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    A paisagem urbana e a publicidade exterior: um cenário vivo na configuração da experiência do sentir

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    Comunicação apresentada ao LUSOCOM, 6, Covilhã, 2004.Actualmente, as cidades mostram-se revestidas de imagens diversas, desde as sinalizações de trânsito e outras, até aos graffiti e ainda aos múltiplos letreiros dos estabelecimentos comerciais e de serviços que, mais ou menos ostensivamente, nos apontam o seu estandarte num cenário já de si visualmente saturado e desarrumado ao olhar. Pelo seu impacto, posição estratégica e estreita imbricação com a arquitectura urbana, bem como com todas as suas estruturas, nomeadamente as de mobilidade, a publicidade exterior, nos seus vários formatos e suportes, aparece como um meio de comunicação privilegiado, inscrito num processo de estetização geral da paisagem urbana. Tal significa que a experiência sensível contemporânea é em parte configurada por estas imagens publicitárias, num contexto específico e em determinadas condições de percepção. Trata-se de um cenário em constante mutação, quer devido às próprias características inerentes à natureza publicitária - pautada por uma efemeridade e sazonalidade implacáveis –, quer porque os seus suportes físicos se adaptam, numa perfeita relação com o meio, à própria dinâmica das estruturas urbanas. Interrogarmo-nos e reflectirmos sobre estas questões, sobretudo procurando compreender as suas implicações no quadro de um mundo cada vez mais mediatizado e aparentemente menos experienciado, é o objectivo a que aqui nos propomos

    A publicidade e o serviço público de televisão (o caso RTP) : contributos para uma reflexão

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    No quadro do debate nacional sobre o serviço público de televisão, pretende-se com este artigo elucidar alguns aspectos que consideramos fundamentais para uma discussão e reflexão aprofundadas sobre o papel da publicidade na referida paisagem mediática

    “Viagens na minha cidade”: interpelações da publicidade exterior

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    Comunicação apresentada ao VI Congresso da LUSOCOM, 21-22 Abril, 2004, UBI, Covilhã.A mensagem publicitária constitui um elemento frequente e expressivo na paisagem urbana. De modo aparentemente desordenado, as mensagens sucedem-se ao longo dos diversos percursos que a cidade permite, determinados por necessidades e curiosidades dos transeuntes, residentes ou visitantes. Com presença mais significativa em determinadas zonas – zonas de acção preferenciais da publicidade – as mensagens publicitárias exibem-se em diferentes suportes, interpelando e marcando as pessoas que, muitas vezes distraidamente, as percepcionam. Estímulos oferecidos e disponíveis a todos, imagens de grande impacto visual naturalmente inseridas na paisagem, transportam mensagens do corpo social ao indivíduo, cuja influência sobre as representações, quadros atitudinais e comportamentos pessoais não é desprezível. Nesta comunicação damos conta de um passeio pela nossa cidade, à descoberta das imagens publicitárias que a povoam, sua função e significados – “um jornal do tempo que corre”

    A publicidade outdoors na reconfiguração da intimidade: o quotidiano administrado sobre a biografia dos indivíduos

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    (Excerto) As raízes mais profundas da  noção de publicidade ou, mais precisamente,  de público remontam à antiguidade. Nessa altura, a vida pública desenvolve­-se na agora e “a publicidade constitui-­se na conversação (lexis), que pode também tomar a forma da deliberação e do tribunal, assim como no fazer comum (praxis)” (Habermas,1981: 43). Por contraposição à  esfera  privada, emerge  a  publicidade, “como um reino da liberdade e da continuidade. À luz da publicidade tudo e manifesta tal como é, tudo se  faz a  todos visível. Na  conversação entre  cidadãos as coisas fluem através da linguagem e  ganham forma; na  disputa  entre  iguais sobressaem os melhores e  estes ganham a  sua  essência: a  imortalidade da fama” (Ibidem:  43). Contudo, o sentido moderno da palavra publicidade surge apenas na primeira metade do século XIX, com o desenvolvimento da sociedade industrial e com o nascimento das primeiras agências de  publicidade, quer  na  Europa  quer  nos Estados Unidos. Até  então, a  publicidade pretendia, sobretudo, designar a actividade de tornar público, de divulgar, de difundir produtos ou serviços, bem como os respectivos locais de venda, ou mesmo promover espectáculos e outros eventos, inicialmente através do pregão e das tabuletas e, mais tarde, com o aparecimento da imprensa, na primeira metade do século XV, através do cartaz e dos pequenos anúncios, os quais só apareceriam no século XVII

