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O mestiço no armário e o triângulo negro no atlântico : para um multiculturalismo híbrido
Motivado pelo instigante artigo de Marcos Chor Maio e Ricardo Ventura Santos, farei considerações sobre algumas questões suscitadas pela discussão sobre cotas, com um interesse especial sobre seus efeitos na antropologia e nas ideologias sobre interetnicidade brasileiras. O primeiro e mais visível dos efeitos da discussão sobre cotas refere-se à ausência de consenso sobre este assunto entre os antropólogos brasileiros. São várias as posições. Tentarei caracterizar apenas os dois campos mais evidentes, ainda que correndo o evidente risco de simplificá-los. Ambos coincidem em que há que combater o racismo no Brasil e têm argumentos antropologicamente relevantes. Também reconhecem que a escravidão foi um crime terrível que estruturou a relação entre negros e brancos no Brasil
Globalización y transnacionalización : perspectivas antropológicas y latinoamericanas
Para darle mis sentido a nuestras experiencias y posibilidades de invest igación, voy a situarme en un punto intermedio entre una discusión general sobre globalización y trans nacionalidad y los escenarios latinoamericanos donde estas cuestiones pueden ser analizadas de manera mis concreta. Consideraré dos niveles : Primero, la globalización y la transnacionahzación en relación com la emergencia de lo que llamo la comunidad transnacional imaginada-virtual. Segundo. algunos escenarios en Jos que, como antropólogos, podríamos investigar estas cuestiones en nuestros países. Hay que comenzar por algo que ya hace parte del sentido común en distintas situaciones académicas y pcliticas: los cambios brutales de las realidades polít icas y económicas. sociales y culturales en El mundo desde los años ochenta , sobre todo desde el fina l de esa década . Estos cambios condujeron a una perplejidad. hoy común entre Jos acto res sociales y provocaron, po r ejemplo. interpretaciones que hablan del fin dc la historia y de las ideologías . Claramente, vivimos un período de profundas trans formaciones y de transición , un momento muy positivo para los científicos sociales, estimulante para nuestra imaginación sociológica y antropológica. Hay personas que se sienten problematizadas y angustiadas por la velocidad de los acontecimientos. Yo, al revés, me siento privilegiado de saber que vivo en un periodo de cambios profundos en las maneras de organizar la vida en el planeta. Es un desafio para quienes se interesan en buscar interpretaciones que nos ayuden 3 tornar posición en los procesos en curso, para interven ir en ellos
Cultura, direitos humanos e poder: mais além do império e dos humanos direitos : por um universalismo heteroglóssico
O que me moveu a levantar as questões que levanto neste trabalho foram as indicações cada vez mais freqüentes que o discurso sobre os direitos humanos vem sendo apropriado por diferentes atores políticos, às vezes com propósitos que aparecem como, para dizer o mínimo, contraditórios com relação ao campo semântico associado à luta pacífica pelas liberdades, pelo bem-estar das pessoas e coletividades. Quando uma super-potência inclui dentre as suas justificativas para a invasão militar de um país a derrubada de um regime que desrespeita os direitos humanos, quando quadrilhas do crime organizado no Rio de Janeiro usam, para legitimar seus ataques violentos que mantêm a população carioca aflita, o desrespeito aos direitos humanos nas penitenciárias como parte de suas motivações, ficamos diante de evidências que revelam que “direitos humanos” são um campo de conflitos de interpretações. Neste campo, os atores políticos bucam instrumentalizar suas interpretações almejando adquirir legitimidade para as suas ações e posições
Poder, redes e ideologias en el campo del desarrollo
Poder, uma noción central de este texto, tiene muchas definiciones. Mi própria concepción se basa en la combinación de tres fuentes diferentes. Para Richard Adams (1967), poder es el control que un colectivo posee sobre el ambiente de otro colectivo. De las diversas visiones de Max Weber, retendré aquella del poder como la capacidad de hacer que las personas hagan lo que no quieren. Ya la noción de poder estructural, de Eric Wolf (1999), enfatiza la capacidad que tienen fuerzas y relaciones históricas - especialmente aquellas que definen acceso al trabajo social - de crear y organizar escenarios que reducen las posibilidades de acción de las personas y de especificar la dirección y distribución de flujos de energía. Poder, así, se refiere a la capacidad (a) de ser sujeto de su propio ambiente, de ser capaz de controlar su propio destino, es decir, de controlar el curso de acción o de los eventos que mantendrán o modificarán la vida, o (b) de impedir que las personas se tornen actores con poder. Ya que el desarrollo siempre implica transformación (Berman, 1987) y típicamente sucede a través de encuentros entre insiders y outsiders localizados en posiciones de poder diferentes, las iniciativas de desarrollo están ancladas y atravesadas por situaciones donde abundan desigualdades de poder. La dificultad de realizar cambios internos en la denominada ‘comunidad de desarrollo’ está íntimamente relacionada con el hecho de la misma ser un campo de poder
