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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: QUESTÕES ESCOLARES E SOCIAIS
Este artigo apresenta discussões acerca da variação linguística e do preconceito linguístico presentes tanto socialmente quanto em instituições educacionais. Tem como objetivo analisar os conhecimentos dos educadores dos anos iniciais do ensino fundamental em relação à variação linguística, além de investigar a ligação existente entre língua e sociedade. Ressalta, portanto, a importância do papel do professor de linguagem que transcende o âmbito escolar, já que suas práticas escolares devem abarcar vários aspectos sociais como nível socioeconômico, grau de escolaridade, a idade, sexo e regionalidade, e não apenas o conteúdo da disciplina. Como metodologia, usamos a pesquisa explanatória de cunho bibliográfico e a pesquisa de campo de perspectiva qualitativa de viés interpretativista, com a realização de entrevista com quatro professoras dos anos iniciais do ensino fundamental, que atuam em instituições públicas e privadas. Assim, apoiamo-nos em autores como Faraco (2017), Soares (2000), Bagno (1999, 2007), Bortoni-Ricardo (2004, 2006) e Marinho e Costa Val (2006). Os resultados das análises evidenciam que a variação linguística é um fator importante a ser pesquisado e discutido entre os agentes sociais e institucionais, já que é um tema que ainda é desconhecido por muitos deles. Além disso, é de extrema importância que professores, gestores e alunos estejam a par da existência da diversidade linguística como um fato em qualquer comunidade e que o preconceito linguístico não deve existir na escola e nem fora dela.
Letramentos acadêmicos: as “dimensões escondidas” em práticas de leitura
O objetivo desta pesquisa é investigar sobre as estratégias de leitura frente a possíveis dificuldades encontradas por estudantes de dois cursos de licenciatura. Os pressupostos teóricos foram baseados na perspectiva interacionista (KLEIMAN, 2007; MATEOS; SOLÉ, 2009) acerca dos processos de leitura, assim como nos estudos dos letramentos acadêmicos (STREET, 2010). A metodologia adotada se refere à abordagem qualitativa-interpretativista, em que foi considerado um conjunto de respostas advindas de uma atividade proposta aos alunos de graduação. Os resultados apontam para a presença de dificuldades dos discentes associadas à falta de delimitação dos objetivos nas práticas de leitura. Tais levantamentos, somados à falta de familiaridade dos estudantes com os gêneros acadêmicos, constituem as “dimensões escondidas” presentes nas práticas de formação leitora dos cursos analisados
Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil: setting the baseline knowledge on the animal diversity in Brazil
The limited temporal completeness and taxonomic accuracy of species lists, made available in a traditional manner in scientific publications, has always represented a problem. These lists are invariably limited to a few taxonomic groups and do not represent up-to-date knowledge of all species and classifications. In this context, the Brazilian megadiverse fauna is no exception, and the Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil (CTFB) (http://fauna.jbrj.gov.br/), made public in 2015, represents a database on biodiversity anchored on a list of valid and expertly recognized scientific names of animals in Brazil. The CTFB is updated in near real time by a team of more than 800 specialists. By January 1, 2024, the CTFB compiled 133,691 nominal species, with 125,138 that were considered valid. Most of the valid species were arthropods (82.3%, with more than 102,000 species) and chordates (7.69%, with over 11,000 species). These taxa were followed by a cluster composed of Mollusca (3,567 species), Platyhelminthes (2,292 species), Annelida (1,833 species), and Nematoda (1,447 species). All remaining groups had less than 1,000 species reported in Brazil, with Cnidaria (831 species), Porifera (628 species), Rotifera (606 species), and Bryozoa (520 species) representing those with more than 500 species. Analysis of the CTFB database can facilitate and direct efforts towards the discovery of new species in Brazil, but it is also fundamental in providing the best available list of valid nominal species to users, including those in science, health, conservation efforts, and any initiative involving animals. The importance of the CTFB is evidenced by the elevated number of citations in the scientific literature in diverse areas of biology, law, anthropology, education, forensic science, and veterinary science, among others
COVID-19 symptoms at hospital admission vary with age and sex: results from the ISARIC prospective multinational observational study
Background:
The ISARIC prospective multinational observational study is the largest cohort of hospitalized patients with COVID-19. We present relationships of age, sex, and nationality to presenting symptoms.
Methods:
International, prospective observational study of 60 109 hospitalized symptomatic patients with laboratory-confirmed COVID-19 recruited from 43 countries between 30 January and 3 August 2020. Logistic regression was performed to evaluate relationships of age and sex to published COVID-19 case definitions and the most commonly reported symptoms.
