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As identidades e a “política dos tempos sociais”
A análise sobre as identidades e os modos de vida nos tempos atuais embate constantemente no exercício e na validade da democracia como regime político aberto à participação e à expressão das autenticidades. Podemos afirmar, aliás, que a democracia, designadamente na modalidade participativa, constitui hoje, em plena experiência de uma séria de rupturas, um ponto central de preocupação na teoria social. Dois elementos centrais indispensáveis a este debate, com necessidade subsequente de intervenção, dizem respeito ao espaço e ao tempo. Apesar de terem tido um estatuto algo camuflado no âmbito da teoria social, o espaço e o tempo coexistiram como objectos de extremo relevo nos modos de abordar, interpretar e agir sobre o mundo social. Ambos constituem objectos de política, pois além de condicionarem as acões individuais, institucionais e colectivas, implicam tomadas de decisão que residem em relações de poder entre indivíduos, grupos, classes e instituições sociais. Esta comunicação visa apresentar uma análise crítica das temporalidades sociais actuais, perspectivando um reposicionamento da relevância do conceito de “politica de Tempo”, tanto ao nível da interpretação como da intervenção sobre a trajectória do mundo social presente, nacional e transnacional. Sobretudo, pretende-se mostrar a relevância da análise do modo como a(s) politica(s) lidam com o tempo e se reflectem nas identidades individuais e colectivas, lidas sob a perspectiva do presente e do (seu) futuro.The analysis about the identities and life styles nowadays clash constantly with the exercise and
validity of democracy as a political system open to participation and expression of authenticity. We
can say, incidentally, that democracy, particularly in participatory mode, is now in full experience of a
series of disruptions, a central concerning social theory. Two central are elements essential to this
debate, with the subsequent need for intervention: space and time. Space and time are objects of
policy, as well as conditions for individual actions, institutional and collective decision. This
communication aims to present a critical analysis of current social temporalities, proposing to reflect
on the relevance of the concept of “time policy".FCT/Bolsa Pos-Do
Passing time abroad : experience from PhD Portuguese researchers
Este artigo sustenta a ideia de que, apesar da valorização política da mobilidade em termos latos, é necessário reflectir mais acuradamente sobre a suposição de senso comum de que a mobilidade é uma panaceia para resolver diversos problemas, assim como o resultado de uma boa consciência científica. Em geral, os resultados deste estudo conduzem-nos para a ideia de que a mobilidade não é sempre o resultado de escolhas pessoais nem é um indicador do nível de desenvolvimento científico em determinado país
A mobilidade intercontinental de cientistas europeus: discursos sobre perdas e ganhos d(n)a Europa
Este texto apresenta uma abordagem aos discursos sobre perdas e ganhos potenciados pela mobilidade de cientistas entre a Europa e os Estados Unidos da América. A partir de um conjunto de análises realizadas sobre a ciência e o lugar da mobilidade de cientistas, este texto propõe uma reflexão sobre a forma como tais discursos veiculam, por um lado, o reforço da tensão historicamente enraizada sobre as mobilidades e os fluxos de cientistas europeus para os EUA e, por outro, a valorização da mobilidade para (e com) colaboração entre cientistas europeus e dos Estados Unidos da América.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
A mobilidade como objecto sociológico
Comunicação apresentada nos Encontros em Sociologia, 2, Braga, Portugal, 13 Dezembro 2004.Neste texto pretendemos apresentar as principais ideias que estão por trás do
projecto de criação do paradigma da mobilidade. Tivemos em conta os quadros teóricos
apresentados no decurso das pesquisas mencionadas pelos oradores presentes no primeiro
ciclo de seminários do ano de 2005/2006. Pretende-se, com efeito, esclarecer os leitores
sobre os temas tratados, assim como sobre as metodologias adequadas ao estudo da
mobilidade no âmbito da classificação de estilos de vida. Assim, num primeiro ponto,
trabalhamos sobre a abrangência teórica das mobilidades centrando-nos na desconstrução
das práticas sociais e simbólicas associadas ao uso do automóvel. Num segundo ponto,
centramo-nos na descrição e análise da metodologia mais frequentemente utilizada nas
pesquisas que têm a mobilidade como objecto
O papel do sociólogo na escola: contributos
Comunicação apresentada na acção de formação "O papel do sociólogo na escola", Braga, Portugal, 26 Setembro 2005.Distinguindo-se do trabalho do assistente social, o trabalho do sociólogo encobre-se nas tarefas de diagnóstico e de planeamento das melhores vias de intervenção avançando com
medidas que atinjam os motivos pelos quais se geram problemas que, na sua
expressividade, são sociais, acabam por ter implicações alargadas no âmbito da sociedade.
