106 research outputs found
Impedimentos da cor: mulatos no Brasil e em Portugal c. 1640-1750
O presente artigo pretende analisar vários testemunhos a partir de duas questões. Inicialmente investiga a hierarquia entre as cores da pele, a dicotomia entre branco/nobre e negro/vil. Em seguida, analisa o caráter inato dos hábitos ou a capacidade de herdar o comportamento e a moral. A partir desta investigação, pretende-se refletir sobre as classificações sociais, particularmente sobre a hierarquia da cor e, porque não, sobre a idéia de raça em Portugal e no Brasil colônia.</jats:p
Da vila ao sertão: os mamelucos como agentes da colonização
Nos primeiros anos da coloniznçpo üo Brasil, os mamelucos foram os intermediarios entre os portugueses e os índios, auxiliando no agenciamento de mão-de-obra indígena necessária nos empreendimentos coloniais. Ao deslocarem os nativos do sertão para os engenhos, eles infringiram regras da Cristandade, pois no sertão viviam ao modo gentílico: pintando corpo, tendo várias mulheres e participando de rituais anlropofágicos. No entanto, nas vilas viviam como cristãos. A especificidade cultural dos mamelucos é o lema principal deste artigo
O Campo e a Cidade na história e na literatura
WILLIAMS, Raymond. O Campo e a Cidade na história e na literatura. Trad. por Paulo Henrique de Britto. São Paulo; Cia das Letras, 1989, 439p
Vistas e paisagens: imagens do Rio de Janeiro colonial
Ensaio sobre vistas e paisagens do Rio de Janeiro entre os séculos XVII e XIX. Na longa duração torna-se possível perceber como as representações da cidade se modificaram. Inicialmente, as vistas serviam como temas cartográficos, depois os pintores incluíram a civitas na paisagem, destacando, sobretudo, o cotidiano escravista
Alta nobreza e os limites da soberania régia na Nova Espanha e Brasil, séculos XVI e XVII
This paper has drawn on Laura Benton's concept of quasi-sovereignty to analyze how the Spanish and Portuguese monarchies, between the sixteenth and seventeenth centuries, employed similar strategies to neutralize the high nobility rooted in the New World. The monarchs granted privileges but also created mechanisms to erode the autonomy the nobles enjoyed overseas. This article has drawn on a vast literature to inventory not only the different royal controls but also the strategies employed by the nobles to react against the loss of their estates and political ownership. The comparison between the life path of Portuguese and Spanish nobles allowed us to identify how control over the nobility involved different instances of imperial and local administration. The biography of these nobles also demonstrates the pressure of distinct social groups against the nobles and their privileges. The dispute between the imperial government, the local government, the nobles, and social groups demonstrate the weakness of royal sovereignty overseas.Este trabajo se ha basado en el concepto de cuasi soberanía de Laura Benton para analizar cómo las monarquías española y portuguesa, entre los siglos XVI y XVII, emplearon estrategias similares para neutralizar a la alta nobleza arraigada en el Nuevo Mundo. Los monarcas concedieron privilegios pero también crearon mecanismos para erosionar la autonomía de que gozaban los nobles en ultramar. Este artículo se ha basado en una amplia bibliografía para inventariar no sólo los diferentes controles reales, sino también las estrategias empleadas por los nobles para reaccionar contra la pérdida de sus propiedades y de la titularidad política. La comparación entre la trayectoria vital de los nobles portugueses y españoles nos ha permitido identificar cómo el control sobre la nobleza implicaba diferentes instancias de la administración imperial y local. La biografía de estos nobles demuestra también la presión de distintos grupos sociales contra los nobles y sus privilegios. La disputa entre el gobierno imperial, el gobierno local, los nobles y los grupos sociales demuestra la debilidad de la soberanía real en ultramar.Cet article s'appuie sur le concept de quasi-souveraineté de Laura Benton pour analyser la manière dont les monarchies espagnole et portugaise, entre le XVIe et le XVIIe siècle, ont utilisé des stratégies similaires pour neutraliser la haute noblesse enracinée dans le Nouveau Monde. Les monarques ont accordé des privilèges mais ont également créé des mécanismes pour éroder l'autonomie dont jouissaient les nobles à l'étranger. Cet article s'appuie sur une vaste littérature pour inventorier non seulement les différents contrôles royaux, mais aussi les stratégies employées par les nobles pour réagir à la perte de leurs domaines et de leur propriété politique. La comparaison entre les parcours de vie des nobles portugais et espagnols nous a permis d'identifier comment le contrôle de la noblesse impliquait différentes instances de l'administration impériale et locale. La biographie de ces nobles démontre également la pression exercée par des groupes sociaux distincts à l'encontre des nobles et de leurs privilèges. Les conflits entre le gouvernement impérial, le gouvernement local, les nobles et les groupes sociaux démontrent la faiblesse de la souveraineté royale à l'étranger.O presente artigo recorreu ao conceito de quasi-sovereignty de Laura Benton para analisar como as monarquias espanhola e portuguesa, entre os séculos XVI e XVII, empregavam estratégias muito semelhantes para neutralizar a alta nobreza radicada no Novo Mundo. Os monarcas outorgaram privilégios, mas também criaram mecanismos para erodir a autonomia que esses nobres desfrutavam no ultramar. O presente artigo baseou-se em ampla bibliografia para inventariar não somente os diferentes controles régios, mas também as estratégias empregadas pelos nobres para reagir contra a perda de seu patrimônio material e político. A comparação entre os nobres portugueses e espanhóis permitiu identificar como o controle sobre a nobreza envolvia diferentes instâncias da administração no âmbito imperial e local. As trajetórias demonstram ainda a pressão de diferentes grupos sociais contra os nobres e seus privilégios. A disputa entre o governo imperial, o governo local, os nobres e os diferentes estratos da sociedade demonstram a debilidade da soberania régia no ultramar
