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    FATORES DE DESCARTE EM VACAS LEITEIRAS NA REGIÃO OESTE DE SANTA CATARINA

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    O descarte de vacas leiteiras representa um dos mais importantes manejos na pecuária leiteira e pode ser classificado em voluntário e involuntário. Aquele tem por objetivo eliminar da linha de produção os animais que possuem características indesejáveis para o produtor e este ocorre por motivos de patologias eventuais que fazem com que o animal não traga retorno para a atividade. O objetivo deste trabalho foi identificar os principais fatores envolvidos no descarte de vacas leiteiras na região Oeste de Santa Catarina além da caracterização dessas propriedades em relação ao tamanho do rebanho e ao nível de produção. Para isso, foram investigadas cem propriedades. Observou-se que 58% dos descartes são involuntários e os descartes voluntários representam 42%. Nos descartes voluntários, 90% foram em razão da baixa produção diária de leite enquanto no descarte involuntário alterações da glândula mamária, desordens reprodutivas e doenças podais forma, nessa ordem, as mais relevantes. Sugere-se que essa alta taxa de descarte em decorrência de problemas de glândula mamária pode estar associada à não realização de manejos de prevenção contra mastite, pois poucos produtores realizam pré e pós-dipping e tratamento de vaca seca. Além disso, a baixa produção diária de leite pode estar associada às alterações da glândula mamária.Palavras-chave: Fatores de descarte. Descarte involuntário. Descarte voluntário

    EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DO PROTOCOLO OVSYNCH ASSOCIADO À PROGESTERONA EM CORDEIRAS DA RAÇA TEXEL

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    A sincronização e/ou indução do estro na espécie ovina busca a homogeneização dos lotes de cobertura e consequentemente de parição além da possibilidade de desestacionalização da atividade reprodutiva ou da intensificação do manejo. Assim, esse processo, nos sistemas intensivos de criação ovina, auxilia a manter a produção sazonal de cordeiros. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do Protocolo Ovsynch com e sem o uso de progesterona na sincronização/indução de estro em cordeiras. Foram utilizadas 60 (sessenta) cordeiras da raça Texel com 8 meses de idade. O experimento foi realizado em duas etapas. A primeira, utilizando 30 cordeiras, foi realizada no mês de dezembro (fora da estação de monta para a espécie) e a segunda, também com 30 cordeiras, no mês de janeiro (início da estação de monta para a espécie). Para cada etapa as cordeiras foram separadas aleatoriamente em dois grupos: G1, que recebeu no dia 0 uma aplicação de 25µg do análogo de GnRH, no dia 5 foi aplicado 25µg de prostaglandina na submucosa vulvar e no dia 07 a segunda dose de 25µg do análogo de GnRH. O G2 recebeu o mesmo tratamento do G1, no entanto, no dia 0 os animais receberam um dispositivo intravaginal com progesterona natural (CIDR®), retirado no dia 05 com a aplicação de prostaglandina. Foram utilizados três carneiros testados para a identificação do estro e a realização das coberturas, e a taxa de prenhez foi identificada aos 35 dias após a cobertura mediante exame ultrassonográfico. Durante a estação de monta, o G2 apresentou uma taxa de estro de 87% e de prenhez de 75%, enquanto o G1 apresentou 21% de estro e 14% de prenhez. Já no protocolo instituído fora da estação de monta (dezembro), o G1 não apresentou estro e o G2 26% de estro e 13% de prenhez. Conclui-se que o ProtocoloOvsynch fora da estação de monta em cordeiras não foi eficiente na indução/sincronização de estro em cordeiras independente do uso de progesterona e quando implantado na estação de monta, induz/sincroniza o estro, mas com a necessidade do uso de progesterona.Palavras-chave: Indução/Sincronização. Estro. Ovinos. Estação reprodutiva

    INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA POR VICIA VILLOSA “ERVILHACA” EM BOVINOS QUE PASTOREAVAM EM ÁREA CONSORCIADA DE AZEVÉM E VICIA SP.

