54 research outputs found

    Mulheres na EJA/EPT: uma aproximação a partir das categorias trabalho e gênero / Women in EJA / EPT: an approach from the work and gender categories

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    Este artigo apresenta pesquisa que teve como foco as histórias de vida de mulheres que retomaram os estudos em busca da conclusão da educação básica e de formação profissional por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA/EPT). As mulheres convidadas a participarem da pesquisa foram estudantes do Curso Técnico Integrado em Administração, na modalidade PROEJA, oferecido pelo Câmpus Sapucaia do Sul, do Instituto Federal Sul-rio-grandense, com as seguintes características: estar cursando a partir do segundo semestre letivo e ter mais de 25 anos de idade no momento das entrevistas. O objetivo da pesquisa foi compreender os motivos que tornaram possível a retomada dos estudos dessas mulheres e se há relação entre estes e suas representações acerca de gênero e trabalho. Para tanto, faz-se necessário compreender os motivos de seu afastamento da escola e quais suas representações em relação ao mundo do trabalho e profissionalização. Essas questões foram observadas considerando as interveniências das questões de gênero. O tema vem sendo desenvolvido através do estudo dos referenciais teóricos que tratam das bases conceituais que estruturam a proposta de Ensino Médio Integrado, no tangem as relações entre Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e o mundo do trabalho. Em relação aos estudos sobre as mulheres, a pesquisa tem se valido dos referenciais teóricos ancorados no conceito de Gênero e suas implicações no contexto do trabalho e das desigualdades sociais. A Pesquisa Narrativa, através das Histórias de Vida, foi o meio para conhecê-las. Justifica-se essa escolha pelo potencial que a metodologia tem para ajudar o interlocutor da pesquisa a resgatar as diferentes relações que tece ao longo de sua vida. As histórias foram conhecidas por meio de entrevistas abertas e analisadas por meio da Análise do Qualitativa de Conteúdo. Os resultados servirão como subsídios para a criação de um documentário com o protagonismo dessas mulheres e suas trajetórias de vida, possibilitando o aprimoramento das políticas institucionais e formação docente para a oferta desses cursos

    Transferência de Responsabilidade de Pacientes: Uma Aplicação da Análise de Redes Sociais

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    As transferências de informações sobre pacientes ou a transferência de pacientes entre as unidades de serviços de um hospital são áreas críticas para segurança do paciente. Assim como nas organizações em geral, informações adequadas e a comunicação eficaz entre os profissionais envolvidos (atores) são cada vez mais relevantes para a gestão das instituições hospitalares. A análise de redes sociais (ARS) facilita a compreensão de como ocorre a comunicação, as falhas e a atuação dos atores envolvidos. O objetivo desta pesquisa foi verificar o grau de três medidas de centralidade dos atores durante a transferência de responsabilidade de pacientes (TRP), entre setores de um hospital, usando a ARS. A pesquisa tem natureza exploratória, a amostragem foi por conveniência e os atores identificados pela técnica de snowball. Nas TRP analisadas, o paciente e o membro da família do paciente não ocuparam posições de localização central na rede (degree); tiveram pouco acesso às informações (closeness); e não influenciaram nem controlaram as trocas de informações (betweenness). Os enfermeiros surgiram como os papéis categóricos com maior grau de degree, closeness e betweenness. Especulou-se a necessidade de um ator como papel categórico de integração para fomentar a cooperação e o alinhamento entre todos os atores da rede social em torno das TRP.DOI: 10.5585/rgss.v2i2.7

    Os impactos do abuso sexual infantil intrafamiliar em diálogo com o sofrimento psíquico do personagem Charlie em ‘‘As Vantagens de Ser Invisível’’

