8 research outputs found
A educação ambiental “desde el sur” e os seus diálogos com o pensamento contra-colonial brasileiro
Nesse artigo apresentamos como desenho teórico a articulação do campo da Educação Ambiental (macrotendência crítica) em diálogo com o giro decolonial e o pensamento de Airton Krenak e do Quilombola Nego Bispo a partir da compreensão do padrão pedagógico do conflito socioambiental. Essa encruzilhada de saberes e fazeres estão contribuindo para promover uma desobediência política e epistêmica. Esse pensamento Suleador também é produzido pelos movimentos sociais fazendo emergir saberes “outros” e “enraizados” nos territórios. E percebemos que os argumentos apresentados em diálogo com esse campo teórico permite inferir que esses grupos sociais vivem um processo educativo e provavelmente uma educação ambiental que poderia ser chamada de Desde El Sur
Diálogos entre a Formação Inicial Docente em Biologia e a temática da Justiça, conflitos e Racismo Ambiental.
O objetivo deste trabalho foi refletir sobre as construções discursivas de futuros professores de biologia, acerca de articulações entre racismo ambiental, justiça ambiental, educação ambiental e ensino de ciências. Como metodologia desenvolvemos a técnica de grupo focal em 27 alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Duque de Caxias (Rio de Janeiro) e a análise de conteúdos. Os resultados encontrados demonstraram pouco conhecimento das temáticas investigadas e uma preponderância de concepções embasadas em uma educação ambiental conservadora. Sobre o tema da justiça e racismo ambiental o grupo demonstrou pouco interesse sobre essas questões e uma confusão teórica. A partir dessa pesquisa podemos supor a necessidade de ampliar o diálogo entre as disciplinas específicas relacionando-as com temas socioambientais mais próximos do cotidiano dos alunos
TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS TRINTA ANOS DEPOIS, HAVERÁ MAIS 30?
O objetivo desse artigo consiste em fazer uma breve reflexão e teorização sobre o “Tratado de Educação Ambiental”. Na primeira parte é resgatado o contexto histórico-cultural de sua data de publicação na Rio-92. Depois, são analisados os desdobramentos do Tratado na sociedade, demonstrando como resultados as centenas de políticas públicas e de pesquisas e programas de formação no campo das pesquisas. Na terceira parte são analisadas as concepções teóricas relacionadas com o processo de construção desse documento. E no final, apresenta-se como esse “Tratado” ainda tem um papel fundamental na sociedade atual
Diálogos Insurgentes entre Educação Ambiental e Culturas no Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA)
This article aims to reflect on the theme Environmental Education and Cultures with an emphasis on the works presented since the first Research Meeting in Environmental Education in 2001 until the reflections that occurred in the Research Discussion Group of this research subfield, during the X EPEA of the year 2019. In addition to bringing an account of the discussions, the article focuses on the evolution of the themes of works related to cultures, presented in the first four editions of EPEA (2001-2007), in a modest state of art made using search terms related to the theme, present in their abstracts. We found that, during this period, investigations were, predominantly, linked to the categories of culture and knowledge, which were covered by works in all editions. The themes of Cultural Studies, Inter/multiculturality and Coloniality were not present in the investigations of this subfield presented at the EPEA, in the period, being necessary to deepen the extension of this phenomenon in magazines and databases of dissertations and theses, as well as to evaluate the epistemological and sociopolitical developments of the attention that has been given by the field of research in Environmental Education to the perspectives that recognize and give voice to different cultures, aiming to overcome the silencing processes that prevent full participation in decision-making processes and in social life. Such themes have recently appeared in GDP EA and Culturas that value dialogicity and inter/multiculturality, with criticisms of coloniality and expanding the epistemological, political-methodological and ontological possibilities of Environmental Education Research.Este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre el tema Educación Ambiental y Culturas, con énfasis en los trabajos presentados desde la primera Reunión de Investigación en Educación