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Desenvolvimento infantil no ambiente prisional : análise dos fatores de risco e das aquisições motoras e comportamentais de bebês
Introdução: O número de mulheres presas vem aumentando consideravelmente nos últimos anos. Como a maior parte delas se encontra em idade de possível gravidez e a lei brasileira garante o direito de permanência com o filho recém-nascido durante o período de reclusão, infere-se que o número de crianças inseridas no contexto prisional também esteja aumentando. Objetivo: Fazer a descrição e o diagnóstico do desenvolvimento motor, manipulativo, sócio-cognitivo e da linguagem de bebês inseridos nos presídios brasileiros, bem como das condições e oportunidades para o desenvolvimento oferecidas neste ambiente, investigando a associação entre esses fatores e o processo desenvolvimental. Metodologia: Estudo observacional, descritivo, comparativo e associativo, no qual foram avaliados 270 bebês, com idade entre 0 e 17 meses, provenientes de 27 presídios localizadas em 22 cidades de 21 estados brasileiros. Para a avaliação do desenvolvimento infantil foi utilizada a Alberta Infant Motor Scale (AIMS), Escala de Desenvolvimento do Comportamento da Criança no Primeiro Ano de Vida (EDCC). Para caracterização da amostra, das práticas maternas e do ambiente prisional foi utilizado um questionário pré-estruturado, o Affordances in the Home Environment for Motor Development – Infant Scale (AHEMD-IS), o Daily Activities of Infant Scale (DAIS), o Knowledge of Infant Development Inventory (KIDI), além de consulta no prontuário médico e carteira de vacina. Resultados: As trajetórias de desenvolvimento das crianças inseridas no ambiente prisional se diferenciaram das normativas brasileira e canadense, sendo que a motricidade ampla foi o domínio com maior resistência à influência deste contexto. As crianças que residem em instituições prisionais com oportunidades de estímulo ao seu desenvolvimento (brinquedos e/ou programas interventivos) apresentam melhores escores de desempenho. Os fatores que mais se associaram ao desenvolvimento infantil das crianças inseridas em presídios brasileiros foram relacionados com práticas maternas, acesso a brinquedos e participação em programa interventivo. Conclusão: Apesar do ambiente prisional oferecer uma combinação de fatores de risco ao desenvolvimento infantil, a permanência com a mãe se mostra um fator de proteção às aquisições das crianças inseridas neste contexto. No entanto, mínimas condições para um desenvolvimento saudável devem ser garantidas pelo Estado brasileiro por meio de políticas públicas voltadas para esta população, focando em aspectos como a estrutura e os materiais disponíveis no presídio, o acesso a brinquedos e a programas interventivos.Introduction: The number of women prisoners has increased considerably in recent years. Since most of them are of childbearing age and Brazilian law guarantees the right to stay with the newborn child during the period of imprisonment, it is inferred that the number of infants inserted in prison context is also increasing. Objective: To describe and diagnose the motor, manipulative, socio-cognitive and language development of infants in Brazilian prisons, as well as the conditions and opportunities for development offered in this environment, investigating the association between these factors and the developmental process. Methods: Observational, descriptive, comparative and associative study in which 270 infants, aged between 0 and 17 months, were evaluated from 26 prisons located in 22 cities of 21 Brazilian states. The Alberta Infant Motor Scale (AIMS), Child Behavior Development Scale (EDCC) was used to assess infant development. To characterize the sample, the maternal practices and the prison environment, a pre-structured questionnaire, the Affordances in the Home Environment for Motor Development - Infant Scale (AHEMD-IS), the Daily Activities of Infant Scale (DAIS), the Knowledge of Infant Development Inventory (KIDI), as well as a medical record and vaccine portfolio. Results: The developmental trajectories of infants inserted in prison environment differed from the Brazilian and Canadian norms, and the motor development was the domain with the greatest resistance to the influence of this context. Children who live in prisons with opportunities to stimulate their development (toys and / or intervention programs) have better performance scores. The factors that were most associated with the child development of children enrolled in Brazilian prisons were related to maternal practices, toys availability and participation in intervention program. Conclusion: Although the prison environment offers a combination of risk factors for infant development, stay with mother is a protective factor for the infants’ acquisitions in this context. However, minimum conditions for healthy development must be guaranteed by the Brazilian State through public policies focused on this population, focusing on aspects such as the structure and materials available in the prison, toys availability and intervention programs
Cognition and environment are predictors of infants' motor development over time