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    O abuso sexual intrafamiliar é um tipo de violência sexual realizada porparentes próximos à vítima que tem como consequências não só o sofrimento,como também de traumas e sentimentos de impotência da criança ou adolescentediante o agressor e à comunidade. Conforme exposto pela literatura científica, aviolência sexual intrafamiliar gera tanto para a vítima, como para todos osindivíduos ao redor, um cenário de tensão e conflitos internos que intensificam ossentimentos e corroboram para a manifestação de casos de sofrimento psíquico,incluindo psicopatologias. Desse modo, este artigo teve como objetivo analisar ainterferência do abuso sexual intrafamiliar nas experiências de vida do personagemCharlie no filme As Vantagens de Ser Invisível, bem com entender os impactospsicológicos causados pelo abuso sexual intrafamiliar. Para tanto, foramselecionadas duas categorias gerais de comportamento denominadas abuso sexual esofrimento psíquico, e subdivididas em duas subcategorias: abuso sexual infantil eTranstorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), respectivamente. A partir dosresultados obtidos observou-se que, em casos de abuso sexual no âmbito familiar, oestado de sofrimento psíquico pode provocar não apenas a manifestação desintomas de TEPT, mas também comportamentos relacionados à esquiva social eisolamento. Assim, conclui-se que o evento traumático em questão impacta demaneira negativa na qualidade de vida do sujeito. Diante disso, espera-se contribuirpara o desenvolvimento de conhecimento científico na área e auxiliar em estudosposteriores, fornecendo reflexões acerca dos impactos do abuso sexual infantilintrafamiliar

    Ensino Híbrido: Relato de Experiência sobre o uso de AVEA em uma proposta de Sala de Aula Invertida para o Ensino Médio.

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    Este artigo trata de um relato de experiência sobre integração de tecnologias educacionais numa proposta de sala de aula invertida, aplicada nas aulas de Biologia, em uma turma de Ensino Médio. Pretende-se com esse estudo discutir sobre os recursos tecnológicos e metodologia de aprendizagem utilizados nos processos de planejamento e execução das aulas. Para seu desenvolvimento, foi construído um curso on-line em Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem, sobre o conteúdo de fungos, logo ocorreu a aplicação em sala de aula da ferramenta. Em sequência, foi aplicado aos alunos questionário aberto sobre os pontos positivos e negativos encontrados frente ao uso da ferramenta, possibilitando um breve relato sobre a experiência dos mesmos ao utilizarem esta tecnologia em sala de aula. Por fim, identificou-se que a proposta trazida pelo Ensino Híbrido, em que “misturamos” metodologias de aprendizagem ativa com tecnologias educacionais tende a gerar bons resultados para o aprendizado do aluno, pois aumenta consideravelmente a qualidade de estudo do aluno, e o nível de discussão em sala de aula

    Evolução dos Custos Médico-Hospitalares de Planos Privados de Assistência à Saúde no Brasil

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    Brazil has achieved a national coverage rate of medical private health plans around 24.5% in June of 2017 (47,383,248). However, it has been observed a slowdown tendency of number of customers, comparing Dec / 2012 (50,409,378). This research reports the evolution of costs in Brazilian healthcare private operators (benefits manager, self-management, medical cooperative, philanthropy, health insurance specialist and group medicine) between 2003 and 2016, from the perspective of the average cost variation and of the resource and services utilization rate. The public data were obtained from websites of the Institute of Supplementary Health Studies (IESS), the National Agency of Supplemental Health (ANS) and the Institute of Applied Economic Research (IPEA). In this period, it was found that the growth of medical inflation in Brazil was higher than the general inflation and that resource and service utilization rates remain at high levels (geometric mean of 81.87%). This indicates that there is an increase in the average cost along with the increase in production.O Brasil alcançou uma taxa de cobertura nacional de planos de saúde privados de assistência médica em torno de 24,5% em junho de 2017 (47.383.248). Entretanto, se observa uma queda de 6,4% no número de beneficiários em relação dez/2014 (50.409.378). Esta pesquisa analisa a evolução dos custos das operadoras médico-hospitalares brasileiras de planos privados de assistência à saúde (administradora de benefícios, autogestão, cooperativa médica, filantropia, seguradora especializada em saúde e medicina de grupo) no período entre 2003 e 2016, sob a perspectiva das variações do custo médio e da sinistralidade (taxa de utilização de recursos e de serviços). Foram usados dados públicos disponíveis nas páginas eletrônicas do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), da Agência Nacional de Saúde e do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). Neste período se observou que o crescimento da inflação médica no Brasil foi superior à inflação geral e que a sinistralidade permanece em níveis elevados (média geométrica de 81,87%). Isto é, houve um crescimento do custo médio junto com a produção

