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MULHERES ENCARCERADAS: CONSIDERAÇÕES SOBRE GÊNERO, FEMINISMOS E RAÇA EM UM CENÁRIO ESPECÍFICO DE ATENÇÃO À SAÚDE
Este artigo propõe uma discussão sobre a saúde das mulheres negras privadas de liberdade, refletindo sobre a necessidade de um olhar diferenciado para a tríade gênero-raça-encarceramento, indissociável na realidade social vivenciada por essas mulheres. Com base na revisão da bibliografia e das políticas de saúde voltadas para o tema, argumenta-se que podem existir barreiras que limitem a abordagem da saúde desse grupo, uma vez não observada esta complexidade, apontando para a necessidade de pesquisas que extrapolem os entraves existentes para a sua abordagem integral e que apreendam as necessidades do grupo além do ciclo gravídico-puerperal, articuladas e integradas a uma possibilidade de restruturação de suas trajetórias e vidas, tendo o cuidado a saúde como ponto de partida
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The Future of Education: Black Life and Our Classrooms A Moderated Panel Discussion
This piece is an abridged version of a panel discussion that was part of the symposium on Anti-Black State Violence Across the Americas: Power and Struggle in Brazil and the U.S., held at UC Berkeley on February 20–22, 2019, and organized by the LUTA Initiative, a coalition of scholars invested in facilitating international dialogue about racialized state violence across the Americas. The conversation featured Cherrish Cook and Muwazu Chisum-Misquitta (Berkeley High School Student Activists, United States) in conversation with Onirê Onã Walê Borges dos Santos and Andreia Beatriz Silva dos Santos (React or Die/Winnie Mandela Pan-Africanist School, Salvador da Bahia, Brazil). C. Darius Gordon moderated the panel (Editor, Berkeley Review of Education, Graduate School of Education, UC Berkeley). Alejandro Reyes performed transcription and translation for this article. For more information on the LUTA Initiative, the symposium, and a full video of this panel discussion with English and Portuguese subtitles, visit https://lutainitiative.wordpress.com
A pandemia no cárcere: intervenções e superisolamento
Prisional health is, in its essence, public health. The COVID-19 pandemic poses a great threat to the world and has shown that preventing the disease escalation in prisons integrates the novel corona virus clash in society in general. Up to this moment, the most effective known measure to curb the disease spread is social isolation. Nevertheless, in penal institutions, often overcrowded, social isolation becomes difficult to carry out and, when it happens, it takes the enclosed population to overisolation, with consequences to their mental health. Besides, prisoners suffer with clogged up environment, lack of materials for personal hygiene, poor basic sanitary conditions and difficulties in accessing health services. In order to reduce the disease spread, several countries are taking measures such as definite or temporary release of prisoners and visiting restrictions. This paper deals with a narrative review on the pandemic effects in prisons and how government and civil society have organized themselves in order to reduce the disease consequences at those places. The text has been divided into three sections: the first with literature review on the current health theme; the second discusses how different countries have been dealing with the prison situation in the pandemic context, and, the last part focuses on how the Brazilian Penal System has reacted to the new disease.Saúde prisional é, em sua essência, saúde pública. A pandemia de COVID-19 representa uma grande ameaça para o mundo e tem demonstrado que prevenir a escalada da doença em prisões faz parte do combate ao novo coronavírus na sociedade em geral. Sabe-se, até o momento, que a mais efetiva medida de contenção ao avanço da doença é o isolamento social. No entanto, em instituições penais, muitas vezes superlotadas, tal medida torna-se de difícil implementação e, quando acontece, leva a população privada de liberdade a um superisolamento, tendo consequências em sua saúde mental. Além disso, indivíduos presos sofrem com ambientes sem ventilação, falta de materiais de higiene pessoal, condições sanitárias básicas precárias e dificuldade de acesso a serviços de saúde. Para reduzir a propagação da doença, medidas estão sendo tomadas em vários países, como a libertação temporária ou definitiva de presos e a restrição de visitas. O presente artigo objetiva ser uma revisão narrativa sobre os efeitos da pandemia em presídios e como governos e sociedade civil têm se organizado a fim de reduzir as consequências sobre esses locais. A publicação foi dividida em três seções: na primeira, há uma revisão da literatura em saúde sobre a temática; na segunda, é tratado o modo como diferentes países estão lidando com a situação carcerária no contexto da pandemia; na terceira e última parte, é abordado o modo como o Sistema Penal brasileiro tem reagido à nova doença
