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Drummond: trajeto-memórias de um menino leitor
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2014.Esta dissertação versa sobre a trajetória de Carlos Drummond de Andrade como leitor literário. Em meados do século XX, já por volta dos 50 anos, o poeta se dedica a escrever sobre seu passado em Itabira. O poema "Infância", escrito em 1930, publicado em sua primeira obra, Alguma poesia, pode ser considerado ponto de partida para este estudo, quando narra sua leitura de menino entre mangueiras e as Aventuras de Robinson Crusoé. Embora sempre tenha escrito sobre sua infância e passado, Drummond embarca em uma determinação meio proustiana de tentar recuperar o tempo perdido de maneira intensa e extensa em Boitempo. Muitos anos depois, essa determinação resulta na criação de mais de 400 poemas, que viriam a constituir a trilogia Boitempo, publicada em três volumes: Boitempo (1968), Boitempo: menino antigo (1973) e Boitempo: esquecer para lembrar (1979). Por meio dessas memórias, foi possível selecionar poemas e versos que mencionam suas primeiras descobertas no universo das letras, bem como as primeiras leituras, autores preferidos e seu contato com outros leitores na cidade natal, Itabira, e em Belo Horizonte, capital onde morou na mocidade. Mais tarde, esse interesse ultrapassou o exercício da leitura e alcançou a escritura. De menino leitor ao poeta ambicioso de "soltar a coisa oculta no peito", Drummond rememora também suas primeiras motivações como escritor. Com ajuda de referências como Walter Benjamin, Hans Robert Jauss e Stuart Hall foi possível compreender melhor esse trajeto-memória. Ao fim da pesquisa, ficaram evidentes os vestígios deixados por Drummond em sua poesia, sobre seu interesse desde cedo pela leitura e o modo como essas leituras influenciaram seu processo de escritura.Abstract : This thesis examines the trajectory of Carlos Drummond de Andrade, as a literary reader. In the mid-twentieth century, around his 50 years, the poet engaged in writing about his past in the city of Itabira, in the state of Minas Gerais, Brazil. The poem "Infância" (i.e. childhood), written during this time, can be considered a starting point for this study, when it narrates his child readings between mango tress and The Adventures of Robinson Crusoe. Although he has always written about his childhood and past, Drummond embarks on a kind of Proustian determination means trying to catch up intensely and extensively in Boitempo. Many years later, such determination results in the creation of over 400 poems, that would constitute the Boitempo trilogy, published in three volumes: "Boitempo" (1968), "Boitempo: menino antigo" (1973) and "Boitempo: esquecer para lembrar" (1979). Through these memories, it was possible selecting poems and verses that mention his first discoveries in the world of letters as well as his first readings, favorite authors and his contact with other readers from his hometown, Itabira, and in Belo Horizonte, capital in which he has lived in his youth. Later on, such interest exceeded the reading exercise and reached the writing practice. From the reader boy to the poet ambitious for "releasing the thing hidden in the chest", Drummond also recalls his early motivations as a writer. With the aid of references such as Walter Benjamin, Hans Robert Jauss and Stuart Hall, it was possible better understanding this memory-path
Resumo Do Existido: Sobre A Biografia De Carlos Drummond De Andrade
Nos anos 1990, o mercado editorial das biografias cresceu notavelmente cerca de 50%. É o que apontam as pesquisas de Micael Herschmann e Carlos Alberto Messeder Pereira no texto “O Boom da biografia e do biográfico”. Segundo os pesquisadores, “As narrativas do self e da memória vêm se tornando, cada vez mais, cruciais para a organização da sociedade contemporânea.” (2005, p. 143). Ainda para eles, “apesar do esforço isolado de alguns autores em reconhecer a relevância do biográfico na contemporaneidade, a demanda social por este tipo de produção não tem garantido uma maior atenção por parte da crítica, nem da academia.” (2005, p. 150). Diante desse contexto, em que a biografia tem sido, recorrentemente, tratada como gênero menor, é que desponta a justificativa pela escolha do objeto de estudo do presente trabalho
