Criação e validação de um diário de dor para acompanhamento de dor musculoesquelética crônica (papel e aplicativo) no Conjunto Hospitalar de Sorocaba

A dor é a principal causa da procura por assistência médica, e pode causar diversos impactos negativos na qualidade de vida de todo paciente. Embora existam métodos semiológicos para a análise da dor, ainda é um desafio o acompanhamento e desse sintoma. O acompanhamento diário através de registro pelo paciente tem sido utilizado em pesquisa e assistência. O objetivo deste projeto é criar e validar um modelo de diário e propor a criação de um aplicativo em português. Embora já existam diários de dor em papel e no meio eletrônico no mundo sendo estudados, no Brasil, não existem diários de dor na língua portuguesa disponíveis para o uso que possuam pesquisas científicas envolvidas. Foram analisadas na literatura os diários em outros países. Foi elaborada a primeira versão do diário de dor em papel que, depois de serem entrevistados médicos de diferentes especialidades, foi modificado. Essa segunda versão foi submetida a pacientes portadores de dor crônica que geraram sugestões levando a criação da versão definitiva. A versão definitiva do diário de dor em papel foi, então, enviada à Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia para a elaboração da versão eletrônica. O aplicativo foi finalizado e o próximo passo do projeto será a aplicação dessa versão em um número maior de pacientes e comparada com a versão em papel. Essa fase continuará mesmo depois de encerrado o período de iniciação científica já que é pesquisa da linha do orientador (dor crônica e fibromialgia)

Avaliação dos impactos socioeconômicos e laborativos em pacientes traumatizados em vias públicas

Introdução: Os politraumatismos são lesões múltiplas de diversas naturezas que podem comprometer diversos órgãos e sistemas. Os acidentes automobilísticos em crescente número no Brasil, podem causar os politraumatismos e seu impacto vai muito além do trauma. As consequências podem ser: problemas socioeconômicos, com a demora de retorno ao trabalho até físicas e emocionais com lesões permanentes ou sequelas psíquicas. Objetivo: verificar os impactos socioeconômicos e laborativos de um indivíduo politraumatizado de leve, moderado e grave intensidades e relacionar o evento com a alteração da qualidade de vida do paciente, como sequelas, convívio com familiares, rotinas e fonte de renda. Metodologia: A primeira etapa consistiu na coleta de dados em prontuários de pacientes politraumatizados em vias públicas encaminhados ao serviço do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) no segundo semestre do ano de 2016. A segunda, consistiu na convocação dos pacientes identificados na primeira fase para a aplicação de questionários com o objetivo de avaliar os impactos socioeconômicos e laborativos do acidente de trânsito. Resultados: Foram analisados um total de 55 prontuários e houve predomínio do sexo masculino. Na análise dos dados, o acidente mais frequente envolvia motocicletas, coincidindo com a maior necessidade de intervenção cirúrgica. Na avaliação dos impactos socioeconômicos e laborais, houve pouca adesão dos pesquisados, porém na casuística avaliada, o acidente de trânsito demonstrou importante impacto negativo. Conclusões: Acredita-se que os acidentes de trânsito causam impactos em múltiplas esferas e, por isso, campanhas de conscientização e políticas públicas deverão ser mais efetivas na prevenção deste grande problema de saúde pública