LA PANDEMIA DEL COVID-19 COMO AUMENTO DEL ESTRÉS EN EL PROCESO DE TRABAJO EN SALUD EN EL SISTEMA PRISIONERO
Introdução: o trabalho das equipes de saúde prisional encontra-se entre os mais deteriorantes, tornando os seus trabalhadores vulneráveis ao estresse. Devido à pandemia da COVID-19, o estresse no processo de trabalho destas equipes potencializou-se. Objetivo: demonstrar como a pandemia da COVID-19 potencializa o estresse no processo de trabalho na ótica da equipe de saúde de uma penitenciária do estado da Bahia. Métodos: estudo qualitativo, descritivo e exploratório realizado com 14 trabalhadores de uma equipe de saúde prisional do estado da Bahia. Utilizou-se a entrevista semiestruturada, cujos dados foram submetidos à análise de conteúdo. O estudo foi aprovado pelo Parecer nº. 4.032.879/2020. Resultados e discussão: o estudo sinaliza a pandemia da COVID-19 como desestabilizadora do processo de trabalho da equipe de saúde prisional por ocasionar sofrimento psíquico frente às más condições de trabalho, falta de treinamento e de equipamento de proteção individual adequados, tornando os seus trabalhadores vulneráveis pelo contato direto com uma população de alto risco. Conclusão: a pandemia da COVID-19 apresenta um cenário marcado por contradições em que as unidades prisionais são consideradas epicentros para doenças infecciosas, o que gera estresse no desenvolvimento do processo de trabalho da equipe de saúde prisional em ambiente de trabalho inseguro e de alta periculosidade, ocasionando impactos na saúde e na satisfação geral dos trabalhadores. Recomenda-se implementar estratégias de enfrentamento ao estresse no contexto da pandemia da COVID-19, para promover qualidade de vida e mitigar o impacto psicossocial nos trabalhadores da equipe de saúde prisional.Introduction: the work of prison health teams is among the most damaging, making their workers vulnerable to stress. Due to the COVID-19 pandemic, the stress in the work process of these teams has been increased. Objective: to demonstrate how the COVID-19 pandemic potentiates stress in the work process from the perspective of the health team of a penitentiary in the state of Bahia. Methods: qualitative, descriptive and exploratory study conducted with 14 workers from a prison health team in the state of Bahia. The semi-structured interview was used, whose data were submitted to content analysis. The study was approved by Opinion nº. 4.032.879/2020. Results and discussion: the study signals the COVID-19 pandemic as destabilizing the prison health team's work process by causing psychological distress in the face of poor working conditions, lack of training and adequate personal protective equipment, making its workers vulnerable by direct contact with a high-risk population. Conclusion: the COVID-19 pandemic presents a scenario marked by contradictions in which prison units are considered epicenters for infectious diseases, which generates stress in the development of the prison health team's work process in an unsafe and highly dangerous work environment, causing impacts on the health and general satisfaction of workers. It is recommended to implement strategies to cope with stress in the context of the COVID-19 pandemic, to promote quality of life and mitigate the psychosocial impact on prison health team workers.Introducción: el trabajo de los equipos de salud penitenciaria es uno de los más perjudiciales, lo que hace que sus trabajadores sean vulnerables al estrés. Debido a la pandemia de COVID-19, se ha incrementado el estrés en el proceso de trabajo de estos equipos. Objetivo: demostrar cómo la pandemia COVID-19 potencia el estrés en el proceso de trabajo desde la perspectiva del equipo de salud de un centro penitenciario del estado de Bahía. Métodos: estudio cualitativo, descriptivo y exploratorio realizado con 14 trabajadores de un equipo de salud penitenciario del estado de Bahía. Se utilizó la entrevista semiestructurada, cuyos datos fueron sometidos a análisis de contenido. El estudio fue aprobado por Opinión nº. 4.032.879/2020. Resultados y discusión: el estudio señala que la pandemia de COVID-19 desestabiliza el proceso de trabajo del equipo de salud penitenciario al generar malestar psicológico ante las malas condiciones laborales, la falta de capacitación y equipo de protección personal adecuado, haciendo vulnerables a sus trabajadores por el contacto directo con una población de alto riesgo. Conclusión: la pandemia COVID-19 presenta un escenario marcado por contradicciones en el que las unidades penitenciarias son consideradas epicentros de enfermedades infecciosas, lo que genera estrés en el desarrollo del proceso de trabajo del equipo de salud en un ambiente laboral inseguro y altamente peligroso, provocando impactos en la salud y satisfacción general de los trabajadores. Se recomienda implementar estrategias para enfrentar el estrés en el contexto de la pandemia COVID-19, promover la calidad de vida y mitigar el impacto psicosocial en los trabajadores del equipo de salud penitenciario
