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SABERES DA VIDA: OS CAMPONESES FORA DA ESCOLA
Resumo: Este artigo discute e problematiza sobre saberes camponeses que, por sua vez, implicam conhecimentos e experiências, considerando que as populações do campo, das florestas e das águas permaneceram à margem de políticas educacionais e agrícolas ao longo dos tempos no Brasil e, assim, foram dando “um jeito na vida”. O ocultamento dessa categoria mostra também a pobreza da teoria e a dupla face da ciência que pouco os considera enquanto conhecedores e inventores de tecnologias utilizadas em vista da sobrevivência. Diante disso, na atualidade, persistem dois antagonismos: o agronegócio versus o campesinato; e o fechamento de escolas do/no campo em oposição à política nacional de educação do campo, proposta e forjada por movimentos populares do campo, com enormes desafios postos.Palavras-chave: Saberes. Educação. Conhecimentos. Camponeses
CAMINHO CONCEITUAL DA PROMOÇÃO DA SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Objetivo: relatar a experiência de uma vivência com mestrandos e doutorandos de Enfermagem para gerar reflexões sobre conceitos em torno da promoção da saúde. Método: relato de experiência com revisão da literatura sobre os conceitos: promoção da saúde, autodeterminação, enfrentamento, resiliência, autocuidado e dominação. Gerou-se um questionamento para cada conceito e elaborou-se um desenho denominado “O caminho do autoconhecimento para a promoção da saúde”. Resultados: a experiência pessoal foi um ponto de partida determinante para o envolvimento de todos e para o aprofundamento do debate. Houve participação maior que a esperada dos pós-graduandos e foi possível gerar reflexões em torno de seis conceitos fundamentais da promoção da saúde. Conclusão: a vivência com mestrandos e doutorandos de Enfermagem e suas reflexões oportunizou humanizar a discussão acadêmica em torno de temas densos da promoção da saúde.Descritores: Pomoção da Saúde. Enfermagem. Educaçã
A RELAÇÃO PEDAGÓGICA ENTRE O PROFESSOR E O ALUNO SURDO NO ENSINO BÁSICO TENDO A LIBRAS COMO MEDIADORA
O presente artigo recorre a estudos e pesquisas sobre a temática da educação inclusiva a fim de elucidar quais os obstáculos e possibilidades de superação na relação pedagógica entre o professor e o aluno surdo, em salas de aula do ensino básico es tendo a Libras como mediadora. Os argumentos foram desenvolvidos a partir de três eixos: contexto histórico e formação docente, a mediação da Libras no processo de aprendizagem e os desafios na relação pedagógica professor/aluno surdo. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo cuja análise sucinta da relação professor e aluno surdo no âmbito escolar evidenciou que a formação do professor em Libras é fundamental para atender às demandas educacionais do aluno e superar os obstáculos na comunicação
High incidence of tuberculosis in patients treated for hepatitis C chronic infection
AbstractBrazil is one of the 22 countries that concentrates 80% of global tuberculosis cases concomitantly to a large number of hepatitis C carriers and some epidemiological risk scenarios are coincident for both diseases. We analyzed tuberculosis cases that occurred during α-interferon-based therapy for hepatitis C in reference centers in Brazil between 2001 and 2012 and reviewed their medical records. Eighteen tuberculosis cases were observed in patients submitted to hepatitis C α-interferon-based therapy. All patients were human immunodeficiency virus-negative. Nine patients (50%) had extra-pulmonary tuberculosis; 15 (83%) showed significant liver fibrosis. Hepatitis C treatment was discontinued in 12 patients (67%) due to tuberculosis reactivation and six (33%) had sustained virological response. The majority of patients had a favorable outcome but one died. Considering the evidences of α-IFN interference over the containment of Mycobacterium tuberculosis, the immune impairment of cirrhotic patients, the increase of tuberculosis case reports during hepatitis C treatment with atypical and severe presentations and the negative impact on sustained virological response, we think these are strong arguments for latent tuberculosis infection screening before starting α-interferon-based therapy for any indication and even to consider IFN-free regimens against hepatitis C when a patient tests positive for latent tuberculosis infection
Chronic hepatitis C: hepatic iron content does not correlate with response to antiviral therapy