    ENSINO DE CIÊNCIAS BASEADO EM INVESTIGAÇÃO: UMA PROPOSTA DIDÁTICA INOVADORA PARA O USO DE LABORATÓRIOS ON-LINE EM AVEA

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    O Ensino de Ciências encontra-se atualmente condicionado a um sistema de ensino ineficaz, com baixo aproveitamento, alto desinteresse dos alunos e pobre em atividades de investigação e experimentação prática. A necessidade por inovação é uma constante. Este estudo apresenta o desenvolvimento de conteúdos digitais, utilizados nas aulas de Ciências, na Educação Básica, por intermédio da construção de um espaço de investigação virtual, com integração de atividades inspiradas no modelo de Aprendizagem Baseada em Investigação (ABInv), Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA) e experimentação prática em Laboratórios Virtuais e Remotos (LVR). Esta pesquisa pauta-se na descrição e discussão do processo de construção do espaço de investigação virtual aqui proposto. Dos resultados obtidos foi possível identificar dificuldades, como, baixo acervo de laboratórios on-line disponíveis e difícil adequação das atividades e conteúdo ao modelo. Em contrapartida a proposta apresenta-se como uma inovação tecnoeducativa em potencial, podendo ser propulsora de ensino de qualidade, como também despertar no aluno o interesse pela ciência

    Editorial

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    Desafios encontrados por enfermeiros nos cuidados a pacientes oncológicos no fim de vida

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    The aim was to identify and analyze the challenges faced by nurses in the care of cancer patients at the end of life. This is an integrative literature review based on the guiding question: What are the challenges faced by nurses in the care of cancer patients at the end of life? The search for the studies that make up this review was carried out on the Platform and databases: Biblioteca Virtual em Saúde, Science Direct and SCOPUS, in Portuguese, Spanish and English, with a period of the last five years. Nine studies were included, of which the main challenges identified were evaluating the effectiveness of communication, communicating bad news, dealing with suffering and death, great exposure to work-related stressors, maintaining the patient's dignity and identifying the moment starting end-of-life care. Personal skills such as full awareness, perspective taking and cognitive empathy, combined with technical-scientific training and psychological support for professionals, are strategies for better coping with the challenges faced by nurses in end-of-life cancer care.Objetivou-se identificar e analisar os desafios encontrados por enfermeiros nos cuidados à pacientes oncológicos no fim de vida. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura a partir da questão norteadora: Quais os desafios encontrados por enfermeiros no cuidado à pacientes oncológicos no fim de vida? A busca dos estudos que compõem esta revisão foi realizada na Plataforma e bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, Science Direct e SCOPUS, nos idiomas português, espanhol e inglês, com recorte temporal dos últimos cinco anos. Foram incluídos 09 estudos, dos quais, os principais desafios identificados foram avaliação da eficácia da comunicação, comunicação de más notícias, lidar com o sofrimento e com a morte, grande exposição a estressores relacionados ao trabalho, manter a dignidade do paciente e identificar o momento de iniciar os cuidados de fim de vida. As habilidades pessoais como a plena consciência, tomada de perspectiva e a empatia cognitiva, aliadas à capacitação técnico-científica e o suporte psicológico ao profissional, são estratégias para melhor enfrentamento dos desafios encontrados pelos enfermeiros nos cuidados ao paciente oncológico em fim de vida

    DEPENDÊNCIA AO CRACK: PENSANDO NOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM

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    Camila do Espírito Santo Nascimento1; Audrey Fischer*; Aline Bento da Silva*; Alda Aparecida*; Amanda Prutchi;Tatiane Santiago Santos*;Rosâne Mello2 *8º Período de Enfermagem - EEAP; 1Prof. Adjunta - EEAP e Doutora em Enfermagem pela EEAN; 1Prof. Adjunta - EEAP e Doutora em Enfermagem Psiquiátrica pela USP. Descritores: enfermagem, psiquiatria, entorpecentes.   Introdução: Droga de intensa repercussão urbana, o crack é substância pouco solúvel e volátil quando aquecida. Conhecido como “pedra”, é um derivado da cocaína e causa dependência na primeira vez em que o indivíduo inala a substância. Seus efeitos intensos e de curta duração podem ser sentidos quase que imediatamente após seu uso, motivando o usuário a utilizar uma nova dose. Extremamente barato, o crack é feito com uma mistura de cocaína e bicarbonato de sódio em água, que é posteriormente aquecida até a formação das pedras. Com a sua difusão vimos que tem aumentado cada vez mais a sua utilização. Sendo um caso de Saúde Pública, pois além de causar a dependência trazendo danos físicos e mentais, essa substância ajuda na exclusão social.                 A assistência de enfermagem deve estar associada à rede de serviços de saúde e sociais, deve dar ênfase na reabilitação e reinserção social deste usuário, além de atenção à comunidade e aos familiares. Objetivos: •       Ampliar o debate sobre o crack e seus efeitos no meio acadêmico •       Propor ações de enfermagem direcionadas ao dependente químico do crack, e que possibilitem sua reabilitação, através de uma associação da assistência de enfermagem, redes de serviços e a rede social do sujeito. Metodologia: Estudo de abordagem qualitativa, realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica nas bases da Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando-se dos descritores: “dependência química, crack, enfermagem”, “drogas psicoativas, enfermagem”. Foram considerados artigos de livre acesso, publicados a partir de 2005, textos e manuais do Ministério da Saúde. Resultados: O profissional de enfermagem deve tentar reduzir os danos causados a saúde do indivíduo, programas do Ministério da Saúde, prioriza que haja um atendimento humanizado a esses clientes e reduzindo assim a exclusão social vivida por eles. Torna necessário desenvolver é a escuta sensível, pois esses usuários tem medo ou como eles próprios dizem tem neurose, e medo de se aproximar das pessoas e se elas sabem o que eles realmente fazem e do preconceito que acontecerá se eles assumirem que usam algum tipo de substância psicoativa. De acordo com o Ministério da Saúde o atendimento ao dependente de crack deve considerar alguns importantes critérios:        1.            O usuário que não procura tratamento: a ele devem ser dirigidas estratégias de cuidados à saúde, de redução de danos e de riscos sociais e à saúde. As ações devem ser oferecidas e articuladas por uma rede pública de serviços de saúde e de ações sociais e devem ser feitas por equipes itinerantes, como os consultórios de rua,  que busquem ativamente ampliar o acesso aos cuidados em saúde e em saúde mental destes usuários. A perspectiva dessa abordagem objetiva os cuidados da saúde como também as possibilidades de inserção social.        2.            A porta de entrada na rede de atenção em saúde deve ser a Estratégia de Saúde Família e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Estes serviços especializados devem ser os organizadores das demandas de saúde mental no território. Os CAPS devem dar apoio especializado às ESF, fazer articulações intersetoriais (educação, assistência social, justiça, cultura, entre outros) e encaminhar e acompanhar os usuários à internação em hospitais gerais, quando necessário.         3.            Quando o usuário acessa as equipes de saúde e de saúde mental,  é necessária uma avaliação clínica das suas condições de saúde física e mental, para a definição das intervenções terapêuticas que devem ser desenvolvidas. É importante que se faça uma avaliação de risco pelas equipes de saúde para se definir se é necessária ou não a internação.        4.            A internação deve ser de curta duração, em hospital geral da rede pública, com vistas à desintoxicação associada aos cuidados emergenciais das complicações orgânicas e/ou à presença de algum tipo de co-morbidade desenvolvida com o uso. É concebível e muito comum que usuários de crack, ainda que num padrão de uso preocupante, resistam à internação e optem pela desintoxicação e cuidados clínicos em regime aberto, acompanhado nos CAPSad por uma equipe interdisciplinar, nos níveis de atendimento intensivo, semi-intensivo e até o não intensivo. Nesse caso, a boa evolução clínica, psíquica e social dependerá da articulação inter e intrasetorial das redes de apoio, inclusive e se possível, com mobilização familiar.        5.            A decisão pela internação deve ser compreendida como parte do tratamento, atrelada a um projeto terapêutico individual e, assim como a alta hospitalar e o pós-alta, deve ser de natureza interdisciplinar. Intervenções e procedimentos isolados mostram-se ineficazes, com pouca adesão e curta duração, além de favorecer o descrédito e desalento da  família e mais estigma ao usuário.  (Brasil,2009) Conclusão: Sabemos que o uso de drogas, tem relação direta e indireta com uma série de agravos à saúde, que incluem acidentes de trânsito, agressões, distúrbios de conduta, debilidade de laços sociais e familiares, solidão, exclusão social. Parece cada vez mais necessário que a enfermagem leve em consideração que as intervenções terapêuticas realizadas em saúde mental devem compreender desde um apoio intenso e sincero, como um aperto de mãos e um olhar, até uma intervenção mais complexa, como a psicofarmacológica e psicoterapêutica ou social, dando ênfase na assistência centrada na atenção comunitária, reabilitação e reinserção social. Referências: Ministério da saúde.  A POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ALCOOL E OUTRAS DROGAS .2º revista e ampliada. Brasília- DF 2004 Ministério da Saúde- O crack: como lidar com este grave problema (I) - pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde- 2009  ESPINOSA; Ana Fernández. Guias Práticos de enfermagem – Psiquiatria. Mc Graw Hill - 2002 KESSLER, Felix  and  PECHANSKY, Flavio. Uma visão psiquiátrica sobre o fenômeno do crack na atualidade. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2008, vol.30, n.2, pp. 96-98. ISSN 0101-8108.  doi: 10.1590/S0101-81082008000300003 Ministério da Saúde- O crack: como lidar com este grave problema (I) - pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde- 2009 .