AS REGRAS DA ARTE E A QUEDA DA AURÉOLA: REFLEXÕES SOBRE O VALOR DA ARTE E LITERATURA HOJE
A arte ainda é sagrada? Existe em torno da arte uma auréola divina? Este artigo aborda o tema da distinção existente entre a arte ordinária e extraordinária e os caminhos que a avaliação da arte tem tomado em nossa sociedade pós-moderna. Como escopo do estudo, o foco foi dado ao campo da arte literária, sem deixar de lado questões pertinentes ao campo das artes visuais. A problematização maior aqui se deu naquilo que diz respeito ao julgamento do gosto e sacralização de obras artísticas, buscando entender como estão colocadas as regras da arte hoje nos campos citados, sobretudo no Brasil. Para isso, o ponto chave do debate se apoia em Pierre Bourdieu – mais especificamente em suas obras Distinção e As regras da arte – para pensar no valor da obra de arte hoje, na “autonomia” do artista e, por último, na perspectiva do leitor de obras literárias e sua relação com essas classificações (arte e não arte) que acabam, por vezes, classificando seu próprio gosto cultural. O objetivo central do estudo foi, portanto, desdobrar os temas aqui expostos a fim de compreender melhor o lugar da arte dentro de alguns dispositivos de poder, que, por vezes, exercem uma violência simbólica ao reforçar a distinção entre grupos sociais com diferentes gostos culturais. Palavras-chave: Distinção cultural, Literatura, Valor, Arte.
INFÂNCIA: REFLEXÕES SOBRE A BOLSA AMARELA DE LYGIA BOJUNGA
Na bolsa amarela de Raquel cabem muitas coisas: um galo, um alfinete, cartas. Entre elas, três vontades. O presente trabalho faz uma análise da obra A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga, com foco nas três vontades apresentadas pela personagem principal, Raquel: a vontade de ser grande, a de ser menino e a de ser escritora. A partir dessas três categorias, analisamos a concepção de infância apresentada na obra, bem como as tensões travadas entre as questões de gênero e a construção de identidade dada na infância. Tais conflitos são constantemente atravessados pelos valores morais impostos pelos adultos. Por fim, ao analisarmos esse enredo, consideramos que a infância de Raquel se constrói a partir de duas realidades paralelas: uma referente ao modo como seus pais encaram a infância e outro referente à própria perspectiva da menina que tenta resistir à opressão por meio da escrita.
O MODERNISMO E EXPERIMENTALISMO DA LINGUAGEM DE MÁRIO DE ANDRADE EM AMAR, VERBO INTRANSITIVO
O presente trabalho visou afirmar o experimentalismo da linguagem de Mário de Andrade, na obra Amar, verbo intransitivo, publicada em 1927, no período do Modernismobrasileiro. Além disso, buscou-se também aprofundar estudo sobre o Modernismo enquanto contexto histórico marcante para a Literatura. Fundamentado em estudos já realizados, como artigos e livros, fez-se uma revisão bibliográfica e uma leitura analítica do livro escolhido, a fim de mostrar as ocorrências de certos fenômenos linguísticos que fazem do livro, modernista e experimental. As situações de experimentalismo da linguagem encontradas na obra literária foram divididas em quadros sistematizados com registros de citações retiradas da narrativa, de modo a confirmar e analisar as experimentações da língua, na escrita de Amar, verbo intransitivo, vinculadas ao movimento no qual Mário de Andrade estava inserido. O estudo foi realizado a partir de um aporte teórico baseado nas ideias de: Coutinho (1997), Gonçalves (2012), Cândido (1999), Cerqueira (2010), Lopez (1984;2013), Rodrigues (1997), Botelho (2012), Marques (2014), Bolzan (2011), Dias (2011), entre outros. Ao fim do estudo, ficou mais claro perceber a intencionalidade do escritor em relação ao seu estilo de escrita e como isso estava ligado ao movimento que ocorria na época
Os desafios do ensino de Literatura em aulas de Língua Portuguesa.
