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Entre o cérebro e a clínica ampliada: psiquiatria biológica e reforma psiquiátrica no Brasil
Este artigo discute duas mudanças ocorridas na atenção psiquiátrica do Brasil nos últimos vinte anos: a adoção do modelo científico neurobiológico da psiquiatria dos EUA pela psiquiatria brasileira, enquanto especialidade médica; e a consolidação do movimento da Reforma Psiquiátrica, pela aprovação da lei 10216, de abril de 2001, que levou à implantação de um modelo de desinstitucionalização na rede de Saúde Mental e a adoção de práticas renovadas de assistência, a chamada clínica da atenção psicossocial. O trabalho critica as distorções oriundas do reducionismo fisicalista gerado pela psiquiatria biomédica contemporânea. Também analisa a assistência oferecida pelos dispositivos da Reforma Psiquiátrica, destacando a necessidade de uma abordagem multiparadigmática dos transtornos mentais graves. Dessa forma, é possível levar em conta aspectos biológicos, corporais, subjetivos, simbólicos e sociais do adoecimento mental, numa interação complexa e complementar, que permita a prática renovada da atenção em Saúde Mental
As origens do alienismo no Brasil: dois artigos pioneiros sobre o Hospício de Pedro II
O artigo discute dois trabalhos que, de forma pioneira, descreveram o funcionamento do Hospício de Pedro II, primeira instituição psiquiátrica do Brasil: L'hospice Pedro II et les Alienés au Brésil, de Phillipe-Marius Rey (1875); e Visite a L'sile de Pedro II a Rio de Janeiro, de François Jouin (1880). O contexto histórico de criação do hospício e seu funcionamento inicial são analisados. Sua construção é correlacionada à afirmação política do Segundo Reinado. Aspectos referentes à organização do alienismo no país e às características raciais da sociedade brasileira são abordados