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Factores de risco associados à ideação suicida durante a prisão preventiva : estudo exploratório
Dissertação de mestrado em Psicologia (área de conhecimento em Psicologia da Justiça)As taxas de comportamentos suicidários nas prisões portuguesas são extraordinariamente elevadas comparativamente às observadas entre a população geral, não se conhecendo estudos empíricos que se tenham debruçado sobre os factores de risco associados a este fenómeno. O presente estudo tenta colmatar essa lacuna, abrindo caminho a futuras investigações sobre comportamentos suicidários em meio prisional.
A ideação suicida pode ser considerada o primeiro marcador de risco suicida. Quando persistente, evolui frequentemente para comportamentos suicidários com final fatal. As teorizações sobre comportamentos suicidários mais recentes subdividem os factores de risco suicida mediante a dicotomia stress-vulnerabilidade. Como tal, esta investigação tem o intuito de procurar por diferenças significativas nos factores de risco suicida relativos às vulnerabilidades dos recluídos e ao stress prisional em dois grupos de reclusos preventivos, reclusos em risco suicida e reclusos que não se encontram em risco.
Para o efeito desenvolveu-se um estudo exploratório que decorreu em dois períodos da execução da prisão preventiva, durante a primeira semana de reclusão (1ª fase) e após seis meses de cumprimento da pena (2ª fase). Na 1ª fase avaliaram-se 100 reclusos através do Questionário de Ideação Suicida (QIS), o que permitiu formar dois grupos, reclusos em risco suicida e reclusos sem risco suicida. Nesta fase da investigação tentou-se analisar se o grupo em risco suicida difere significativamente quanto à perturbação emocional avaliada pelo Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI) e às características sociodemográficos, criminais, história de autolesão, abuso ou dependência de substâncias e história de tratamento psiquiátrico. Da amostra inicial, apenas 66 reclusos participaram na 2ª fase da investigação. Nesta fase procurou-se verificar que aspectos da vida em meio prisional e que fases da execução da pena podem exacerbar significativamente a ideação suicida. Para tal, avaliou-se novamente a ideação suicida (QIS), a perturbação emocional (BSI), o abuso ou dependência de substâncias na prisão, os incidentes de autolesão ocorridas na prisão e os episódios de isolamento disciplinar. O Inventário de Stress em Meio Prisional (ISMP), permitiu ainda avaliar e correlacionar o risco suicida com o grau de stress prisional contingente ao processo judicial, sobrelotação, isolamento disciplinar e vitimização.
Os resultados deste estudo demonstraram que a população reclusa preventiva constitui um grupo social de elevado risco suicida. Entre os dois grupos em análise, o grupo de reclusos em risco suicida demonstrou ser o mais vulnerável, apresentando percentagens significativamente superiores ao nível: (1) dos incidentes de autolesão no período pré-reclusão e durante a execução da pena; (2) do abuso ou dependência de substância, especialmente de heroína e cocaína no período pré-reclusão; e (3) da sintomatologia psicopatológica, principalmente depressiva, ansiosa e psicótica. Entre os stressores malignos inerentes ao contexto prisional que se correlacionam com risco suicida é possível encontrar: (1) a fase inicial da execução da pena; (2) o isolamento disciplinar; (3) a sobrelotação; (4) o processo judicial; e (5) a vitimização.As taxas de comportamentos suicidários nas prisões portuguesas são extraordinariamente elevadas comparativamente às observadas entre a população geral, não se conhecendo estudos empíricos que se tenham debruçado sobre os factores de risco associados a este fenómeno. O presente estudo tenta colmatar essa lacuna, abrindo caminho a futuras investigações sobre comportamentos suicidários em meio prisional.
A ideação suicida pode ser considerada o primeiro marcador de risco suicida. Quando persistente, evolui frequentemente para comportamentos suicidários com final fatal. As teorizações sobre comportamentos suicidários mais recentes subdividem os factores de risco suicida mediante a dicotomia stress-vulnerabilidade. Como tal, esta investigação tem o intuito de procurar por diferenças significativas nos factores de risco suicida relativos às vulnerabilidades dos recluídos e ao stress prisional em dois grupos de reclusos preventivos, reclusos em risco suicida e reclusos que não se encontram em risco.
