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Complicações clínicas e obstétricas em pacientes com eclampsia com e sem recorrência de convulsões após tratamento com sulfato de magnésio
Objetivo: determinar a prevalência de complicações clínicas e obstétricas em pacientes eclâmpticas com e sem recorrência de crises convulsivas após administração do sulfato de magnésio. Metodologia: através de um coorte retrospectivo, foram avaliados 69 casos de eclampsia atendidos na Maternidade Escola Assis Chateaubriand entre julho/2013 e julho/2016. Os testes x2 de associação e exato de Fisher foram utilizados para a comparação de variáveis. Resultados: seis pacientes apresentaram recorrência da eclampsia após sulfato de magnésio na admissão (8,7%), sendo administrado diazepam em uma, fenitoína em quatro e metade da dose de ataque do sulfato na última. Não houve diferença significativa, entre os grupos com ou sem a presença de recorrência, na idade (p 0,655), paridade (p 0,07) e hipertensão crônica associada (p 0,758). Também não houve diferença significativa entre os dois grupos em relação à síndrome HELLP (hemólise, elevação de enzimas hepáticas e plaquetopenia) (33,3% x 20,6%, p 0,389), insuficiência respiratória (16,7% x 6,3%, p 0,832) e descolamento prematuro da placenta (0% x 6,3%, p 0,689). Conclusão: a recorrência de crise convulsiva (8,7%) foi similar à relatada na literatura mundial (9,7%). Não houve aumento de complicações clínicas e obstétricas nas pacientes com recorrência de eclampsia
Gravidez abdominal de 37 semanas com neonato saudável: relato de caso
Gravidez abdominal é uma forma rara de gravidez ectópica com elevada morbidade e mortalidade para a mãe e o feto. O diagnóstico pode ser difícil devido à presença de sintomas inespecíficos e ocorre principalmente em centros com pouco recursos para saúde, onde o acompanhamento pré-natal é precário. Neste estudo, os autores apresentam o caso de uma paciente de 40 anos, atendida em um hospital-maternidade, com gravidez abdominal no curso de 37 semanas e sintomas inespecíficos. O diagnóstico foi realizado previamente ao parto por meio de exame ultrassonográfico, o qual identificou a presença de feto externamente ao útero. Foi realizado o parto por via abdominal com nascimento de neonato saudável. A gestação abdominal pode ser classificada em primária ou secundária segundo sua origem. As principais complicações maternas são sangramentos graves, fístulas intestinais e sepse. O feto pode apresentar malformações como assimetria craniofacial, deformidade de membros e sistema nervoso central. Quando realizado o diagnóstico precoce com menos de 20 semanas, pode ser orientado a interrupção da gestação ou um parto precoce, com 34 semanas, quando o diagnóstico é realizado após 20 semanas gestacionais
Restrição de crescimento seletiva em gestação gemelar monocriônica: relato de caso
A restrição de crescimento fetal (RCF) ocorre em aproximadamente 3 a 10% das gestações únicas, em 9,1% de todos os gêmeos, e em 9,9% dos gêmeos monocoriônicos. O déficit de crescimento pode comprometer apenas um dos gêmeos de forma seletiva (RCF-S). A morte espontânea do gêmeo com restrição pode resultar em morte concomitante ou deficiência neurológica grave do outro gêmeo.
Há classificação em três subtipos para essa entidade clínica, onde os de tipo I (Doppler normal) são conduzidos de forma expectante com avaliação periódica ao Doppler. Para os subtipos II (Doppler anormal mantido) e os subtipos III (Doppler anormal intermitente) não há consenso na literatura, com tendência a realização do laser para separação das circulações com o intuito de evitar as conseqüências adversas decorrentes da morte potencial do gêmeo com RCFs.
O objetivo deste relato de caso é apresentar uma evolução de RCFs Tipo I conduzida de forma conservadora com resultado satisfatório e discutir os aspectos desta importante entidade na obstetrícia