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    Vicia spp., conhecida popularmente como “ervilhaca”, são plantas leguminosas de alto valor nutricional, utilizadas na dieta de bovinos. São duas espécies, Vicia sativa e Vicia villosa, sendo esta última, responsável por intoxicações. Descreve-se um caso de doença granulomatosa sistêmica em bovinos que pastoreavam em área de V. villosa. No total, eram 27 animais na propriedade, visto que destes, cinco adoeceram e morreram. A dieta dos animais incluía silagem de milho e concentrado. Os piquetes eram constituídos por Brachiaria sp. e azevém, consorciado com as duas espécies de Vicia, entretanto, predominando V. villosa. Os animais permaneceram no piquete de azevém e ervilhaca por 20 dias e, posteriormente, foram introduzidos em piquete de Brachiaria sp. Passados 15 dias da troca de piquetes, cinco animais diminuíram a produção de leite e apresentaram anorexia e hipertermia, sendo realizado tratamento para tristeza parasitária bovina. A doença progrediu e os animais apresentaram lesões cutâneas com eritema na região do úbere, focinho, face, orelhas e pescoço, com posterior alopecia e ocasionalmente prurido e descamação. Dois bovinos apresentaram tosse, dispneia e secreção nasal mucopurulenta, e em um animal observou-se diarreia com sangue. Dos cinco bovinos que morreram, dois foram necropsiados e apresentaram lesões semelhantes, com áreas alopécicas na pele, hidroperitônio, edema e hemorragia perirenal, parede de pré-estômagos e abomaso edemaciadas, e no abomaso ao corte, ulcerações multifocais na mucosa. Os linfonodos estavam aumentados de tamanho e com múltiplos nódulos amarelados firmes, o pulmão apresentou consolidação multifocal e exsudato purulento na luz de brônquios. Múltiplos nódulos milimétricos amarelos e firmes foram encontrados no coração, rins e bexiga. O fígado apresentava-se firme à palpação, vermelho-escuro, com distensão da vesícula biliar, e repleto de conteúdo grumoso, e o baço com hiperplasia de polpa branca. O material foi processado no Laboratório de Patologia Veterinária da Unoesc de Xanxerê e as lesões histológicas compreendem infiltrado acentuado de macrófagos, linfócitos, plasmócitos e histiócitos, associados a células gigantes em linfonodos, fígado, baço, coração, rins e bexiga. Na pele, necrose de derme superficial e na derme profunda, infiltrado leve multifocal de macrófagos e linfócitos perivascular. No pulmão, foram observados congestão e edema moderado difuso associado a infiltrado inflamatório em brônquios e bronquíolos. Dados epidemiológicos e clínicos associados às lesões macro e microscópicas caracterizam uma doença granulomatosa sistêmica característica de ingestão de V. villosa. As lesões cutâneas e granulomatosas em órgãos ocorrem quando os animais pastoreiam de duas semanas a seis meses em piquetes de V. villosa. As lesões granulomatosas, provavelmente, devem-se a uma reação de hipersensibilidade do tipo IV, na qual constituintes da planta sensibilizariam linfócitos e provocariam as lesões. O quadro clínico-patológico deve ser diferenciado de intoxicação por polpa cítrica e as lesões cutâneas de dermatite solar e fotossensibilização hepatógena, em razão da ingestão de Brachiaria e outras plantas hepatotóxicas.Palavras-chave: Vicia villosa. Ervilhaca. Intoxicação. Lesão granulomatosa. Alopecia

    LEUCOGRAMA E PLAQUETOGRAMA DE OVINOS DESAFIADOS EXPERIMENTALMENTE COM BROTOS DE SAMAMBAIA (PTERIDIUM AQUILINUM)