Investigou-se longitudinalmente relações entre desenvolvimento motor e cognitivo, aspectos biológicos, práticas maternas, conhecimento parental e ambiente familiar de bebês. Participaram do estudo 49 bebês (3-16 meses) avaliados com a Alberta Infant Motor Scale e a Escala Mental da Bayley Scale of Infant Development. Os pais responderam o questionário sobre fatores biológicos, Daily Activities of Infant Scale, o Affordances no Ambiente Domiciliar para o Desenvolvimento Motor - Escala Bebê, e o Inventário sobre Conhecimento do Desenvolvimento Infantil. Avaliações foram conduzidas nas escolas ao longo de 4 meses. Foram utilizadas Equações de Estimativa Generalizada, teste de Bonferroni e coeficiente de correlação de Spearman. Observaram-se associações significativas na (1) análise univariada entre desenvolvimento motor e cognitivo e fatores ambientais (escolaridade, renda, disponibilidade de brinquedos, espaço físico, práticas e conhecimento parental, tempo de aleitamento e frequência na escola); (2) multivariada entre o desenvolvimento motor e renda, idade do pai e espaço físico da residência. Concluiu-se que os desenvolvimentos motores e cognitivos se mostraram interdependentes e fatores ambientais se mostraram mais significativos nas associações em detrimento dos biológicos, reforçando-se a importância do lar, do cuidado dos pais e das experiências que a criança vivencia ao longo dos primeiros anos de vida.Se investigó longitudinalmente relaciones entre desarrollo motor y cognitivo, aspectos biológicos, prácticas maternas, conocimiento parental y ambiente familiar de bebés. Participaron del estudio 49 bebés (3-16 meses) evaluados con la Alberta Infant Motor Scale y la Escala Mental da Bayley Scale of Infant Development. Los padres respondieron al cuestionario sobre factores biológicos Daily Activities of Infant Scale, el Affordance en el Ambiente Domiciliario para el Desarrollo Motor - Escala Bebé, y el Inventario sobre Conocimiento del Desarrollo Infantil. Se condujeron evaluaciones en las escuelas a lo largo de 4 meses. Se utilizaron Ecuaciones de Estimativa Generalizada, prueba de Bonferroni y coeficiente de correlación de Spearman. Se observó asociaciones significativas en la (1) análisis univariada entre desarrollo motor y cognitivo y factores ambientales (escolaridad, renta, disponibilidad de juguetes, espacio físico, prácticas y conocimiento parental, tiempo de amamantamiento y frecuencia en la escuela); (2) multivariada entre el desarrollo motor y renta, edad del padre y espacio físico de la residencia. Se concluye que los desarrollos motores y cognitivos se mostraron interdependientes y factores ambientales se mostraron más significativos en las asociaciones debido a los factores biológicos, se reforzando la idea de la importancia del hogar, del cuidado de los padres y de las experiencias que el niño vive a lo largo de sus primeros años de vida.We conducted a longitudinal investigation on the relationships among motor and cognitive development, biological aspects, maternal practices, parental knowledge, and family environments of infants. Forty-nine infants aged between 3 and 16 months participated in the study. They were evaluated through the Alberta Infant Motor Scale and the Cognitive Scale of the Bayley Scales of Infant Development. Their parents answered a questionnaire about biological factors, the Daily Activities of Infant Scale, affordances for motor development (Baby Scale) in the home environment, and the Brazilian version of the Knowledge of Infant Development Inventory. We conducted evaluations in schools for 4 months. Generalized estimating equations, Bonferroni correction, and Spearman's rank correlation coefficient were used. Significant associations were found in the (1) univariate analysis between motor and cognitive development and environmental factors (education level, income, toy availability, physical space, parental practices and knowledge, breastfeeding duration, and school frequency); (2) multivariate analyses between motor development and income, and between father's age and physical space at home. Motor and cognitive developments were concluded to depend on each other, and environmental factors were shown to be more significant in the associations rather than the biological ones, stressing the importance of home, of parental care, and of the experiences children go through along the first years of their lives
The influence of hospitalization on motor development of infants admitted to Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Objetivos: Avaliar o desenvolvimento motor de bebês internados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) por mais de 30 dias e compará-lo com bebês que não tiveram internações hospitalares anteriores. Método: Estudo transversal e comparativo no qual participaram 12 bebês (entre 4 e 15 meses de idade) divididos em dois grupos pareados de acordo com a idade corrigida e renda familiar: GH – 6 bebês hospitalizados pelo período mínimo de 30 dias na Unidade de Internação Pediátrica do HCPA; e GC – 6 grupo controle, bebês provenientes de escolas de educação infantil. Para avaliação do desenvolvimento motor foi utilizada a Escala Motora Infantil de Alberta (EMIA). Resultados: Os bebês do GH apresentaram desempenho motor inferior aos bebês do GC nos escores de todas as posturas, escore bruto, percentil e categorização. Porém, foi verificada diferença estatisticamente significativa apenas para comparação nos valores do percentil da EMIA. No GH, nenhum bebê apresentou desenvolvimento adequado, sendo que 83,3% apresentaram atraso e 16,7% suspeita de atraso; enquanto o GC, 50% dos bebês apresentaram desenvolvimento adequado, 33,3 suspeita de atraso e 16,7% atraso. Conclusão: Os resultados sugerem que a hospitalização influenciou negativamente o desenvolvimento motor dos bebês internados no HCPA. No entanto, o fator hospitalização não deve ser considerado o único responsável pelo comprometimento motor dos lactentes, considerando que outras variáveis podem estar envolvidas e também são apontadas como fatores de risco ao desenvolvimento.Aims: To assess motor development in infants hospitalized for more than 30 days at Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) and compare it with that of infants with no history of hospitalization. Methods: This is a cross-sectional comparative study. The sample consisted of 12 infants (aged 4 to 15 months) divided into two groups matched for corrected age and family income: HG – 6 infants hospitalized for more than 30 days at HCPA pediatric unit; and CG – 6 control infants from preschools. The Alberta Infant Motor Scale (AIMS) was used to assess motor development. Results: Hospitalized infants had poorer motor performance than control infants in all posture scores, raw score, percentile, and categorization. However, there was a statistically significant difference only for the comparison using AIMS percentile values. No hospitalized infant showed adequate development, 83.3% had developmental delay and 16% suspected developmental delay. In the CG, 50% of infants showed adequate development, 33.3% had suspected developmental delay, and 16.7% had developmental delay. Conclusions: The results suggest that hospitalization had a negative effect on motor development in infants admitted to HCPA. However, hospitalization should not be considered solely responsible for motor impairment in infants, since other variables may also be involved and identified as risk factors for developmental delay
Relações entre os fatores individuais e ambientais familiares no desenvolvimento motor e cognitivo de bebês: um estudo longitudinal
Introdução: embora a sequência de aquisições motoras e cognitivas seja previsível, o seu desenvolvimento é fruto da interação de múltiplos fatores relacionados ao indivíduo, suas experiências motoras e seu ambiente de inserção. Objetivo: investigar possíveis relações dos fatores individuais e ambientais familiares com o desenvolvimento motor e cognitivo de bebês ao longo de 4 meses de vida. Metodologia: estudo longitudinal realizado em Porto Alegre, no qual foram avaliados 49 bebês em 3 momentos ao longo de 4 meses. Para avaliação do desenvolvimento dos bebês foram utilizados a Alberta Infant Motor Scale (AIMS) e a escala mental da Bayley Scale of Infant Development (BSID-II). Também foram realizados questionários com os responsáveis para caracterização da amostra, do ambiente familiar (Affordances in The Home Environment for Motor Development – Infant Scale), das práticas dos cuidadores (Daily Activities of Infant Scale – DAIS) e do conhecimento sobre o desenvolvimento infantil (Knowledge of Infant Development Inventory – KIDI). Resultados: o desenvolvimento motor teve mudanças significativas ao longo do tempo nos escores bruto e por postura, no percentil houve mudança significativa apenas do 1º para o 2º momento avaliativo e no critério de categorização não houve diferença. O desenvolvimento cognitivo apresentou mudanças significativas apenas no escore bruto; o índice de desenvolvimento mental e a categorização se mantiveram constantes. Houve correlação de nível moderado a forte entre desenvolvimento motor e cognitivo. Na análise de regressão, destaca-se a associação do desenvolvimento motor com os escores cognitivos, práticas dos cuidadores, escolaridade dos pais e renda familiar mensal; e do desenvolvimento cognitivo com o gênero, escores motores, escolaridade dos pais, renda familiar mensal, quantidade de crianças na residência e tempo de creche. Conclusão: observa-se uma maior incidência de associação do desenvolvimento motor e cognitivo dos bebês com fatores do ambiente familiar, em detrimento dos fatores do indivíduo.Background: Although the sequence of motor and cognitive acquisitions is predictable, the development is the product of interaction of many factors associated to the individual, his motor experiences and his insertion environment. Objective: To investigate possible relationships of individual and environmental family factors with motor and cognitive development of infants over 4 months of life. Methods: longitudinal study in Porto Alegre, which 49 infants were assessed in 3 times over 4 months. Alberta Infant Motor Scale (AIMS) and the mental scale of the Bayley Scale of Infant Development (BSID-II) were used to evaluate the development of infants. Questionnaires were also conducted with infant´s responsible for sample