    Gritos na paisagem do nosso interior: o outdoor no percurso de configuração quotidiana do ser

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    Comunicação apresentada nas Jornadas de Publicidade e Comunicação, UBI, Covilhã, 7-8 Novembro de 2003.Reflectir sobre o ser e a sua configuração, a partir da experiência sensível quotidiana de confronto com a publicidade exterior, inserida no quadro da paisagem urbana, é o fim a que nos propomos com a presente comunicação

    O paraíso prometido: uma leitura íntima do discurso publicitário

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    Comunicação apresentada ao I Congresso Ibérico de Comunicação – Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade de Málaga e SOPCOM, Málaga, 6 a 10 de Maio, 2001.Somos por diversas vezes interpelados por imagens que nos levam a um encontro connosco próprios e à percepção íntima de uma personalidade cujos mistérios a nós mesmos se revelam. Tal poderá acontecer com imagens de naturezas e funções diversas. Mas é sobre a imagem publicitária, inscrita num determinado contexto de recepção, que se trata de reflectir. Imediatamente identificada como tal, e não se confundindo com outras formas de comunicação, o sentido da publicidade vai muito para além da mera atribuição de marca e/ou de produto. Tão pouco se confina à concretização de uma estratégia comercial. Embora sejam estes fins específicos aqueles que determinam a natureza persuasiva do discurso publicitário. Um discurso que nos atrai pela sugestão de uma multiplicidade de sensações e de prazeres que nos convidam ao aconchego do sonho e do paraíso prometido. Menos pacífico é o confronto com uma realidade que se nos impõe, lembrando-nos a efemeridade do “império dos nossos sentidos”. Trata-se de uma realidade tecida de armaduras rígidas de valores, capazes de normalizar as nossas práticas sobre o dever ser, o dever fazer, o dever estar. Estes quadros de referência são fundamentais, na medida em que minimizam a nossa percepção de risco, exacerbada na contemporaneidade. Apaziguando o medo de nos perdermos na solidão da procura e da interrogação de nós mesmos. É neste jogo que os conflitos se instalam. Não tivesse a publicidade por fim, simultaneamente, conquistar a nossa vontade e encantar o nosso desejo. Tal é o que procuraremos ilustrar com a análise de um anúncio publicitário, decodificando a sua estrutura e condições de produção e de recepção discursivas

    Uses of Spaces, Freedoms and Constraints - São Paulo, Clean City : a case study

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    As formas sensíveis que se interpõem à experiência quotidiana de circulação pelo espaço urbano encontram na publicidade exterior um dos meios mais propícios ao exercício da vida social. Porém, a publicidade exterior impõe-se numa relação dialógica nem sempre pacífica, entendida como uma ameaça à ordem (desordem) da cidade percebida. Poderá a publicidade deixar de querer afirmar o lugar da persuasão, da sedução e da poética no quadro da vida urbana contemporânea? Em 26 de Setembro de 2006, a Câmara Municipal de São Paulo, no Brasil, aprovou a Lei Cidade Limpa, visando a proibição da publicidade exterior. Desde então, uma acérrima polémica tem ocupado cidadãos, políticos, arquitetos, urbanistas, publicitários, bem como artistas, entre diversos tipos de interlocutores, na defesa de pontos de vista por vezes radicalmente irreconciliáveis. É nossa convicção que subjacente a uma tal discussão se encontram diferentes noções de felicidade, individual ou coletiva, que na sua particular aplicação ao espaço e cultura da cidade, em fase de preparação da Copa do Mundo de 2014 (em São Paulo), importa cartografar.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT

    Gritos na paisagem do nosso interior: a publicidade outdoors no percurso de configuração quotidiana da identidade individual

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    Comunicação apresentada ao VII Congresso Latinoamericano de Investigadores de la Comunicación (ALAIC), La Plata, Buenos Aires, 11-16 Outubro, 2004.«Naturalmente» integrada na paisagem urbana, a publicidade exterior insere-se nas suas dimensões estética e visual, em contínua interacção com as outras imagens que acompanham os itinerários de mobilidade quotidiana. Enquanto lugares imaginários privilegiados, onde o interior e o exterior se jogam, as imagens publicitárias concorrem, assim, para a configuração quotidiana do ser, idealizado a partir de uma dada experiência sensível. Tal realidade é determinante no processo de construção da nossa identidade individual, uma vez que a auto-percepção, consciente ou inconsciente, se inscreve numa dinâmica contínua entre as esferas pública e privada

    A paisagem (urbana) no cinema. Um último plano de leitura

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    (Excerto) «O jardim familiar (primeira fase do abandono): montões informes de silvedo, buxo descabelado, urtigas, flores selvagens. As palmeiras de pouco porte incharam tanto que fazem pensar em anões velhos, doentes, com as suas cabeleiras, as suas folhas emaranhadas, caindo em arco até ao chão». Assim se abre o convite de Carlos de Oliveira a uma deambulação por entre o interior-exterior de uma paisagem que a todo o instante se inventa. Sobre as memórias, os lugares, erguem-se dunas, vozes, intensidades de luz e passos que negrejam. São infinitos os modos de descrever uma paisagem... mas o que é, antes de mais, a paisagem? Admite-se que os seres humanos, confrontados coma natureza, tenham desde logo encetado uma íntima relação com o mundo do visível. Porém, uma tal «visão», motivada pelo reconhecimento do carácter vital da natureza, não implica necessariamente uma «experiência estética», resultante dos efeitos do universo exterior sobre o olhar. Na verdade, impõe-se uma certa distância como condição de possibilidade e de transformação subjectiva do território em paisagem. Nascida da percepção individual, a construção da «paisagem» funda-se num impulso fusional com um lugar que se torna estrangeiro e, desse modo, objecto de reflexão

    A arte urbana e os lugares do habitar. Up There, o caso da intervenção de Katre no Bairro de Carcavelos

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    O graffiti é frequentemente discutido enquanto prática subversiva de agenciamento de identidades, em contra-corrente com a ordem estabelecida, enquanto campo de forças e de luta simbólica pela apropriação do espaço urbano, lugar de expressão das sub-culturas, prática de enunciação e de re-criação do imaginário coletivo, instância de novas socialidades (Campos, 2010, 2013; Ferrel, 1996; Hebdige, 2005; Pais, 2003; Pescio, 2015; Rose, 2005). Menos usuais são os estudos sobre o graffiti re-centrados nos contextos pragmáticos de enunciação discursiva concretos, nas circunstâncias espacio- temporais específicas, de onde essas mesmas enunciações edificam espaçamentos, ou, em síntese, na pesquisa aprofundada das formas de comunicação, nomeadamente as visuais, potenciadoras de modos particulares, individuais e coletivos, do habitar (Heidegger). Este capítulo tem como propósito, precisamente, analisar as práticas discursivas de arquitetura semiósica (Peirce) agenciada pela arte urbana, num dado contexto espácio-temporal. Para tal, propõe-se como objeto de pesquisa o caso Up There, um projeto de arte urbana implementado na cidade de Matosinhos, com incidência na intervenção do artista Katre, no Bairro de Carcavelos.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
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