Perda auditiva neurossensorial

Introdução: Perda progressiva da audição unilateral, que surge de forma insidiosa, inicialmente nas frequências altas, e piora a graus quase imperceptíveis é característica de neoplasia benigna do ângulo pontocerebelar, mais comumente neuromas acústicos. Em cerca de 10% dos casos, a perda auditiva pode ser aguda, aparentemente devida à hemorragia no tumor ou à compressão da vascularização do labirinto. A ressonância magnética contrastada identifica com confiança pequenos neuromas do acústico. Objetivo: O objetivo deste relato de caso é relatar o caso de uma paciente com perda auditiva neurossensorial. Metodologia: Foram utilizados dados de prontuários e imagens de exames complementares para a produção do relato. Relato de caso: Paciente de 52 anos vem encaminhada de outro serviço por queixa de perda auditiva e dificuldade de fala. Foram feitos audiometria tonal e vocal, imitanciometria, BERA/PEATE e também uma ressonância magnética para a análise do caso. Após período de espera de realização dos exames complementares, foi diagnosticado em RM o Schwannoma de acústico e indicado encaminhamento para a neurocirurgia para uma abordadem cirúrgica interdisciplinar com a otorrinolaringologia. Conclusões: Tal caso leva em discussão a importância da perda auditiva neurossensorial que pode ser progressiva e também a importância de realização de exames complementares de maneira mais ágil que pode facilitar com o diagnóstico, melhores condutas e diminuir a ansiedade do paciente

Biópsia ventricular e terceiro ventriculostomia

Introdução: As vantagens de se realizar uma terceiro ventriculostomia endoscópica (ETV) incluem: a ausência de material implantado que pode exigir revisão, visualização direta de estruturas internas e a capacidade de realizar procedimentos adicionais, como uma biópsia de uma lesão obstrutiva, que pode reduzir a pressão intracraniana e obter um tecido patológico através de um único procedimento. Comparada à biópsia estereotáxica, a biópsia neuroendoscópica é mais vantajosa, pois, possibilita visualização direta do tecido alvo através do endoscópio. Objetivo: Avaliar e discutir, por meio de uma revisão de literatura e de um relato de caso, técnica cirúrgica de biópsia ventricular e terceiro ventriculostomia. Metodologia: Utilizou-se o banco de dados PUBMED para realização da revisão de literatura com MeSH terms “neuroendoscopic biopsy” e “endoscopic third ventriculostomy review”. Utilizou-se também de imagens intraoperatórias do caso relatado, bem como informações do prontuário. Relato de caso: Paciente de 60 anos, encaminhado ao serviço de neurologia com quadro de confusão mental com alteração de comportamento, sem rebaixamento do nível de consciência. Foi realizada tomografia computadorizada onde foi constatada lesão em região ventricular e uma Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN). Optou-se pela realização de biópsia ventricular com técnica neuroendoscópica com a ajuda de neuronavegação e realização de terceiro ventriculostomia. Conclusões: Concluímos que o crescente desenvolvimento da técnica neuroendoscópica viabiliza o acesso a regiões do encéfalo, consideradas antes de difícil acesso, através de um método menos invasivo que, associado a utilização de métodos de imagem, como a neuronavegação, aumenta a eficácia cirúrgica e diminui o número de complicações

Aprendizagem baseada em equipe: uma estratégia de ensino aplicada na área da imaginologia.

Introdução: Metodologias ativas de ensino vêm sendo utilizadas na área médica, atendendo ao desafio de contínuo aprendizado, com novas dinâmicas de relação entre o educador e o educando. Na Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE), o educador exerce a função de mediador e facilitador do conhecimento, estimulando a autonomia do aluno e o aprendizado em equipes de trabalho. Objetivo: Desenvolver atividades baseadas no ABE, na área de imaginologia, incentivando o aprendizado colaborativo. Método: A ferramenta pedagógica ABE foi aplicada na área de imaginologia, para 102 alunos, do 2o ano do curso de medicina, na graduação. Cada atividade consistiu em disponibilização prévia de material para estudo, de teste individual e em grupo, de caso clínico e de discussão para o consenso das respostas sobre o conteúdo abordado. A avaliação holística das atividades foi feita através da escala de Likert com dez itens, após o término de cada ciclo semestral de atividades. Resultados: Na pesquisa de opinião da metodologia, foram consideradas “avaliações positivas” (respostas “concordo totalmente” e “concordo parcialmente”) e “avaliações negativas” (respostas “não concordo parcialmente” e “não concordo totalmente”). A questão menos pontuada foi referente a estudos prévios. Destacaram-se dentre os dez itens avaliados: “ajudou a ganhar mais conhecimento” e “avaliar os meus conhecimentos prévios”. No desempenho durante a ABE, verificou-se que a média da porcentagem da comparação do desempenho individual com o grupo foi de 23,3% na primeira fase do estudo e de 17,6% na segunda. Conclusão: Os resultados obtidos trazem a percepção de melhor apreensão do conhecimento, nos trabalhos em grupos e de uma boa receptividade para a metodologia. O ensino por ABE no ensino médico prepara o futuro profissional para as tomadas de decisões no trabalho “em equipe”, otimizando a resolução de problemas concretos e significativos, de saúde das pessoas