Results:
‘Typical’ symptoms of fever (69%), cough (68%) and shortness of breath (66%) were the most commonly reported. 92% of patients experienced at least one of these. Prevalence of typical symptoms was greatest in 30- to 60-year-olds (respectively 80, 79, 69%; at least one 95%). They were reported less frequently in children (≤ 18 years: 69, 48, 23; 85%), older adults (≥ 70 years: 61, 62, 65; 90%), and women (66, 66, 64; 90%; vs. men 71, 70, 67; 93%, each P < 0.001). The most common atypical presentations under 60 years of age were nausea and vomiting and abdominal pain, and over 60 years was confusion. Regression models showed significant differences in symptoms with sex, age and country.
Interpretation:
This international collaboration has allowed us to report reliable symptom data from the largest cohort of patients admitted to hospital with COVID-19. Adults over 60 and children admitted to hospital with COVID-19 are less likely to present with typical symptoms. Nausea and vomiting are common atypical presentations under 30 years. Confusion is a frequent atypical presentation of COVID-19 in adults over 60 years. Women are less likely to experience typical symptoms than men
FORMAÇÃO DE PROFESSORES E FORMAÇÃO DA PROFESSORA: PERCURSOS DE PESQUISA E DE VIDA
O objetivo deste artigo é apresentar, a partir de uma perspectiva dos Novos Estudos dos Letramentos, como a trajetória pessoal, acadêmica e profissional se entrelaçam e contribuem para as minhas atividades com formação de professores. Para cumprir esse objetivo, este texto foi organizado da seguinte forma: descrevo o percurso acadêmico mencionando às pesquisas feitas na graduação, no mestrado e no doutorado. Em seguida, relaciono meu trabalho como professora às pesquisas desenvolvidas. Discuto alguns conceitos dos Novos Estudos de Letramentos e apresento alguns dados da minha tese. Finalizo argumentando que meu caminho acadêmico-profissional contribuiu para a construção da minha identidade como professora.
Palavras-chave: Letramentos; Pesquisa; Identidade; Formação de professores
Práticas de letramentos acadêmicos na escrita da monografia: relações de poder na academia
With the rise in the number of vacancies in Brazilian universities, discussions about students‟ reading and writing skills in higher education seem to gain visibility. It is common to perceive teachers complain about students who do not know how to read and write. Unfortunately, it almost has become common sense the idea that students‟ approval in exams would suffice as far as the development of their skills is concerned, as if reading and writing were learned in just one step of schooling. We believe that different language capabilities (BRONCKART, 1999) should be developed through genres, not just in schooling period, but also when the learner is in higher education facing the challenge of using certain genres accordingly, which is imperative for his academic life. Such genres are actually unfamiliar or have never been studied. From this perspective, our main goal is to investigate the nature of writing difficulties experienced by students who go to a private university, upon producing a monograph as an end-of-course Pedagogy paper. For this, we conducted qualitative, interpretive, and ethnographic research (ERICKSON, 2003; ANDRÉ, 2008). As subgoals, we intend to: a) identify hidden dimensions in a monograph‟s writing process; b) investigate how the insertion of voices and point of view is performed in the monograph; c) discuss power relations found in the production of this genre in a given discursive community. Our theoretical basis is supported by the New Literacy Studies (STREET, 2003, 2007, 2010; LILLIS; SCOTT, 2008) and by its Academic Literacies (LEA, 2006; LILLIS, 1999; LEA, STREET, 2014; IVANIC, 1998), which encompasses literacy not as merely a technical and neutral ability, but as a social practice, always involved by socially constructed epistemological principles. We, too, adopted the dialogical perspective of language (BAKHTIN, 2010), upon defending the social dimension of text genres. The Sociodiscursive Interactionism‟s contribution (BRONCKART, 2009), through its didactic vein, concerns the concept of language capacities in the proposal of a definition of the genre monograph (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, CRISTOVÃO; STUTZ, 2011). After data collection (audio recordings), done in classes of a discipline named “End-of-course Paper”, we sought for categories that mapped students‟ difficulties as far as the genre monograph is concerned. Besides that, we analyzed sections of those monograps and interviewed students and professors in order to triangulate data. The results have signaled that the difficulties in the production process are more related to sociodiscursive aspects (e. g. lack of appropriation of elements concerning research, power relations in the academia, identity building through writing) than to, strictly