Ambiental, en 2001, hasta las reflexiones que ocurrieron en el Grupo de Discusión de Investigación de este subcampo de investigación, durante el X EPEA del año 2019. Además de dar cuenta de las discusiones, el artículo se centra en la evolución de los temas de las obras relacionadas con las culturas, presentadas en las primeras cuatro ediciones de EPEA (2001-2007), en un estado modesto de arte realizado utilizando términos de búsqueda relacionados con el tema, presente en sus resúmenes. Descubrimos que, durante este período, las investigaciones estaban predominantemente vinculadas a las categorías de cultura y conocimiento, que estaban cubiertas por obras en todas las ediciones. Los temas de Estudios Culturales, Inter/multiculturalidad y Colonialidad no estuvieron presentes en las investigaciones de este subcampo presentado en el EPEA, en el período, siendo necesario profundizar la extensión de este fenómeno en revistas y bases de datos de disertaciones y tesis, así como evaluar los desarrollos epistemológicos y sociopolíticos de la atención que ha brindado el campo de la investigación en Educación Ambiental a las perspectivas que reconocen y dan voz a las diferentes culturas, con el objetivo de superar los procesos de silenciamiento que impiden la plena participación en los procesos de toma de decisiones y en la vida social. Tales temas han aparecido recientemente en GDP EA y Culturas que valoran la dialogicidad y la inter/multiculturalidad, con críticas a la colonialidad y ampliando las posibilidades epistemológicas, político-metodológicas y ontológicas de la Investigación en Educación Ambiental.Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase nos trabalhos apresentados desde o primeiro Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA), em 2001, até as reflexões ocorridas no Grupo de Discussão de Pesquisas (GDP) desse subcampo de pesquisa, durante o X EPEA, realizado em 2019. Para além de trazer um relato das discussões, o artigo se debruça sobre a evolução das temáticas dos trabalhos relacionados às culturas, apresentados nas quatro primeiras edições do EPEA (2001-2007), em um modesto estado da arte realizado por meio de termos de busca ligados à temática, presentes em seus resumos. Constatamos que, nesse período, as investigações estavam ligadas predominantemente às categorias cultura e saberes, que foram contempladas por trabalhos em todas as edições. Os temas dos Estudos Culturais, Inter/ multiculturalidade e Colonialidade não estiveram presentes nas investigações desse subcampo apresentadas no EPEA, no período, sendo necessário aprofundar a extensão desse fenômeno em revistas e bancos de dissertações e teses, bem como avaliar os desdobramentos epistemológicos e sociopolíticos da atenção que tem sido conferida pelo campo da pesquisa em Educação Ambiental às perspectivas que reconhecem e conferem a voz às diferentes culturas, visando superar os processos de silenciamento que impedem a participação plena nos processos decisórios e na vida social. Temáticas tais que aparecem recentemente no GDP EA e Culturas que valorizam a dialogicidade e a inter/multiculturalidade, com críticas à colonialidade e ampliando as possibilidades epistemológicas, político-metodológicas e ontológicas da Pesquisa em Educação Ambiental
Éducation à l’environnement du Sud : Approches et perspectives critiques à partir du panorama latino-américain
Notre propos porte sur les recherches et sur la praxis de l’éducation à l’environnement réalisées dans le cadre du Grupo de Estudos de Educação Ambiental Desde El Sur (GEASur) (Groupe d’études sur l’éducation à l’environnement du Sud) de l’Université fédérale de l’État de Rio de Janeiro (UNIRIO). Ce groupe de recherches tend à produire une réflexion sur l’éducation à l’environnement dans la perspective du Sud, c’est-à-dire dans le cadre d’une contextualisation des réalités complexes de cette région du monde. Pour le GEASur, cette approche part des travaux de Paulo Freire et relève du domaine des études décoloniales critiques. À partir des luttes contre des compagnies pétrolières en Argentine et au Brésil, l’analyse porte sur l’utilisation du référentiel théorico-méthodologique par l’éducation à l’environnement et les pédagogies de résistance des groupes en lutte. En démontrant que les éducations à l’environnement et les praxis pédagogiques sont constitutives des mouvements sociaux, le groupe postule que, dans le Sud, l’éducation à l’environnement va au-delà des processus d’éducation populaire habituellement observés. Se réinventant et créant