Psoríase com eosinofilia: relato de caso

A psoríase, doença inflamatória crônica é caracterizada por lesões dérmicas sobrepostas a áreas de lesões eritematosas ou pustulares. Ocorre pela alteração no ciclo de crescimento das células epidérmicas, levando ao espessamento epidérmico decorrente da hiperproliferação celular e vascular com presença de infiltrado linfocitário. Pode desencadear manifestações como febre, mal-estar, fraqueza e outros. Seu diagnóstico é predominantemente clínico, podendo ser complementado pela biópsia das lesões. Entretanto, alguns casos encontrados na literatura e no caso que será relatado existe a presença de eosinofilia, mesmo na ausência de fatores que justificariam o surgimento desse sinal em pacientes portadores da psoríase. Objetivo: Relatar o caso de paciente encaminhado à hematologia com quadro de psoríase concomitante à eosinofilia. Relato de Caso: Paciente de 67 anos, masculino, vem encaminhado com hipótese diagnóstica de Síndrome Hipereosinofílica. Queixa de eosinofilia persistente (>1500 por mais de seis meses) tendo realizado tratamento com Albendazol e Metronidazol, sem êxito. Concomitantemente, apresenta psoríase em acompanhamento da dermatologia sem sintomas sistêmicos. Exames laboratoriais: NR para Hepatite B ou C, HIV ou Toxocara canis. Ausência de população celular com imunofenótipo anômalo. Aumento do percentual de granulócitos eosinófilos. Coleta de JAK2 e BLC/ABR negativos. Tratamento da psoríase é realizado com shampoo indicado. Após dois meses, ainda apresenta eosinófilos = 1820. Conclusão: Recentemente, estabeleceu-se uma relação entre a eosinofilia e o aparecimento da psoríase. Não encontramos mais nenhuma causa possível que explique a eosinofilia deste paciente. Pretendemos acompanhá-lo e avaliar se o tratamento da psoríase relaciona-se com a diminuição da eosinofili

Quadro de condicionamento aversivo a situações relacionadas à quimioterapia em paciente com Doença de Hodgkin

Introdução: A doença de Hodgkin é de origem unicêntrica capaz de crescer descontroladamente e disseminar-se através da produção de cópias idênticas das células malignas. Atualmente recomenda-se para tratamento a utilização de terapêutica combinada com ciclos de quimioterapia (QT), cujo esquema standard é o ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vinblastina, dacarbazina), associado à radioterapia. Este esquema tem como um de seus efeitos colaterais a ocorrência de náuseas e vômitos que são variáveis para cada paciente, envolvendo, inclusive, aspectos psicológicos. Objetivos: relatar o caso de um paciente que apresentou quadro aversivo às situações associadas à quimioterapia. Metodologia: as informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o paciente, registro fotográfico de exames e revisão da literatura. Relato de caso: Relatamos o caso de um paciente de 43 anos, portador de Linfoma de Hodgkin de Celularidade Mista, estádio IIB, tratado com ABVD por quatro ciclos mais radioterapia. Logo após o primeiro ciclo, o paciente começou a apresentar quadros de aversão às situações associadas à quimioterapia, como cheiros e pessoas que atuavam no setor. Neste, predominava o cheiro de café e cappuccino. Chegou ao extremo de não poder pronunciar tais palavras (cappuccino, quimioterapia, café). O paciente foi encaminhado ao Serviço de Psiquiatria sendo considerado um condicionamento aversivo Pavloviano e tratado com dessensibilização e antidepressivos. Conclusão: Consideramos importante que o ambiente onde é realizada a quimioterapia seja o mais agradável possível a fim de se evitar situações que possam ocasionar este tipo de aversão

