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A multiplexed organ-on-chip device for the study of the blood-brain barrier
Tese de mestrado integrado em Engenharia Biomédica e Biofísica, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2017A barreira hemato-encefálica representa a mais complexa interface entre o sangue e o sistema nervoso central, sendo bastante importante na manutenção da homeostasia do cérebro e em proteger o mesmo de diversas substâncias tóxicas e patogénicas. Contudo, devido à baixa permeabilidade que advém das ligações formadas entre as diversas células endoteliais, esta barreira inibe também a entrada de vários agentes farmacêuticos no cérebro, constituindo assim um grande obstáculo ao desenvolvimento de novas terapias. Para além disto, qualquer pertubação no funcionamento desta estrutura pode originar diversas doenças neurodegenerativas.
Várias têm sido as tentativas de desenvolver um modelo fidedigno da barreira hemato-encefálica, quer in vivo, ex-vivo, in silico e in vitro, que ajude a melhor compreender estes estados patológicos do cérebro e que possa fornecer novas perspectivas acerca do transporte de agentes terapêuticos através desta barreira. No que diz respeito aos modelos in vivo, estes não só requerem equipamento bastante específico e caro, como também são bastante morosos e dão origem a diversas questões éticas e morais. Os modelos ex-vivo, por outro lado, permitem analisar tecidos vivos, os quais podem ser fatias de um órgão ou o órgão completo, fora do seu contexto biológico, permitindo desta forma um maior controlo de todas as condições experimentais do que os modelos in vivo. No entanto, garantir que o ambiente artificial em que o tecido é analisado tenha exactamente as mesmas condições que o seu ambiente biológico pode tornar-se complicado, o que pode por sua vez causar a morte do tecido. No caso dos modelos in silico, estes são construídos com recurso a modelos computacionais baseados em dados obtidos em experiências realizadas in vivo, o que os torna bastante fidedignos em prever, por exemplo, a permeabilidade da barreira hemato-encefálica a um determinado medicamento. O facto destes modelos muitas vezes não terem em conta toda a complexidade da barreira hemato-encefálica é uma das suas limitações. No caso dos modelos in vitro, estes permitem o estudo das mais variadas estruturas biológicas fora do seu contexto natural. Para tal, células derivadas de tecidos cerebrais são cultivadas em modelos construídos propositadamente para o estudo em questão, o que permite um maior controlo sobre todas as condições experimentais. Deste modo, é perceptível que muitos esforços têm sido feitos para desenvolver um modelo in vitro que simule correctamente a barreira hemato-encefálica e que seja de fácil análise, reprodutível, e permita um maior rastreio (de agentes terapêuticos, por exemplo) que os modelos in vivo.
O objectivo principal deste trabalho foi desenvolver e validar um chip microfluídico que pudesse ser usado como uma ferramenta para o estudo da barreira hemato-encefálica e que permitisse a criação de diferentes condições experimentais ao mesmo tempo, no mesmo chip. Para atingir este objectivo, foram construídos dois modelos diferentes: um bi-dimenisonal e um tri-dimensional.
O primeiro modelo construído, o qual consistia em duas partes de dimetil polissiloxano com uma membrana entre elas, foi replicado a partir de um molde feito de silício, o qual por sua vez foi fabricado numa sala estéril com recurso a técnicas de microfabricação. Células endoteliais foram cultivadas neste modelo e as barreiras formadas pelas mesmas mantiveram-se viáveis, em todos os casos, durante pelo menos cinco dias de cultura celular, período após o qual o núcleo e o citoesqueleto das células foram coloridos de modo a verificar a integridade das barreiras formadas. Este modelo possibilitou ainda a monitorização da complexidade das barreiras de células endoteliais ao integrar funcionalidades que permitiam a análise da resistência eléctrica transendotelial e da permeabilidade das mesmas. Embora preliminares, os resultados obtidos em ambos os testes foram bastante encorajadores e os valores obtidos para a resistência eléctrica e para a permeabilidade das barreiras foram de 27.5 Ω·cm2 e 3.6·10-5 cm/s, respectivamente. Para além disto, foram também fabricadas membranas feitas de poliestireno, nitrato rico em silício e dimetil polissiloxano, com o intuito de substituir os suportes permeáveis feitos em policarbonato nos quais as células eram cultivadas.