Quais os principais desafios do ensino de Literatura em aulas de LP[1]? Como se dá a crise da Literatura em sociedade e como ela reflete no espaço da sala de aula? Estes são alguns dos questionamentos que norteiam o pensar sobre o espaço da Literatura. Sendo que é por meio da indagação que flui o interesse pela pesquisa, o que resulta no intuito da mudança e amadurecimento da prática docente. Este trabalho visou investigar os desafios do ensino de Literatura em aulas de LP e teve por objetivo central compreender melhor o debate teórico em torno do tema ensino de Literatura e seu espaço nessas aulas, de modo a entender a relação entre a crise da Literatura em sociedade e a crise do ensino de Literatura, assim como, estudar sobre as possibilidades da presença da Literatura como centro das aulas de LP. A metodologia adotada para a pesquisa foi qualitativa e bibliográfica, sem um corpus específico a ser analisado, pois teve como base os estudos de teoria literária e as pesquisas de professores pesquisadores da área. Para organização dos tópicos do estudo, selecionamos três categorias de análise: 1) A crise da Literatura em sociedade; 2) A crise do ensino de Literatura e 3) O espaço da leitura literária em aulas de Língua Portuguesa. Em um primeiro momento, ocorreu o aprofundamento do tema crise da Literatura em sociedade, de acordo com a problematização de Perrone-Moisés (2016), Cruz (2017) e Lajolo (2018). Na sequência, buscou-se entender a relação entre as duas primeiras categorias, com base em Perrone-Moisés (2016), Cruz (2017), Cosson (2018) e Galvão e Silva (2017). E, por fim, abordou-se sobre o espaço da leitura literária nas aulas, isto é, como o texto literário se relaciona com os objetivos de uma aula de LP, conforme orienta Antunes I. (2003), Zilberman (2012) e também Cosson (2018). PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Ensino de Literatura; Ensino de Língua Portuguesa.1 Adotar-se-á o termo para se referir a disciplina de Língua Portuguesa
LITERATURA E INFÂNCIA: O ADULTO EXTRAORDINÁRIO EM O PEQUENO PRÍNCIPE
RESUMOEscrita em 1943, a obra O Pequeno Príncipe de Antonie de Saint-Exupéry apresenta a história de um menino que visita, entre outros planetas, a Terra e, com isso, tem um encontro com o narrador, aviador. A história discorre trazendo várias reflexões sobre a relação do universo infantil e adulto e é a partir daí que surge o objetivo principal deste estudo: compreender como se dá a representação da infância na obra. A abordagem metodológica utilizada neste estudo foi bibliográfica e qualitativa. Partindo das concepções de infância descritas por Ariès (1981), estudamos aqui sobre como surgiu a Literatura Infantil com o intuito de educar a criança no final do século XVII e durante o século XVIII. Sob estes aspectos, elencamos que a literatura teve em seu início o objetivo de instruir. Em contrapartida, ao analisar a obra em questão, identificamos a representação da criança nas falas e ensinamentos do Pequeno Príncipe reivindicando seu papel de protagonista. Isso só é possível, segundo Zilberman (1998), quando a obra indicada apresenta com autenticidade a realidade da criança, respeitando sua perspectiva. Logo, tivemos a impressão de que a representação da infância na obra, ao contrário do propósito original que a Literatura Infantil apresenta, trouxe a perspectiva da criança sobreposta à do adulto. Ao fim do processo, apresentamos a obra como lugar de representação da infância e, assim, contribuindo para compreendermos a Literatura Infantil como espaço em que a criança também pode organizar suas experiências num processo de maior autonomia.Palavras Chave: Literatura Infantil; Infância; Antoine Saint-Exupéry
Os desafios do ensino de Literatura em aulas de Língua Portuguesa.