    DEPENDÊNCIA AO CRACK: PENSANDO NOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM

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    Camila do Espírito Santo Nascimento1; Audrey Fischer*; Aline Bento da Silva*; Alda Aparecida*; Amanda Prutchi;Tatiane Santiago Santos*;Rosâne Mello2 *8º Período de Enfermagem - EEAP; 1Prof. Adjunta - EEAP e Doutora em Enfermagem pela EEAN; 1Prof. Adjunta - EEAP e Doutora em Enfermagem Psiquiátrica pela USP. Descritores: enfermagem, psiquiatria, entorpecentes.   Introdução: Droga de intensa repercussão urbana, o crack é substância pouco solúvel e volátil quando aquecida. Conhecido como “pedra”, é um derivado da cocaína e causa dependência na primeira vez em que o indivíduo inala a substância. Seus efeitos intensos e de curta duração podem ser sentidos quase que imediatamente após seu uso, motivando o usuário a utilizar uma nova dose. Extremamente barato, o crack é feito com uma mistura de cocaína e bicarbonato de sódio em água, que é posteriormente aquecida até a formação das pedras. Com a sua difusão vimos que tem aumentado cada vez mais a sua utilização. Sendo um caso de Saúde Pública, pois além de causar a dependência trazendo danos físicos e mentais, essa substância ajuda na exclusão social.                 A assistência de enfermagem deve estar associada à rede de serviços de saúde e sociais, deve dar ênfase na reabilitação e reinserção social deste usuário, além de atenção à comunidade e aos familiares. Objetivos: •       Ampliar o debate sobre o crack e seus efeitos no meio acadêmico •       Propor ações de enfermagem direcionadas ao dependente químico do crack, e que possibilitem sua reabilitação, através de uma associação da assistência de enfermagem, redes de serviços e a rede social do sujeito. Metodologia: Estudo de abordagem qualitativa, realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica nas bases da Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando-se dos descritores: “dependência química, crack, enfermagem”, “drogas psicoativas, enfermagem”. Foram considerados artigos de livre acesso, publicados a partir de 2005, textos e manuais do Ministério da Saúde. Resultados: O profissional de enfermagem deve tentar reduzir os danos causados a saúde do indivíduo, programas do Ministério da Saúde, prioriza que haja um atendimento humanizado a esses clientes e reduzindo assim a exclusão social vivida por eles. Torna necessário desenvolver é a escuta sensível, pois esses usuários tem medo ou como eles próprios dizem tem neurose, e medo de se aproximar das pessoas e se elas sabem o que eles realmente fazem e do preconceito que acontecerá se eles assumirem que usam algum tipo de substância psicoativa. De acordo com o Ministério da Saúde o atendimento ao dependente de crack deve considerar alguns importantes critérios:        1.            O usuário que não procura tratamento: a ele devem ser dirigidas estratégias de cuidados à saúde, de redução de danos e de riscos sociais e à saúde. As ações devem ser oferecidas e articuladas por uma rede pública de serviços de saúde e de ações sociais e devem ser feitas por equipes itinerantes, como os consultórios de rua,  que busquem ativamente ampliar o acesso aos cuidados em saúde e em saúde mental destes usuários. A perspectiva dessa abordagem objetiva os cuidados da saúde como também as possibilidades de inserção social.        2.            