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A produção de conhecimento sobre juventude(s), vulnerabilidades e violências: uma análise da pós-graduação brasileira nas áreas de Psicologia e Saúde (1998-2008)
Estudiosos de diferentes campos do saber têm alertado para aspectos recorrentes e problemáticos da produção de conhecimento em relação ao jovem e suas condições sociais. As pesquisas apontam que, ao tratar do tema, estes estudos o fazem quase sempre a partir dos "problemas" que a juventude apresenta, desconsiderando a compreensão dos modos de vida e das experiências cotidianas que a atravessam. O objetivo deste artigo é refletir sobre como as pesquisas acadêmicas brasileiras têm pensado o jovem na atualidade, num diálogo com outros estados da arte já realizados acerca deste tema. Optamos por levantar teses de doutorado e dissertações de mestrado em duas áreas de conhecimento - Psicologia e Saúde - no período de 1998 a 2008. Apresentamos, inicialmente, as razões de tal escolha e os procedimentos adotados para este levantamento; em seguida, expomos algumas características do contexto de produção dos textos analisados e de suas tematizações mais gerais, prosseguindo com a discussão mais específica daqueles que focalizam as violências e vulnerabilidades. Este levantamento revelou alguns dos embates e/ou forças políticas que se conectam e se materializam na produção de um sujeito jovem no contemporâneo, ora fixando-o em uma categoria conceitual, ora objetivando-o a partir dos territórios de vulnerabilizações e violências que os envolvem. Assumir outros modos de pensar as juventudes, acompanhando suas derivações, seus processos de desterritorialização/territorizalização contribui para identificarmos diferentes lógicas, produzir novos conhecimentos, refletir sobre distintas estratégias de ação que dialoguem com as experiências e singularidades deste jovem
Competências no trabalho: uma análise da produção científica brasileira Competencies at work: an analysis of Brazilian scientific papers
Este estudo objetivou revisar criticamente a produção científica nacional sobre competências no trabalho. Foram analisados relatos de pesquisas empíricas sobre o tema, publicados no período de 1996 a 2004 em importantes periódicos brasileiros das áreas de Psicologia e Administração. Buscando caracterizar essas investigações, foram discutidos os enfoques teóricos utilizados pelos autores, os propósitos e as opções metodológicas de suas pesquisas, os instrumentos de coleta de dados e os procedimentos de análise utilizados, entre outros aspectos. Foram discutidos também lacunas e limitações das pesquisas, procurando-se revelar carências e questões relevantes para estudo, bem como apresentar recomendações sobre estratégias de investigação. Constatou-se a predominância de estudos que buscam identificar competências relevantes a determinados papéis ocupacionais, bem como daqueles que examinam a contribuição de processos de aprendizagem para o desenvolvimento de competências. Diante da carência de investigações empíricas sobre o tema, ao final é sugerida uma agenda para pesquisas futuras.<br>This paper aimed to review the Brazilian scientific studies on competencies at work that were published between 1996 and 2004 in important Brazilian journals from the areas of Psychology and Business Administration. Empirical studies on the subject were identified and systematically analyzed, characterizing these inquiries, the theoretical approaches adopted by the authors, their intentions and methodological options used, the instruments of data collection and the procedures of analysis, among other aspects. Problems and limitations of the inquiries were discussed, aiming to disclose gaps and relevant questions for study, as well as presenting recommendations on research strategies. It has been evidenced the predominance of studies that attempted to identify relevant competencies to some occupational positions, as well as those that examined the contribution of learning processes for the development of competencies. Considering the lack of empirical inquiries on this subject, an agenda for future research is suggested in the end
Resiliência: análise das publicações no período de 2000 a 2006
A resiliência é um fenômeno importante do desenvolvimento humano; no entanto, seu conceito encontra-se em fase de discussão, pois esse campo de pesquisa é recente na área das ciências humanas. O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico de pesquisas relacionadas à resiliência no período de 2000 a 2006. O método adotado compreendeu a análise documental, através do levantamento de pesquisas em bases de dados, com a utilização de palavras-chave. A análise dos dados consistiu na elaboração de categorias de análise tomando como base os resultados encontrados em pesquisas sobre resiliência. Os dados apontaram que há ênfase nas pesquisas básicas, prevalência de população de adultos nos estudos analisados e utilização da entrevista como principal instrumento. Os resultados também indicam que o conceito de resiliência está em construção; além disso, a resiliência tem relação direta com os fatores de risco e de proteção e, por último, que é necessário o desenvolvimento de programas de prevenção e intervenção
A construção do conceito de resiliência em psicologia: discutindo as origens
Este artigo apresenta um estudo teórico sobre resiliência que investiga, na literatura nacional e internacional, a forma como pesquisadores concebem o conceito e suas origens. Reconstituímos a história do conceito, estudamos a resiliência no campo da resistência dos materiais e da etimologia e questionamos a noção de que o termo/conceito "resiliência" teria sido tomado da física. Concluímos que as concepções de resiliência adotadas pelos pesquisadores - se ela é entendida como resistência ao estresse ou se é relacionada a processos de recuperação e superação - relacionam-se com o entendimento de que eles têm a respeito das origens da mesma
Risco e proteção: em busca de um equilíbrio promotor de resiliência
O artigo analisa a relação da resiliência com eventos de vida desfavoráveis e fatores de proteção. A amostra do estudo foi de 997 adolescentes escolares da rede pública de ensino de São Gonçalo/RJ. Como medida de resiliência utilizou-se a Escala de Resiliência desenvolvida por Wagnild e Young (1993). Para medir eventos de vida foram utilizadas escalas de violência física (Straus, 1979) e psicológica (Pitzner & Drummond, 1997), itens de violência na escola e na localidade, violência entre irmãos e entre pais, e violência sexual entre outros. Como fatores de proteção utilizou-se: Escala de Apoio Social de Shebourne e Stewart (conforme citado por Chor, Grip, Lopes & Farstein, 2001), Escala de Auto-Estima (Rosemberg, 1989), itens abordando supervisão familiar, relacionamento com amigos e professores. Os eventos de vida negativos não apresentaram relação com a resiliência, enquanto os fatores de proteção mostraram-se todos correlacionados com o constructo