Hoje em dia, a pesquisa e a intervenção sobre a escola conhecem um alargamento
acentuado: com o insucesso escolar e a violência juvenil, incluindo o conflito inter-étnico,
no centro das preocupações, as ciências sociais, e muito especialmente a sociologia,
centram atenção na melhoria dos métodos de diagnóstico e de intervenção sobre
problemas que, como disse, não se ligam apenas à escola mas à comunidade envolvente, à
sociedade em si, aos seus modos de pensar, de estar e de actuar. É neste sentido que a
sociologia, a portuguesa neste caso, inclui nas suas metodologias modos de abordagem
internacionais muito especialmente franceses e britânicos, locais onde as escolas são de
uma absoluta preocupação reflectindo problemas sociais graves como o desemprego, o
conflito entre religiões e a entrada massiva de emigrantes
Quase diabólico: elementos para a compreensão das carreiras de investigação hoje
Este texto propõe uma breve reflexão acerca de alguns pontos que enquadram o entendimento das carreiras em investigação e em Ciências Sociais hoje, bem como as principais expectativas e dilemas da pós-graduação.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)/COMPETE - Projecto MobiScienc
A sevícia das categorias: breve contribuição para o estudo dos usos e representações do tempo por parte das mulheres académicas
Até que ponto o género é uma variável pertinente para a análise dos usos e representações
do tempo por parte dos docentes do ensino universitário? De que maneira esta variável, aparentemente
exógena ao campo académico, é compreendida pelos indivíduos implicados nesse mesmo
campo como variável modelante dos usos e representações do tempo especialmente no que
se refere aos processos de ascensão na carreira? Estas são as perguntas principais em relação às
quais pretendo ensaiar algumas pistas de análise que derivam fundamentalmente da apreciação
da literatura existente sobre o assunto e da sistematização da informação que recolhi através da
análise documental, entrevista e inquérito por questionário. Assim, após as referências metodológicas,
procuro mostrar como a carreira académica e, de modo especial, o grau de doutoramento
são em Portugal tipicamente “masculinos”. A seguir, com base numa análise sucinta da literatura
existente sobre o progresso das mulheres na academia, mostro quais são os principais eixos
de actuação do género na modelação do tempo em sentido macro estrutural (ao nível da instituição
universidade) e micro estrutural (no que se refere às interacções dos indivíduos na vida
quotidiana). Na parte final do artigo, e de forma muito breve, apresento alguns dados provenientes
do estudo que realizo actualmente sobre usos e representações do tempo dos docentes do
ensino universitário público e que são mais pertinentes no contexto da problemática
A mobilidade de cientistas
Esta comunicação tem como objetivo apresentar alguns dos principais resultados de investigações realizadas sobre a mobilidade de cientistas. A partir dos enquadramentos teóricos oferecidos por múltiplas análises sobre os motivos e os efeitos da mobilidade internacional de cientista, a comunicação foca em particular a importância da mobilidade nas carreiras dos investigadores, destacando o papel que adquire a discussão e a problematização da cultura em contexto de trabalho de caráter internacional. Neste sentido, o texto procura identificar alguns dos mecanismos que sustentam a formação de redes e, em particular, o grau de abertura destas aos próprios cientistas cujas trajectórias se constituem em contextos culturais diversificados.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
A passagem do tempo de doutoramento : tempos organizacionais e a vida em stand by
Prova tipográfica (In Press)Texto apresentado à revista brasileira "Teoria e Prática da Educação", neste momento em apreciação.No artigo pretende-se explorar, sob esta égide da sociologia do tempo, o percurso-tipo de doutoramento “tradicional”, isto é, não sujeito a programas ou a cursos estritamente planeados. Para realizar tal desconstrução é necessário pressupor que o tempo de doutoramento respeita a um tempo específico, regulado pela legislação e sujeito a processos normalizadores por parte das universidades
Le rôle des institutions dans la formation de perspectives temporelles
Les études sociologiques sur le temps ont démontré que les sociétés actuelles sont traversées par des processus multiples et paradoxaux quant à l´expérience temporelle quotidienne et biographique des individus. Les approches théoriques mettent l’accent sur l´idée qu’il y a un accroissement du degré de réflexivité dans les décisions individuelles et montrent que les individus, même en situation de fragilité des encadrements temporels institutionnels, doivent avoir la « responsabilité » de construire leur parcours de vie d’une manière linéaire, avec l’aide de diverses techniques, actions et objets disponibles et valorisés dans les espaces publics. En ce qui concerne, spécifiquement, le temps et les temporalités, les recherches successives argumentent que les institutions n’ont jamais la capacité d’assurer et de recommander un certain type d’avenir aux individus, puisqu´elles-mêmes vivent dans un « présent extensif», c'est-à-dire qu’elles n’ont pas le pouvoir de planifier et de croire dans les aboutissements de la planification en raison de l´instabilité macro-sociale
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