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    Qual a contribuição da Agricultura Familiar na qualidade dos cardápios da alimentação escolar?

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    Objetivo: Avaliar a qualidade do cardápio do Programa Nacional de Alimentação Escolar de municípios do estado de São Paulo, segundo o percentual de aquisição de produtos da Agricultura Familiar. Método: Os municípios foram classificados, de acordo com o percentual de aquisição de gêneros alimentícios oriundos da Agricultura Familiar (AF). Trata-se de um estudo transversal, em que a partir de questionário com descrição do cardápio de uma semana, teve-se a avaliação pelo Indicador de Qualidade de Cardápios da Alimentação Escolar, frequência de ocorrência de grupos de alimentos e valor energético e de macro e micronutrientes. Todas as variáveis foram avaliadas segundo o percentual de aquisição da AF. Os dados foram expressos em mediana, valor mínimo e máximo e para verificar a diferença entre os grupos foi utilizado o teste Kruskal-Wallis e o Qui-Quadrado (para ambos foi considerada p<0,05). Resultados: Foram avaliados os cardápios de 52 municípios. Encontrou-se diferença significativa apenas para carboidrato. Com relação aos grupos de alimentos, não foi identificada diferença estatiscamente significativa. Encontrou-se elevada presença de alimentos processados e ultraprocessados nos cardápios. Conclusão: Não foi possível identificar diferenças entre a frequência de oferta dos grupos de alimentos segundo o percentual de aquisição de AF, assim como, quanto as características quantitativas da maioria dos nutrientes. No entanto, os dados mostram haver tendência a menor oferta de frutas nos municípios que estão comprando menos da AF. De modo geral, foram encontrados cardápios em desacordo com a base legal do PNAE

    Violência em favelas e saúde

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    Resumo O tráfico de drogas tornou-se o principal fator para a crescente escalada da violência e um dos maiores obstáculos para o sucesso dos serviços públicos de saúde nas favelas. O Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo como o país com mais anos de vida perdidos pela violência. As favelas brasileiras surgiram nas colinas do Rio de Janeiro no início do século XX e foram construídas por ex-escravos. Nas últimas décadas, a velocidade de seu crescimento se intensificou. Entre 2000 e 2010, o crescimento de favelas foi doze vezes maior que o aumento anual das famílias brasileiras. O número de pessoas vivendo nessas condições (61% afro-brasileiras) aumentou de 6,5 milhões em 2000 para mais de 14 milhões em 2010. São Paulo abriga 27% de todas as favelas no Brasil. Desde a década de 2000, essas comunidades foram ocupadas por trabalhadores pobres (65% com permissão de trabalho) que não têm renda suficiente para pagar o aluguel. Aproximadamente dois milhões de pessoas residem nas favelas de São Paulo. Esses territórios têm a maior prevalência de subnutrição entre as crianças causada por moradia insalubre e a maior prevalência de obesidade em adultos causada pelo consumo de alimentos ultraprocessados de baixo custo. A coexistência dessas duas doenças representa uma carga dupla para a intervenção na saúde e aumenta consideravelmente o custo de implementação de políticas públicas. Este artigo apresenta evidências de que a violência está aumentando os efeitos negativos da vizinhança nas favelas brasileiras, condição que implica intervenções mais complexas e específicas, direcionadas para esses territórios
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