characterization, family environment (Affordances in The Home Environment for Motor Development - Infant Scale), caregivers practices (Daily Activities Scale of Infant - DAIS) and knowledge about child development (Knowledge of Infant Development Inventory - KIDI). Results: the motor development had significant changes over time in raw scores and postures scores, there was significant change in the percentile only from the 1st to the 2nd time evaluative and there was no difference in the criteria for categorization. Cognitive development showed significant changes only in the raw score, the mental development index and the categorization remained constant. There was moderate to strong correlation between motor and cognitive development. In regression analysis, the motor development were associated with cognitive scores, caregivers practices, parental education and family income; and the cognitive development were associated with gender, motor scores, parental education, family income, number of children in the and daycare time. Conclusion: there is a higher incidence of association of infant’s motor and cognitive development with factors of family environment, to the detriment of the individual factors
Desenvolvimento infantil no ambiente prisional : análise dos fatores de risco e das aquisições motoras e comportamentais de bebês
Introdução: O número de mulheres presas vem aumentando consideravelmente nos últimos anos. Como a maior parte delas se encontra em idade de possível gravidez e a lei brasileira garante o direito de permanência com o filho recém-nascido durante o período de reclusão, infere-se que o número de crianças inseridas no contexto prisional também esteja aumentando. Objetivo: Fazer a descrição e o diagnóstico do desenvolvimento motor, manipulativo, sócio-cognitivo e da linguagem de bebês inseridos nos presídios brasileiros, bem como das condições e oportunidades para o desenvolvimento oferecidas neste ambiente, investigando a associação entre esses fatores e o processo desenvolvimental. Metodologia: Estudo observacional, descritivo, comparativo e associativo, no qual foram avaliados 270 bebês, com idade entre 0 e 17 meses, provenientes de 27 presídios localizadas em 22 cidades de 21 estados brasileiros. Para a avaliação do desenvolvimento infantil foi utilizada a Alberta Infant Motor Scale (AIMS), Escala de Desenvolvimento do Comportamento da Criança no Primeiro Ano de Vida (EDCC). Para caracterização da amostra, das práticas maternas e do ambiente prisional foi utilizado um questionário pré-estruturado, o Affordances in the Home Environment for Motor Development – Infant Scale (AHEMD-IS), o Daily Activities of Infant Scale (DAIS), o Knowledge of Infant Development Inventory (KIDI), além de consulta no prontuário médico e carteira de vacina. Resultados: As trajetórias de desenvolvimento das crianças inseridas no ambiente prisional se diferenciaram das normativas brasileira e canadense, sendo que a motricidade ampla foi o domínio com maior resistência à influência deste contexto. As crianças que residem em instituições prisionais com oportunidades de estímulo ao seu desenvolvimento (brinquedos e/ou programas interventivos) apresentam melhores escores de desempenho. Os fatores que mais se associaram ao desenvolvimento infantil das crianças inseridas em presídios brasileiros foram relacionados com práticas maternas, acesso a brinquedos e participação em programa interventivo. Conclusão: Apesar do ambiente prisional oferecer uma combinação de fatores de risco ao desenvolvimento infantil, a permanência com a mãe se mostra um fator de proteção às aquisições das crianças inseridas neste contexto. No entanto, mínimas condições para um desenvolvimento saudável devem ser garantidas pelo Estado brasileiro por meio de políticas públicas voltadas para esta população, focando em aspectos como a estrutura e os materiais disponíveis no presídio, o acesso a brinquedos e a programas interventivos.Introduction: The number of women prisoners has increased considerably in recent years. Since most of them are of childbearing age and Brazilian law guarantees the right to stay with the newborn child during the period of imprisonment, it is inferred that the number of infants inserted in prison context is also increasing. Objective: To describe and diagnose the motor, manipulative, socio-cognitive and language development of infants in Brazilian prisons, as well as the conditions and opportunities for development offered in this environment, investigating the association between these factors and the developmental process. Methods: Observational, descriptive, comparative and associative study in which 270 infants, aged between 0 and 17 months, were evaluated from 26 prisons located in 22 cities of 21 Brazilian states. The Alberta Infant Motor Scale (AIMS), Child Behavior Development Scale (EDCC) was used to assess infant development. To characterize the sample, the maternal practices and the prison environment, a pre-structured questionnaire, the Affordances in the Home Environment for Motor Development - Infant Scale (AHEMD-IS), the Daily Activities of Infant Scale (DAIS), the Knowledge of Infant Development Inventory (KIDI), as well as a