6 research outputs found
Rotavirus serotypes and electropherotypes identified among hospitalised children in São Luís, Maranhão, Brazil
During June 1997-June 1999 rotavirus infection was screened in infants aged up to 2 years and hospitalised with acute diarrhoea in São Luís, Northeastern Brazil. Altogether, 128 stool samples were collected from diarrhoeic patients and additional 122 faecal specimens from age- and- temporal matched inpatients without diarrhoea were obtained; rotavirus positivity rates for these groups were 32.0% (41/128) and 9.8% (12/122), respectively (p < 0.001). Both electropherotyping and serotyping could be performed in 42 (79.2%) of the 53 rotavirus-positive stool samples. Long and short electropherotypes were detected at similar rates - 38.1% and 40.5% of specimens, respectively. Overall, a G serotype could be assigned for 35 (83.3%) of specimens, the majority of them (66.7%) bearing G1-serotype specificity. Taking both electropherotypes and serotypes together, G1 rotavirus strains displaying long and short RNA patterns accounted for 30.9% and 19.0% of tested specimens, respectively; all G2 strains had short electropherotype. Rotavirus gastroenteritis was detected year-round and, in 1998, the incidence rates tended to be higher during the second semester than in the first semester: 45.2% and 26.1% (p = 0.13), respectively. Rotavirus infections peaked at the second semester of life with frequencies of 30.1% and 13.5% for diarrhoeic children and controls, respectively. While the six rotavirus strains bearing G2-type specificity were circulating throughout the whole study period, G1 serotypes (n = 27) emerged as from June 1998 onwards, 20 (74.1%) of which clustering in 1998. These data underscore the importance of rotaviruses in the aetiology of severe infantile gastroenteritis in Northeastern Brazil and sustain the concept that a future vaccine should confer protection against more than one serotype.De junho de 1997 a junho de 1999, pesquisou-se a infecção por rotavírus entre crianças até 2 anos de idade internadas com quadro diarréico agudo em São Luís, nordeste do Brasil. Coletaram-se 128 espécimes fecais oriundos de pacientes diarréicos. Paralelamente, obtiveram-se 122 amostras de um contingente caracterizado como controle, comparável ao anterior no tocante às idades e distribuição temporal. As freqüências de positividade para rotavírus alcançaram 32,0% (41/128) e 9,8% (12/122), respectivamente (p < 0,001). Procedeu-se à determinação dos sorotipos e eletroferotipos dos rotavírus em 42 (79,2%) das 53 amostras reativas para rotavírus. Identificaram-se eletroferotipos "longo" e "curto" em freqüências similares - 38,1% e 40,5%, respectivamente. De um modo geral, caracterizou-se o sorotipo G em 35 (83,3%) das amostras positivas, a maioria, revelando especificidade para o tipo G1. Considerando o conjunto dos eletroferotipos e sorotipos, rotavírus classificados como G1 exibiram padrões eletroforéticos "longo" e "curto" nas freqüências de 30,9% e 19%, respectivamente. Todos os rotavírus do tipo G2 apresentaram eletroferotipo de configuração "curta". No tocante ao perfil temporal, observou-se que as gastroenterites por rotavírus naquela região ocorrem ao longo de todo o ano, denotando-se tendência quanto à mais expressiva concentração no segundo semestre de vida das crianças, se comparado ao primeiro; em síntese, 45,2% e 26,1% (p = 0,13), respectivamente. As infecções por rotavírus configuraram picos quanto à distribuição durante o segundo semestre de vida, com freqüências de 30,1% e 13,5%, respectivamente. Aqueles do tipo G2 circularam durante todo o período de estudo, enquanto o sorotipo G1 (n = 27) emergiu a partir de junho de 1998. Aliás, detectaram-se 20 (74,1%) das amostras virais com essa última especificidade ao longo de 1998. Os dados acima sustentam a importância dos rotavírus na etiologia das gastroenterites graves no nordeste brasileiro e consubstanciam o conceito de que uma futura vacina contra esses enteropatógenos necessariamente deve conferir proteção frente aos múltiplos sorotipos circulantes
Caracterização sorológica e detecção molecular do HTLV em amostras de pacientes com distúrbios neurológicos no Estado do Pará, Brasil (1996-2005)
