20 research outputs found
Excisão de Pterígio Primário com Autotransplante Conjuntival e Cola Biológica
Introdução: O Pterígio é uma patologia frequente e o seu tratamento cirúrgico é consensualmente aceite. Diferentes opções cirúrgicas e variantes estão descritas: enquanto alguns métodos caíram em desuso pela sua elevada taxa de recidiva, outros foram abandonadas pelos seus custos e complicações associados. A realização de autotransplante conjuntival tornou-se a técnica de eleição e o recurso a cola biológica tornou o procedimento mais fácil e rápido. Apresentamos a nossa experiência com esta técnica e reportamos as vantagens da utilização de cola biológica num estudo prospectivo a 5 anos.
Material e métodos: 101 casos de 92 doentes com pterígio primário foram submetidos a autotransplante conjuntival (e limbar se área limbar envolvida superior a 6mm) com recurso a cola biológica de fibrina (Tissucol® / Tisseellyo®) - 94 casos, ou polímero de polietileno glicol (PEG;
Ocuseal®) - 7 casos.
Objectivo: primário- determinar a taxa de recidiva por tempo de tratamento. Secundários- identificar perda de retalho, retracção conjuntival, complicações cirúrgicas e reacções adversas ao uso de cola biológica.
Resultados: A taxa de recidiva foi de 6% (4% no primeiro ano pós-cirurgia). A taxa de perda de retalho foi de 2%, de retracção conjuntival de 17%. Não se observaram complicações cirúrgicas graves nem reacções adversas ao uso de cola biológica. Num caso verificou-se hemorragia conjuntival.
Conclusões: A cirurgia de pterígio com autotransplante conjuntival e uso de cola biológica é um procedimento seguro, eficaz e com baixa taxa de recidiva
Aplicação de Membranas Amnióticas na Reconstrução da Superfície Ocular Externa em Idade Pediátrica
Introdução: Vários estudos comprovam os benefícios da aplicação de membranas amnióticas
na reconstrução da superfície ocular em idade adulta, pelos seus efeitos anti-inflamatorios,
anti-adesivos e anti-apoptóticos. Em idade pediátrica, a reconstrução da superfície ocular carece de especial atenção e este procedimento encontra-se ainda pouco estudado. Não foi encontrado nenhum estudo especificamente dirigido à aplicação de membranas amnióticas na
reconstrução da superfície ocular externa desta faixa etária, pelo que procurámos elucidá-lo.
Material e métodos: Estudo retrospetivo englobando todos os doentes em idade pediátrica
(7,1 anos +/- 4,17) submetidos a transplante de membrana amniótica no Centro Hospitalar
de Lisboa Central entre 2008 e 2015, para reconstrução da superfície ocular externa. Entre
os doentes (n=6 olhos de 6 crianças), quatro apresentavam patologia do foro neoformativo
ou inflamatório e dois apresentavam queimaduras extensas da superfície ocular. Foi realizada
divisão em dois grupos, com base na presença ou não de insuficiência de células limbares. Foram avaliadas características clínicas e demográficas, MAVC antes e após a cirurgia, tempo de reepitelização, amplitude de movimentos oculares antes e após a cirurgia, presença de recidiva ou complicações e resultado estético. O tempo de seguimento foi de 4 a 83 meses.
Resultados: Verificaram-se sucessos completos em todos os doentes sem insuficiência limbar
(50% do total de doentes), sucessos parciais em dois dos doentes com insuficiência limbar
(33,3%) e um caso de falência terapêutica (16.7%). Nos doentes em que se observou recidiva,
o tempo médio para esta ocorrência foi de 8,3 +/- 6,8 meses. Não se verificaram complicações
em nenhum dos casos. Observou-se melhoria pós-operatória em um dos dois casos que tinham diminuição da acuidade visual pré-operatória (aumento da MAVC em 6 linhas). Verificou-se ainda uma melhoria da motilidade ocular e aspeto estético em todos os doentes com alterações prévias destes parâmetros.
