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Violência contra a mulher: contribuições e limitações do sistema de informação Violencia contra la mujer: contribuciones y limitaciones del sistema de información Woman abuse: contribuitions and shortcomings of the information system
O artigo tem por objetivo apresentar um breve panorama do sistema de informação em saúde, no monitoramento da violência contra a mulher, analisando em que medida cada fonte de dados pode contribuir para o real dimensionamento do evento e subsidiar o processo de tomada de decisão. Neste sentido, o texto apresenta os avanços e contribuições de cada base de dados oficial existente no setor de saúde, bem como as limitações que ainda persistem pela pouca sensibilidade e especificidade destes sistemas no monitoramento da violência contra a mulher. Discute-se também a necessidade de estudos para o aprofundamento da questão e uma política de informação à luz de gênero para análise e intervenção nos determinantes da violência contra a mulher, dada à magnitude e a gravidade do problema, não só para as mulheres, mas para a sociedade como um todo.<br>El artículo tiene por objetivo presentar un breve panorama del sistema de información en salud en la actividad de monitoreo de la violencia contra la mujer, analizando de que forma cada medida y fuente de datos puede contribuir para el real dimensionamiento del evento y subsidiar el proceso de la toma de decisiones. En ese sentido, el texto presenta los avances y contribuciones de cada base de datos oficiales existentes en el sector de la salud, así como las limitaciones que todavía persisten por la poca sensibilidad y especificidad de estos sistemas en el monitoreo de la violencia contra la mujer. Se discute, también, la necesidad de realizar otros estudios para profundizar la cuestión y la elaboración de una política de información relacionada al género, para análisis e intervención en los determinantes de la violencia contra la mujer, dada la magnitud y la gravedad del problema no solo para las mujeres como para la sociedad como un todo.<br>The purpose of this article is to present an overview of the health information system in monitoring woman abuse by analyzing the extent to which each data source may contribute to actual event dimensioning and underlie the decision-making process. Therefore, the text presents advances and contributions of each officially existent database in the health sector, and also its persistent shortcomings due to the scarce sensitivity and specificity of these systems in monitoring woman abuse. The article also discusses the need for further studies in order to deepen the issue, as well as a gender-based information policy for analysis and intervention of the violence determinants against women, considering the significance and seriousness of the issue, not only for women but also for society as a whole
Brazilian dieticians: professional and demographic profiles Os nutricionistas brasileiros: perfil profissional e demográfico
OBJECTIVE: The objective of this study was to analyze the difference in Brazilian dieticians' work activities in view of personal, demographic and work variables. METHODS: This study takes a cross-sectional, exploratory approach with random sample per grouping, and with an accuracy of 0.05 and confidence interval of 95.0%. The final sample was of 587 respondents among a total of 25,793 dieticians. Descriptive (mean, median, standard deviation) and variance (Kruskal Wallis, Spearman index and Chi-square) analysis were performed. RESULTS: 46.9% of the respondents lived in Southeast region of Brazil; 96.9% were women; 61.2% had a partner, and the average age was 34.8 years; 51.4% graduated from public universities, 63.9% accomplished some kind of post-graduation course; 55.9% worked in private institutions and 39.7% had worked in their current job for at least two years; 30.7% performed their activities in more than one area and 24.4% worked in food and nutrition units. Variance analysis indicated that there was significant difference in the stratified variables type of institution in which the dieticians graduated from, " year of graduation" , " type of organization" in which they work and " time working" stratified by geographic region. CONCLUSION: Typical dieticians are women, young, have a partner, live in the Brazilian Southeast, finished a post-graduate course, perform their activities in more than one area or in food and nutrition units and in private companies.