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    ESPOROTRICOSE CUTÂNEA DISSEMINADA EM RECEPTOR DE TRANSPLANTE DE FÍGADO: UMA INFECÇÃO RARA E DESAFIADORA

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    A esporotricose é uma micose subcutânea negligenciada, geralmente adquirida por inoculação traumática de material contaminado, podendo também ser transmitida por arranhões ou mordidas de gatos infectados. Nas últimas décadas, a transmissão zoonótica do Sporothrix brasiliensis tornou-se a principal forma de infecção no Brasil e está associada a apresentações incomuns da doença. Embora a maioria dos casos de esporotricose afete a pele e o tecido subcutâneo, formas disseminadas e extracutâneas são descritas em imunodeprimidos. Raros casos foram descritos em receptores de transplante de órgãos sólidos, a maioria de rim. O presente trabalho relata um caso de esporotricose em um receptor de transplante de fígado. Paciente, sexo feminino, 57 anos com antecedente de transplante de fígado em 2017 por cirrose alcoólica, em uso de everolimo (nível sérico 5,2 ng/mL) e e tacrolimo (nível sérico 3,2 ng/mL), busca serviço por queixa de lesões eritematosas dolorosas difusas com evolução de duas semanas. Paciente morava em uma fazenda no interior de São Paulo com sua família e animais de estimação, incluindo gatos saudáveis, quando evoluiu com placas eritematosas infiltradas, com centro descamativo, em locais não contíguos, especialmente em membros inferiores e dorso. Em investigação, foi realizada biópsia de pele que identificou infiltrado histiocitário difuso com leveduras na coloração Grocott, com posterior crescimento em cultura de Sporothrix brasiliensis, identificado por PCR. Foi iniciado itraconazol oral, porém paciente apresentou resposta insatisfatória após um mês de tratamento, com disseminação das lesões para face. Foi internada para receber anfotericina B lipossomal 3 mg/kg/dia e após 4 semanas foi de alta com isavuconazol oral. Poucos dias após, paciente necessitou de reinternação, tendo sido mantida com anfotericina B lipossomal pela indisponibilidade de isavuconazol para internados. Paciente apresentou recorrência das lesões, optada pela associação de terbinafina, com evolução satisfatória após. Na alta, a paciente permaneceu com terapia combinada de isavuconazol e terbinafina, com melhora clínica e sem toxicidade nos 6 meses posteriores. No contexto de pacientes imunodeprimidos, a esporotricose é uma condição rara associada a formas mais graves de apresentação e desafios diagnósticos e terapêuticos. Relatamos o caso de uma esporotricose cutânea disseminada em receptor de transplante hepático tardio, com resposta insatisfatória à monoterapia com itraconazol

    Significance of Aspergillus spp. isolation in defining cases of COVID-19 Associated Pulmonary Aspergillosis – CAPA

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    COVID-19-Associated Pulmonary Aspergillosis (CAPA) is a relatively common complication in patients with severe forms of the disease caused by the SARS-CoV-2 virus. Diagnosing and confirming CAPA is challenging. In this study, Aspergillus spp. isolation in respiratory specimens from patients with COVID-19 was evaluated for identifying cases of CAPA. In 2020‒2021, 17 Aspergillus spp. were isolated from 15 COVID-19 patients admitted to a university hospital in Brazil. Patient records were retrospectively reviewed to obtain clinical-epidemiological data and other markers of Aspergillus spp. infection and then compared with the ECMM/ISHAM criteria for defining CAPA. Probable CAPA was defined in 5/10 patients, who had Aspergillus spp. isolated from Bronchoalveolar Lavage (BAL) or a positive galactomannan blood test. Additionally, anti-Aspergillus antibodies were detected in two of these patients, during active or follow-up phases of CAPA. In another seven patients with Aspergillus spp. isolated from tracheobronchial aspirate or sputum, CAPA was presumed, mainly due to deterioration of clinical conditions and new lung imaging suggestive of fungal infection. Antifungal agents to control CAPA, particularly voriconazole, were used in 9/15 cases. In cases of probable CAPA and remaining patients, clinical conditions and comorbidities were similar, with lethality being high, at 60% and 71%, respectively. The number of CAPA cases defined by scientific criteria was lower than that assumed in the clinical context. This was largely due to the lack of BAL collection for fungal culture and the non-intensive use of other markers of invasive aspergillosis. The isolation of Aspergillus spp. in different respiratory specimens should alert clinicians to the diagnosis of CAPA
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