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    A Samambaia (Pteridium aquilinum) é uma planta tóxica de importância pecuária e ocasiona três formas de intoxicação: duas crônicas, com formação de neoplasias no trato digestivo superior e bexiga, e uma aguda, a diátese hemorrágica. Bovinos com quadros agudos de intoxicação (doses superiores a 10 g/kg/dia) revelam na hematologia leucopenia e trombocitopenia, em razão do dano à medula óssea. Entretanto, a literatura carece de informações sobre o efeito tóxico agudo dessa planta na espécie ovina. Dessa forma, objetivou-se, com este estudo, relatar os parâmetros clínicos e hematológicos encontrados em dois ovinos machos jovens, os quais receberam experimentalmente brotos verdes de samambaia (P. aquilinum) nas doses diárias de 8,5 g/kg e 11,8 g/kg fracionadas em três fornecimentos diários, por 16 dias. Os brotos de samambaia utilizados no experimento foram colhidos no mês de agosto de 2014 e fornecidos frescos após serem triturados e adicionados à silagem. Os animais foram monitorados por quatro semanas após cessar a ingestão por meio de avaliações clínicas e avaliação de perfil hematológico por intermédio de hemograma. O experimento foi conduzido nas dependências do setor de ovinocultura e do laboratório de Patologia clínica da Unoesc Xanxerê, SC. Durante o período experimental, não houve alteração de parâmetros clínicos dos animais em ambas as doses testadas de P. aquilinum. Não foram observadas alterações nos padrões hematológicos durante a ingestão e nem mesmo durante o acompanhamento pós-ingestão. Os parâmetros de contagem de leucócitos e plaquetas normais nos ovinos sugerem que a samambaia não é tóxica para a espécie, nas doses de 8,5 g/kg e 11,8 g/kg, durante 16 dias de ingestão de brotos da planta colhidos no final do inverno e início da primavera. Surge, então, a necessidade de avaliar o efeito da samambaia em doses e períodos de ingestão maiores, como, ainda, fornecer brotos da planta em outras épocas do ano.Palavras-chave: Samambaia. Ovinos. Leucócitos. Plaquetas

    INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA AGUDA APÓS INGESTÃO DE BROTOS DE PTERIDIUM AQUILINUM “SAMAMBAIA” EM BOVINO NO MUNICÍPIO DE XANXERÊ, SC

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    Pteridium aquilinum (samambaia) é uma das plantas tóxicas de maior importância no Brasil e causa de intoxicações frequentes na clínica médica de bovinos. Relata-se um caso de intoxicação espontânea na forma aguda por ingestão de brotos de P. aquilinum em bovino, fêmea, 18 meses de idade, raça holandesa, no mês de abril de 2014 no Município de Xanxerê, SC. O animal encontrava-se em piquete de Hermarthria altissima e apresentou apatia, anorexia, seguida de episódios de diarreia aquosa escura, e nas 24 horas seguintes apresentou hipertermia. O quadro progrediu rapidamente, e em 48 horas, o animal posicionou-se em decúbito, morrendo 96 horas após o início da sintomatologia clínica, totalizando um curso clínico de cinco dias. O animal foi medicado com antitóxico e enrofloxacina, mas sem melhora clínica. Na necropsia, observou-se conteúdo ruminal seco, petéquias no omento, fígado com múltiplas áreas arredondadas amareladas e material gelatinoso de coloração amarelada (edema) adjacente ao órgão. Foram observadas hemorragias na cápsula esplênica e áreas vermelho-escuras no intestino (infartos), ao corte, conteúdo aquoso. Fragmentos de órgãos foram colhidos para exame histopatológico e remetidos ao laboratório de patologia veterinária da Unoesc de Xanxerê. As amostras foram processadas rotineiramente para histopatologia e coradas com Hematoxilina e Eosina. Na histopatologia, observaram-se hemorragias localmente extensas em múltiplos órgãos (rim, cápsula esplênica, endocárdio e epicárdio), e o fígado apresentava áreas de necrose de coagulação juntamente com infiltrado inflamatório misto, restos celulares, bactérias (bacilos) e enfisema multifocal, caracterizando uma hepatite necrótica associada a colônias bacterianas. Após a manifestação dos sinais clínicos e a realização da necropsia, suspeitou-se de intoxicação aguda por P. aquilinun. Baseado nisso, optou-se pela investigação epidemiológica do local onde os bovinos permaneceram nas últimas semanas, e verificou-se a presença da samambaia e sinais de consumo de brotos. Os animais que consomem a planta podem apresentar quadros agudos da doença, como diátese hemorrágica, ou crônicos com neoplasias na bexiga e vias digestivas superiores. Na intoxicação aguda, o animal ingere doses maiores que 10 g/kg por dia, sendo a lesão primária uma grave aplasia de medula óssea, causando trombocitopenia e leucopenia. Como consequência da diminuição de plaquetas e leucócitos, ocorrem hemorragias e multiplicação bacteriana com possível migração embólica, resultando em infarto de órgãos. A ingestão do broto favorece quadros agudos da intoxicação, uma vez que este apresenta elevadas concentrações do princípio tóxico. Superlotação, fome e carência de fibra favorecem a ingestão da planta por bovinos. O histórico da ingestão da planta, sinais clínicos e anátomo-patologia caracterizam um quadro de intoxicação aguda por samambaia, entretanto, para diagnóstico definitivo, recomenda-se a avaliação histológica de medula óssea. Salienta-se ainda que, para diagnóstico diferencial, devem ser consideradas babesiose e anaplasmose, pasteurelose septicêmica, leptospirose, intoxicação por rodenticidas, entre outros.Palavras-chave: Pteridium aquilinum. Samambaia. Diátese hemorrágica. Infarto. Bovino

