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    Uma genealogia das empresas militares e de segurança privada: a trajetória da empresa DynCorp frente à formação do “mercado da força” nos Estados Unidos

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    Private military and security companies (PMSC) are an emerging actor in debates about contemporary conflicts, mainly because of their large participation alongside US troops in the Afghanistan and Iraq Wars. The literature on the subject in general reacted to the emergence and growth of the so-called “market for force”, identifying what would be a moment of genesis of these companies, the end of the Cold War or the post-9/11 period. Despite this, throughout the twentieth century it is possible to identify in the United States a set of transformations in military procedures, in technologies, in the norms that regulated outsourcing and in the private actors’ behavior that shaped the current state of the market for private military services and that made the explosion of this phenomenon possible since the 1990s. The option for a genealogy, produced through the reconstitution of the development of DynCorp, from its origins in the post-World War II until its participation in the Iraq War, seeks to indicate that the current PMSC market emerges from long-term adaptations of companies and their main client, the US government. The association between the PMSC and other actors and economic sectors indicates an economic dimension of contemporary conflicts related not only to their ends, but also to the means at hand.As empresas militares e de segurança privada (EMSP) são um tipo de ator emergente nos debates a respeito dos conflitos contemporâneos, principalmente por conta de sua grande participação ao lado das tropas dos EUA nas Guerras do Afeganistão e do Iraque. A literatura sobre o tema em geral reagiu ao surgimento e crescimento do chamado “mercado da força”, identificando o que seria um momento de gênese dessas companhias, o final da Guerra Fria ou o pós 11 de setembro. Apesar disso, ao longo do século XX, é possível identificar nos Estados Unidos um conjunto de transformações nos procedimentos militares, nas tecnologias, nas normas que regularam a terceirização e na atuação dos atores privados que conformaram o atual estado do mercado para serviços militares privados e que tornaram possível a explosão desse fenômeno a partir dos anos 1990. A opção por uma genealogia, produzida através da reconstituição do desenvolvimento da empresa DynCorp, desde suas origens no pós-Segunda Guerra Mundial até a sua participação na Guerra do Iraque, busca indicar que o atual mercado para EMSP emerge a partir de adaptações de longo prazo das empresas, e de seu principal cliente, o governo dos EUA. A associação entre as EMSP e outros atores e setores econômicos indica uma dimensão econômica dos conflitos contemporâneos relacionada não apenas aos seus fins, mas também aos meios disponíveis

    O ENVOLVIMENTO DE ATORES PRIVADOS E OS PROJETOS PARA REFORMA NO SETOR DE SEGURANÇA NO KOSOVO SOB OCUPAÇÃO

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    Duas décadas após a campanha da OTAN no Kosovo, estudiosos de Relações Internacionais produziram uma série de análises sobre a presença internacional na região, especialmente com relação ao setor de segurança. A abordagem de pesquisa da maioria dos  estudiosos da política no Kosovo tende a refletir as prioridades institucionais das agências internacionais envolvidas em esforços de reconstrução pós-conflito. No entanto, entre 1999 e 2008 um movimento em direção à privatização no Kosovo liderado pelas forças internacionais permaneceu amplamente negligenciado pela maior parte dos estudos. Este artigo discute as reformas operadas no setor da segurança no Kosovo junto ao crescimento de atores privados durante a Missão de Administração Interina das Nações Unidas no Kosovo (UNMIK) e seus aliados. A mudança na lente analítica para o estudo da intervenção evidencia a relação próxima entre a reforma no setor de segurança e os processos de privatização em curso

    Uma nova forma de se fazer a guerra? Atuação das Empresas Militares de Segurança Privada contra o terrorismo no Iraque

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    Os contratos de agências privadas com a Central de Inteligência Americana (CIA) e suas atividades de combate ao terrorismo, após os atentados de 11 de Setembro, foram um dos principais responsáveis pela expansão do mercado de segurança privada no Iraque. Este artigo pretende relacionar o papel crescente dos atores privados na estratégia de contraterrorismo da coalização liderada pelos EUA no contexto da ocupação do Iraque. Entendemos que falta de controle das atividades das empresas privadas de segurança tornam-se funcionais para as democracias liberais quando se envolvem nesse tipo de ação armada. Ou seja, um dos fatores responsáveis pela ascensão das Empresas Militares de Segurança Privada (PMSCs, na sigla em inglês) se relaciona à resposta a um ambiente em mudança operacional no terreno onde ocorrem as “novas guerras”.O fato de o inimigo mais fraco poder ter influência sobre a coesão nacional das grandes potências, impondo custos políticos e econômicos significativos a seus adversários, faz com que a guerra seja travada além das operações militares no campo de batalha. Nossa hipótese é que os EUA, e a coalização militar que liderou a invasão do Iraque, procuraram gerenciar os riscos políticos (legitimidade) e os riscos de vida (para os combatentes e civis), considerados além daquilo que a opinião pública está disposta a aceitar. A estratégia revela-se num processo de transferência de risco para novas organizações civis de prestação de serviços, menos visíveis, de forma a tornar extremamente difícil imputar responsabilidades

