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Uso de serviços de saúde por idosos brasileiros com e sem limitação funcional
OBJETIVO Analisar o uso de serviços de saúde e a qualidade da atenção médica recebida por idosos brasileiros com e sem limitação funcional. MÉTODOS As análises principais foram baseadas em amostra nacional representativa de 23.815 participantes da Pesquisa Nacional de Saúde com 60 anos ou mais. A limitação funcional foi definida pela dificuldade para realizar pelo menos uma entre dez atividades básicas ou instrumentais da vida diária. Potenciais variáveis de confusão incluíram fatores predisponentes e facilitadores do uso de serviços de saúde. RESULTADOS A prevalência da limitação funcional foi de 30,1% (IC95% 29,2−31,4). O número de consultas médicas e a ocorrência de hospitalizações nos últimos 12 meses apresentaram associações estatisticamente significantes com a limitação funcional, tanto entre usuários do sistema público (OR = 2,48 [IC95% 2,13−2,88] para três ou mais consultas e OR = 2,58 [IC95% 2,15−3,09] para uma ou mais hospitalizações) quanto do sistema privado (OR = 2,56 [IC95% 1,50−4,36] e OR = 2,22 [IC95% 1,64−3,00], respectivamente). A propensão ao uso da unidade básica de saúde foi maior entre usuários do sistema privado com limitações funcionais (OR = 2,01 [IC95% 1,12−3,59]). Entre sete indicadores da qualidade da atenção médica recebida, na percepção dos usuários dos sistemas público e privado, somente dois apresentaram associação com a limitação funcional. Os usuários do sistema público com limitações funcionais fizeram pior avaliação da liberdade para escolha do médico e do tempo de espera para a consulta, em comparação aos usuários do mesmo sistema sem essas limitações (OR = 0,81 [IC95% 0,67−0,99] e OR = 0,76 [IC95% 0,62−0,93], respectivamente). CONCLUSÕES Idosos com limitações funcionais utilizam mais serviços de saúde em comparação aos seus pares sem essas limitações. A magnitude da associação entre a limitação funcional e o número de consultas médicas e de hospitalizações foi semelhante nos sistemas público e privado de saúde.OBJECTIVE To analyze the use of health services and the quality of medical care received by Brazilian older adults with and without functional limitation. METHODS The main analyses were based on a national sample representing 23,815 participants of the National Survey on Health (PNS) aged 60 years or older. Functional limitation was defined by the difficulty to perform at least one out of ten basic or instrumental activities of daily living. Potential confounding variables included predisposing and enabling factors of the use of health services. RESULTS The prevalence of functional limitation was 30.1% (95%CI 29.2–31.4). The number of doctor visits and hospitalizations in the past 12 months showed statistically significant associations with functional limitation, both for users of the public system (OR = 2.48 [95%CI 2.13–2.88] for three or more doctor visits and OR = 2.58 [95%CI 2.15–3.09] for one or more hospitalizations) and of the private system (OR = 2.56 [95%CI 1.50–4.36] and OR = 2.22 [95%CI 1.64–3.00], respectively). The propensity to use basic health units was higher among users of the private system with functional limitations (OR = 2.01 [95%CI 1.12–3.59]). Only two out of seven indicators of the quality of medical care received were associated with functional limitation, in the perception of users of public and private systems. The public system users with functional limitations did worse evaluation of the freedom for choosing the doctor and waiting time for an appointment, when compared with users of the same system without these limitations (OR = 0.81 [95%CI 0.67–0.99] and OR = 0.76 [95%CI 0.62–0.93], respectively). CONCLUSIONS Older adults with functional limitations use more health services in comparison with those without such limitations. The magnitude of the association between functional limitation and number of doctor visits and hospitalizations was similar in the public and private health systems
Perfil epidemiológico do infarto agudo do miocárdio em goiás entre 2007 e 2017 – delineamento por município, faixa etária, sexo e perfil de risco.