<br>OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi analisar a diferença de atuação dos nutricionistas brasileiros em face das variáveis pessoais, demográficas e de trabalho. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal exploratório com amostra aleatória por agrupamento com precisão de 0,05 e intervalo de confiança de 95%. A amostra final foi de 587 respondentes do total de 25.793 profissionais. Realizou-se análise descritiva (média, mediana e desvio-padrão) e de variância (Kruskal Wallis, Índice de Direção da Associação de Spearman e Qui-quadrado). RESULTADOS: Dos respondentes, 46,9% residiam no Sudeste; 96,9% eram do sexo feminino; 61,2% referiram ter companheiro(a); a média de idade da amostra foi de 34,8 anos; 51,4% graduaram-se em uma instituição pública; 63,9% tinham algum tipo de pós-graduação; 55,9% trabalhavam em empresas privadas; 39,7% tinham até dois anos no emprego atual; 30,7% desenvolviam suas atividades em mais de uma área e 24,4% trabalhavam na Produção. As análises de Variância apontaram que há diferença significativa no " tipo de instituição" em que concluíram a graduação, " tempo de formado" , " tipo de organização" em que trabalha, e " tempo de trabalho" estratificado por região geográfica. CONCLUSÃO: O profissional nutricionista típico é mulher, jovem, com companheiro, morador do Sudeste, pós-graduado, atua em mais de uma área ou na produção de refeições e desenvolve suas atividades em empresas privadas
Marcas identitárias masculinas e a saúde de homens jovens Male identity traits and young men's health
O trabalho tem como objetivo central analisar os sentidos que homens jovens atribuem à masculinidade. Por meio dessa análise, discussões acerca de uma atenção integral a esses sujeitos no campo da saúde podem ser desenvolvidas. O desenho metodológico se caracteriza por um estudo de caso sob a perspectiva das ciências sociais, ancorado numa abordagem hermenêutica-dialética, envolvendo 19 jovens do sexo masculino, na faixa etária de 15 a 17 anos. Em relação aos resultados, observou-se que os jovens, em seus depoimentos, associam ser homem a: ser provedor, dominador, heterossexual e cuidador. Essa associação, por sua vez, não ocorre de uma forma mecânica, mas mediante um processo dialético que reflete a complexidade subjetiva na incorporação ou na rejeição das marcas identitárias. Dentre as conclusões do estudo, destaca-se a necessidade de a saúde dar voz aos homens jovens acerca de sua identidade para que se possa obter um maior envolvimento deles nas ações de prevenção e promoção da saúde, assegurando que esses sujeitos que - tradicionalmente não são vistos como agentes dos cuidados em saúde - protagonizem uma trajetória e uma relação diferenciada com esta área.<br>This work is mainly aimed to analyze the meaning given by young men to masculinity. By this analysis, discussions involving integral attention to them in health care field can advance. Our methodology is characterized by case study under the social sciences perspective and with hermeneutic-dialectical approach involving 19 male youngsters aged 15 to 17. About the observed results, young men associated being male with playing household provider, dominating man, heterosexual and caregiver roles. This association occurs through dialectical process reflecting the subjective complexity in accepting or rejecting the identity marks. Within this study conclusions, it is emphasized the public heath care need of listening young men's voice about their identity to involve them in health care prevention and promotion actions, assuring to these social agents - traditionally not seen as health care agents - to find a way and different relationship with this area
Doença mental, mulheres e transformação social: um perfil evolutivo institucional de 1931 a 2000 Mental health, women and social change: a progressive institutional profile from 1931 to 2000
INTRODUÇÃO: No século XX, as mulheres vivenciaram inúmeras transformações e alcançaram uma participação mais ativa na sociedade.O estudo visa descrever o perfil da clientela feminina, admitida em um serviço de internação psiquiátrica com as transformações históricas, sociais e demográficas.Oferece um retrato comparativo das condições epidemológicas existentes no decorrer da série histórica e os aspectos do meio da condição sociocultural das mulheres do estado. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo epidemiológico descritivo, longitudinal, tipo série histórica de dados, baseado na coleta de dados efetuada no serviço de arquivo médico e de estatísticas de um hospital. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade, estado civil, cor, setor profissional, ocupação, classe social e diagnóstico psiquiátrico, todos padronizados conforme os critérios da Classificação Internacional de Doenças, edições 9 e 10. Para identificação dos casos, utilizaram-se todas as primeiras internações de mulheres. RESULTADOS: No decorrer de 70 anos, obteve-se um total de 9.629 indivíduos/casos. Observou-se o predomínio de mulheres na faixa etária de 26 a 45 anos (47,9%), brancas (91,3%), pertencentes ao subproletariado (86,8%), fora da população economicamente ativa (96,7%) e com diagnóstico de transtornos afetivos (28,6%) e psicoses esquizofrênicas (25,2%). Quanto ao estado civil, verificou-se maior presença de mulheres casadas (44,9%). Todavia, na década de 90, as mulheres solteiras representaram 54,4%, enquanto que as casadas perfizeram 39,7% das pacientes. CONCLUSÃO: Foram detectadas mudanças significativas nos motivos para admissão de mulheres nos últimos anos. Sugere-se que as variações tenham sido influenciadas pelos determinantes biológicos das doenças mentais graves e, também de maneira significativa, pelas pressões sociais advindas do novo papel da mulher na sociedade.<br>INTRODUCTION: Along the 20th century, women underwent numerous changes and reached a more active participation in society. This study aims at describing the profile of the female patients admitted to a service of psychiatric hospitalization from May 1931 to December 2000. In addition, it relates the profile of psychiatric morbidity with the historical, social and demographic changes. It also offers a comparison between the epidemiological conditions throughout the historical series and the aspects regarding the environment and the sociocultural status of women from a Southern Brazilian state. MATERIALS AND METHODS: Descriptive, longitudinal, epidemiological study including historical data and based on data collected from the medical files and statistics of a hospital. The following variables were assessed: age, marital status, race, professional area, occupation, social class and psychiatric diagnosis, all standardized according to the International Classification of Diseases (ICD-9 and ICD-10) criteria. To identify the cases, all first hospitalizations of women were used. RESULTS: Along 70 years, a total of 9,629 individuals/cases was obtained. There was a predominance of women in the age group between 26-45 years (47.9%), white (91.3%), belonging to the subproletariat (86.8%), not belonging to the economically active part of the population (96.7%) and with diagnosis of affective disorders (28.6%) and schizophrenic psychoses (25.2%). With regard to marital status, married women were prevalent (44.9%). However, in the 1990's, single women represented 54.4%, whereas married women accounted for 39.7% of the patients. CONCLUSION: Significant changes were detected in the reasons for admitting women to psychiatric services over the past years. It is suggested that the variations might have been influenced by biological determinants of severe mental diseases, and especially by the social pressure resulting from the new role of women in society
Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior Why do men use health services less than women? Explanations by men with low versus higher education
O estudo tem como objetivo analisar as explicações presentes em discursos masculinos para a pouca procura dos homens por serviços de saúde. O método do estudo baseia-se numa abordagem de pesquisa qualitativa. A representação do cuidar como tarefa feminina, as questões relacionadas ao trabalho, a dificuldade de acesso aos serviços e a falta de unidades especificamente voltadas para a saúde do homem são os principais motivos expressos pelos sujeitos para a pouca procura pelos serviços de saúde. Conclui-se, dentre outros aspectos, que o imaginário social que vê o homem como ser invulnerável acaba contribuindo para que ele menos se cuide e mais se exponha a situações de risco.<br>The objective of this study was to analyze explanations in male discourse for men's relatively limited use of health services, using a qualitative methodology. Representation of caring as a female task, work-related issues, difficult access to services, and lack of services specifically targeting men's health were the main reasons for their limited use of health services. By way of conclusion, the social imaginary by which men are viewed as invulnerable leads them to take less care of their own health and expose themselves to greater risk