Human T-lymphotropic virus tipe 1 is recognized as the etiologic agent of tropical spastic paraparesis/HTLV-1 associated myelopathy (TSP/HAM). A very similar clinical disease has been increasingly associated to HTLV-2, whose pathogenicity still requires further assessments. This transversal, retrospective epidemiological survey aimed to determine the prevalence of HTLV among individuals with neurological disturbances and further evaluate cases of inconclusive serology using molecular biology methods. The present study involved patients inhabitants of Pará State and/or admitted at health institutions of the and who were referred to the Virology Section of Instituto Evandro Chagas (IEC) by local doctors between January of 1996 and December 2005, to search for the presence of HTLV-1/2 serum antibodies. Of these patients 353 were selected, with age between 9 months and 79 years, who presented at least one signal or symptom of the Marsh’s Complex (1996), as well as had HTLV-1/2 positive serology at screening and confirmatory ELISA. The overall prevalence of HTLV antibodies by ELISA as 8,8% (31/353), with rates of 10,6% (19/179) and 6,9% (12/174) for female and male patients, respectively. Among HTLV-1/2 the 31 ELISA-positive patients it was noted that 15 (48.4%) of 31 had paresis (n = 8), parestesis (n = 5), and paraplegia (n = 3). Of these 31 HTLV ELISA positive patients, 25 could be submitted to WB for assessment of viral types, which were distributed as follow: 80% (20/25) were HTLV-1, 12% (3/25) were HTLV-2, one case was of HTLV-1+HTLV-2 infection (4%), and serum from one patient yielded an indeterminate profile (4%). Only 14 of these 25 patients could be re-localised for collection of an additional sample for molecular analysis. It was observed that 78.6% of samples typed by WB had the proviral TAX region successfully amplified by nested-PCR. In addition, types were confirmed as based on results obtained from the amplification of the POL region using real-time PCR; this denoted good specificity and sensitivity of the WB used in this study. The sample defined as HTLV-1+HTLV-2 infection by WB was amplified in its TAX region but real time PCR confirmed HTLV-1 infection only. The patient with WB indeterminate profile and one of samples typed as HTLV-2 by WB were amplified by nested-PCR but the real time PCR was negative for HTLV-1 and HTLV-2 in both samples. One patient presenting clinical manifestations of crural myalgia and parestesia with duration of about 7 years reacted HTLV-2-positive by both WB and real-time PCR, a denoting a clear HTLV-2- related chronic myelopathy. This study has identified a case of possible vertical transmission in two distinct situations: a patient whose mother presented antibodies for HTLV-1 by WB and two sisters who reacted HTLV-1-positive by WB and real-time PCR. Although of epidemiological relevance, results from this study warrant further and broader analyses concerning the molecular epidemiology of HTLV types and subtypes HTLV. In addition, a more complete clinical assessment of neurological symptoms should be further performed, in order to better characterise cases of HTLV-related chronic myelopathy in our region.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorO vírus linfotrópico de células de T humanas tipo 1 (HTLV-1) é reconhecido como agente etiológico da paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1 (PET/MAH). Quadro clínico muito similar a este vem sendo crescentemente associado ao HTLV-2, cuja patogenicidade ainda requer maiores esclarecimentos. Este inquérito epidemiológico transversal objetivou determinar a prevalência do HTLV entre indivíduos com distúrbios neurológicos e esclarecer, por métodos de biologia molecular, os casos de sorologia inconclusiva. O presente estudo envolveu pacientes residentes no Estado do Pará e/ou internados em instituições de saúde esse Estado, e que tenham sido encaminhados à Seção de Virologia (SEVIR) do Instituto Evandro Chagas (IEC) por médicos locais, entre janeiro de 1996 e dezembro 2005, com vistas à pesquisa de anticorpos específicos para HTLV-1/2. Dessa população foram selecionados 353 pacientes, com idades entre 9 meses e 79 anos, que apresentassem pelo menos um sinal ou sintoma do Complexo de Marsh(1996), bem como sorologia positiva para os testes de triagem e confirmatório de EIE específico para HTLV-1/2. A prevalência geral de anticorpos específicos para HTLV por EIE foi de 8,8% (31/353), com taxas de 10,6% (19/179) e 6,9% (12/174) nos sexos feminino e masculino, respectivamente. Entre os pacientes positivos para HTLV-1/2 por EIE, verificou-se que, tomadas em conjunto, as manifestações de paresia (n = 8), parestesia (n = 5) e paraplegia (n = 3) ocorreram em 48,4% (15/31) dos casos. Dos 31 pacientes positivos para HTLV por EIE, 25 puderam ser submetidos ao WB para definição do tipo viral, encontrando: 80% (20/25) de HTLV- 1, 12% (3/25), HTLV-2, uma infecção mista (4%) e um perfil indeterminado (4%). Destes 25 indivíduos, apenas 14 puderam ser re-localizados para coleta de nova amostra visando-s à análise molecular. Verificou-se que 78,6% das amostras tipadas por WB revelaram amplificação