Conclusão: O transplante de membrana amniótica mostrou ser muito benéfico também em
idade pediátrica. Pode ser realizado como tratamento isolado ou coadjuvante, sendo os resultados superiores nos casos de células limbares funcionantes. Não foi detetada maior incidência de complicações ou rejeições comparativamente ao descrito na literatura para a idade adulta.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Anéis de Ferrara: - 4 Anos Depois
Os anéis intraestromais, nomeadamente o anel de Ferrara, constitui uma importante opção terapêutica das doenças ectásicas da córnea, de origem não inflamatória como o Queratocone. Os autores analisaram os primeiros 30 casos operados no Serviço de Oftalmologia do CHLC relativamente à eficácia, estabilidade e segurança deste procedimento ao longo dos 4 anos. Verificaram estabilidade refractiva, diminuição queratométrica e do equivalente esférico e boa tolerância ao material implantado. Os autores concluem que esta opção terapêutica para o queratocone é segura, reversível, com resultados estáveis que permitem adiar ou evitar a queratoplastia
Complete Distal Rupture of the Rectus Femoris in an Elite Football Player: A Non-operative Treatment
info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Processionary Induced Ocular Lesions
Introdução: A Processionária (thaumetopoea pityocampa Schiff), vulgarmente conhecida como “lagarta do pinheiro” é um inseto dos pinheiros e cedros, endémico em meios rurais mas também em meios urbanos em Portugal. A toxicidade ocular, rara nas últimas décadas pelo desenvolvimento de métodos de erradicação eficazes, é provocada pelos seus pelos e prevê-se mais frequente com o recrudescimento deste inseto. Revemos a epidemiologia da Processionária e as suas lesões oculares a partir de 3 casos clínicos.
Material e métodos: Caso 1: Doente de 64 anos recorre ao Serviço de Urgência (SU) com olho direito vermelho e sensação de corpo estranho após prática de jardinagem. A observação revela VODc: 0.5, erosão epitelial, presença de 1 filamento no estroma corneano profundo, flare (++) e Tyndall (+++). Caso 2: Doente de 28 anos, recorre ao SU por dor intensa no olho direito acompanhada de hiperémia após contacto com lagarta. Apresenta VODc: 0.6 e Tyndall (+++) com presença de múltiplos filamentos (mais de 20) a diferentes profundidades da córnea. Caso 3: Doente de 26 anos, recorre ao SU por sensação de corpo estranho e lacrimejo constante no olho direito, após ter estado a realizar exercícios militares num parque urbano. Apresenta VODc: 0.3, múltiplas erosões epiteliais punctiformes na metade nasal da córnea que recobriam filamentos de cor laranja e Tyndall (+). Foi instituída terapêutica com corticoide tópico e vigilância sintomática a cada um dos casos.
Resultados: A patologia ocular por Processionária decorre da toxicidade dos seus pelos, cuja migração ocorre preponderantemente no sentido intraocular. Inclui por isso lesões precoces (conjuntivite, queratite e uveíte) e tardias (catarata, pars planite, vitrite e retinite). Os casos apresentados possuíam lesões iniciais, tendo recuperado totalmente do quadro inflamatório após 6 meses mas mantendo os pelos inativos no estroma corneano. A gravidade destes casos prende- -se com a possibilidade de migração intraocular, que pode ocorrer anos após o episódio inicial, obrigando a uma vigilância ao longo da vida.
Conclusões: O recrudescimento da Processionária tanto em meios rurais como urbanos em Portugal justifica o conhecimento das lesões oculares que pode causar e do seu tratamento
Processionary Induced Ocular Lesions
Introdução: A Processionária (thaumetopoea pityocampa Schiff), vulgarmente conhecida como “lagarta do pinheiro” é um inseto dos pinheiros e cedros, endémico em meios rurais mas também em meios urbanos em Portugal. A toxicidade ocular, rara nas últimas décadas pelo desenvolvimento de métodos de erradicação eficazes, é provocada pelos seus pelos e prevê-se mais frequente com o recrudescimento deste inseto. Revemos a epidemiologia da Processionária e as suas lesões oculares a partir de 3 casos clínicos.
Material e métodos: Caso 1: Doente de 64 anos recorre ao Serviço de Urgência (SU) com olho direito vermelho e sensação de corpo estranho após prática de jardinagem. A observação revela VODc: 0.5, erosão epitelial, presença de 1 filamento no estroma corneano profundo, flare (++) e Tyndall (+++). Caso 2: Doente de 28 anos, recorre ao SU por dor intensa no olho direito acompanhada de hiperémia após contacto com lagarta. Apresenta VODc: 0.6 e Tyndall (+++) com presença de múltiplos filamentos (mais de 20) a diferentes profundidades da córnea. Caso 3: Doente de 26 anos, recorre ao SU por sensação de corpo estranho e lacrimejo constante no olho direito, após ter estado a realizar exercícios militares num parque urbano. Apresenta VODc: 0.3, múltiplas erosões epiteliais punctiformes na metade nasal da córnea que recobriam filamentos de cor laranja e Tyndall (+). Foi instituída terapêutica com corticoide tópico e vigilância sintomática a cada um dos casos.
Resultados: A patologia ocular por Processionária decorre da toxicidade dos seus pelos, cuja migração ocorre preponderantemente no sentido intraocular. Inclui por isso lesões precoces (conjuntivite, queratite e uveíte) e tardias (catarata, pars planite, vitrite e retinite). Os casos apresentados possuíam lesões iniciais, tendo recuperado totalmente do quadro inflamatório após 6 meses mas mantendo os pelos inativos no estroma corneano. A gravidade destes casos prende- -se com a possibilidade de migração intraocular, que pode ocorrer anos após o episódio inicial, obrigando a uma vigilância ao longo da vida.
