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Impactos emocionais na vida da mulher infértil: uma revisão integrativa
De acordo com a OMS, cerca de 60 a 80 milhões de pessoas no mundo enfrentam dificuldades para concretizar o projeto de paternidade ou maternidade em algum momento de suas vidas. Apesar desse grande número de casos reportados, a infertilidade tende a ser uma dificuldade silenciosa, na qual grande parte das mulheres não compartilha sua situação com amigos próximos e familiares, favorecendo o agravamento do seu estado de vulnerabilidade psicológica. Sentimentos de culpa e baixa autoestima são relatados por mulheres que enfrentam dificuldades em se reproduzir, podendo levá-las a quadros de depressão, de ansiedade e, consequentemente, a uma baixa qualidade de vida. Compreender de que forma a infertilidade afeta a vida no âmbito biopsicossocial, procurando identificar as consequências da quebra de expectativa da maternidade na qualidade de vida dessas mulheres. Buscou-se nas plataformas digitais PubMedline ou Publisher Medline (PubMed) e Science Eletronic Library (SciELO), a partir dos Descritores em Ciências da Saúde “female infertility” e “emotional impact”, artigos em línguas inglesa e portuguesa para a composição desta revisão integrativa de literatura. A infertilidade constitui exemplo aplicável da Psicologia da Saúde – estudo de interfaces biopsicossociais – e relaciona-se com transtornos mentais tanto em suas origens quanto causas ou consequências. A quebra de expectativas com a possibilidade da maternidade, falta de controle sobre o corpo e o impacto social da infertilidade podem levar ao aparecimento de doenças como depressão e ansiedade. Pesquisas sólidas apontam que 40% das mulheres em processo de tratamento da infertilidade apresentavam depressão, ansiedade ou ambos. Outros estudos elevam as taxas das doenças supracitadas para 56% e 76%, respectivamente. Para tanto, pesquisadores aplicaram questionários psicológicos e dosaram marcadores de estresse emocional, como a enzima alfa-amilase e o hormônio cortisol, sendo este segundo método o que mais corrobora a hipótese. Tratamentos psicológicos eficazes para pacientes inférteis e com saúde mental abalada incluem programas de counseling com terapias cognitivas, técnicas diversas de relaxamento, apoio entre cônjuges e mindfullness. O incentivo para aplicação individual é essencial para momentos mais estressantes na trajetória dos pacientes. Nota-se, portanto, que os casos de infertilidade feminina mostram-se não só elevados como também bastante relacionados à saúde mental das pacientes. Logo, é imprescindível que se faça um acompanhamento holístico dessas mulheres, afim de que os sintomas dos transtornos acima relatados sejam tratados e impactem, minimamente, a qualidade de suas vidas. 
Percepção de acadêmicos de medicina em relação a sintomas depressivos em escolares na adolescência
Introdução: presente trabalho apresenta um relato da experiência de acadêmicos de medicina da faculdade UniEVANGÉLICA com uma ação educativa sobre os sintomas da depressão infantil no colégio Couto Magalhães no dia 06 de junho de 2019. O módulo de Medicina de Família e Comunidade, subárea de saúde coletiva proporcionou a realização do projeto através da metodologia do Arco de Maguerez. As 3 primeiras etapas do método foram aplicadas na visita à escola com o apoio do questionário da pesquisa PeNSE (IBGE, 2015). Contextualizando diferentes aspectos como educação sexual e bullying, constatou-se que 40% dos alunos se queixou de solidão, definindo um ponto vulnerável passível de intervenção. Na terceira fase, a teorização explorou os tópicos necessários a cobrir, destacando consequências que pesam sobre todo o processo maturativo biopsicossocial, atingindo 8 milhões de crianças no Brasil. A intervenção se baseou no risco de depressão entre os alunos do 6° ano ao 3° ano do ensino médio, objetivando oferecer meios para lidar com os sintomas e prevenir a depressão. Para isso, foi aplicado o Inventário de depressão infantil de Kovacs, que propõe mensurar o nível do distúrbio em jovens de 7 a 17 anos. Cada questão porta 3 alternativas, pontuadas de 0 a 2 de acordo com a gravidade. Objetivo: apresentar a experiência de estudantes de medicina frente a ação em saúde na aplicação de escala para depressão infantil. Relato de experiência: a pesquisa abrangeu 82 alunos e, com os resultados, o grupo se viu surpreso. Categorizadas as questões pelo peso para o risco de depressão, a terceira categoria, sobre afecções funcionais e à concepção de si mesmo, apresentou números alarmantes: 57,32% mostraram score mediano a máximo para más perspectivas de vida, 56,1% quanto ao mau rendimento escolar, 19,5% pela baixa autoestima e 18,3% referiram ideação suicida. Com a apresentação de um banner, o grupo esclareceu limites entre a regularidade e a patologia, pontuando técnicas para lidar com a tristeza. Como por exemplo, a prática de exercícios, filmes e músicas que propiciem a liberação dos “hormônios da felicidade” abordados – serotonina, dopamina, endorfina e oxitocina. Discussão: uma das tarefas mais importantes da prática foi despertar o assunto como algo passivo de prevenção. Questões como a autoestima, otimismo e rendimento escolar foram abertamente discutidas. Mas, ainda assim, o grupo sentiu certa impotência frente ao impacto funcional dos resultados, já que os participantes não transpareciam sentimentos tão relevantes quanto as porcentagens. Por outro lado, houve queixas dos participantes sobre a rigidez das opções da escala de Kovacs, que apresentavam extremos que não contemplavam individualidades suficientes para representá-los. Por fim, o projeto foi aperfeiçoou competências para um melhor entendimento das singularidades da saúde, adaptação da linguagem de alcance ao público e a maturidade para utilizar dados contextualizados e agir sobre eles. Conclusão: a experiência foi extremamente enriquecedora ao grupo, contribuindo para a visualização dos sintomas depressivos na juventude como um fator social importante e proporcionando melhores perspectivas sobre o manejo diário do problema. Nessa linha, é imprescindível que as escalas de depressão sejam desenvolvidas empírica e amplamente, para uma melhor identificação dos sujeitos
Dermatite atópica em crianças e o papel da microbiota intestinal na fisiopatologia da doença
A dermatite atópica é uma doença crônica de etiologia multifatorial que afeta hoje 15 a 20% das crianças pelo mundo. Por se tratar de uma doença altamente prugirinosa, as manifestações na infância podem afetar fortemente o curso de desenvolvimento da criança e, consequentemente, a sua qualidade de vida e de todos os envolvidos. Assim, surge a necessidade de uma maior atenção sobre as possíveis formas de prevenção, tratamento e, primariamente, à etiologia por trás dos distúrbios cutâneos. Nessa linha, a relação entre a dermatite atópica infantil e a microbiota intestinal vem ganhando força em meio a hipóteses e teorias ainda pouco conhecidas. Considerando a relevância do assunto, o presente estudo tem por objetivo relacionar a dermatite atópica infantil com a atuação na microbiota intestinal e destacar as principais condutas frente à doença. Tratando-se, portanto, de uma revisão integrativa de literatura embasada em 28 artigos científicos e dados epidemiológicos entre 2011 e 2019, mediante busca nas de dados PubMed e Bireme com os descritores: “atopic eczema”, “etiology”, microbiota gastrointestinal, “probiotic supplement”. Dessa forma, foi possível, não só esclarecer a fisiopatologia da doença, como também evidenciar tópicos a serem aprofundados e chamar a atenção da comunidade científica atual