A porta de entrada na rede de atenção em saúde deve ser a Estratégia de Saúde Família e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Estes serviços especializados devem ser os organizadores das demandas de saúde mental no território. Os CAPS devem dar apoio especializado às ESF, fazer articulações intersetoriais (educação, assistência social, justiça, cultura, entre outros) e encaminhar e acompanhar os usuários à internação em hospitais gerais, quando necessário.         3.            Quando o usuário acessa as equipes de saúde e de saúde mental,  é necessária uma avaliação clínica das suas condições de saúde física e mental, para a definição das intervenções terapêuticas que devem ser desenvolvidas. É importante que se faça uma avaliação de risco pelas equipes de saúde para se definir se é necessária ou não a internação.        4.            A internação deve ser de curta duração, em hospital geral da rede pública, com vistas à desintoxicação associada aos cuidados emergenciais das complicações orgânicas e/ou à presença de algum tipo de co-morbidade desenvolvida com o uso. É concebível e muito comum que usuários de crack, ainda que num padrão de uso preocupante, resistam à internação e optem pela desintoxicação e cuidados clínicos em regime aberto, acompanhado nos CAPSad por uma equipe interdisciplinar, nos níveis de atendimento intensivo, semi-intensivo e até o não intensivo. Nesse caso, a boa evolução clínica, psíquica e social dependerá da articulação inter e intrasetorial das redes de apoio, inclusive e se possível, com mobilização familiar.        5.            A decisão pela internação deve ser compreendida como parte do tratamento, atrelada a um projeto terapêutico individual e, assim como a alta hospitalar e o pós-alta, deve ser de natureza interdisciplinar. Intervenções e procedimentos isolados mostram-se ineficazes, com pouca adesão e curta duração, além de favorecer o descrédito e desalento da  família e mais estigma ao usuário.  (Brasil,2009) Conclusão: Sabemos que o uso de drogas, tem relação direta e indireta com uma série de agravos à saúde, que incluem acidentes de trânsito, agressões, distúrbios de conduta, debilidade de laços sociais e familiares, solidão, exclusão social. Parece cada vez mais necessário que a enfermagem leve em consideração que as intervenções terapêuticas realizadas em saúde mental devem compreender desde um apoio intenso e sincero, como um aperto de mãos e um olhar, até uma intervenção mais complexa, como a psicofarmacológica e psicoterapêutica ou social, dando ênfase na assistência centrada na atenção comunitária, reabilitação e reinserção social. Referências: Ministério da saúde.  A POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ALCOOL E OUTRAS DROGAS .2º revista e ampliada. Brasília- DF 2004 Ministério da Saúde- O crack: como lidar com este grave problema (I) - pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde- 2009  ESPINOSA; Ana Fernández. Guias Práticos de enfermagem – Psiquiatria. Mc Graw Hill - 2002 KESSLER, Felix  and  PECHANSKY, Flavio. Uma visão psiquiátrica sobre o fenômeno do crack na atualidade. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2008, vol.30, n.2, pp. 96-98. ISSN 0101-8108.  doi: 10.1590/S0101-81082008000300003 Ministério da Saúde- O crack: como lidar com este grave problema (I) - pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde- 2009 .
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