Para o efeito desenvolveu-se um estudo exploratório que decorreu em dois períodos da execução da prisão preventiva, durante a primeira semana de reclusão (1ª fase) e após seis meses de cumprimento da pena (2ª fase). Na 1ª fase avaliaram-se 100 reclusos através do Questionário de Ideação Suicida (QIS), o que permitiu formar dois grupos, reclusos em risco suicida e reclusos sem risco suicida. Nesta fase da investigação tentou-se analisar se o grupo em risco suicida difere significativamente quanto à perturbação emocional avaliada pelo Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI) e às características sociodemográficos, criminais, história de autolesão, abuso ou dependência de substâncias e história de tratamento psiquiátrico. Da amostra inicial, apenas 66 reclusos participaram na 2ª fase da investigação. Nesta fase procurou-se verificar que aspectos da vida em meio prisional e que fases da execução da pena podem exacerbar significativamente a ideação suicida. Para tal, avaliou-se novamente a ideação suicida (QIS), a perturbação emocional (BSI), o abuso ou dependência de substâncias na prisão, os incidentes de autolesão ocorridas na prisão e os episódios de isolamento disciplinar. O Inventário de Stress em Meio Prisional (ISMP), permitiu ainda avaliar e correlacionar o risco suicida com o grau de stress prisional contingente ao processo judicial, sobrelotação, isolamento disciplinar e vitimização.
Os resultados deste estudo demonstraram que a população reclusa preventiva constitui um grupo social de elevado risco suicida. Entre os dois grupos em análise, o grupo de reclusos em risco suicida demonstrou ser o mais vulnerável, apresentando percentagens significativamente superiores ao nível: (1) dos incidentes de autolesão no período pré-reclusão e durante a execução da pena; (2) do abuso ou dependência de substância, especialmente de heroína e cocaína no período pré-reclusão; e (3) da sintomatologia psicopatológica, principalmente depressiva, ansiosa e psicótica. Entre os stressores malignos inerentes ao contexto prisional que se correlacionam com risco suicida é possível encontrar: (1) a fase inicial da execução da pena; (2) o isolamento disciplinar; (3) a sobrelotação; (4) o processo judicial; e (5) a vitimização
Perturbação mental e ideação suicida entre reclusos preventivos
A presente investigação tem dois objectivos: (1) Analisar a incidência de ideação suicida e de perturbação emocional numa amostra de 66 presos preventivos de um estabelecimento prisional central em dois momentos, durante a primeira semana de reclusão e após seis meses de cumprimento da pena, e nesse mesmo período de tempo; (2) explorar o grau de perturbação emocional e sintomatologia psicopatológica em dois grupos de reclusos, reclusos com ideação suicida (Grupo CIS) e reclusos sem ideação suicida (Grupo SIS). A ideação suicida foi avaliada através do Questionário de Ideação Suicida enquanto o Inventário de Sintomas Psicopatológicos permitiu avaliar a perturbação emocional e sintomatologia psicopatológica associada. Os resultados deste estudo permitem verificar que a incidência de ideação suicida se mantém estável ao longo dos primeiros seis meses de reclusão, enquanto a incidência de perturbação emocional diminui significativamente nesse mesmo período de tempo. A divisão da amostra em dois grupos, permitiu verificar que o Grupo CIS apresenta níveis de perturbação emocional significativamente superiores ao observado no Grupo SIS, particularmente sintomatologia psicopatológica depressiva, ansiosa, psicótica e hostil e, enquanto o Grupo CIS praticamente mantêm os mesmos níveis de perturbação emocional ao longo dos primeiros seis meses de reclusão, o Grupo SIS demonstra uma enorme diminuição nos níveis de perturbação emocional. Concluindo, a ideação suicida encontra-se fortemente associada à perturbação mental, nomeadamente à sintomatologia depressiva, ansiosa, psicótica e hostil. Nos reclusos com ideação suicida a perturbação mental apresenta um carácter disposicional, mantendo-se praticamente constante ao longo da execução da pena, enquanto nos reclusos sem ideação suicida apresenta carácter reactivo, diminuindo após seis meses de reclusão
Perturbação mental e ideação suicida entre reclusos preventivos
A presente investigação tem dois objectivos: (1)
Analisar a incidência de ideação suicida e de
perturbação emocional numa amostra de 66 presos
preventivos de um estabelecimento prisional central
em dois momentos, durante a primeira semana de
reclusão e após seis meses de cumprimento da pena, e
nesse mesmo período de tempo; (2) explorar o grau de
perturbação emocional e sintomatologia psicopatológica
em dois grupos de reclusos, reclusos com
ideação suicida (Grupo CIS) e reclusos sem ideação
suicida (Grupo SIS).