speaking, linguistic and textual matters (e.g. in regards to form and to overall textual organization).Com o crescente aumento do número de vagas nas universidades do país, as discussões sobre a escrita e a leitura dos discentes no ensino superior ganharam certa visibilidade. Não é pouco comum ouvir professores reclamarem que seus alunos não sabem ler e escrever. Infelizmente, tornou-se quase um senso comum a ideia de que bastaria o fato de o aluno ser aprovado em processos seletivos para que as habilidades de leitura e escrita já estivessem suficientemente desenvolvidas, como se ler e escrever fossem atividades aprendidas apenas em uma etapa pontual da escolarização. Acreditamos que as diferentes capacidades de linguagem (BRONCKART, 1999) devem ser desenvolvidas, por meio dos gêneros, não só na etapa escolar do aluno, mas, também, quando esse aprendiz está no ensino superior, diante do desafio de usar adequadamente determinados gêneros que são fundamentais para a sua vida acadêmica, mas que, na verdade, não lhe são familiares ou nunca foram objeto de estudos antes. Nessa perspectiva, o objetivo central deste trabalho, inserido no campo da Linguística Aplicada, é investigar a natureza das dificuldades apresentadas pelos alunos de uma faculdade particular no processo de escrita da monografia como trabalho de conclusão do curso de Pedagogia. Para cumprir esse objetivo, realizamos uma pesquisa qualitativa interpretativista de cunho etnográfico (ERICKSON, 2003; ANDRÉ, 2008). Como objetivos subjacentes, temos: a) identificar as dimensões escondidas no processo de construção da monografia; b) verificar como é feita a inserção de vozes e do ponto de vista na monografia; c) discutir as relações de poder presentes na escrita desse gênero em uma dada comunidade discursiva. O embasamento teórico apoia-se nos pressupostos do grupo de Novos Estudos de Letramento (STREET, 2003, 2007, 2010; LILLIS; SCOTT, 2008) e sua vertente teórica conhecida como Letramentos Acadêmicos (LEA, 2006; LILLIS, 1999; LEA, STREET, 2014; IVANIC, 1998), que compreende o letramento não meramente como uma habilidade técnica e neutra, mas uma prática de cunho social, sempre envolta em princípios epistemológicos socialmente construídos. Também, adotamos a perspectiva dialógica de linguagem de Bakhtin (2010) ao defendermos a relevância da dimensão social do gênero. O Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2009), por meio de seu viés didático, contribui com o conceito de capacidades de linguagem na proposta de construção de uma definição do gênero monografia (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, CRISTOVÃO; STUTZ, 2011). Com a coleta de dados (gravação em áudio), que foi realizada durante as aulas da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, buscamos encontrar categorias que mapeassem as dificuldades dos alunos em relação ao gênero pesquisado. Além disso, analisamos partes de uma das monografias e entrevistamos alunos e professores de modo a triangular melhor os dados. Os resultados sinalizam que as dificuldades no processo de produção estão mais relacionadas aos aspectos sociodiscursivos (por exemplo, falta de apropriação de elementos relativos à pesquisa, relações de poder na Academia, processo de construção de identidade por meio da escrita) do que propriamente linguísticos e textuais (como questões formais e organização do plano global do texto).CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superio
DESENVOLVIMENTO DAS PRÁTICAS DE LEITURA NA ESCOLA:
O ensino de Língua Portuguesa tem apresentado inúmeras dificuldades relacionadas ao desenvolvimento das práticas de leitura no ambiente escolar. Desse modo, este artigo preocupa-se em investigar como os professores do ensino fundamental de primeira fase têm desenvolvido as práticas de leitura com seus alunos. Objetiva-se analisar o espaço bibliotecário da escola onde a pesquisa foi realizada e verificar como ele tem sido utilizado neste contexto. As discussões são ancoradas por teorias de Letramentos e leitura, como os Estudos de Letramento (KLEIMAN, 2001, 2007), e estudos sobre as práticas de leitura e o processo de alfabetização, destacando-se: Solé (1998), Zilberman (1982), Freire (1981) e Soares (2001, 2003). A metodologia de pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso e possui viés qualitativo interpretativista. Como instrumento de coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com duas professoras desta escola, por meio das quais, buscou-se compreender as dificuldades encontradas no ensino de leitura; as metodologias utilizadas; e o papel da biblioteca no desenvolvimento das práticas de leitura. Os resultados indicam que as professoras estão sempre incentivando seus alunos a frequentarem o espaço bibliotecário, entretanto, necessitam de mecanismos didáticos que possibilitem desvincular as metodologias adotadas de seu caráter avaliativo
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