O segundo modelo, por outro lado, foi feito em acrílico. Para tal, um bloco de acrílico foi cortado a laser e as diferentes peças foram coladas umas às outras com recurso a um adesivo biocompatível. Depois de montado o chip, um gel de colagénio foi inserido em cada um dos compartimentos do mesmo e micro-agulhas foram posicionadas por entre os buracos das tampas do chip. Depois de solidificar o colagénio, as micro-agulhas foram cuidadosamente retiradas. Isto permitiu a criação, em colagénio, de estruturas tridimensionais em forma de lúmen nas quais as células foram cultivadas. Tal como no modelo bi-dimensional, as células endoteliais cultivadas no colagénio mantiveram-se viáveis durante pelo menos cinco dias de cultura celular. Não foram realizadas neste modelo quaisquer experiências que tivessem como intuito determinar a resistência eléctrica e a permeabilidade das barreiras de células endoteliais, embora estudos de permeabilidade pudessem ser feitos com o protocolo adequado.
A capacidade de utilizar individualmente os diferentes compartimentos microfluídicos sem que ocorresse qualquer mistura entre os mesmos foi provada em ambas as plataformas. Em relação ao modelo bi-dimenional, foram realizadas, numa primeira fase, experiências com corantes, enquanto numa segunda fase tripsina, álcool e meio de cultura foram inseridos nos diferentes compartimentos microfluídicos para confirmar se ocorria alguma mistura das soluções que afectasse as diversas barreiras celulares. Para tal, os chips foram ligados a uma bomba microfluídica que puxou as diversas soluções em todos os compartimentos microfluídicos. No caso das experiências em que foram utilizados trisipsina, álcool e meio de cultura, foi realizada uma coloração para verificar a viabilidade das barreiras celulares no final da experiência, a qual revelou que os diferentes compartimentos podiam ser utilizados sem que houvesse qualquer contaminação entre os diferentes compartimentos que pudesse pôr em causa a integridade das barreiras celulares. No que diz respeito ao modelo tri-dimensional, a capacidade de utilizar individualmente os diversos compartimentos foi apenas provada ao introduzir os diferentes corantes nos mesmos, o que revelou que o método de fabricação do chip assegurava uma plataforma robusta na qual diversas experiências podiam ser realizadas sem qualquer risco de contaminação. Para além disto, foi também possível cultivar células endoteliais neste chip durante pelo menos cinco dias, embora a coloração das mesmas não tenha sido bem sucedida uma vez que os agentes fluorescentes se difundiram pelo colagénio. Isto fez com que fosse possível concluir que, embora diferentes, dois modelos igualmente relevantes em termos fisiológicos tinham sido desenvolvidos.
Contudo, ambos os modelos necessitam de uma caracterização mais profunda. No caso do primeiro modelo, este beneficiaria caso melhorias fossem feitas no que diz respeito a medições de resistência eléctrica, de permeabilidade, e também de cultura dinâmica de células. Para tal, experiências futuras e protocolos adequados são necessários. No caso do segundo modelo, encontrar um agente que permita revestir as estruturas em acrílico de modo a que seja possível utilizar concentrações mais baixas de colagénio seria bastante benéfico. Para além disto, a criação de co-culturas de células endoteliais com células cerebrais que são conhecidas por aumentar a complexidade e a impermeabilidade da barreira hemato-encefálica, tais como astrócitos ou perócitos, devia também ser realizada em ambos os modelos de modo a verificar se as mesmas aumentariam a complexidade da barreira hemato-encefálica formada, como descrito na literatura. Por último, seria também de elevado interesse realizar testes de rastreio de diversos agentes farmacêuticos utilizados no tratamento de várias patologias, como por exemplo para as doenças de Alzheimer e de Parkinson, de modo a obter novas perspecivas no que à permeabilidade da barreira hemato-encefálica a estas substâncias diz respeito.The blood-brain barrier (BBB) constitutes a complex interface between blood and the central nervous system (CNS), playing a vital role in maintaining brain homeostasis and protecting it from most toxic substances and pathogens. However, due to the extremely low permeability that arises from the tight junctions formed by the endothelial cells, the BBB also inhibits the brain uptake of many pharmaceuticals, therefore posing a major obstacle for drug development studies. Furthermore, the disturbance of the function of this unique structure can lead to many neurodegenerative disorders that are not yet fully understood, such as brain tumors or Alzheimer’s disease.
There have been several attempts to establish reliable in vivo and in vitro models of the BBB that can increase the knowledge on such pathological states of the brain and provide useful insights on drug delivery across this barrier. However, as in vivo models require expensive and specific equipment, are labor intensive, and give rise to many ethical and moral concerns, much effort is being put into developing an in vitro model that truthfully resembles the BBB and is easy to analyze, reproducible, and allows higher throughput screening than the in vivo models. Therefore, the main goal of the present work was to design, fabricate and validate a microfluidic chip that could serve as a tool for the study of the blood-brain barrier and allowed the creation of several different experimental conditions at the same time in the same chip, thus increasing the throughput of the system. Two different models, a two-dimensional and a three-dimensional, were fabricated for this purpose.