The complex interaction between hepatitis C virus infection, iron homeostasis and the response to antiviral treatment remains controversial. The aim of this study was to evaluate the influence of hepatic iron concentration (HIC) on the sustained virological response (SVR) to antiviral therapy in patients with chronic hepatitis C. A total of 50 patients who underwent pretreatment liver biopsy with assessment of HIC by graphite furnace atomic absorption spectroscopy and were subsequently submitted to antiviral treatment with interferon/peginterferon and ribavirin were included in the study. Patients with alcoholism, history of multiple blood transfusion, chronic kidney disease, hemolytic anemia and parenteral iron therapy were excluded. The iron related markers and HIC were compared between those who achieved an SVR and non-responders (NR) patients. The mean age was 45.7 years and the proportion of patients' gender was not different between SVR and NR patients. The median serum iron was 138 and 134 µg/dL (p = 0.9), the median serum ferritin was 152.5 and 179.5 ng/mL (p = 0.87) and the median HIC was 9.9 and 8.2 µmol/g dry tissue (p = 0.51), for SVR and NR patients, respectively. Thus, hepatic iron concentration, determined by a reliable quantitative method, was not a negative predictive factor of SVR in patients with chronic hepatitis C presenting mild to moderate hepatic iron accumulation.A complexa interação entre infecção pelo vírus da hepatite C, homeostase do ferro e resposta ao tratamento antiviral permanece controversa. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da concentração hepática de ferro (CHF) na resposta virológica sustentada (RVS) à terapia antiviral na hepatite C crônica. Foram incluídos 50 pacientes que foram submetidos à biopsia hepática pré-tratamento com determinação da CHF por espectrofotometria de absorção atômica com forno de grafite e tratados posteriormente com interferon/peginterferon e ribavirina. Pacientes com alcoolismo, história de múltiplas transfusões sanguíneas, doença renal crônica, anemia hemolítica e terapia com ferro parenteral foram excluídos. O perfil de ferro sérico e a CHF foram comparados entre aqueles que atingiram RVS e os não-respondedores (NR). A média de idade dos pacientes foi 45,7 anos e não houve diferença na proporção de homens e mulheres entre os grupos RVS e NR. A mediana do ferro sérico foi 138 and 134 µg/dL (p = 0.9), a mediana da ferritina sérica foi 152,5 e 179,5 ng/mL (p = 0,87) e a CHF mediana foi 9,9 e 8,2 µmol/g de tecido seco (p = 0,51), para pacientes com RVS e NR, respectivamente. Concluindo, a concentração hepática de ferro, determinada por um método quantitativo confiável, não foi um fator preditivo negativo de RVS em pacientes com hepatite C crônica e acúmulo de ferro hepático leve a moderado
Do desbravar ao cuidar : interdependências trabalho-educação no/do campo e a Amazônia Mato-Grossense
A presente tese de doutorado é resultado de uma pesquisa realizada na Escola do Campo Florestam Fernandes, localizada no Projeto de Assentamento 12 de Outubro, Município de Cláudia, entrada do Bioma Amazônia mato-grossense. O trabalho de pesquisa tem como perspectiva analisar como se dá o fluxo entre as orientações do Movimento Camponês, da proposta de Educação do Campo e o Currículo desenvolvido pela Escola Estadual Florestan Fernandes, num contexto em que o bioma Amazônia Mato-grossense é devastado de forma avassaladora desde os anos 1970 quando os planos militaristas para essa região instituíram o processo colonizatório. Prioritariamente, o projeto militar, através da mercantilização dos territórios sob o álibi de integração e segurança nacional, “Ocupar para não Entregar”, interpôs o aniquilamento da floresta/biodiversidade, empreendido pela expansão do metabolismo social do capital na região. Num contexto macrocósmico, esse processo vem assolando tanto as possibilidades do Bem-Viver quanto nutrindo o modo de produção hegemônico. E por isso, concomitante ao desmatamento na região, um dos maiores do País, avançam os índices de desigualdade social. O mito do desbravamento e do progresso sedimenta-se na atualidade pelo modus operandi do agronegócio. Na vivência de lutas pelas condições vitais o sujeito histórico camponês se vê diante do grande desafio histórico de se aproximar da natureza, seu corpo inorgânico, como forma de sobreviver. Para isto, faz-se necessário romper com os ranços da Revolução Verde e o mito do desbravamento, ainda fortemente impregnados nas práticas sociais. À formação desse camponês convicto do seu trabalho interdependente à floresta/biodiversidade a Educação do Campo é convocada, prioritariamente, pelo Movimento Camponês, mas também, por todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, entendem que a transformação social é urgente e nela perpassa, também, a construção de outra relação do gênero humano com a natureza. O aporte teórico metodológico utilizado neste trabalho funda-se no materialismo histórico e dialético como meio de contribuir, através da investigação científica, com a luta social para transformação da realidade socioambiental e educacional estudada. Para sustentação desta pesquisa estabeleceu- se um contínuo diálogo com autores de diversas teorias críticas, como: Triviños, Mészáros, Charlot, Taffarel, Ribeiro, Apple, e com os educadores-estudantes-camponeses. Essa trajetória densa e intensa de investigação conduziu-me à compreensão de que, embora os migrantes, base do campesinato local, possuam pouco conhecimento do Bioma Amazônia, e a luta pela terra-floresta não seja antagônica às lutas socioambientais, esse tema não integrou o currículo da escola estudada. O mito do desbravamento tem sido muito forte, dificultando uma práxis proximal camponês-floresta/biodiversidade, fazendo com que a floresta seja vista como selvagem e perigosa