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    Metilmercúrio e mercúrio inorgânico em peixes comercializados nos mercado municipal de Itaituba (Tapajós) e mercado do Ver-o-peso (Belém)

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    Mercury is a dangerous metal and an important source of environmental contamination in Brazil and particularly in the Amazon. The main target organ of this metal is the CNS where it causes damage that can lead to classic symptoms: ataxia, paresthesia, dysarthria, and changes in the developing nervous system of children. The mercury contamination in the Amazonian rivers increases the amount found in fish, especially those at the top of the food chain, exposing people to mercury poisoning the rivers, since the fish is a central element in the diet of these populations. Therefore, it is essential periodic monitoring of mercury levels in fish species consumed in the region. Our study proposes to identify the levels of methylmercury and inorganic mercury in fish species consumed by the riverside populations of the Tapajós region and compare them with the levels found in the same species obtained in the region of Belém also perform a comparison with results obtained by Dos Santos et al. (2000) and analyzing the current level and the old. Fish were collected in the municipal market Itaituba, Tapajós, and market the Ver-o-Peso in Belém. Muscle samples of each fish were dried and analyzed by the Universidad de Castilla-La Mancha (Spain) for quantification of methylmercury and inorganic mercury. The results obtained in this study showed that only piscivorous fish from the Tapajós region have levels of methylmercury above the limit recommended by WHO (0.5 μg / g). All in all study groups, levels of inorganic mercury are well below this limit. The species was the most contaminated Brachyplatystoma flavicans (Dourada) and even to exceed five times the WHO limit of tolerance. With our data, we can say that the fish of the Tapajós region are still currently exposed to high concentrations of mercury. The non-fish-eating species had low concentrations of organic mercury, is fit for human consumption. This study supports the importance of continued monitoring of the environments considered exposed and not exposed in the Amazon. Knowledge originated by this monitoring definitely foster the development of prevention strategies and government actions before the problem of mercury contamination in the Amazon. Keywords: inorganic mercury, methylmercury, fish, Tapajós, BelémO mercúrio é um perigoso metal e uma importante fonte de contaminação ambiental no Brasil e sobretudo na Amazônia. O principal órgão-alvo deste metal é o SNC onde causa danos que podem levar aos sintomas clássicos: ataxia, parestesia, disartria e alterações no desenvolvimento do sistema nervoso de crianças. A contaminação mercurial nos rios amazônicos aumenta a quantidade encontrada nos peixes, principalmente os que estão no topo da cadeia alimentar, expondo dessa forma a populações ribeiras à intoxicação mercurial, uma vez que o peixe é um elemento central na dieta dessas populações. Por isso, é fundamental o monitoramento periódico dos níveis de mercúrio nas espécies de peixes consumidas nessa região. Nosso trabalho se propôs a identificar os níveis de metilmercúrio e mercúrio inorgânico nas espécies de peixes mais consumidas pelas populações ribeirinhas da região do Tapajós e comparálos com os níveis encontrados em peixes da mesma espécie obtidos na região de Belém. Além disso, realizar uma comparação com os resultados obtidos por Dos Santos et al. (2000) e analisando os nível atuais e os antigos. Os peixes foram coletados no mercado municipal de Itaituba, no Tapajós, e no mercado do Ver-o-peso, em Belém. Amostras de músculo de cada peixe foram liofilizadas e analisadas pela Universidad de Castilla-La Mancha (Espanha) para quantificação do metilmercúrio e do mercúrio inorgânico. Os resultados obtidos no presente trabalho mostraram que somente os peixes piscívoros da região do Tapajós apresentam níveis de metilmercúrio acima do limite preconizado pela OMS (0,5 μg/g). Em todos todos os grupos do estudo, os níveis de mercúrio inorgânico estão bem abaixo deste limite. A espécie mais contaminada foi a Brachyplatystoma flavicans (dourada) chegando a ultrapassar até cinco vezes o limite de tolerância da OMS. Com nossos dados, pode-se dizer que os peixes da região do Tapajós continuam atualmente expostos a altas concentrações de mercúrio. As espécies não-piscívoras tiveram baixas concentrações de mercúrio orgânico, sendo aptas para consumo humano. O presente estudo apoia a importância do monitoramento continuado dos ambientes considerados expostos e não expostos na Amazônia. O conhecimento originado por este monitoramento fomentará definitivamente o desenvolvimento de estratégias de prevenção e de ações governamentais perante o problema da contaminação mercurial na Amazônia

    Análise de parâmetros de exposição mercurial, suscetibilidade genética e intoxicação em populações ribeirinhas do Tapajós e Tucuruí