RESUMO: Segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), as doenças do aparelhocirculatório são historicamente a primeira causa de morte no Brasil, somando 358.882apenas em 2017, censo mais recente do SUS. As taxas de mortalidade brasileira paraesse grupo estão entre as mais altas do mundo e, portanto, é clara a importância deuma melhor visualização da doença no estado goiano. Descrever o perfilepidemiológico do infarto agudo do miocárdio (IAM) em Goiás e correlacionar o índicede mortalidade a variáveis de relevância. Estudo retrospectivo descritivoobservacional de perfil epidemiológico da década de 2007 a 2017, entre maiores de 20anos. Foram coletadas taxas de óbito e morbidade do Sistema de informações deSaúde (DATASUS), com apoio dos últimos censos pelo Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística (IBGE) e outros dados de vigilância do Ministério da Saúde. Entre os anosde 2007 e 2017, em Goiás, ocorreram 102.708 óbitos por doenças cardiovasculares,sendo o IAM o maior responsável, com 24.196 mortes em uma média de crescimentode 61%. No período, a taxa de mortalidade média para homens foi 71% maior em relaçãoàs mulheres, descrevendo um aumento periódico 25% maior. O maior número de baixasestá entre 60 e 79 anos, o que é esperado, uma vez que se trata de uma doença crônicodegenerativa diretamente relacionada ao acúmulo de exposições lesivas. Por outrolado, entre os 246 municípios de Goiás, maiores índices de óbito por IAM por cidadãoestão em municípios menores como Iporá e Goiatuba, com cerca de 30.000 habitantes,enquanto cidades maiores como Goiânia e Anápolis estão entre as 20 menorescontagens. Isso pode apontar para a insuficiência e heterogeneidade do serviço desaúde pública no suporte e acessibilidade assistencial em Goiás, considerando ocontrastante padrão de distribuição territorial do estado. Já a nível de estilo de vida efatores evitáveis, considerando a representatividade da capital goiana nos hábitosdiários em geral, cerca de 64% da população adulta se encontra acima da linha dosobrepeso, sendo 52% destes, homens. Alerta-se ainda para os mais de 50% degoianienses que relataram sedentarismo, até 22% de hipertensos constatados porinstrumento em Goiás em 2018, e mais de 10% de tabagistas no Centro-Oeste. Éevidente que o aumento das ocorrências na década vai além da válida consideração demelhorias nas informações sobre mortalidade, mas também denuncia o grave reforçoda atuação de fatores de risco associados. Os dados indicam a necessidade de açõesurgentes na prevenção e controle do IAM. Considerando as necessidades específicasda região, deve-se direcionar maior atenção à homogeneização da cobertura deassistência cardiovascular nos municípios menores, e promover mudanças no estilo de vida goiano, especialmente sobre a população masculina, que registrou uma maiorexposição aos fatores e comportamentos de risco
Síndrome de Takotsubo potencialmente desencadeada pelo SARS-CoV-2: uma revisão de literatura
A atual pandemia desencadeada pela infecção do COVID-19 desperta interesse nas áreas de cardiologia e emergência pelo acometimento cada vez mais frequente do miocárdio, desencadeando patologias como: infarto agudo do miocárdio tipo 2, miocardite aguda, trombose coronariana e síndrome de takotsubo (STT). A STT é caracterizada pela disfunção transitória do ventrículo esquerdo e dor torácica, sendo uma das manifestações menos incidentes de lesão miocárdica causadas pelo SARS-CoV-2, porém com um prognóstico negativo. O mecanismo de estresse gerado pela pandemia e pela infecção do COVID-19 tem sido relacionado à cardiomiopatia de Takotsubo e ganha importância diagnóstica pelas altas taxas de mortalidade relacionadas à lesão miocárdica. O objetivo do trabalho é fazer uma revisão literária com análise integrativa sobre a síndrome de Takotsubo potencialmente desencadeada pelo COVID-19. Foi elaborada uma revisão de literatura integrativa e sistemática da Síndrome de Takotsubo relacionada com a COVID-19. A pesquisa bibliográfica foi realizada no PubMed e MEDLINE com os descritores MeSH “Takotsubo Syndrome” AND “SARS-CoV-2” dos anos de 2015 a 2020. Foram excluídos artigos de doenças cardíacas que mimetizam a síndrome de Takotsubo, materiais duplicados, referentes à outras síndromes cardiovasculares e indisponíveis para o acesso. A cardiomiopatia de Takotsubo é uma síndrome cardíaca que apresenta dor torácica, disfunção transitória do ventrículo esquerdo, alteração eletrocardiográfica e liberação de marcadores de necrose miocárdica. A STT pode ser desencadeada por fatores variáveis, sendo assim, a COVID-19 se associa