ao humano civilizado. Mesmo que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Educação do Campo na região tenham contribuído para uma formação omnilateral do sujeito histórico camponês, a perspectiva de se constituírem em “cuidadores da floresta” ainda é uma construção incipiente diante da hegemonia do agronegócio da soja. Faz-se necessário, então, que sejam integrados nos currículos escolares os estudos sobre a agroecologia e suas práticas a fim de que possam corroborar com a compreensão dos Sistemas Agroflorestais, uma modalidade produtiva importante para manutenção da floresta em pé.The present thesis is the outcome of a research carried out at Escola de Campo Florestam Fernandes, located in Settlement Project 12 de Outubro, Municipality of Claudia, gateway to the Mato Grosso Amazonian Biome. The research perspective has been to analyze how the flow between the orientations of the Peasant Movement of the proposed Field Education and Curriculum developed by the State School Florestan Fernandes, in a context where the Mato Grosso Amazonian biome has been overwhelmingly devastated since the 1970s when the militaristic government policies for the region begun the colonization process. Ultimately, the military project through the commodification of territories under the alibi of integration and national security, "Occupy not surrender" brought the destruction of the forest / biodiversity undertaken by the expansion of social metabolism of capital in the region. In a macrocosm context, this process has been sweeping both the possibilities of Good Living and has been nursing the hegemonic production way. Therefore, along with deforestation in the region, one of the largest in the country comes the advance of social inequality. The myth of progress by clearing and settles has its basis on the current modus operandi of agribusiness. Rural workers have been now struggling for vital living conditions where the historical peasant subject has presently been facing the historical challenge of approaching nature, its inorganic body, as a way to survive. For such, it is necessary to break with the stuffiness of the Green Revolution and the myth of the clearing, still strongly impregnated in social practices. The formation of this peasant convinced of his work interdependently to the forest / biodiversity Field Education is convened primarily by Peasant Movement, but also for all the people who in one way or another, understand that social change is urgent and it also pervades the construction of another relationship of humanity with nature. The methodological theoretical approach in this work is based on the historical and dialectical materialism as a means to contribute, through research, to fight for social and environmental transformation of the educational reality studied. To support this research we have established a continuous dialogue with authors of various critical theories: Triviños; Meszaros; Charlot; Taffarel; Ribeiro; Apple; and students-teachers-peasants.This dense and intense trajectory of research has led me to the realization that, although migrants as base of local peasantry, have little knowledge of the Amazonian Biome, and the struggle for forest-land is not antagonistic to environmental struggles, this topic has not integrated the curriculum of the school studied. The myth of the clearing has been very strong; making it difficult to peasant-forest/biodiversity proximal praxis, leading the forest to be seen as wild and dangerous to civilized humans. Even if the Movement of Landless and the Rural Education and in the region have contributed to unilateral formation of peasant historical subject, the perspective of getting themselves established as "caretakers of the forest" is still a fledgling construction in front of the hegemony of soy agribusiness. Therefore, it has been necessary the inclusion of a school curricula on agro-ecology study and its practices so that they can corroborate to the understanding of agroforestry systems, an important modality for the maintenance of productive forest
La noción de organismo de derecho público a la luz de la doctrina del tribunal de justicia de las comunidades europeas y consecuente aplicabilidad de la directiva comunitaria 2004/18 y de ley de contractos del sector público (30/2007, de 30 de octubre), a las cámaras oficiales de comercio, industria y navegación españolas
La directiva Comunitaria n° 2004/18/CE fija criterios que permiten identificar un organismo de derecho público. La interpretación atribuya a estos criterios, corroboradas con la Jurisprudencia y doctrina Española nos han llevado a concluir que, mismo delante de la actual laguna y contradicción legislativa, las Cámaras de Comercio española deben seguir teniendo la consideración de organismo de carácter público.The directive 2004/18/EC Community sets criteria for identifying a public law organism. The interpretation attributed to these criteria, corroborated Spanish jurisprudence and doctrine have led us to conclude that, even before the current legislative gaps and contradictions, the Spanish Chambers of Commerce should continue to consideration of a public law organism