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Colonialidade do poder e os desafios da integração regional na América Latina
Os processos de integração regional em curso hoje na América Latina têm sido marcados por uma lógica territorial que tem concebido grandes áreas do espaço geográfico latino-americano como “vazios demográficos” ou “terras disponíveis”. Essa forma de conceber o espaço geográfico latino-americano remonta ao legado colonial que atravessa a formação sócio-espacial da região e a própria posição que o continente americano ocupou no processo de formação do sistema-mundo moderno-colonial, a partir de 1492. Este artigo tem por objetivo problematizar os processos de integração física em curso atualmente no continente, especificamente a Iniciativa para Integração da Infra-estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), buscando evidenciar a reprodução da lógica da colonialidade do poder e do saber constituintes de seu modelo de desenvolvimento regional.Les processus d’intégration régionale en cours de nos jours en Amérique latine ont été marqué par une logique territoriale qui a conçu de grandes aires géographiques en Amérique latine comme des “vides démographiques” ou “terres disponibles”. Cette manière de concevoir l’espace géographique latino-américain trouve ses origines dans l’héritage colonial qui traverse la formation socio-spatiale de la région et la propre position que le continent américain occupa dans le processus de formation du système-monde moderno-colonial, à partir de 1492. Cet article vise à problématiser les processus d’intégration physique en cours sur le continent, et plus particulièrement l’Initiative pour l’Intégration de l’Infrastructure Régionale Sud-Américaine (IIRSA) afin de mettre en évidence la reproduction de la logique de la colonialité du pouvoir et du savoir propre à son modèle de développement régional.Los procesos de integración regional en curso hoy en América Latina han estado marcados por una lógica territorial que ha concebido grandes áreas de espacio geográfico en América Latina como “vacíos demográficos” o “tierras disponibles”. Esta forma de concebir el espacio geográfico latinoamericano se remonta a la herencia colonial que atraviesa la formación socio-espacial de la región y la propia posición que el continente americano ocupó en el proceso de formación del sistema-mundo moderno-colonial, a partir de 1492. Este artículo tiene como objetivo problematizar los procesos de integración física en curso en el continente, en particular la Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional Suramericana (IIRSA) a fin de poner en evidencia la reproducción de la lógica de la colonialidad del poder y del saber constituyente de su modelo de desarrollo regional.The regional integration processes under way in Latin America today have been marked by a territorial logic that has conceived large areas of geographic territory in Latin America as “demographic emptiness” or as “available land.” This way of conceiving the geographical space in Latin America, dates back to the colonial legacy that accompanies the region´s socio-spatial formation and the place that the American continent fulfilled in the process of formation of the modern-colonial world system, since 1492. This article aims to discuss the physical integration processes currently under way on the continent, specifically the Initiative for Integration of Regional Infrastructure in South America (IIRSA), in an attempt to show the reproduction of the coloniality logic of power and knowledge, that constitutes its regional development model
Seagrass meadows improve inflowing water quality in aquaculture ponds
Water quality is critical for fish health in aquaculture production. In flow-through systems, the inflowing water normally requires quality controls and treatments for being supplied from coastal water bodies that can be polluted by nutrients, suspended solids, and microorganisms. Here we assess how seagrass meadows benefit aquaculture systems through the provision of ecosystem services (water filtration, biological control, and regulation of dissolved gasses) in the water reservoir that supplies earthen ponds in an aquaculture system in southern Portugal. In the 1.45-ha reservoir, seagrasses retained daily an estimate of 0.8–1.8 kg d−1 of nitrogen, 0.04–0.07 kg d−1 of phosphorus in their biomass, and 0.7–1.1 kg dw d−1 of suspended total particulate matter, bringing benefits in terms of nutrient and particle removal from the water column. Diel and spatial variation in faecal coliforms levels (Escherichia coli) in the reservoir suggested that seagrasses, in combination with light exposure, may reduce the levels of this pathogen. Furthermore, the seagrass-dominated system oxygenated the water through photosynthesis at a faster rate than the respiratory oxygen consumption, maintaining the system above the aquaculture minimum oxygen. This study demonstrates that seagrasses can be used as a nature-based solution to overcome water quality challenges in flow-through aquaculture ponds.Foundation of Science and Technology of Portugal through projects PTDC/MAR-EST/3223/2014 and UIDB/04326/2020 and through fellowships SFRH/BPD/119344/2016 and SFRH/BD/118601/2016, and was further funded by MAR2020 through project DIVERSIAQUA (MAR202016-02-01-FMP-0066).info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Dilemas da integração regional na América do Sul: a lógica territorial da IIRSA e suas implicações socioespaciais
Este trabalho tem por objetivo problematizar os processos de integração regional em curso atualmente na América Latina, levando em consideração, especificamente, a Iniciativa para Integração da Infra-estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA).
A IIRSA constitui uma estratégia de caráter intergovernamental proposta no ano 2000 que tem por objetivo a integração física da América do Sul tendo em vista uma maior competitividade e inserção da região na economia internacional. Esse processo ocorre dentro de um novo cenário geopolítico e econômico onde a Ásia, e a China em particular, passam a desempenhar importante centralidade.
Os projetos e empreendimentos vinculados a IIRSA têm sido marcados por uma lógica territorial que concebe grandes áreas do espaço geográfico sul-americano como vazios demográficos. Assim, tem sido dominante uma visão onde a natureza, com seus complexos biomas e domínios morfoclimáticos, é compreendida como simples obstáculo a ser superado pela engenharia e, ainda, onde povos e comunidades tradicionais têm seus territórios e suas vidas concebidas como prescindíveis. Deste modo, a expropriação de muitas populações de suas terras, bem como a ocorrência de inúmeros conflitos territoriais, têm sido recorrente na execução dos empreendimentos de integração de infraestrutura regional ora em curso
A latinidade do conceito de América Latina
De uma maneira geral, assumimos de modo tão naturalizado as designações e os recortes geográficos das regiões que visualizamos em mapas ou que utilizamos como referência de pertencimento e localização, que dificilmente nos questionamos sobre os processos que instituíram esses nomes e desenhos cartográficos. O conceito de América Latina, habitualmente utilizado tanto na linguagem comum como em textos de jornais e trabalhos acadêmicos para denotar apenas uma localização geográfica guarda, no entanto, um forte sentido político. A partir da metodologia da História dos Conceitos e do diálogo com autores da perspectiva teórica do pensamiento decolonial, este trabalho busca recuperar e explicitar o conteúdo político e de ação no mundo presente sobre o conceito de América Latina.
Lo público. Un espacio en disputa
Rastrear los diferentes sentidos de lo público en la historia de la humanidad, es entrar en un terreno marcado por la polémica. Sus raíces y huellas son posibles de encontrar en la polis griega como en la res pública romana. Su fisonomía moderna está marcada, sin duda, por el pensamiento de Inmanuel Kant, quien de alguna manera delimitará el debate, que continuará en las reflexiones seminales de Jurgen Habermas sobre la esfera pública o en la crítica de Hannah Arendt a la distinción entre lo social y lo político. Trabajos que han dado la pauta a un conjunto amplio de reflexiones y que a su vez han generado una serie de respuestas, derivados, revisiones, comentarios y críticas al concepto de lo público, al punto que el debate ha desbordado los márgenes de la teoría política para desplegarse en variadas disciplinas, desde la sociología, el urbanismo, la geografía, la antropología, los estudios culturales y comunicacionales