População negra e Covid-19: reflexões sobre racismo e saúde
RESUMO Este artigo tem por objetivo contribuir para a reflexão no tocante aos impactos da pandemia Covid-19 na população negra, tendo como marco disparador a necessidade premente de analisar as assimetrias que essa emergência sanitária global produz, particularmente em contextos de desigualdade social, como é o caso do Brasil, em que a população em situação de vulnerabilidade social pode ser representada majoritariamente pela população negra, em seus diferentes grupos específicos, tipificados por gênero, por restrições de acesso a educação, proteção social, moradia adequada, serviços de saneamento básico, internet, bem como por ocupação/desocupação, por espaço geográfico, por privação de liberdade, ainda que paradoxalmente, quantitativamente equivalha a maioria da população brasileira, que acumula os piores indicadores
A technological overview on intervention projects in ageing population
Purpose: Given the new society challenges and the growing elderly population in Portugal, the promotion of active and healthy aging is a priority. Consequently, there is a need to create intervention programs and projects using digital and technological platforms, to promote the good practices in this area, as this is one of the main goals of the International Center on Ageing (CENIE). The objectives are the creation of a national registration database, the intervention programs / projects implemented survey in Portugal, the status verification of each project through available information and its characterization and detailed analysis of the interventions to identify good practice criteria in the development, implementation, evaluation and reporting process as well as the constant underlying technological update. Design/methodology/approach: Ninety-six interventions, carried out between 2004 and 2018, were identified to contribute for improving the quality of life and autonomy of the elderly, carried out between 2004 and 2018. Findings: Among these, the main themes are the fall prevention, physical activity promotion, promotion of intergenerational relations, healthy eating promotion, promotion of cognitive development and the promotion of socialization. Practical implications: Suggestions for future investigations include the need to engage contact with entities, such as Health Center clusters and City Councils, in order to validate the existence of updated and innovative interventions, as well as to carry out a thorough evaluation, so as to characterize and describe interventions that promote attitude changes and good practice development opportunities with the purpose of increasing and extending quality of life in accordance with this new life cycle configuration.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
VIABILIDADE DO USO DE DIETAS COM GRÃO TOTAL PARA BUBALINOS
The objective of this work was to evaluate dry matter consumption, performance, and economic viability of buffaloes submitted to full grain diets compared to conventional diets. Twelve non-castrated buffalo of the Murah breed were fed in confinement. Dietary treatments were offered for a 63-day comparison period. The treatments consisted of a diet with 100% concentrate (grain exclusive diet) and a diet with 70% concentrate plus 30% corn silage (Conventional) based on dry matter. Samples of the ingredients and food leftovers from each animal were collected to determine dry and heavy matter, to calculate individual consumption and feed efficiency. Blood was collected for 18 hours to determine PUN (plasma urea nitrogen). The live weight (LW) of the buffaloes was determined at the beginning of the experimental period and every seven days for comparison. The daily weight gain was calculated for each of the nine weeks and the economic viability of the two diets, through the food cost was evaluated in Excel® spreadsheet. Animals fed with a grain exclusive diet had lower consumption of dry matter (DMI lb and DMI % LW) than animals fed with conventional diet. The final live weight (LLW), carcass weight, average daily weight gain (PDG) of the animals in lb, did not differ statistically between treatments. Regarding the carcass yield, animals fed with total grain differed statistically. The PUN after the first feeding was higher in animals fed with a conventional diet. The buffaloes fed with total grain showed lower food cost and higher carcass yield.O objetivo do trabalho foi avaliar o consumo de matéria seca (MS), desempenho, e viabilidade econômica de búfalos submetidos a dietas de grão total comparado como de dietas convencionais. Doze bubalinos foram alimentados em confinamento e os tratamentos dietéticos foram oferecidos por 63 dias de período de comparação. Os tratamentos consistiram em dieta com 100% de concentrado (Grão Total) e dieta com 70% de concentrado mais 30% de silagem de milho (Convencional) com base MS. Amostras dos ingredientes e das sobras alimentares de cada animal foram coletadas, para determinação da matéria seca, e pesadas, para cálculo do consumo individual e da eficiência alimentar. Foi realizada coleta de sangue, por dezoito horas, para determinação de NUP (Nitrogênio Uréico plasmático). O peso vivo (PV) dos bubalinos foi determinado no início do período experimental e a cada sete dias de comparação. O ganho diário de peso foi calculado para cada uma das nove semanas e a viabilidade econômica das duas dietas, através do custo alimentar, avaliada em uma planilha do Excel®. Animais alimentados com dieta grão total apresentaram menor consumo de matéria seca (CMS kg e CMS % PV) que animais alimentados com dieta convencional. O peso vivo final (PVF), o peso da carcaça, e o ganho de peso médio diário (GMD) dos animais em kg, não diferiram estatisticamente entre os tratamentos. Em relação ao rendimento de carcaça, animais alimentados com grão total diferiram estatisticamente. O NUP, após a primeira alimentação, foi maior em animais alimentados com dieta convencional. Os bubalinos alimentados com grão total apresentaram menor custo alimentar e maior rendimento de carcaça
Covid-19 - Morbimortalidade pela COVID-19 segundo raça/cor/etnia: a experiência do Brasil e dos Estados Unidos
This study sought to describe the experience of Brazil and the United States in relation to COVID-19 morbidity and mortality data according to race/skin color/ethnicity. Toward this end, it seeks to describe the factors involved in the treatment and dissemination of the morbimortality data for this pathology in the two countries. The analysis includes epidemiological bulletins released by the Brazilian Ministry of Health, partial results from Brazil’s National Household Survey (PNAD) for COVID-19 collected by the Brazilian Institutes of Geography and Statistics (IBGE), and state-of-the-art health data about the impact of the pandemic in the United States, from the perspective of race/skin color/ethnicity. Despite the low quality of health information on the COVID-19 morbidity and mortality of the black population, the results corroborate racial inequities in health for COVID-19, confirming the existence of structural and institutional racism in both countries. This article highlights the need to qualify data about race/skin color/ethnicity, by relating them to age, place of residence, type of residence, access to basic sanitation, and occupation, among other social determinants, that impact how individuals become ill and die from COVID-19, in order to enact strategies and public policies that truly promote equity.Este estudo objetivou descrever a experiência do Brasil e dos Estados Unidos em relação aos dados de morbimortalidade por COVID-19, segundo a raça/cor/etnia. Para isto, procurou-se descrever os fatores envolvidos no tratamento e divulgação dos dados de morbimortalidade por esta patologia nos dois países. Foram analisados boletins epidemiológicos divulgados pelo Ministério da Saúde, resultados parciais da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) COVID-19 realizada pelo IBGE no Brasil e o estado da arte em saúde sobre os impactos da pandemia nos Estados Unidos, sob a perspectiva de raça/cor/etnia. Apesar da baixa qualidade da informação em saúde referente à morbimortalidade da população negra por COVID-19, os resultados desvelam iniquidades raciais em saúde para a COVID-19, ratificando o racismo estrutural/institucional em ambos países. Como contribuição, enfatiza-se a necessidade de qualificar os dados sobre raça/cor/etnia, relacionando-os à idade, local de moradia, tipo de residência, acesso a saneamento básico, ocupação, dentre outros determinantes sociais, que sabidamente impactam no modo de adoecer e morrer pela COVID-19, a fim de viabilizar estratégias e políticas públicas verdadeiramente promotoras da equidade
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