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    Consumo De Crack, Mulheres e Internação Compulsória: reflexões sobre saberes à luz da teoria das representações sociais

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    A relação dos seres humanos com as drogas tem sido permeada por conflitos e ambiguidades. Os saberes sobre consumo de drogas são disputados por diferentes áreas de conhecimento. No Brasil, pessoas que fazem uso de crack vêm se tornando alvos de internações forçadas. Neste artigo, pretende-se refletir sobre a (re)construção e (trans)formação de saberes a partir de experiências de mulheres que estiveram internadas compulsoriamente devido ao consumo de crack. Para tanto, realizamos entrevistas narrativas com três mulheres brasileiras. A análise foi pautada na Teoria das Representações Sociais. As narrativas demonstram sentimentos de ambiguidade tanto na relação com a droga quanto em relação à experiência de internação, ainda que esta última seja percebida como uma medida violenta. Também demonstram a pouca efetividade da internação por ser desconexa do cotidiano. A (re)construção de saberes se dá de forma limitada, uma vez que é também restrita a abertura para o diálogo e para a alteridade no contexto de internação e na sociedade. A experiência subjetiva de violência vivida pelas participantes na internação repercute na reprodução de uma lógica autoritária e individualista em relações cotidianas
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