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    Megaeventos, Estado e favelas sem UPPs no Rio de Janeiro: qual legado?

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    O presente artigo reflete sobre o perĂ­odo de transformaçÔes urbanas oriunda dos megaeventos, centrando a anĂĄlise sobre as concepçÔes que estruturam esse projeto de cidade, as caracterĂ­sticas territoriais desse tipo de gestĂŁo, a importĂąncia que o Estado e seus agentes tiveram para sua realização e os efeitos para os moradores de favela sem UPP. A partir de uma pesquisa qualitativa realizada em 2016 em uma favela sem UPP na Zona Oeste da cidade, argumento que os megaeventos esportivos sĂŁo um complexo de relaçÔes, discursos, racionalidades e prĂĄticas que conformam um projeto de cidade que tem no Estado (e seus agentes) um parceiro fundamental para a sua materialização polĂ­tica. Mesmos que esse empreendimento seja voltado para lugares especĂ­ficos de interesse do mercado, ele tambĂ©m afeta ĂĄreas “outras” que nĂŁo fazem parte desse complexo, demostrando que o real “legado” dessa polĂ­tica foi a produção de uma cidade ainda mais segregada, estigmatiza e desigual.The present article seeks to reflect on the period of urban transformations coming from mega-events, focusing on the conceptions that structure this city project, the territorial characteristics of this type of politics, the importance that the State and its agents had for its realization and the effects for favela residents without UPP. From a qualitative research conducted in 2016 in a favela without UPP in the western zone of the city, I argue that sports mega events are a complex of relations, discourses, rationalities and practices that conform a city project that has in the State (and its agents) a great partner for political materialization. Even this city project being targeted at places of market interest, it also indirectly affects the "other" areas that are not part of this complex, demonstrating that the real "legacy" of these policies was the production of an even more segregated city, stigmatizing and uneven
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