medical record and vaccine portfolio. Results: The developmental trajectories of infants inserted in prison environment differed from the Brazilian and Canadian norms, and the motor development was the domain with the greatest resistance to the influence of this context. Children who live in prisons with opportunities to stimulate their development (toys and / or intervention programs) have better performance scores. The factors that were most associated with the child development of children enrolled in Brazilian prisons were related to maternal practices, toys availability and participation in intervention program. Conclusion: Although the prison environment offers a combination of risk factors for infant development, stay with mother is a protective factor for the infants’ acquisitions in this context. However, minimum conditions for healthy development must be guaranteed by the Brazilian State through public policies focused on this population, focusing on aspects such as the structure and materials available in the prison, toys availability and intervention programs
Relações entre os fatores individuais e ambientais familiares no desenvolvimento motor e cognitivo de bebês: um estudo longitudinal
Introdução: embora a sequência de aquisições motoras e cognitivas seja previsível, o seu desenvolvimento é fruto da interação de múltiplos fatores relacionados ao indivíduo, suas experiências motoras e seu ambiente de inserção. Objetivo: investigar possíveis relações dos fatores individuais e ambientais familiares com o desenvolvimento motor e cognitivo de bebês ao longo de 4 meses de vida. Metodologia: estudo longitudinal realizado em Porto Alegre, no qual foram avaliados 49 bebês em 3 momentos ao longo de 4 meses. Para avaliação do desenvolvimento dos bebês foram utilizados a Alberta Infant Motor Scale (AIMS) e a escala mental da Bayley Scale of Infant Development (BSID-II). Também foram realizados questionários com os responsáveis para caracterização da amostra, do ambiente familiar (Affordances in The Home Environment for Motor Development – Infant Scale), das práticas dos cuidadores (Daily Activities of Infant Scale – DAIS) e do conhecimento sobre o desenvolvimento infantil (Knowledge of Infant Development Inventory – KIDI). Resultados: o desenvolvimento motor teve mudanças significativas ao longo do tempo nos escores bruto e por postura, no percentil houve mudança significativa apenas do 1º para o 2º momento avaliativo e no critério de categorização não houve diferença. O desenvolvimento cognitivo apresentou mudanças significativas apenas no escore bruto; o índice de desenvolvimento mental e a categorização se mantiveram constantes. Houve correlação de nível moderado a forte entre desenvolvimento motor e cognitivo. Na análise de regressão, destaca-se a associação do desenvolvimento motor com os escores cognitivos, práticas dos cuidadores, escolaridade dos pais e renda familiar mensal; e do desenvolvimento cognitivo com o gênero, escores motores, escolaridade dos pais, renda familiar mensal, quantidade de crianças na residência e tempo de creche. Conclusão: observa-se uma maior incidência de associação do desenvolvimento motor e cognitivo dos bebês com fatores do ambiente familiar, em detrimento dos fatores do indivíduo.Background: Although the sequence of motor and cognitive acquisitions is predictable, the development is the product of interaction of many factors associated to the individual, his motor experiences and his insertion environment. Objective: To investigate possible relationships of individual and environmental family factors with motor and cognitive development of infants over 4 months of life. Methods: longitudinal study in Porto Alegre, which 49 infants were assessed in 3 times over 4 months. Alberta Infant Motor Scale (AIMS) and the mental scale of the Bayley Scale of Infant Development (BSID-II) were used to evaluate the development of infants. Questionnaires were also conducted with infant´s responsible for sample characterization, family environment (Affordances in The Home Environment for Motor Development - Infant Scale), caregivers practices (Daily Activities Scale of Infant - DAIS) and knowledge about child development (Knowledge of Infant Development Inventory - KIDI). Results: the motor development had significant changes over time in raw scores and postures scores, there was significant change in the percentile only from the 1st to the 2nd time evaluative and there was no difference in the criteria for categorization. Cognitive development showed significant changes only in the raw score, the mental development index and the categorization remained constant. There was moderate to strong correlation between motor and cognitive development. In regression analysis, the motor development were associated with cognitive scores, caregivers practices, parental education and family income; and the cognitive development were associated with gender, motor scores, parental education, family income, number of children in the and daycare time. Conclusion: there is a higher incidence of association of infant’s motor and cognitive development with factors of family environment, to the detriment of the individual factors