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ORGANIZAÇÃO DO ENSINO DO CONCEITO DE NÚMEROS NEGATIVOS: UMA PROPOSTA COM BASE NA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL
Este trabalho tem como objetivo a socialização do estudo realizado nas disciplinas do Estágio Supervisionado do Ensino Fundamental I e II, ocorrido no ano de 2018. No primeiro semestre, o foco foi o referencial da Teoria Histórico-Cultural, pela estrutura do pensar e do agir que a mesma proporciona ao professor na organização do ensino e ao aluno no processo de apropriação do conhecimento científico. Em relação ao conceito matemático, estudamos os números negativos conforme Búrigo (2015), que discute as tarefas particulares do referido conceito na organização do ensino de Davydov e seus colaboradores. Os números positivos neste ensino, envolvem as grandezas escalares, sendo definida por uma unidade de medida ou valor numérico. No entanto, o vetorial (sentido, módulo e direção) como definido por Búrigo (2015) é o elemento fundamental para o desenvolvimento do pensamento pertinente ao número negativo. Desse modo, o problema que norteia este estudo define-se pelo questionamento: Qual a possibilidade do ensino do conceito de número negativo, no sétimo ano do Ensino Fundamental na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural? Para isso, o referencial citado possibilitou, a elaboração de um plano de ensino sobre o conceito de números negativos, que culminou no desenvolvimento do estágio obrigatório, no segundo semestre, em duas turmas do programa PROEJA da rede municipal de ensino da cidade de Criciúma - SC. Vale dizer que o estágio teve a duração de 36 h/a, 12 de observação e 24 de atuação. Para a introdução do conceito de números negativos, durante o estágio foram desenvolvidas 15 tarefas do sistema de ensino organizado por Davydov. Inicialmente, os alunos interagiam pouco durante o processo de discussão e reflexão da ação pedagógica. Atribuímos esta manifestação ao modo que estavam acostumados a vivenciar o ensino e a aprendizagem, com características do ensino tradicional, ou seja, o professor detentor do saber e principal locutor, o aluno mero receptor. Desse modo, desenvolver o ensino dos números negativos na perspectiva davydoviana foi desafiador e difícil, haja visto que também somos oriundos desse ensino. Também, identificamos dificuldades ao resolverem situações que envolviam operações básicas da matemática como a multiplicação por zero e por dois números negativos. Portanto, o ensino com base em regras prontas, que caracterizam o ensino tradicional, como as apresentadas nos livros didáticos impede a apropriação da significação da essência do conceito e dificultam a elaboração do próprio conhecimento (ROSA, 2012). No entanto, percebemos um avanço, em alguns alunos, no entendimento dos conceitos de sentido, módulo e direção no movimento da grandeza vetorial na reta numérica para a compreensão do número negativo. Ao final do estágio consideramos que as dificuldades descritas, nos fizeram refletir sobre a necessidade de aprofundarmos o modo de ensinar matemática para desenvolver a autonomia e o conhecimento teórico.Palavras-chave: Teoria Histórico-Cultural; Números Inteiros negativos; Vetor; Davydov
PREDMAT - PROJETO DE REFORÇO ESCOLAR NA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
IntroduçãoNa situação pandêmica que se encontra o mundo, surgiu a necessidade de mudança no paradigma das aulas e com elas os estágios obrigatórios dos cursos de graduação. E, o presente trabalho apresenta o desenvolvimento parcial de um projeto de estágio obrigatório do Ensino Médio, do curso de Matemática – Licenciatura da Universidade do Extremo Sul Catarinense/UNESC/SC. Como primeira etapa do projeto PREDMAT (Projeto de Reforço Escolar na Disciplina de Matemática), aplicou-se um questionário com opções dos conteúdos matemáticos, integrantes do plano de ensino do terceiro ano do ensino médio, para saber qual o tema de maior dificuldade deles. Embora tenham participado da primeira etapa apenas sete alunos, foi possível perceber que o conteúdo de maior dificuldade observada, relaciona-se a matemática financeira, o segundo foi trigonometria, e o terceiro estatística.O projeto PREDMAT tem como objetivo auxiliar as aulas mediadas por tecnologia e desenvolver conceitos a partir de situações problemas. Será aplicado em cinco aulas, sendo no total 20 h/a disponibilizadas. Os temas da matemática financeira serão: porcentagem, aumento e desconto, juros