Quais os principais desafios do ensino de Literatura em aulas de LP[1]? Como se dá a crise da Literatura em sociedade e como ela reflete no espaço da sala de aula? Estes são alguns dos questionamentos que norteiam o pensar sobre o espaço da Literatura. Sendo que é por meio da indagação que flui o interesse pela pesquisa, o que resulta no intuito da mudança e amadurecimento da prática docente. Este trabalho visou investigar os desafios do ensino de Literatura em aulas de LP e teve por objetivo central compreender melhor o debate teórico em torno do tema ensino de Literatura e seu espaço nessas aulas, de modo a entender a relação entre a crise da Literatura em sociedade e a crise do ensino de Literatura, assim como, estudar sobre as possibilidades da presença da Literatura como centro das aulas de LP. A metodologia adotada para a pesquisa foi qualitativa e bibliográfica, sem um corpus específico a ser analisado, pois teve como base os estudos de teoria literária e as pesquisas de professores pesquisadores da área. Para organização dos tópicos do estudo, selecionamos três categorias de análise: 1) A crise da Literatura em sociedade; 2) A crise do ensino de Literatura e 3) O espaço da leitura literária em aulas de Língua Portuguesa. Em um primeiro momento, ocorreu o aprofundamento do tema crise da Literatura em sociedade, de acordo com a problematização de Perrone-Moisés (2016), Cruz (2017) e Lajolo (2018). Na sequência, buscou-se entender a relação entre as duas primeiras categorias, com base em Perrone-Moisés (2016), Cruz (2017), Cosson (2018) e Galvão e Silva (2017). E, por fim, abordou-se sobre o espaço da leitura literária nas aulas, isto é, como o texto literário se relaciona com os objetivos de uma aula de LP, conforme orienta Antunes I. (2003), Zilberman (2012) e também Cosson (2018). PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Ensino de Literatura; Ensino de Língua Portuguesa.1 Adotar-se-á o termo para se referir a disciplina de Língua Portuguesa
LITERATURA INFANTIL NA ESCOLA: CAMINHO PARA A DIVERSIDADE?
Investigar o potencial dos livros infantis contemporâneos– Menina bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado e Bom dia todas as cores de Ruth Rocha – para utilização em abordagem e problematização do tema diversidade foi o objeto geral de estudo desta pesquisa que se orientou pelos seguintes objetivos específicos: refletir sobre a importância da escola nos debates sobre diversidade com foco na formação de uma sociedade menos segregadora; investigar sobre as possibilidades do trabalho com a literatura na formação da criança preparada para o mundo da diversidade; refletir sobre a forma que a temática diversidade aparece nas obras selecionadas. Tal estudo trata-se de pesquisa descritiva, que assume a condição de levantamento de dados junto às duas obras infantis selecionadas. Compõem o corpus da pesquisa as obras literárias infantis contemporâneas supracitadas. A pesquisa foi alicerçada em procedimentos de análise, conjugando abordagem bibliográfica e descritiva na condição de levantamento. Ao analisar os livros, verificou-se que ambos possuem potencial pedagógico para levantar problematização e debate sobre a temática diversidade e ratificou-se a relevância da mediação e participação da escola nesse processo.Palavras-chave: Diversidade. Escola. Literatura Infantil. Pedagogia
INFÂNCIA: REFLEXÕES SOBRE A BOLSA AMARELA DE LYGIA BOJUNGA
Na bolsa amarela de Raquel cabem muitas coisas: um galo, um alfinete, cartas. Entre elas, três vontades. O presente trabalho faz uma análise da obra A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga, com foco nas três vontades apresentadas pela personagem principal, Raquel: a vontade de ser grande, a de ser menino e a de ser escritora. A partir dessas três categorias, analisamos a concepção de infância apresentada na obra, bem como as tensões travadas entre as questões de gênero e a construção de identidade dada na infância. Tais conflitos são constantemente atravessados pelos valores morais impostos pelos adultos. Por fim, ao analisarmos esse enredo, consideramos que a infância de Raquel se constrói a partir de duas realidades paralelas: uma referente ao modo como seus pais encaram a infância e outro referente à própria perspectiva da menina que tenta resistir à opressão por meio da escrita.