A ideação suicida foi avaliada através do
Questionário de Ideação Suicida enquanto o Inventário
de Sintomas Psicopatológicos permitiu avaliar a
perturbação emocional e sintomatologia psicopatológica
associada. Os resultados deste estudo permitem
verificar que a incidência de ideação suicida se
mantém estável ao longo dos primeiros seis meses de
reclusão, enquanto a incidência de perturbação
emocional diminui significativamente nesse mesmo
período de tempo. A divisão da amostra em dois
grupos, permitiu verificar que o Grupo CIS apresenta
níveis de perturbação emocional significativamente
superiores ao observado no Grupo SIS, particularmente
sintomatologia psicopatológica depressiva,
ansiosa, psicótica e hostil e, enquanto o Grupo CIS
praticamente mantêm os mesmos níveis de perturbação
emocional ao longo dos primeiros seis meses de
reclusão, o Grupo SIS demonstra uma enorme
diminuição nos níveis de perturbação emocional.
Concluindo, a ideação suicida encontra-se fortemente
associada à perturbação mental, nomeadamente
à sintomatologia depressiva, ansiosa, psicótica e hostil.
Nos reclusos com ideação suicida a perturbação
mental apresenta um carácter disposicional, mantendo-
-se praticamente constante ao longo da execução da
pena, enquanto nos reclusos sem ideação suicida
apresenta carácter reactivo, diminuindo após seis
meses de reclusão.This study has two mainly purposes: (1) Analyze
the incidence of suicide ideation and psychological
distress in 66 remanded prisoners in a central prison of
Portugal in two moments, during the first week of
imprisonment and after six months, and, in this same
period of time; (2) explore the degree of emotional
distress and type of psychological distress in two
groups, prisoners with suicidal ideation (CIS) and
without suicidal ideation (SIS). Suicide ideation was measured with the Suicidal
Ideation Questionnaire and psychological distress with
the Brief Symptom Inventory. Our results show that
the incidence of suicidal ideation is mainly the same
through the first six months of imprisonment, while
the incidence of psychological distress significantly
decreases in the same period of time. Dividing our
sample in two groups, we can see that compared with
the SIS group, the CIS group has a highly significantly
level of psychological distress, particularly depressive,
anxious, psychotic and hostile distress and, while the
CIS group mainly maintain the same levels of
psychological distress through the first six months of
imprisonment, the SIS group shows a highly reduction
in the levels of psychological distress.
In conclusion, suicidal ideation is highly associated
with psychological distress, namely depressive,
anxious, psychotic and hostile distress. In prisoners
with suicidal ideation, psychological distress presents
itself like a dispositional character, keeping generally
constant during imprisonment, while in prisoners
without suicidal ideation presents itself like reactive
character, diminishing after six months of
imprisonment.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Acoustic Telemetry Unravels Movements and Habitat Use Patterns of Juvenile Meagre (A. regius) in the Tagus Estuary
The meagre is among the largest Sciaenidae in the world (max: 230 cm, 103 kg), with a wide
distribution range encompassing the NE and CE Atlantic Ocean and the Mediterranean Sea. The
life cycle in Atlantic waters includes migratory movements from feeding and overwintering areas at
sea to spawning and nursery areas in estuaries and coastal waters. However, significant spawning
aggregations are only observed in five locations, among which is the Tagus estuary (Portugal). The
meagre fishery that takes place within the Tagus estuary is significant, accounting for approximately
two-thirds of Portuguese meagre catches. Despite its economic relevance, the meagre movements in
that region remain largely unknown. The existence of a target fishery inside the estuary alongside a
lack of routine biological data collection targeting the species and incipient fisheries control in the
area, highlight an urgency to adopt innovative methodologies to unravel meagre migrations and its
use of critical areas. We present the first insights of movement patterns and habitat use in the Tagus
estuary using acoustic biotelemetry data collected between 2019 and 2021. The acoustic receiver
array obtained a total of 142.183 registers from a total of 34 individuals tagged. From the tagged
specimens, 33% revisited the Tagus estuary in subsequent years at least once, during the spring and
summer, and 49% remained in the Tagus at least until autumn. Further analysis was conducted
with juveniles tracked over 3 years to identify critical nursery areas using dynamic Brownian bridge
movement models (utilization distribution estimations). The effects of abiotic conditions on the
meagre behaviour were assessed using in situ sensor data (e.g., temperature and salinity) and other
environmental predictors (e.g., photoperiod and tide cycle) and an explanatory model was developed
that helps to understand the use of the Tagus estuary by juveniles. The information collected will be
discussed in light of possible applications to promote sustainable management of meagre fisheries in