simples e composto, e equivalência de taxas. No desenvolvimento dos temas de estudo, objetiva-se, também, estimular um aprofundamento do conteúdo escolhido, em que o discente é colocado em uma posição ativa, instigando-o a pensar a partir do que lhe é proposto. Visto que “um dos desafios para a aprendizagem da Matemática no Ensino Médio é exatamente proporcionar aos estudantes a visão de que ela não é um conjunto de regras e técnicas [...]”, (BRASIL, p.522, 2017), procurou-se uma alternativa que permita ao aluno questionar e desenvolver o pensamento crítico e teórico. Como exemplo, tem-se que, durante a realização das tarefas, busca-se desenvolver o conceito de matemática financeira de forma qualitativa, socializando com os estudantes o saber construído pelo homem:(...) a educação tem um papel crucial no desenvolvimento da humanidade: transmitir o legado histórico construído pelas gerações precedentes às novas gerações. Seu papel vital é a garantia da aquisição, pelo homem, do que é ser humano, da cultura humana. (LEONTIEV, 1977, apud GAMA, 2015, p. 16) Neste contexto, a estratégica pedagógica, considera o aluno como participante ativo, preocupando-se em capacitá-lo a partir de conteúdos que os permitam compreenderem e participar da sociedade de forma crítica, para que possam transformá-la.Devido à dificuldade de estar presente no mesmo ambiente, a tecnologia vem possibilitando não apenas um meio de interação, mas promovendo uma oportunidade da participação ativa do aluno em sua aprendizagem: Cabe ainda destacar que o uso de tecnologias possibilita aos estudantes aprofundar sua participação ativa nesse processo de resolução de problemas. São alternativas de experiências variadas e facilitadoras de aprendizagens que reforçam a capacidade de raciocinar logicamente, formular e testar conjecturas, avaliar a validade de raciocínios e construir argumentações. (BRASIL, p.528, 2017)Todavia, observa-se uma defasagem nas aulas presenciais e no ensino remoto. Na estrutura, no ensino online, está diretamente relacionado ao acesso a tecnologias digitais pelos docentes e discente. Entretanto, enfrenta-se as possibilidades da falta de acesso as tecnologias por parte dos estudantes do ensino público no Brasil, como a computadores e internet. Também, pedagogicamente, isso obstaculiza o planejamento da aula para o meio tecnológico. Diferente do presencial, que exige a locomoção e o comprometimento de ir até a instituição no horário estipulado, onde permite o docente, interagir diretamente com os estudantes. Na presencialidade, pela observação, ampliam-se as oportunidades de reconhecimento dos traços de compreensão ou dificuldades de elaboração dos conceitos matemáticos. MetodologiaO presente trabalho se fundamenta na teoria Histórico-Crítica, cujo precursor é Dermeval Saviani (DUARTE, 2012). Para tanto, embasamo-nos nos seus estudos para o ensino de matemática financeira.Os recursos que serão utilizados nas aulas serão PowerPoint, as atividades serão realizadas no Google Meet, com uso do Excel. Posteriormente, as apresentações de slide, serão disponibilizadas em formato PDF. Além disso, nas aulas busca-se manter um diálogo com os estudantes levantando diversos questionamentos a fim de instigar os estudantes a refletir, analisar e propor soluções. Considerações FinaisO projeto, em andamento, permite visualizar a necessidade de reinventar nossos métodos pedagógicos devido, no momento, a situação pandêmica. A proposta do PREDMAT é uma alternativa de uso de recursos num meio tecnológico como ferramentas de apoio ao ensino, que poderão contribuir na recuperação dos conceitos matemáticos elaborados pelos discentes, proporcionando assim, uma forma de interação possível para o desenvolvimento do conteúdo escolhido. Embora num primeiro momento desse projeto tenha havido pouca participação (7 alunos), espera-se que independente disso, que haja aprendizado dos participantes do projeto.Por hipótese, ressalta-se a defasagem da preparação de aula para educação presencial e para remota, devido as dificuldades de acesso aos meios tecnológicos. Auxiliar as aulas mediadas por tecnologia e desenvolver conceitos a partir de situações problemas. Com essa visão, conclui-se que, há necessidade de incorporar estratégias e meios mais atrativos, debater sobre a motivação dos discentes e investigar propostas que proporcionem um olhar aprofundado para o pensamento crítico e teórico. Palavras-chave: Teoria Histórico-Crítica; educação; matemática; ensino a distância