drogas) analisado os efeitos físicos, psicológicos e sociais. Os manuais de Marrocos não fazem referência ao tabaco e os de Moçambique às outras drogas, indicando que nestes países existe resistência para a transposição para o ensino destas “questões vivas”. Pelo contrário, a Finlândia é o país que mais se destaca por ser o que mais explora os três temas nos manuais, e de uma forma equitativa no que diz respeito às dimensões da saúde. No seu todo, os resultados mostram que o manual escolar tende a espelhar os entendimentos dominantes, encontrando-se condicionado pelas realidades sociais, económicas, políticas e culturais que lhe dão suporte.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) - PTDC/CED/65224/2006, CIFPEC - unidade de investigação 644European project FP6 “Biohead-Citizen” CIT2-CT-2004-50601
A transposição didáctica e o ensino da biologia
Neste capítulo aborda-se, numa primeira parte, os conceitos e as controvérsias à volta da didáctica e, numa segunda parte, a origem, o desenvolvimento e a aplicação do modelo de transposição didáctica. Assim, no início do capítulo refere-se a divergência quanto à interpretação do termo didáctica entre línguas latinas e a língua inglesa, a preocupação de associar as didácticas às suas disciplinas específicas dos saberes, bem como a confusão entre didáctica e pedagogia e ainda a ânsia da distinção entre estas duas ciências que, embora distintas, trabalham a mesma realidade: a sala de aula. Depois da apresentação de uma colectânea de enunciados de diversos autores, tentando definir didáctica, a primeira parte deste capítulo termina com alguns princípios norteadores de estudos em didáctica.
Na segunda parte, refere-se a origem do conceito de transposição didáctica (TD) emergente na área da didáctica da matemática e a sua apropriação pelas didácticas em ciências, em especial pela didáctica da biologia. É dada ênfase à importância das práticas sociais de referência e dos valores (modelo KVP) subjacentes aos conteúdos de ensino na transposição didáctica e apresenta-se, como exemplos, alguns dados obtidos no desenvolvimento do projecto BIOHEAD-CITIZEN que envolveu a comparação da transposição didáctica de conteúdos socialmente controversos de biologia (reprodução, genética, educação para a saúde, educação ambiental, evolução) para manuais escolares de 19 países, dentro e fora da Europa. Esta segunda parte termina com a apresentação do modelo de distância da transposição didáctica (DTD), que se reporta à diferença de tempo entre a data da publicação do trabalho científicos e a sua entrada nos programas escolares e nos manuais, fortemente dependente dos valores e das práticas sociais. Este capítulo termina enfatizando a relevância da utilização destes modelos didácticos como instrumentos valiosos para estudos em didáctica, nomeadamente na didáctica da biologia.CIFPEC - Unidade de Investigação 644 da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)Projecto da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) “Análise de manuais escolares” (PTDC/CED/65224/2006
10 questions for a scientist
Sob o título "10 perguntas para uma cientista" é apresentada uma entrevista relativa às condições para o bom desenvolvimento da atividade de investigação, especialmente de jovens pesquisadores brasileiros vindos para universidades europeias, em particular para a Universidade do Minho, na área do Ensino da Biologia e da Educação em Saúde.Under the title "10 questions for a scientist", an interview is presented on the conditions for a good development of the research activity, especially for young Brazilian researchers coming to European universities, in particular for the University of Minho, in the area of Health Education and of Biology Education.CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança, IE, UMinho (UI 317 da FCT), PortugalFundos Nacionais através da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI) no âmbito do CIEC (Centro de Investigação em Estudos da Criança, da Universidade do Minho) com a referência POCI-01-0145-FEDER-00756
Literacia científica : conceitos e dimensões
Neste capítulo aborda-se o conceito de literacia científica, referindo-se a sua origem e dando ênfase a cinco dimensões que a caracterizam. São estas: os grupos de interesse nesta temática, as inúmeras concepções de literacia científica, os níveis de literacia, os objectivos e benefícios, e ainda a avaliação da literacia científica de populações, em particular de crianças e jovens em idade escolar
La promotion de la santé à l’école: un champ émergeant de recherche qui concerne aussi la didactique des SVT
L’éducation à la santé est traditionnellement basée sur le modèle biomédical de la santé, qui est focalisé sur les maladies et la prévention des conduites addictives, dans une perspective réductionniste de cause à effet. D’autre part, l’approche "promotion de la santé" insiste sur l'aspect holistique de la santé individuelle et sociale ; elle prend en compte tous les aspects de la vie de l’élève en étant centrée sur leur développement personnel et social, sur leur empowerment.