the Tagus estuary and adjacent coastal areas
Wild dogs at stake: deforestation threatens the only Amazon endemic canid, the short-eared dog (Atelocynus microtis)
The persistent high deforestation rate and fragmentation of the Amazon forests are the main threats to their biodiversity. To anticipate and mitigate these threats, it is important to understand and predict how species respond to the rapidly changing landscape. The short-eared dog Atelocynus microtis is the only Amazon-endemic canid and one of the most understudied wild dogs worldwide. We investigated short-eared dog habitat associations on two spatial scales. First, we used the largest record database ever compiled for short-eared dogs in combination with species distribution models to map species habitat suitability, estimate its distribution range and predict shifts in species distribution in response to predicted deforestation across the entire Amazon (regional scale). Second, we used systematic camera trap surveys and occupancy models to investigate how forest cover and forest fragmentation affect the space use of this species in the Southern Brazilian Amazon (local scale). Species distribution models suggested that the short-eared dog potentially occurs over an extensive and continuous area, through most of the Amazon region south of the Amazon River. However, approximately 30% of the short-eared dog's current distribution is expected to be lost or suffer sharp declines in habitat suitability by 2027 (within three generations) due to forest loss. This proportion might reach 40% of the species distribution in unprotected areas and exceed 60% in some interfluves (i.e. portions of land separated by large rivers) of the Amazon basin. Our local-scale analysis indicated that the presence of forest positively affected short-eared dog space use, while the density of forest edges had a negative effect. Beyond shedding light on the ecology of the short-eared dog and refining its distribution range, our results stress that forest loss poses a serious threat to the conservation of the species in a short time frame. Hence, we propose a re-assessment of the short-eared dog's current IUCN Red List status (Near Threatened) based on findings presented here. Our study exemplifies how data can be integrated across sources and modelling procedures to improve our knowledge of relatively understudied species
Gilberto Freyre e a intelligentsia salazarista em defesa do Império Colonial Português (1951 - 1974)
Azimuthal anisotropy of charged jet production in root s(NN)=2.76 TeV Pb-Pb collisions
We present measurements of the azimuthal dependence of charged jet production in central and semi-central root s(NN) = 2.76 TeV Pb-Pb collisions with respect to the second harmonic event plane, quantified as nu(ch)(2) (jet). Jet finding is performed employing the anti-k(T) algorithm with a resolution parameter R = 0.2 using charged tracks from the ALICE tracking system. The contribution of the azimuthal anisotropy of the underlying event is taken into account event-by-event. The remaining (statistical) region-to-region fluctuations are removed on an ensemble basis by unfolding the jet spectra for different event plane orientations independently. Significant non-zero nu(ch)(2) (jet) is observed in semi-central collisions (30-50% centrality) for 20 <p(T)(ch) (jet) <90 GeV/c. The azimuthal dependence of the charged jet production is similar to the dependence observed for jets comprising both charged and neutral fragments, and compatible with measurements of the nu(2) of single charged particles at high p(T). Good agreement between the data and predictions from JEWEL, an event generator simulating parton shower evolution in the presence of a dense QCD medium, is found in semi-central collisions. (C) 2015 CERN for the benefit of the ALICE Collaboration. Published by Elsevier B.V. This is an open access article under the CC BY license (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).Peer reviewe
Forward-central two-particle correlations in p-Pb collisions at root s(NN)=5.02 TeV
Two-particle angular correlations between trigger particles in the forward pseudorapidity range (2.5 2GeV/c. (C) 2015 CERN for the benefit of the ALICE Collaboration. Published by Elsevier B. V.Peer reviewe
Event-shape engineering for inclusive spectra and elliptic flow in Pb-Pb collisions at root(NN)-N-S=2.76 TeV
Peer reviewe
Production of He-4 and (4) in Pb-Pb collisions at root(NN)-N-S=2.76 TeV at the LHC
Results on the production of He-4 and (4) nuclei in Pb-Pb collisions at root(NN)-N-S = 2.76 TeV in the rapidity range vertical bar y vertical bar <1, using the ALICE detector, are presented in this paper. The rapidity densities corresponding to 0-10% central events are found to be dN/dy4(He) = (0.8 +/- 0.4 (stat) +/- 0.3 (syst)) x 10(-6) and dN/dy4 = (1.1 +/- 0.4 (stat) +/- 0.2 (syst)) x 10(-6), respectively. This is in agreement with the statistical thermal model expectation assuming the same chemical freeze-out temperature (T-chem = 156 MeV) as for light hadrons. The measured ratio of (4)/He-4 is 1.4 +/- 0.8 (stat) +/- 0.5 (syst). (C) 2018 Published by Elsevier B.V.Peer reviewe
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