Identidade brasileira no espelho interétnico. Essencialismos e hibridismos em San Francisco
A identidade nacional, ela mesma uma construção que se direciona para uma homogeneização instrumental de uma determinada população, se transforma, também instrumentalmente, em uma identidade étnica, isto é, em uma identidade contrastiva internamente ao âmbito de um outro estado nacional onde as diferenças são marcadas por distinções linguísticas e culturais, acima de qualquer coisa.É neste âmbito que a experiência dos brasileiros emigrantes deve ser incluída.As ciências sociais brasileiras têm uma larga tradição de interpretar o Brasil e a cultura brasileira. Neste final de século, especificamente a partir de meados da década de oitenta quando se delineia pela primeira vez na história do país uma clara tendência emigratória para diferentes locais nos Estados Unidos, Paraguai, Japão e Europa, abrese definitivamente a oportunidade de pensar, antropologicamente, a inserção de diferentes populações brasileiras em distintos Estados nacionais e sistemas interétnicos. Nestes jogos de espelho, novas pistas surgirão, especialmente a partir de contextos onde a alteridade e o estranhamento se imponham com força notável. Em trabalho anterior (Ribeiro 1998a), a partir da apresentação do que denominei cenários e rituais de afirmação da identidade brasileira na Bay Area de San Francisco, procurei avançar nesta direção. Já que a dinâmica público/privado é crucial para a construção de identidades, centrei meu argumento sobre um continuum onde os cenários/rituais iam aumentando em visibilidade para os “outros” constitutivos da segmentação étnica em questão. Neste contexto, ficou claro o que informa a identidade brasileira: a comida, a música, a dança, futebol, rituais nacionais, o carnaval, especialistas do simbólico (pastores, jornalistas). Nada de novo. Todos os imigrantes carregam consigo formas e aparatos de reprodução cultural, até mesmo para domesticar o novo ambiente e apaziguar o stress da relocalização e do estranhamento. Mas, há várias combinações possíveis. Umas apontam para a confirmação de essencialismos, das sinédoques típicas das construções de identidades sociais. Outras apontam para a formação de novos hibridismos
Antropologias mundiais : cosmopolíticas, poder e teoria em antropologia
Este projeto faz parte de uma antropologia crítica da antropologia, uma perspectiva que descentraliza, re-historiciza, e pluraliza o que tem sido considerado “antropologia” até então. Ele questiona não só os conteúdos, mas também os termos e as condições dos encontros antropológicos. “Antropologias Mundiais” têm como objetivo a construção de um cânone policêntrico, que, de forma parecida ao multiculturalismo policêntrico (Shohat e Stam citado em Turner 1994), implica em uma reconceitualização dos relacionamentos entre comunidades antropológicas. A observação introdutória refere-se ao meu entendimento da antropologia como uma cosmopolítica. A noção de cosmopolítica procura prover uma perspectiva crítica e plural sobre as possibilidades de articulações supra e transnacionais. Ela é baseada, por um lado, nas evocações positivas associadas historicamente à noção de cosmopolitismo e, por outro lado, em análises nas quais assimetrias de poder são de fundamental importância (sobre cosmopolítica veja Cheah e Robbins 1998, e Ribeiro 2003)
O que faz o Brasil, Brazil : jogos identitários em San Francisco
Neste artigo privilegio a questão da(s) identidade(s) brasileira(s) em San Francisco pois ela condensa um grande número de dinâmicas e aponta para distintos percursos e indagações que podem estimular a imaginação de outros cientistas sociais. Baseio-me em pesquisa de campo, observação direta, participação em eventos e rituais, entrevistas, e em análise de material escrito, como notícias de jornais, panfletos e outros1. Os imigrantes brasileiros em São Francisco são uma abstração. Na verdade trata-se de uma população diferenciada por classe social, status, gênero, origem regional (uma nítida maioria de goianos, por exemplo) e raça. No entanto, novas populações de migrantes em contextos interétnicos onde as marcações de diferenças sócio-políticas e econômicas são altamente informadas por ideologias étnicas e raciais, como é notadamente o caso norte-americano, tendem a ser percebidas e representadas de maneira homogeneizante
Economic globalization from below
Discussions on globalization tend to focus on processes commanded by powerful agents in a top-down perspective. In this article, I will explore “alter-native” economic processes and agents and a form of non-hegemonic globalization. “Trader-tourists” and street vendors of global gadgets, for instance, are but the tip of the iceberg, in a huge parallel global economy. Their activities are non-hegemonic because they defy the economic establishment everywhere. Grassroots economic globalization provides access to flows of global wealth that otherwise would not reach the more vulnerable ranks of any society. My reasoning is mainly based on Brazilian and Paraguayan examples, but there are evidences of the existence of a veritable popular world system
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