Leucemia mielóide aguda (LMA) secundária à trombocitemia essencial (TE): um relato de caso

Introdução: A trombocitemia essencial é classificada como pertencente ao grupo de distúrbios mieloproliferativos clássicos BCR/ABL negativos. A progressão para leucemia aguda é rara (<2%) e é considerada, na maioria das vezes, no contexto da terapia leucemogênica. A transformação em leucemia pode demorar de 1,7 a 16 anos. Relato de caso: Paciente de 56 anos, do sexo feminino. Apresentou plaquetose de 655.000/mm3. Foram afastadas causas reacionais de plaquetose e solicitados exames como mutação da JAK2 (V617F presente), biópsia de medula óssea e cariótipo (Ph1 negativo), que mostraram-se compatíveis com diagnóstico de Trombocitemia Essencial. Em 2008 foi iniciado tratamento com Hidroxiureia mas a pedido da paciente houve mudança para Anagrelide. Como o controle com esse medicamento foi inadequado (plaquetose chegando a 1.000.000/mm3), foi reiniciando tratamento com Hidroxiureia, obtendo-se boa resposta, apesar do uso irregular.Em Maio de 2015 retornou ao serviço com hemograma de Março apresentando anemia (11,5g/dl), neutrófilos no limite inferior (1617/mm3) e plaquetas de 285.000/mm3. Apesar da suspensão da hydroxiureia por 1 semana, evoluiu com piora do hemograma, passando a apresentar pancitopenia. Foi solicitada avaliação de medula, resultando em diagnóstico de Leucemia Mielóide Aguda do tipo M6 com características de Síndrome Mieloproliferativa Crônica e de Síndrome Mielodisplasica e 20% de blastos Paciente veio a óbito por sangramentos e sepse após o primeiro ciclo. Conclusão: Apesar de pouco frequente, a transformação da Trombocitemia Essencial pode ocorrer e a observação constante desses pacientes deve sempre procurar alterações que possam sugerir esta complicação

Educação de pacientes com hemofilia através da utilização e metodologia ativas de ensino. Relato de uma experiência

Introdução: A Hemofilia é uma patologia hereditária do sistema de coagulação geneticamente ligada ao cromossomo X, marcada pela deficiência de fatores de coagulação específicos. Em pacientes hemofílicos, os níveis de qualidade de vida estão intimamente relacionados ao conhecimento do paciente acerca de sua morbidade, à atenção disponibilizada pela equipe multidisciplinar e à terapêutica adotada. Objetivos: Atualizar o conhecimento de hemofílicos sobre a doença de base por meio de metodologia ativa Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), avaliando, posteriormente, a atividade desenvolvida. Metodologia: Foi realizado um evento que contou com atividades baseadas na ABP, envolvendo pacientes sob terapia profilática secundária, em parceria com a equipe médica e de enfermagem. Relato de experiência: Durante as atividades, foram feitas questões relativas às dificuldades sociais, à profilaxia, à frequência de sangramentos, à qualidade de vida, às limitações de vida cotidiana e às perspectivas para o tratamento futuro que foram discutidas com os organizadores do evento. A atividade foi considerada extremamente valiosa para a aquisição de conhecimento pelos alunos, profissionais da equipe e, principalmente, pelos pacientes. Conclusão: A atividade foi considerada extremamente valiosa para a aquisição de conhecimento pelos alunos, profissionais da equipe e principalmente pelos pacientes