de nouvelles stratégies en permanence, les mouvements de lutte dans le Sud font état d’un potentiel créatif qui aide à réfléchir sur l’éducation à l’environnement de manière structurante, dans tous ses espaces et formes d’action.This article focuses on the research and the Praxis of environmental education carried out within the framework of the Grupo de Estudos de Educação ambiental Desde El Sur (GEASur) (Southern Environmental Education Study Group) of the Federal University of The state of Rio de Janeiro (UNIRIO). This research group tends to produce a reflection on environmental education from the perspective of the South, that is, in the context of a contextualisation of the complex realities of this region of the world. For the GEASur, this approach is part of the work of Paulo Freire and falls within the field of critical decolonial studies. From the struggles against oil companies in Argentina and Brazil, this analysis focuses on the use of the theoretical-methodological referential in the context of environmental education and in the resistance pedagogies of groups in struggle. By demonstrating that environmental education and pedagogical praxis constitute social movements, the group postulates that in the South, environmental education goes beyond the popular education processes. Reinventing itself and creating new strategies constantly, the struggle movements in the South show a creative potential that helps to reflect the environmental education in a structuring way, in all its spaces and forms of action
Reflexões sobre a Educação Ambiental Crítica em um grupo de pesquisa: um estudo de caso do GEASUR.
Neste trabalho admoestamos refletir sobre as pesquisas e a práxis de educação ambiental realizadas no âmbito do Grupo de Estudos de Educação Ambiental Desde El Sur (GEASur) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Neste sentido, buscamos conhecer e refletir a educação ambiental produzida nesse grupo de pesquisa na perspectiva do sul global, bem como, a contextualização necessária às complexas realidades dessa região. Para o GEASUR, esta abordagem pedagógica parte de premissas Freirianas e do campo dos estudos decoloniais críticos. A partir desse referencial teórico-metodológico, apresentamos estudos de casos sobre a educação ambiental e as pedagogias de resistência dos grupos em luta contra as petroleiras na Argentina e no Brasil, mais especificamente no caso da Baía da Guanabara (RJ). A partir das analises das pesquisas anteriores, observa-se que essa aproximação teórica pode trazer contribuições para a perspectiva da pesquisa e da práxi em educação ambiental crítica sobretudo ao reconhecer as educações ambientais e as práxis pedagógicas constitutivas dos movimentos sociais anteriores que vão além dos processos de educação popular corriqueiramente observados. Esses movimentos se reinventam e criam novas estratégias a todo instante, logo apresentam potencial criador e criativo que pode ajudar a refletir a educação ambiental de uma forma profundamente estruturante em todos os seus espaços e formas de atuação
GÊNERO, VIOLÊNCIA E INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: UM PANORAMA DO IMPACTO DA REFINARIA DE DUQUE DE CAXIAS - REDUC SOBRE A VIDA DAS MULHERES DA BAIXADA FLUMINENSE
Este artigo tem por objetivo apresentar um panorama sobre a violência sofrida pelas mulheres, no campo socioeconômico que atingi diretamente a saúde, a economia doméstica e a vida dessas pessoas que vivem na região onde está instalada a indústria do petróleo, especificamente as que residem na região onde foi implantada a Refinaria de Duque de Caxias – REDUC. Para levantar os dados dessa pesquisa utilizamos a metodologia história oral. Como resultados, identificamos vários tipos de violações dos direitos das mulheres causados pela indústria do petróleo em Duque de Caxias na Baixada Fluminense tais como: aumento da prostituição, as explorações sexuais, a gravidez precoce de jovens da comunidade por trabalhadores da cadeia produtiva do petróleo, o aumento de casos de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS; a diminuição da renda familiar e a falta de qualificação profissional e respectiva desocupação. A partilha injusta de direitos, recursos e poder, bem como, regras e normas culturais repressivas, constrangem a capacidade de muitas pessoas para agir diante de uma injustiça socioambiental. Isto é especialmente verdade para as mulheres. Por conseguinte, gênero é um fator essencial para entender a vulnerabilidade desse grupo social a uma injustiça socioambiental