    O padrão de atuação das empresas de segurança privada: o caso de Angola

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    Nos dias de hoje, um dos fenômenos que chama atenção e suscita o debate no âmbito da disciplina de relações internacionais é a ascensão das chamadas empresas de segurança privada. A atual dissertação se dedica ao estudo da inserção de tais empresas no contexto angolano durante os anos 1990. Essa inserção é marcada por dois momentos, um primeiro, paradigmático para a literatura sobre o tema, trata da ação particular da empresa Executive Outcomes. Num segundo momento, abordamos o desenvolvimento de um mercado local para a segurança privada, construído por uma série de dispositivos que fazem do panorama angolano um modelo único e ainda pouco estudado. Angola foi um campo de teste para a atuação das empresas de segurança privada, mas acabou se transformando num caso excepcional, com uma série de empresas locais provendo a segurança para o país durante o conflito interno, e tornando-se fundamentais para o desenho de poder em Angola. Essa situação é derivada de uma série de especificidades da história angolana, notadamente a permanente violência, e a perpetuação da fragilidade do Estado. Desenvolvemos a discussão sobre o papel das empresas de segurança privada como novos atores no sistema internacional, e observamos o alcance das descobertas sobre tais empresas quando confrontadas com o caso de AngolaNowadays, one of the phenomena that draws attention and raises the debate within the discipline of international relations is the rise of the so-called private security companies. The present dissertation studies the inclusion of such companies in the Angolan context during the 1990s. This inclusion is marked by two moments, the first one paradigmatic for the literature on the subject, the particular action of the company Executive Outcomes. Secondly, we discuss the development of a local market for private security, built by a series of devices that make the Angolan landscape a unique and poorly studied model. Angola was a testing ground for the actions of the private security companies, but turned out to be an exceptional case with a number of local companies providing security for the country during its own internal conflict, and making them fundamental for the design of Power in Angola. This situation is derived from a number of specific features of the Angolan history, especially the continued violence and the perpetuation of state fragility. We further explore the discussion on the role of private security companies as new actors in the international system, and observe the range of findings about these companies when confronted with the case of AngolaCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP

    Fragile Cities: a Critical Perspective on the Repertoire for New Urban Humanitarian Interventions

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    Abstract At the end of the 1990s, researchers involved in the debate on the new wars introduced discussion about the urban dimension of contemporary conflicts into the International Relations discipline. The innovative debate about urban fragility is one of the many lines of inquiry that emerge within the framework of the relationship between cities and contemporary conflicts. This paper seeks to demonstrate that the concept of ‘fragile city’ offers a new and relevant analytical framework for understanding contemporary urban violence and inequality. Moreover, this same concept could also be instrumental in making fragile cities the new locus of international humanitarianism. The notion of fragile city emerges to describe new emergency situations more closely linked to urban contexts than to national dynamics, as previously described in the literature on fragile states. The concept of fragile city is a groundbreaking tool for understanding the human consequences of inequality in urban settings, but might also be used as a rhetorical vehicle for the reproduction of old dynamics and the inauguration of new intervention practices in urban areas that were previously inaccessible to humanitarian action, especially cities in Latin America

    O ENVOLVIMENTO DE ATORES PRIVADOS E OS PROJETOS PARA REFORMA NO SETOR DE SEGURANÇA NO KOSOVO SOB OCUPAÇÃO

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    Two decades after the NATO campaign in Kosovo, International Relations scholars have produced a series of analyses concerning the international presence in the region, especially in regard to the security sector. Most of the scholars investigating the intervention in Kosovo focus on the institutional priorities of international agencies involved in post-conflict reconstruction efforts. However, a movement towards privatization in Kosovo led by international forces under way between 1999 and 2008 has been largely neglected by most studies. This paper discusses the security sector reform projects in Kosovo alongside the growth of private actors during the United Nations Interim Administration Mission in Kosovo (UNMIK) and its allies.Duas décadas após a campanha da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Kosovo, estudiosos de Relações Internacionais produziram uma série de análises sobre a presença internacional na região, especialmente com relação ao setor de segurança. A abordagem de pesquisa da maioria dos estudiosos da política no Kosovo tende a refletir as prioridades institucionais das agências internacionais envolvidas em esforços de reconstrução pós-conflito. No entanto, entre 1999 e 2008, um movimento em direção à privatização no Kosovo liderado pelas forças internacionais permaneceu amplamente negligenciado pela maior parte dos estudos. Este artigo discute as reformas operadas no setor da segurança no Kosovo junto ao crescimento de atores privados durante a Missão de Administração Interina das Nações Unidas no Kosovo (UNMIK) e seus aliados
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