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Impacts of flexible conditions on factory work experience: a study case in a metallurgy of ABC's region of São Paulo State
Este artigo visa discutir os impactos das atuais formas de organização do trabalho fabril sobre a experiência psicossocial do trabalho e sobre a saúde dos trabalhadores. Apoiaremos essa discussão em um estudo de caso realizado numa metalúrgica da região do ABC paulista. A metodologia utilizada foi a de uma pesquisa de campo em regime de observação participante. Por meio da redação de um diário de campo, registramos episódios e observações que pareciam melhor descrever as experiências do trabalho. Buscamos comparar os dados obtidos na pesquisa de campo com a bibliografia relacionada à descrição das atuais transformações da gestão do trabalho fabril. Essa discussão abriga uma polêmica: as novas formas de gestão do trabalho fabril permitem uma maior participação do trabalhador na realização do trabalho ou ainda existem formas rígidas de controle apoiadas na separação entre concepção e execução do trabalho? Os dados empíricos permitem constatar que a organização do trabalho ainda se apoia sobre um sistema técnico que alia a separação entre concepção e execução a um sistema de vigilância e controle das atividades dos trabalhadores. Além desses fatores, aliam-se ao sofrimento no trabalho as novas formas de precarização e de flexibilização do regime de contratação de mão-de-obra.The focus of this article is to discuss the impact of nowadays' transformations of the factory work context on the work experience and on the suffering caused by its organization. We are going to present a study case ran in a metallurgy of ABC's region of São Paulo State. The methodology used was field research in participant observation regime. Through the use of field diary writings, episodes and observations that seemed to better describe the experience of work were collected. We aimed to compare the collected data in the research field with the literature related to the description of nowadays transformations in the factory work management. This discussion puts an end to a polemic: Do the new forms of factory work management allow a bigger participation of the worker in the work itself or there are still rigid forms of control and separation between conception and execution of the work? The empirical data leads us to conclude that the work organization still relies on a technical system that adds separation between conception and execution to a vigilant and controlling system of the factory activities. Besides theses factors, the new forms of precarization and flexibilization of the labor contract regime are added to the suffering in work
OS SENTIDOS DO TRABALHO CAMPONÊS NA PRODUÇÃO DE TABACO: SUBMISSÃO NOS MARCOS DA AGRICULTURA CAPITALISTA
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre os sentidos atribuídos ao trabalho por camponeses produtores de tabaco. Partimos dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural, centrando-nos nas contribuições de Lev Vygotski. As estratégias metodológicas adotadas na investigação da temática foram a realização de observações participantes e de entrevistas semiestruturadas com três famílias produtoras de tabaco no Estado do Paraná. Na discussão apresentada buscamos ressaltar a maneira pela qual, nos marcos do modo de produção capitalista, o trabalho na fumicultura aparece fortemente marcado pelas relações estabelecidas entre a indústria e a agricultura, estando o trabalho e os trabalhadores subjugados ao capital. O trabalho, atividade vital do ser social, constitui-se como mero meio de sobrevivência e seu sentido fica restrito à renda que ele gera com a venda da mercadoria produzida. Como resultado, temos que os sentidos atribuídos ao trabalho se tornam alienados e alienantes. Apontamos que a superação dessa condição em direção à constituição do trabalho como atividade verdadeiramente emancipadora, está diretamente ligada à superação do próprio modo de produção capitalista.Palavras-chave: sentido; trabalho; campesinato; tabaco; psicologia histórico-cultural
LOS SENTIDOS DEL TRABAJO CAMPESINO EN LA PRODUCCIÓN DE TABACO: SUMISIÓN EN LOS MARCOS DE LA AGRICULTURA CAPITALISTARESUMEN: Este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre los sentidos atribuidos al trabajo por campesinos productores de tabaco. Partimos de los presupuestos de la Psicología Histórico-Cultural, centrándonos en las contribuciones de Lev Vygotski. Las estrategias metodológicas adoptadas en la investigación de la temática fueron la realización de observaciones participantes y de entrevistas semiestructuradas con tres familias productoras de tabaco en el Estado de Paraná. En la discusión presentada buscamos resaltar la manera en que, en los marcos del modo de producción capitalista, el trabajo en el cultivo el tabaco aparece fuertemente marcado por las relaciones establecidas entre la industria y la agricultura, estando el trabajo y los trabajadores subyugados al capital. Como resultado tenemos que los sentidos atribuidos al trabajo se quedan alienados y alienantes. El trabajo, actividad vital del ser social, se constituye como mero medio de supervivencia y su sentido queda restringido a la renta que él genera con la venta de la mercancía producida. Señalamos que la superación de esa condición hacia la constitución del trabajo como actividad verdaderamente emancipadora, está directamente ligada a la superación del propio modo de producción capitalista.Palabras clave: sentido; trabajo; campesinado; tabaco; psicología histórico-cultural-THE SENSES OF PEASANT LABOR IN TOBACCO PRODUCTION: SUBMISSION IN THE LANDMARKS OF CAPITALIST AGRICULTUREABSTRACT : This article aims to reflect about the senses attributed to work by peasants who produce tobacco. We start from the assumptions of Historical-Cultural Psychology, focusing on the contributions of Lev Vygotsky. The methodological strategies adopted in the investigation of the subject were the realization of participant observations and semistructured interviews with three tobacco producing families in the State of Paraná. In the discussion we emphasize the way in which the work in tobacco production is strongly marked by the relations established between industry and agriculture, being labor and workers subjugated to capital, in the landmarks of the capitalist mode of production. As a result we have the senses attributed to work become alienated and alienating. Work, the vital activity of the social being, constitutes a mere way of survival and its senses is restricted to the income it generates by the sale of the commodity produced. We point out that overcoming this condition towards the constitution of labor as a truly emancipatory activity is directly linked to the overcoming of the capitalist mode of production. Keywords: sense; work; peasantry; tobacco; historical-cultural psycholog
Comunidade e Resistência à Humilhação Social: Desafios para a Psicologia Social Comunitária
Este artigo apresentará uma reflexão sobre as características e os desafios presentes no campo da psicologia social comunitária contemporânea. Partindo de uma análise sobre o contexto histórico de surgimento e desenvolvimento da disciplina no Brasil e tomando como referência as pesquisas referentes à humilhação social, discutiremos 3 sentidos do conceito de comunidade que podem orientar as atuais experiências de pesquisa e intervenção: como horizonte ético de convivência, como espaço coletivo de elaboração do sofrimento da humilhação social e como orientação utópica de crítica e transformação social. Concluímos argumentando que esses 3 sentidos de comunidade ajudam a embasar as atuações de psicólogos comunitários junto aos movimentos sociais, em práticas de educação popular e nas políticaspúblicas de saúde, cultura e assistência social