    FATORES DE DESCARTE EM VACAS LEITEIRAS NA REGIÃO OESTE DE SANTA CATARINA

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    O descarte de vacas leiteiras representa um dos mais importantes manejos na pecuária leiteira e pode ser classificado em voluntário e involuntário. Aquele tem por objetivo eliminar da linha de produção os animais que possuem características indesejáveis para o produtor e este ocorre por motivos de patologias eventuais que fazem com que o animal não traga retorno para a atividade. O objetivo deste trabalho foi identificar os principais fatores envolvidos no descarte de vacas leiteiras na região Oeste de Santa Catarina além da caracterização dessas propriedades em relação ao tamanho do rebanho e ao nível de produção. Para isso, foram investigadas cem propriedades. Observou-se que 58% dos descartes são involuntários e os descartes voluntários representam 42%. Nos descartes voluntários, 90% foram em razão da baixa produção diária de leite enquanto no descarte involuntário alterações da glândula mamária, desordens reprodutivas e doenças podais forma, nessa ordem, as mais relevantes. Sugere-se que essa alta taxa de descarte em decorrência de problemas de glândula mamária pode estar associada à não realização de manejos de prevenção contra mastite, pois poucos produtores realizam pré e pós-dipping e tratamento de vaca seca. Além disso, a baixa produção diária de leite pode estar associada às alterações da glândula mamária.Palavras-chave: Fatores de descarte. Descarte involuntário. Descarte voluntário

    INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA POR VICIA VILLOSA “ERVILHACA” EM BOVINOS QUE PASTOREAVAM EM ÁREA CONSORCIADA DE AZEVÉM E VICIA SP.