La présente communication présentera brièvement les différences entre ces deux modèles de santé et d'éducation à la santé. Elle s'intéressera à l'introduction de la promotion de la santé à l’école dans le cadre du modèle KVP (Connaissances, Valeurs et Pratiques sociales). Le pôle des connaissances (K) concerne des savoirs biomédicaux actuels ainsi que les apports épidémiologiques. Le pôle des valeurs (V) est d'une importance primordiale dans l’éducation à la santé, surtout dans ses aspects éthiques et socioculturels, ainsi que pour les questions normatives et morales. Enfin, les pratiques (P) des enseignants et d’autres acteurs du système scolaire ont une grande influence sur l'introduction en milieu scolaire d'une éducation à la santé efficace centrée sur la promotion de la santé.
Sera enfin discutée la perspective holistique de la promotion de la santé à l’école à différents niveaux : i) l'application effective du programme scolaire dans la classe ; ii) le contexte scolaire, dans l'école et autour de l'école ; iii) les collaborations entre l'école et différents partenariats. Nous insisterons surtout sur une méthodologie de recherche relative à la perception, par les enseignants, de l’éducation à la santé et du modèle "promotion de la santé", en comparant avec ses pratiques réelles, aussi bien la préparation, la réalisation et l'évaluation de cours d'éducation à la santé, montrant ainsi en quoi ce type de formation est un champ émergeant de recherche qui concerne aussi la didactique des SVT.European project FP6 Biohead-Citizen CIT2-CT-2004-506015.Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) - LIBEC/CIFPEC - Unidade de investigação (16/644)
Eixos de valores em promoção da saúde e educação para a saúde
A presente comunicação – que emerge de um estudo mais vasto no âmbito de uma tese de doutoramento que se baseia no modelo de transposição didáctica externa e interna na formação de enfermeiros – apresenta o desenvolvimento da construção de um quadro de referência de valores em promoção da Saúde/Educação para a Saúde relativo à transposição didáctica externa.
Num primeiro passo procedeu-se à análise de modelos de PrS/EpS em publicações nacionais e internacionais para identificar os eixos de valores provisórios em PrS/EpS, tendo-se procedido à sua categorização. Estas categorias foram depois agrupadas em seis grandes eixos: Social/Individual, Salutogénico/Patogénico, Holístico/Reducionístico, Equidade/Desigualdade, Autonomia/Dependência e Democrático/Autocrático. Cada eixo ficou caracterizado por 4 a 6 pólos de valores.
De seguida seleccionaram-se publicações de autores portugueses e estrangeiros bem como documentos relevantes de organismos de saúde nacionais e internacionais que foram submetidas a análise de conteúdo, utilizando como categorias e sub-categorias os eixos e pólos já definidos. Verificou-se a frequência de cada eixo e pólo nos diversos textos, tendo-se construído quadros de frequências das categorias de valores por autor e por organização
Educação para a saúde em cuidados de saúde primários : diagnóstico das dificuldades e necessidades de formação
Com este trabalho pretendeu-se conhecer o conceito de Educação para a Saúde (EpS) dos enfermeiros da Sub-Região de Saúde de Vila Real (SRSVR), caracterizar as suas práticas de EpS, identificar as dificuldades e as carências sentidas no desenvolvimento das mesmas práticas bem como as necessidades de formação no âmbito da EpS dos mesmos enfermeiros, entre outros.
Para tal desenvolveu-se um estudo descritivo e transversal cuja população era constituída por 211 enfermeiros, que trabalhavam na SRSVR em Cuidados de Saúde Primários (CSP). A amostra incluiu 152 enfermeiros, 72% do universo. Como instrumentos de recolha de dados utilizou-se um questionário de auto preenchimento e, complementarmente, a entrevista semi-estruturada a figuras chave.