CONSTRUIR COLÔNIAS Reformas nas Américas c. 1760-90
From a historiographical and comparative perspective, the article analyzes the Borbonic and Pombaline reforms. These interventions originated from disputes between European monarchies and altered the pact between the kings and their overseas subjects. They also provoked revolts led by different sectors of society, but these reactions differed widely in the Americas. Reforms and revolts have raised economic and political pressures overseas and made social conflicts clearer. Previously little used, the term "colony” has become fundamental to understand the links between monarchies and overseas possessions. In addition to producing raw materials on a large scale, the colonies stood out for their miscegenation and racial conflictsEm perspectiva historiográfica e comparativa, o artigo analisa as reformas borbônicas e pombalinas. Essas intervenções se originaram das disputas entre as monarquias europeias e alteraram o pacto entre os reis e seus súbitos ultramarinos. Provocaram ainda revoltas comandadas por diversos setores da sociedade, mas essas reações diferiram bastante nas Américas. Reformas e revoltas elevaram as pressões econômicas e políticas no ultramar e tornaram mais nítidos os conflitos sociais. Antes pouco empregado, o termo “colônia” tornou-se mais usual e fundamental para entender os vínculos entre as monarquias e as possessões ultramarinas. Além de produzir em larga escala matérias-primas, as colônias destacaram-se pela mestiçagem e conflitos raciais
Lucien Febvre no caminho das mentalidades
O resgate de parte da obra de Lucien Febvre é o objetivo do presente ensaio, especialmente quando trata do tema mentalidades. Analisar-se-á basicamente dois livros: O Problema da Descrença no Século XVI e Em torno do Heptaméron, obras da década de 1940 (período aqui privilegiado), procurar-se-á perceber os caminhos percorridos por Lucien Febvre para delinear a problemática, tentando encontrar a particularidade de seus estudos, que remetam à compreensão do "homem" e suas mentalidades. Torna-se importante pensar como estas questões foram tratadas no momento anterior aos estudos de Febvre, constatando quais foram os legados, os indícios que possibilitaram ao historiador introduzir a perspectiva mental no conhecimento histórico. Não quero, assim, dizer que Lucien Febvre tenha sido o pioneiro na história das mentalidades, mas destacar que o caminho trilhado por ele é singular, aspecto que será tratado ao longo do ensaio.This essay recovers part of Lucien Febvre's work, focusing particularly on the issue of mentalités. Basically, two works are analyzed: The Problem of Disbelief in the Sixteenth Century and On theHeptameron, both written in the 1940s. The article seeks to trace the paths taken by the author in delineating a problem, and to find the particularity of his work, wich has to do with the understanding of "man" and his attitudes. It remains important to reflect upon how these questions had been treated before Febvre began his studies, showing what were the legacies or traces that allowed this historian to introduce his mentality perspective to the field of historical knowledge. Hence, I do not wish to say that Lucien Febvre was a pioneer in mentalité history, but rather point out that his trajectory was unique, which is the main theme of this essay
A NATUREZA DOS AMERÍNDIOS
A origem do homem americano sempre foi uma incógnita para os europeus. Na tradição aristotélica e bíblica, não havia informações seguras sobre a existência dessas comunidades descobertas a partir de 1942. Por diversas vezes, missionários e viajantes debruçaram-se sobre o problema e procuraram na tradição ocidental elementos capazes de explicar a sua origem. Seguindo um pressuposto bíblico, os religiosos procuraram comprovar que a humanidade era proveniente de Adão e Eva. Neste sentido, não descartaram a idéia de monogenismo, apesar das diferenças culturais que separavam os cristãos e os povos do Novo Mundo. Os ameríndios possuíam a mesma origem dos europeus e, portanto, carregavam consigo as sementes do cristianismo plantadas pelo Criador. Tal princípio permitia aos missionários levar adiante os trabalhos de catequese e combater os escravistas, defensores da incapacidade dos nativos em entender a palavra revelada e receber a conversão. O conceito aristotélico de escravidão natural tornou- se, portanto, um importante aliado dos colonizadores que concebiam o índio como homens forjados para a faina colonial
Vistas e paisagens: imagens do Rio de Janeiro colonial
Ensaio sobre vistas e paisagens do Rio de Janeiro entre os séculos XVII e XIX. Na longa duração torna-se possível perceber como as representações da cidade se modificaram. Inicialmente, as vistas serviam como temas cartográficos, depois os pintores incluíram a civitas na paisagem, destacando, sobretudo, o cotidiano escravista.Essay on Rio de Janeiro's views and landscapes, between XVII and XIX centuries. In this long period, it is possible to notice an important change in the city representation. At first, the views acted as cartography themes. In the end of eighteenth century, the painter included the civitas in the landscapes
- …