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    Vicia spp., conhecida popularmente como “ervilhaca”, são plantas leguminosas de alto valor nutricional, utilizadas na dieta de bovinos. São duas espécies, Vicia sativa e Vicia villosa, sendo esta última, responsável por intoxicações. Descreve-se um caso de doença granulomatosa sistêmica em bovinos que pastoreavam em área de V. villosa. No total, eram 27 animais na propriedade, visto que destes, cinco adoeceram e morreram. A dieta dos animais incluía silagem de milho e concentrado. Os piquetes eram constituídos por Brachiaria sp. e azevém, consorciado com as duas espécies de Vicia, entretanto, predominando V. villosa. Os animais permaneceram no piquete de azevém e ervilhaca por 20 dias e, posteriormente, foram introduzidos em piquete de Brachiaria sp. Passados 15 dias da troca de piquetes, cinco animais diminuíram a produção de leite e apresentaram anorexia e hipertermia, sendo realizado tratamento para tristeza parasitária bovina. A doença progrediu e os animais apresentaram lesões cutâneas com eritema na região do úbere, focinho, face, orelhas e pescoço, com posterior alopecia e ocasionalmente prurido e descamação. Dois bovinos apresentaram tosse, dispneia e secreção nasal mucopurulenta, e em um animal observou-se diarreia com sangue. Dos cinco bovinos que morreram, dois foram necropsiados e apresentaram lesões semelhantes, com áreas alopécicas na pele, hidroperitônio, edema e hemorragia perirenal, parede de pré-estômagos e abomaso edemaciadas, e no abomaso ao corte, ulcerações multifocais na mucosa. Os linfonodos estavam aumentados de tamanho e com múltiplos nódulos amarelados firmes, o pulmão apresentou consolidação multifocal e exsudato purulento na luz de brônquios. Múltiplos nódulos milimétricos amarelos e firmes foram encontrados no coração, rins e bexiga. O fígado apresentava-se firme à palpação, vermelho-escuro, com distensão da vesícula biliar, e repleto de conteúdo grumoso, e o baço com hiperplasia de polpa branca. O material foi processado no Laboratório de Patologia Veterinária da Unoesc de Xanxerê e as lesões histológicas compreendem infiltrado acentuado de macrófagos, linfócitos, plasmócitos e histiócitos, associados a células gigantes em linfonodos, fígado, baço, coração, rins e bexiga. Na pele, necrose de derme superficial e na derme profunda, infiltrado leve multifocal de macrófagos e linfócitos perivascular. No pulmão, foram observados congestão e edema moderado difuso associado a infiltrado inflamatório em brônquios e bronquíolos. Dados epidemiológicos e clínicos associados às lesões macro e microscópicas caracterizam uma doença granulomatosa sistêmica característica de ingestão de V. villosa. As lesões cutâneas e granulomatosas em órgãos ocorrem quando os animais pastoreiam de duas semanas a seis meses em piquetes de V. villosa. As lesões granulomatosas, provavelmente, devem-se a uma reação de hipersensibilidade do tipo IV, na qual constituintes da planta sensibilizariam linfócitos e provocariam as lesões. O quadro clínico-patológico deve ser diferenciado de intoxicação por polpa cítrica e as lesões cutâneas de dermatite solar e fotossensibilização hepatógena, em razão da ingestão de Brachiaria e outras plantas hepatotóxicas.Palavras-chave: Vicia villosa. Ervilhaca. Intoxicação. Lesão granulomatosa. Alopecia

    LEUCOGRAMA E PLAQUETOGRAMA DE OVINOS DESAFIADOS EXPERIMENTALMENTE COM BROTOS DE SAMAMBAIA (PTERIDIUM AQUILINUM)

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    A Samambaia (Pteridium aquilinum) é uma planta tóxica de importância pecuária e ocasiona três formas de intoxicação: duas crônicas, com formação de neoplasias no trato digestivo superior e bexiga, e uma aguda, a diátese hemorrágica. Bovinos com quadros agudos de intoxicação (doses superiores a 10 g/kg/dia) revelam na hematologia leucopenia e trombocitopenia, em razão do dano à medula óssea. Entretanto, a literatura carece de informações sobre o efeito tóxico agudo dessa planta na espécie ovina. Dessa forma, objetivou-se, com este estudo, relatar os parâmetros clínicos e hematológicos encontrados em dois ovinos machos jovens, os quais receberam experimentalmente brotos verdes de samambaia (P. aquilinum) nas doses diárias de 8,5 g/kg e 11,8 g/kg fracionadas em três fornecimentos diários, por 16 dias. Os brotos de samambaia utilizados no experimento foram colhidos no mês de agosto de 2014 e fornecidos frescos após serem triturados e adicionados à silagem. Os animais foram monitorados por quatro semanas após cessar a ingestão por meio de avaliações clínicas e avaliação de perfil hematológico por intermédio de hemograma. O experimento foi conduzido nas dependências do setor de ovinocultura e do laboratório de Patologia clínica da Unoesc Xanxerê, SC. Durante o período experimental, não houve alteração de parâmetros clínicos dos animais em ambas as doses testadas de P. aquilinum. Não foram observadas alterações nos padrões hematológicos durante a ingestão e nem mesmo durante o acompanhamento pós-ingestão. Os parâmetros de contagem de leucócitos e plaquetas normais nos ovinos sugerem que a samambaia não é tóxica para a espécie, nas doses de 8,5 g/kg e 11,8 g/kg, durante 16 dias de ingestão de brotos da planta colhidos no final do inverno e início da primavera. Surge, então, a necessidade de avaliar o efeito da samambaia em doses e períodos de ingestão maiores, como, ainda, fornecer brotos da planta em outras épocas do ano.Palavras-chave: Samambaia. Ovinos. Leucócitos. Plaquetas

    INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA AGUDA APÓS INGESTÃO DE BROTOS DE PTERIDIUM AQUILINUM “SAMAMBAIA” EM BOVINO NO MUNICÍPIO DE XANXERÊ, SC

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    Pteridium aquilinum (samambaia) é uma das plantas tóxicas de maior importância no Brasil e causa de intoxicações frequentes na clínica médica de bovinos. Relata-se um caso de intoxicação espontânea na forma aguda por ingestão de brotos de P. aquilinum em bovino, fêmea, 18 meses de idade, raça holandesa, no mês de abril de 2014 no Município de Xanxerê, SC. O animal encontrava-se em piquete de Hermarthria altissima e apresentou apatia, anorexia, seguida de episódios de diarreia aquosa escura, e nas 24 horas seguintes apresentou hipertermia. O quadro progrediu rapidamente, e em 48 horas, o animal posicionou-se em decúbito, morrendo 96 horas após o início da sintomatologia clínica, totalizando um curso clínico de cinco dias. O animal foi medicado com antitóxico e enrofloxacina, mas sem melhora clínica. Na necropsia, observou-se conteúdo ruminal seco, petéquias no omento, fígado com múltiplas áreas arredondadas amareladas e material gelatinoso de coloração amarelada (edema) adjacente ao órgão. Foram observadas hemorragias na cápsula esplênica e áreas vermelho-escuras no intestino (infartos), ao corte, conteúdo aquoso. Fragmentos de órgãos foram colhidos para exame histopatológico e remetidos ao laboratório de patologia veterinária da Unoesc de Xanxerê. As amostras foram processadas rotineiramente para histopatologia e coradas com Hematoxilina e Eosina. Na histopatologia, observaram-se hemorragias localmente extensas em múltiplos órgãos (rim, cápsula esplênica, endocárdio e epicárdio), e o fígado apresentava áreas de necrose de coagulação juntamente com infiltrado inflamatório misto, restos celulares, bactérias (bacilos) e enfisema multifocal, caracterizando uma hepatite necrótica associada a colônias bacterianas. Após a manifestação dos sinais clínicos e a realização da necropsia, suspeitou-se de intoxicação aguda por P. aquilinun. Baseado nisso, optou-se pela investigação epidemiológica do local onde os bovinos permaneceram nas últimas semanas, e verificou-se a presença da samambaia e sinais de consumo de brotos. Os animais que consomem a planta podem apresentar quadros agudos da doença, como diátese hemorrágica, ou crônicos com neoplasias na bexiga e vias digestivas superiores. Na intoxicação aguda, o animal ingere doses maiores que 10 g/kg por dia, sendo a lesão primária uma grave aplasia de medula óssea, causando trombocitopenia e leucopenia. Como consequência da diminuição de plaquetas e leucócitos, ocorrem hemorragias e multiplicação bacteriana com possível migração embólica, resultando em infarto de órgãos. A ingestão do broto favorece quadros agudos da intoxicação, uma vez que este apresenta elevadas concentrações do princípio tóxico. Superlotação, fome e carência de fibra favorecem a ingestão da planta por bovinos. O histórico da ingestão da planta, sinais clínicos e anátomo-patologia caracterizam um quadro de intoxicação aguda por samambaia, entretanto, para diagnóstico definitivo, recomenda-se a avaliação histológica de medula óssea. Salienta-se ainda que, para diagnóstico diferencial, devem ser consideradas babesiose e anaplasmose, pasteurelose septicêmica, leptospirose, intoxicação por rodenticidas, entre outros.Palavras-chave: Pteridium aquilinum. Samambaia. Diátese hemorrágica. Infarto. Bovino
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