The first model that was built, which consisted of two poly(dimethylsiloxane) (PDMS) parts with a membrane in between, allowed the monitoring of the tightness of the endothelial cell layers by integrating on-chip transendothelial electrical resistance (TEER) and permeability analysis. Even though preliminary, the results obtained for both these assays were quite encouraging and TEER and permeability were found to be as high as 27.5 Ω·cm2 and as low as 3.6·10-5 cm/s, respectively. Moreover, polystyrene (PS), silicon-rich nitride (SiRN) and PDMS membranes were fabricated in order to improve the permeable supports on which cells were seeded inside this device. The second model, on the other hand, was made in plexiglas and allowed the creation of lumen-shaped three-dimensional structures within collagen on which cells were seeded. No experiments regarding TEER or permeability were performed in the second model, although permeability studies could be done with the appropriate protocol.
The capability of individually addressing the microfluidic chambers without any mixing occurring between them was proven for both devices in experiments using dyes, trypsin and ethanol. Furthermore, confluent monolayers of endothelial cells were observed in the two models with both phase contrast and fluorescence microscopy, making it possible for us to conclude that two different yet equally physiologically relevant multiplexed devices that allow the individual addressing of their microfluidic chambers had been developed.
However, further experimenting is required in order to fully characterize the devices, especially concerning TEER measurements, permeability assays and dynamic cell culturing. Moreover, finding a coating agent that would allow the use of lower concentrations of collagen to fabricate the hollow channels would make the second model more advantageous. Furthermore, the co-culture of endothelial cells with other cell types that are known to enhance the tightness of the BBB, such as astrocytes or pericytes, should also be looked into for both devices. Performing on-chip drug screening studies would also be of interest
Large-scale fabrication of free-standing and sub-μm PDMS through-hole membranes
Free-standing polydimethylsiloxane (PDMS) through-hole membranes have been studied extensively in recent years for chemical and biomedical applications. However, robust fabrication of such membranes with sub-μm through-holes, and at a sub-μm thickness over large areas is challenging. In this paper, we report a robust and simple method for large-scale fabrication of free-standing and sub-μm PDMS through-hole membranes, combining soft-lithography with reactive plasma etching techniques. First, arrays of sub-μm photoresist (PR) columns were patterned on another spin-coated sacrificial PR layer, using conventional photolithography processes. Subsequently, a solution of PDMS:hexane at a 1:10 ratio was spin-coated over these fabricated arrays. The cured PDMS membrane was etched in a plasma mixture of sulfur hexafluoride (SF6) and oxygen (O2) to open the through-holes. This PDMS membrane can be smoothly released with a supporting ring by completely dissolving the sacrificial PR structures in acetone. Using this fabrication method, we demonstrated the fabrication of free-standing PDMS membranes at various sub-μm thicknesses down to 600 ± 20 nm, and nanometer-sized through-hole (810 ± 20 nm diameter) densities, over areas as large as 3 cm in diameter. Furthermore, we demonstrated the potential of the as-prepared membranes as cell-culture substrates for biomedical applications by culturing endothelial cells on these membranes in a Transwell-like set-up
Theranostic NIR-active Conjugated Polymer Nanoparticles
© 2021 American Chemical Society. This is the accepted manuscript version of an article which has been published in final form at https://doi.org/10.1021/acsnano.1c01257Conjugated polymer nanoparticles (CPNs) based on a common solar cell material (PTB7) have been prepared, and their potential in theranostic applications based on bioimaging and photosensitizing capabilities has been evaluated. The main absorption and emission bands of the prepared CPN particles both fell within the NIR-I (650-950 nm) transparency window, allowing facile and efficient implementation of our CPNs as bioimaging agents, as demonstrated in this work for A549 human lung cancer cell cultures. The prepared CPN samples were also shown to produce reactive oxygen species (ROS) upon photoexcitation in the near infrared or ultraviolet spectral regions, both in aqueous solutions and in HaCaT keratinocyte cell cultures. Importantly, we show that the photosensitizing ability of our CPNs was largely determined by the nature of the stabilizing shell: coating the CPNs with a pluronic F127 copolymer led to an improvement of photoinitiated ROS production, while using PSMA instead completely quenched said process. To best of our knowledge, this work is the first to demonstrate the modulation of the photosensitizing capability of CPNs via an appropriate selection of stabilizing material and one that opens a new gateway to the design of theranostic probes based on CPNs.Peer reviewe