da região TAX pró-viral pela nested-PCR e foram confirmadas quanto à tipagem pela pesquisa da região POL por PCR em tempo real, denotando especificidade e sensibilidade satisfatórias do método de WB empregado no estudo. A amostra definida como infecção mista por WB foi amplificada para região TAX, porém a PCR em tempo real confirmou infecção apenas pelo HTLV-1. O paciente com perfil indeterminado e uma das amostras tipadas como HTLV-2 por WB foram amplificadas pela nested-PCR, porém a PCR em tempo real não detectou genoma pró-viral de HTLV-1, nem do -2 em quaisquer das duas amostras. Uma paciente, portadora de quadro de mialgia e parestesia crural com duração de aproximadamente 7 anos se apresentou positiva para HTLV-2 por WB e PCR em tempo real, caracterizando um quadro compatível com mielopatia associada a esse tipo. Registraram-se indícios de transmissão vertical em dois casos distintos: um paciente cuja mãe apresentou anticorpos para HTLV-1 por WB e duas irmãs com diagnóstico de HTLV-1 por WB e PCR em tempo real. Os resultados deste trabalho evidenciam a necessidade de análises mais profundas acerca da epidemiologia molecular dos tipos e subtipos do HTLV, bem como avaliações clínicas mais rigorosas do ponto de vista neurológico, visando a melhor caracterizar a associação do vírus à condição mórbida designada mielopatia crônica
HTLV-I and HTLV-II antibodies among blood donors in Belém, Brazil
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Instituto Evandro Chagas. Belém, PA, Brasil.Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Instituto Evandro Chagas. Belém, PA, Brasil.Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Instituto Evandro Chagas. Belém, PA, Brasil.Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Instituto Evandro Chagas. Belém, PA, Brasil.Amostras de soro obtidas de 379 doadores de sangue do Centro de Hemoterapia do Pará (HEMOPA) noperíodo de junho de 1996 a julho de 1998, positivas quanto à presença de anticorpos para o vírus linfotrópico de células T humanas do tipos 1 (HTLV-I), foram examinadas no Instituto Evandro Chagas (IEC) visando-se àconfirmação dos resultados. O exame em duplicata de cada soro, pelo método imunoenzimático (ELISA), exibiupositividade em 112 (29,5 por cento) dos espécimes previamente caracterizados como reativos na triagem inicial. Tais amostras também se revelaram positivas à análise pelo procedimento de Western blot, compreendendo presença de anticorpos para HTLV-I, HTLV-II e resposta indeterminada em 66 (59 por cento), 15 (13,4 por cento) e 31 (27,7 por cento) indivíduos, respectivamente. Observou-se que a presença de anticorpos para HTLV foi nitidamente mais expressiva entre as mulheres (47,2 por cento), se comparadas aos homens (27,8 por cento) (c2 = 7,65, p = 0,006). As infecções por HTLV-I e HTLV-II foram registradas em freqüências relativas comparáveis ao longo de todo o período de investigação (c2 = 0,66,' p =0,42). Os resultados sugerem que (i)o método de ELISA, então utilizado em Relém para triagem dos doadores desangue em potencial era dotado de especificidade limitada; (ii) as taxas de reação positiva para HTLV-II superiores a 10 por cento indicam possível transmissão viral via drogas injetáveis; e (iii) os dados de soroprevalência em relação ao sexo sustentam a maior suscetibilidade das mulheres à infecção.A total of 379 donations that screened human T-lymphotropic virus type I (HTLV-I)-positive in the Pará State Blood Bank ("HEMOPA"), between June 1996 and July 1998, underwent secondary testing at "Instituto Evandro Chagas" for the purpose of confirming the results. Of these, 112 (29.5%) confirmed as being HTLV-seropositive when tested in duplicate by an enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). All of them also gave positive results when tested by Westem Blot, asfollows: 66 (59%) donors were reactive to HTLV-I,' 15 (13.4%), to HTLV-II, and indeterminate patterns were identified in 31 (27.7%) of them. There was a statistically significant difference in the seroprevalence rates of HTLV antibodies between male and female blood donors: 27.8% and 47.2%, respectively (c2 = 7.65, p = 0.006). Both HTLV-I and HTLV-II seropositive results were detected throughout the study period at comparable relative frequencies (c2 = 0.66, p = 0.42). Our data suggest that (i) the specificity of the ELISA method used for screening of potential blood donors in Belém is low,' (ii) the overall greater than 10% HTLV-II seropositivity may be an indicator that virus transmission through misuse of intravenous drug abusers may be occurring,' and (iii) our seroprevalence by sex may reflect the likelihood of greater risk of infection of women during sexual intercourse