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    Mercury is a heavy metal responsible for intoxications worldwide. Most toxic form is methylmercury that has affinity for the central nervous system, with recognized neurotoxicity. Some regions of the Amazon are well characterized by mercury exposure in humans, as the region of the Tapajos, due to local mining activity, for example. However, others, such as Tucuruí, remain virtually unstudied, with only one study in humans to date. In the Amazon, there is a large number of studies showing mercury exposure, however, intoxication and susceptibility studies are far less numerous in the Amazonian populations, and even today, there is no study analyzing simultaneously the three factors. The objective of this study was to determine the exposure (mercury content in the body by using mercury levels in hair samples), the individual susceptibility (genetic predisposition of each individual to suffer a damage because the exposure, using the genotyping of apolipoprotein E) and the intoxication (quantifying the extent of the damage already caused by using biomarkers such as S100B and NSE) in Amazonian riverside populations. Three hundred eighty-eight individuals, selected after inclusion and exclusion criteria were studied. The genotype of apolipoprotein E more frequent was ɛ3/ɛ3, followed by ɛ3/ɛ4. Allelic frequencies were 0.043: 0.784: 0.173 to ε2: ɛ3: ɛ4, respectively. The median level of total mercury in hair was 4.2 μg/g (1.9- 10.2). A significant proportion of participants (24.8%) had mercury levels above 10 μg/g, as recommended by the WHO limit, and 12.8% of participants showed a total content of mercury greater or equal to 20 μg/g. Interestingly, Tucuruí levels were much higher than levels in the Tapajós (area recognized by the presence of mining gold activity). We identified 29% of patients with ApoE4 (considered at risk) and 8 maximum risk individuals (carriers of ApoE4 and mercury content above the limit of 10 μg/g). Moreover, there was a significant difference in mRNA levels of S100B protein between groups exposed to high and low levels of mercury. For the first time, markers of the three spheres of influence in human toxicology (exposure, susceptibility and poisoning) were studied. Our data already support the use of these markers to monitoring the Amazonian populations. This knowledge will assist the development of prevention strategies and making government decisions facing the problem of the impact of the mercury in the Amazon.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorO mercúrio é um metal pesado responsável por episódios de intoxicação em todo o mundo. Sua forma mais tóxica é o metilmercúrio que possui afinidade pelo Sistema Nervoso Central, apresentando reconhecida neurotoxicidade. Algumas regiões da Amazônia são bem caracterizadas por exposição mercurial em humanos, como a região do Tapajós, devido à atividade garimpeira local, por exemplo. Contudo, outras, como Tucuruí, permanecem praticamente não estudadas, com apenas um estudo em humanos até o momento. Na Amazônia, existe um grande número de estudos sobre exposição, porém, os estudos sobre a intoxicação e suscetibilidade são bem menos numerosos nas populações amazônicas, e até hoje não existe nenhum estudo que analise simultaneamente os três fatores. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar a exposição (conteúdo do agente tóxico no corpo através do nível de mercúrio em amostras de cabelo), a suscetibilidade individual (predisposição que cada indivíduo tem a sofrer um maior ou menor dano com a mesma quantidade de exposição, através da genotipagem da apolipoproteina E) e a intoxicação (quantificação da extensão do dano já provocado usando como biomarcadores a S100B e a NSE) em populações ribeirinhas amazônicas. Foram estudados 388 indivíduos, selecionados após critérios de inclusão e exclusão. Os genótipos da apolipoproteina E mais frequentes foi ɛ3/ɛ3, seguido pelo ɛ3/ɛ4. As frequências alélicas foram de 0,043:0,784:0,173 para ε2:ɛ3:ɛ4, respectivamente. A mediana do nível de mercúrio total no cabelo foi 4,2 μg/g (1,9- 10,2). Uma percentagem significativa de participantes (24,8%) apresentaram níveis de mercúrio total acima de 10 μg/g, limite preconizado pela OMS, e 12,8% dos participantes mostraram um conteúdo total em mercúrio maior ou igual a 20 μg/g. Os níveis de Tucuruí foram muito maiores do que os níveis no Tapajós (área reconhecida pela presença de garimpos). Foram identificados 29% de indivíduos portadores de ApoE4 (considerados de risco) e 8 indivíduos em risco máximo (portadores de ApoE4 e com mercúrio acima do limite de 10 μg/g). Ainda, houve diferença significativa nos níveis de RNAm da proteína S100B entre os grupos expostos a níveis altos e baixos de mercúrio. Pela primeira vez, foram estudados simultaneamente marcadores das três esferas de influência em toxicologia humana (exposição, suscetibilidade e intoxicação). Nossos dados apoiam já o uso em conjunto desses marcadores para um monitoramento adequado das populações amazônicas, que assistirá o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tomada de decisões governamentais frente ao problema do impacto causado pelo mercúrio na Amazônia
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