Os resultados permitiram-nos tipificar o conceito de EpS da amostra, bem como definir um quadro de dificuldades e de carências sentidas nas práticas de EpS e identificar as necessidades sentidas de formação específica em EpS. A maioria dos enfermeiros revê-se no conceito de EpS do tipo participativo (69,1%). A dificuldade mais apontada é o “Provocar mudanças de comportamentos” por 73% dos respondentes, enquanto a carência mais sentida é a “Falta de recursos humanos” (48%). A necessidade de formação mais sugerida foi “Como desenvolver as práticas de EpS”, por 66,4% dos respondentes. Perante os resultados foi apresentada uma proposta de formação contínua para aqueles profissionais e um conjunto de recomendações para a formação inicial dos enfermeiros na área da EpS
Educação para a saúde em cuidados de saúde primários : diagnóstico das dificuldades e necessidades de formação
Com este trabalho pretendeu-se conhecer o conceito de Educação para a Saúde (EpS) dos enfermeiros da Sub-Região de Saúde de Vila Real (SRSVR), caracterizar as suas práticas de EpS, identificar as dificuldades e as carências sentidas no desenvolvimento das mesmas práticas bem como as necessidades de formação no âmbito da EpS dos mesmos enfermeiros, entre outros.
Para tal desenvolveu-se um estudo descritivo e transversal cuja população era constituída por 211 enfermeiros, que trabalhavam na SRSVR em Cuidados de Saúde Primários (CSP). A amostra incluiu 152 enfermeiros, 72% do universo. Como instrumentos de recolha de dados utilizou-se um questionário de auto preenchimento e, complementarmente, a entrevista semi-estruturada a figuras chave.
Os resultados permitiram-nos tipificar o conceito de EpS da amostra, bem como definir um quadro de dificuldades e de carências sentidas nas práticas de EpS e identificar as necessidades sentidas de formação específica em EpS. A maioria dos enfermeiros revê-se no conceito de EpS do tipo participativo (69,1%). A dificuldade mais apontada é o “Provocar mudanças de comportamentos” por 73% dos respondentes, enquanto a carência mais sentida é a “Falta de recursos humanos” (48%). A necessidade de formação mais sugerida foi “Como desenvolver as práticas de EpS”, por 66,4% dos respondentes. Perante os resultados foi apresentada uma proposta de formação contínua para aqueles profissionais e um conjunto de recomendações para a formação inicial dos enfermeiros na área da EpS.LIBEC/CIFPEC - Unidade de investigação 16/644 da FCT
Portuguese nurses' conceptions of their health education (HE) training and their felt needs of HE
Primary Health Care (PHC) is seen as the sector of Health Services most appropriate to develop practices of Health Education (HE) and PHC nurses are seen as the key personal. The objectives of the present study were: (i) to identify nurses’ conceptions of health education, (ii) to characterise their health education practices, (iii) to know their HE-training, and (iv) to identify their felt needs on HE-training. For this purpose, a cross-sectional and retrospective study was carried out in the whole population of 211 nurses of the total 16 Primary Health Centres of the District of Vila Real, in the Northern Region of Portugal. The quantitative information was collected from questionnaires and it was complemented with deep and interpretative information obtained from interviews.
The highest percentage (69.1%) of questionnaire respondents were included in the category “participative” concept of health education and health promotion (HEHP) whereas the interviewees, although expressing so, showed a rather normative discourse, very much centred in the transmission of information. The majority of nurses said they carry out HEHP activities – “sometimes” (33.8%), “often” (39.8%) and “always” (16.9%) – most of them related to “elderly health” (85.0%). Nurses’ continuous HE-training is not associated to their professional position, to their time of PHC activity or to their HEHP conceptions as far as “participative” or “traditional” perspectives are concerned. However, nurses’ continuous HE-training seems to promote nurses’ motivation for implementing HEHP practices more frequently and for expressing specific felt needs of more HE-training. Moreover, results demonstrate a gap between the offered HE-training and the nurses’ HE-training felt needs
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