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    Determinação dos intervalos de referência para lipídeos e lipoproteínas em escolares de 10 a 19 anos de idade de Maracaí (SP)

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    INTRODUÇÃO: Os estudos epidemiológicos do perfil lipídico em jovens fornecem subsídios para a prevenção da aterosclerose e a redução das elevadas taxas de mortalidade provocadas por doenças do aparelho circulatório. Observa-se, entretanto, que os autores nacionais utilizam intervalos de referência procedentes de outros países, geralmente os norte-americanos. As III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias (III DBSD, 2001) também adotam este recurso, recomendando valores do National Cholesterol Education Program (NCEP) (EUA, 1992). Esta prática, que desconsidera diferenças raciais, condições socioeconômicas, constituição física e hábitos alimentares da população brasileira, pode induzir potenciais vieses, prejudicando o dimensionamento das dislipidemias em nosso meio. OBJETIVO: Estabelecer intervalos de referência para triglicerídeos (TG), colesterol total (CT), LDL-colesterol (LDL-c), HDL-colesterol (HDL-c) e não-HDL-colesterol (não-HDL-c) em escolares de Maracaí (SP), de ambos sexos e faixa etária de 10 a 19 anos. MÉTODOS: Delineamento transversal. No período de 25 de março a 8 de outubro de 2002, foram avaliados 1.371 alunos de ambos os sexos, de 10 a 19 anos de idade, matriculados em oito escolas públicas e uma privada. Foram utilizadas reações enzimáticas para determinações de CT e TG, kits Johnson & Johnson (Ortho Clinical Diagnostics), metodologia de química seca e auto-analisador Vitros 750. A dosagem enzimática de HDL-c foi precedida pela precipitação de LDL-c e VLDL-c presentes nos soros mediante uso de reagentes responsivos à separação magnética, contendo sulfato de dextran e cloreto de magnésio (Johnson & Johnson). Valores de LDL-c para TG sérico abaixo de 400mg/dl foram obtidos pelo cálculo de Friedewald: LDL-c = CT - HDL-c - TG/5; para valores superiores a este, os soros foram precipitados com sulfato de polivinil dissolvido em polietilenoglicol a 25%, pH 6,7 e posterior determinação com kits Merck CHOD-PAP e leitura fotométrica no aparelho CELM modelo E-225. O não-HDL-c foi calculado através da fórmula CT - HDL-c. RESULTADOS: As exclusões totalizaram 255 casos. Foram analisados 1.116 escolares, dos quais 509 eram do sexo masculino e 607, do feminino. Os intervalos de referência obtidos na amostra diferiram dos valores recomendados pelas III DBSD. As maiores variações foram registradas nos resultados correspondentes aos percentis 75 e 95 de LDL-c, respectivamente, de 93mg/dl (variação de -15,5%) e 118,2mg/dl (variação de -9,1%). DISCUSSÃO: Os intervalos de referência transcritos do NCEP podem não ser aplicáveis em determinadas regiões brasileiras, e a sua utilização indiscriminada pode induzir potenciais vieses. CONCLUSÃO: Os intervalos de referência para CT, LDL-c e HDL-c, estabelecidos para escolares da cidade de Maracaí, de ambos sexos e idades de 10 a 19 anos, diferiram dos valores recomendados pelas III DBSD. Estudos similares em outras regiões são sugeridos para estabelecer, nessa faixa etária, valores adequados à realidade brasileira

    Perfil lipídico: intervalos de referência em escolares de 2 a 9 anos de idade da cidade de Maracaí (SP)

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    INTRODUÇÃO: As recentes publicações disponíveis em nosso meio sobre dislipidemias na infância indicam progressão de uma silenciosa epidemia, que pode agravar as taxas de morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares nos próximos anos. Na falta de padronização dos intervalos de referência para população brasileira, muitos autores utilizam valores procedentes de outros países, em particular os recomendados pelas III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias (III DBSD, 2001), que foram transcritos do National Cholesterol Education Program-NCEP (EUA, 1992). OBJETIVO: Estabelecer intervalos de referência para triglicerídeos (TG), colesterol total (CT) e frações em escolares de 2 a 9 anos de idade da cidade de Maracaí, SP. MÉTODOS: delineamento transversal. Foram avaliados perfis lipídicos de 1.202 alunos de seis escolas (cinco públicas e uma privada), de 2 a 9 anos de idade, no período de 25 de março a 8 de outubro de 2002. Empregaram-se reações enzimáticas para determinações de TG e CT, kits Johnson & Johnson, metodologia de química seca e auto-analisador Vitros 750. Utilizaram-se reagentes magnéticos (sulfato de dextran e cloreto de magnésio, Johnson & Johnson) para precipitação de LDL-c e VLDL-c e subseqüente determinação enzimática de HDL-c. O LDL-c foi obtido através de cálculo de Friedewald para TG abaixo de 400mg/dl; valores superiores a este foram determinados com kits Merck CHOD-PAP e leitura fotométrica. RESULTADOS: As exclusões totalizaram 266 casos e os analisados, 936. Os valores obtidos na amostra estudada diferem dos intervalos de referência recomendados pelas III DBSD. As maiores variações dos resultados de Maracaí, em relação às III DBSD, foram do percentil 95 de TG: 130mg/dl (+ 30%); percentil 75 de LDL-c: 101,1mg/dl (-8,1%); percentil 5 de HDL-c: 34mg/dl (-15%). DISCUSSÃO: os intervalos de referência transcritos de outros países desconsideram diferenças étnicas, socioeconômicas e hábitos alimentares da população brasileira. Desta forma, estudos epidemiológicos que os utilizam podem conter indesejáveis vieses de mensuração. Na prática clínica, a utilização dos intervalos de referência de outras procedências, nessa faixa etária para TG, pode provocar investigações adicionais desnecessárias e danos irreparáveis ao desenvolvimento das crianças através de intervenções desastradas sob forma de dietas hipocalóricas ou, pior ainda, prescrição de medicamentos. CONCLUSÃO: Os intervalos de referência da amostra de escolares de Maracaí de 2 a 4 anos diferem dos recomendados pelas III DBSD. Este fato ressalta a necessidade de realização de estudos semelhantes em outras regiões para padronização brasileira dos intervalos de referência para TG, CT e frações
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