Conclusões: O recrudescimento da Processionária tanto em meios rurais como urbanos em Portugal justifica o conhecimento das lesões oculares que pode causar e do seu tratamento
Excisão de Pterígio Primário com Autotransplante Conjuntival e Cola Biológica
Introdução: O Pterígio é uma patologia frequente e o seu tratamento cirúrgico é consensualmente aceite. Diferentes opções cirúrgicas e variantes estão descritas: enquanto alguns métodos caíram em desuso pela sua elevada taxa de recidiva, outros foram abandonadas pelos seus custos e complicações associados. A realização de autotransplante conjuntival tornou-se a técnica de eleição e o recurso a cola biológica tornou o procedimento mais fácil e rápido. Apresentamos a nossa experiência com esta técnica e reportamos as vantagens da utilização de cola biológica num estudo prospectivo a 5 anos.
Material e métodos: 101 casos de 92 doentes com pterígio primário foram submetidos a autotransplante conjuntival (e limbar se área limbar envolvida superior a 6mm) com recurso a cola biológica de fibrina (Tissucol® / Tisseellyo®) - 94 casos, ou polímero de polietileno glicol (PEG;
Ocuseal®) - 7 casos.
Objectivo: primário- determinar a taxa de recidiva por tempo de tratamento. Secundários- identificar perda de retalho, retracção conjuntival, complicações cirúrgicas e reacções adversas ao uso de cola biológica.
Resultados: A taxa de recidiva foi de 6% (4% no primeiro ano pós-cirurgia). A taxa de perda de retalho foi de 2%, de retracção conjuntival de 17%. Não se observaram complicações cirúrgicas graves nem reacções adversas ao uso de cola biológica. Num caso verificou-se hemorragia conjuntival.
Conclusões: A cirurgia de pterígio com autotransplante conjuntival e uso de cola biológica é um procedimento seguro, eficaz e com baixa taxa de recidiva
Aplicação de Membranas Amnióticas na Reconstrução da Superfície Ocular Externa em Idade Pediátrica
Introdução: Vários estudos comprovam os benefícios da aplicação de membranas amnióticas
na reconstrução da superfície ocular em idade adulta, pelos seus efeitos anti-inflamatorios,
anti-adesivos e anti-apoptóticos. Em idade pediátrica, a reconstrução da superfície ocular carece de especial atenção e este procedimento encontra-se ainda pouco estudado. Não foi encontrado nenhum estudo especificamente dirigido à aplicação de membranas amnióticas na
reconstrução da superfície ocular externa desta faixa etária, pelo que procurámos elucidá-lo.
Material e métodos: Estudo retrospetivo englobando todos os doentes em idade pediátrica
(7,1 anos +/- 4,17) submetidos a transplante de membrana amniótica no Centro Hospitalar
de Lisboa Central entre 2008 e 2015, para reconstrução da superfície ocular externa. Entre
os doentes (n=6 olhos de 6 crianças), quatro apresentavam patologia do foro neoformativo
ou inflamatório e dois apresentavam queimaduras extensas da superfície ocular. Foi realizada
divisão em dois grupos, com base na presença ou não de insuficiência de células limbares. Foram avaliadas características clínicas e demográficas, MAVC antes e após a cirurgia, tempo de reepitelização, amplitude de movimentos oculares antes e após a cirurgia, presença de recidiva ou complicações e resultado estético. O tempo de seguimento foi de 4 a 83 meses.
Resultados: Verificaram-se sucessos completos em todos os doentes sem insuficiência limbar
(50% do total de doentes), sucessos parciais em dois dos doentes com insuficiência limbar
(33,3%) e um caso de falência terapêutica (16.7%). Nos doentes em que se observou recidiva,
o tempo médio para esta ocorrência foi de 8,3 +/- 6,8 meses. Não se verificaram complicações
em nenhum dos casos. Observou-se melhoria pós-operatória em um dos dois casos que tinham diminuição da acuidade visual pré-operatória (aumento da MAVC em 6 linhas). Verificou-se ainda uma melhoria da motilidade ocular e aspeto estético em todos os doentes com alterações prévias destes parâmetros.
Conclusão: O transplante de membrana amniótica mostrou ser muito benéfico também em
idade pediátrica. Pode ser realizado como tratamento isolado ou coadjuvante, sendo os resultados superiores nos casos de células limbares funcionantes. Não foi detetada maior incidência de complicações ou rejeições comparativamente ao descrito na literatura para a idade adulta.info:eu-repo/semantics/publishedVersio