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Juventude e Socialização Política:: Atualizando o Debate
The present work analyses from a critical point of view the notion of political socialization and its current issues about the distancing of youth in relation to politics. The political socialization concept is analyzed according to two main aspects: first, it is discussed its assumptions in relation to an identity theory of subjectivity that essentializes subjective positions related to age, and it is based on a developmental perspective on human trajectory. Second, it is discussed how political socialization studies presuppose a division between public and private spaces, where the relations of intergenerational transmission are restricted to the private space, and thus, do not take into account youth contribution to the decisions of collective life.O presente trabalho examina criticamente a atualidade da noção de socialização política, tendo em vista as questões que hoje se colocam sobre o distanciamento dos jovens em relação à política. O conceito de socialização política é analisado sob dois aspectos principais: em primeiro lugar, são discutidos seus pressupostos relacionados a uma teoria identitária de subjetividade que essencializa posições subjetivas relacionadas à idade, e se apoia numa visão desenvolvimentista da trajetória de vida humana. Em segundo lugar, discute-se como os estudos de socialização política pressupõem uma divisão entre espaços público e privado, em que as relações de transmissão cultural entre jovens e adultos, restritas ao espaço privado, desconsideram a contribuição da juventude em relação à s decisões da vida em comum
Generational rights and political action: secondary school students occupy the schools
A construção democrática apoia-se na participação política de crianças e jovens, não circunscrita às normatizações legais que estabeleceram a posição de sujeitos de direitos para as crianças. Neste trabalho, discutimos como a ação política dos estudantes secundaristas, ao ocuparem as escolas públicas ao longo de 2015 e 2016 no Brasil, politizam as relações intergeracionais em torno do bem educação e fazem emergir lutas para garantir interesses e prerrogativas da geração mais nova. Enquanto a educação sempre foi colocada como um direito das crianças e dos jovens, a análise que desenvolvemos aqui evidencia que esse direito se qualifica como um direito geracional que empurra para lados opostos, por vezes antagônicos, adultos e crianças. Metodologicamente, ao longo dos meses de abril a julho de 2016, acompanharam-se as ocupações secundaristas em diferentes cidades do Estado do Rio de Janeiro em 12 escolas públicas do estado. Esse acompanhamento, de cunho etnográfico, compreendeu visitas às escolas ocupadas, em algumas delas, mais de uma vez, agendadas de antemão com os comitês de comunicação de cada escola. Discute-se, a partir dos dados produzidos, como a luta pelos direitos geracionais parece se colocar como instrumento que visibiliza as contradições geracionais que o direito à educação comporta
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