a essa síndrome quando as infecções respiratórias e o estresse emocional da doença e da atual pandemia são descritos como gatilhos para o desenvolvimento da cardiomiopatia. A fisiopatologia integra a descarga adrenérgia da febre e do estresse, a liberação acentuada de citocinas da inflamação, a disfunção endotelial com lesão microvascular causada pelo vírus SARS-CoV-2 e a ação tóxica que proteína spike ligada à enzima conversora de angiotensina 2 promove sobre os miócitos. A associação é fortemente evidente em pacientes positivos para COVID-19 com dor retroesternal, eletrocardiograma com supra do segmento ST, elevação de troponina T e imagem com expansão acinética apical com hipocinesia do ventrículo esquerdo. O tratamento deve ser imediato e baseado no suporte hemodinâmico por se tratar de uma disfunção transitória. A correlação da lesão miocárdica de Takotsubo e infecção por SARS-CoV-2 apresenta prognóstico negativo, maior taxa de mortalidade e é um diagnóstico a ser considerado principalmente nos pacientes de terapia intensiva. Sendo assim, o diagnóstico precoce é de grande valia para a introdução do manejo terapêutico adequado e melhora da evolução dos pacientes
A relação entre a doença pulmonar obstrutiva crônica e a função muscular esquelética: revisão de literatura / The relationship between chronic obstructive pulmonary disease and skeletal muscle function: literature review
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) possui várias consequências, sendo uma das mais importantes a depreciação da atividade muscular esquelética. O presente trabalho visa compreender então como a DPOC afeta essa musculatura e discorrer sobre algumas possíveis maneiras de minimizar esses efeitos. A metodologia utilizada foi a pesquisa nas bases de dados Scielo, PubMed e Google Acadêmico de artigos científicos originais e revisões de literatura elaborados entre os anos de 2014 e 2018. Os resultados indicam alto índice de atrofia, principalmente pela via miostatina, afetando expressivamente a morfologia das fibras, além de um notório estresse oxidativo e diâmetro reduzido das fibras, o que interfere em sua capacidade de contração. Com isso, conclui-se que a DPOC atua na disfunção do músculo esquelético através de vários mecanismos, os quais tem consequências severas que, possivelmente, podem ser tratadas com atividades físicas regulares e algumas substancias farmacológicas.
Prevalência e implicações da circunferência abdominal alterada, sobrepeso e obesidade em adolescentes de ensino médio
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, principalmente na região abdominal, sob etiologias variadas (WHO, 2016). O diagnóstico é feito pela associação de diferentes técnicas, como o cálculo do IMC e a medida da circunferência abdominal (ABESO, 2016). De modo geral, o tratamento para obesidade pode ser pautado com metas para emagrecer e alternativas medicamentosas, mas, especialmente, intervenções integrais em estilo de vida são essenciais nos casos em população jovem (TAYLOR, 2016; TYSON, 2018). A prevenção abrange várias estratégias, desde a reeducação alimentar, junto a estímulos escolares e familiares, e o incentivo à prática de esportes (TYSON, 2018). Seguindo a tendência mundial, a prevalência da doença em jovens vem aumentando, e incorpora hoje 25% dos adolescentes de 10 a 19anos, acarretando, principalmente, em desfechos cardiovasculares, metabólicos e articulares em curto e longo prazo (IBGE, 2010; PASQUALI et al., 2020). Dentro disso, o objetivo do trabalho visa identificar a prevalência de circunferência abdominal alterada, sobrepeso e obesidade em adolescentes escolares de ensinomédio e avaliar os principais fatores predisponentes ao excesso de peso. Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, descritivo e transversal de natureza quantitativa para avaliar a prevalência da obesidade e suas consequências a curto e longo prazo em estudantes do ensino médio de Anápolis, Goiás no período de 2020 e 2021
Síndrome de Wolff-Parkinson-White
A Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) é uma cardiopatia incomumincluída nas síndromes de pré-excitação. A sua anomalia cardíaca congênita consistena presença de um feixe anormal (feixe de Kent) que descaia o sistema de conduçãonormal. A prevalência na população geral é de 0,1 a 0,3% e a incidência de 2:1 emhomens em comparação às mulheres. Cerca de 80% dos casos são detectados empacientes com menos de 50 anos de idade. Esclarecer os nuances da fisiopatologia daSíndrome de Wolff-Parkinson White. Revisão integrativa da literatura realizada a partirde artigos da língua inglesa e portuguesa pesquisados nas bases de dados PubMed eSciELO, a partir dos descritores “Wolff-Parkinson-White Syndrome” e “cardiology”. ASíndrome de Wolf-Parkinson-White (WPW) ocorre pela despolarização precoce domiocárdio ventricular, em consequência da existência de uma ou mais vias acessórias(VAs). Essas vias erráticas são conhecidamente predispostas por mutações somáticasem mosaico, exposição ambiental ou apenas eventos aleatórios durante odesenvolvimento embriológico do coração no momento da diferenciação do tecidofibroso que separaria os átrios do ventrículo. Como resultado, tem-se a falha na fusãodos tecidos juncionais AV e geraria conexões persistentes nas margens do nóatrioventricular. Há ainda hipóteses sobre a associação de mutações de padrãoautossômico dominante do gene PRKAG2 à síndrome, associado a cardiopatias - masessa causa genética também é relativamente desconhecida. A fibrilação atrial préexcitada com rápida resposta ventricular levando à fibrilação ventricular é omecanismo arritmogênico de morte súbita cardíaca de pacientes com WPW. Odiagnóstico é comumente feito pelo eletrocardiograma, que é marcado por trêsparâmetros: intervalo PR curto, intervalo QRS prolongado e presença de onda delta nocomplexo QRS, sob a expressão de feixes anômalos supraventriculares. A WPWpredispõe os pacientes a surtos recorrentes de taquicardia supraventricularparoxística e fibrilação atrial. A síncope também é uma ocorrência comum, além depossível morte cardíaca súbita. Muitos pacientes podem ser assintomáticos por toda avida e ter como a primeira manifestação sintomática a morte súbita cardíaca, o quejustifica a necessidade de estratificação de risco, independente dos sintomas.Considerando a prevalência de padrões assintomáticos, juntamente com o alto riscode morte súbita cardíaca, síncope e arritmias, têm-se buscado melhores técnicas deestratificação de risco para pacientes com cerca predisposição para a síndrome. Oeletrocardiograma e teste de esforço são os meios fundamentais para auxiliar norastreamento de uma possível via acessória letal
Percepção de acadêmicos de medicina em relação a sintomas depressivos em escolares na adolescência
Introdução: presente trabalho apresenta um relato da experiência de acadêmicos de medicina da faculdade UniEVANGÉLICA com uma ação educativa sobre os sintomas da depressão infantil no colégio Couto Magalhães no dia 06 de junho de 2019. O módulo de Medicina de Família e Comunidade, subárea de saúde coletiva proporcionou a realização do projeto através da metodologia do Arco de Maguerez. As 3 primeiras etapas do método foram aplicadas na visita à escola com o apoio do questionário da pesquisa PeNSE (IBGE, 2015). Contextualizando diferentes aspectos como educação sexual e bullying, constatou-se que 40% dos alunos se queixou de solidão, definindo um ponto vulnerável passível de intervenção. Na terceira fase, a teorização explorou os tópicos necessários a cobrir, destacando consequências que pesam sobre todo o processo maturativo biopsicossocial, atingindo 8 milhões de crianças no Brasil. A intervenção se baseou no risco de depressão entre os alunos do 6° ano ao 3° ano do ensino médio, objetivando oferecer meios para lidar com os sintomas e prevenir a depressão. Para isso, foi aplicado o Inventário de depressão infantil de Kovacs, que propõe mensurar o nível do distúrbio em jovens de 7 a 17 anos. Cada questão porta 3 alternativas, pontuadas de 0 a 2 de acordo com a gravidade. Objetivo: apresentar a experiência de estudantes de medicina frente a ação em saúde na aplicação de escala para depressão infantil. Relato de experiência: a pesquisa abrangeu 82 alunos e, com os resultados, o grupo se viu surpreso. Categorizadas as questões pelo peso para o risco de depressão, a terceira categoria, sobre afecções funcionais e à concepção de si mesmo, apresentou números alarmantes: 57,32% mostraram score mediano a máximo para más perspectivas de vida, 56,1% quanto ao mau rendimento escolar, 19,5% pela baixa autoestima e 18,3% referiram ideação suicida. Com a apresentação de um banner, o grupo esclareceu limites entre a regularidade e a patologia, pontuando técnicas para lidar com a tristeza. Como por exemplo, a prática de exercícios, filmes e músicas que propiciem a liberação dos “hormônios da felicidade” abordados – serotonina, dopamina, endorfina e oxitocina. Discussão: uma das tarefas mais importantes da prática foi despertar o assunto como algo passivo de prevenção. Questões como a autoestima, otimismo e rendimento escolar foram abertamente discutidas. Mas, ainda assim, o grupo sentiu certa impotência frente ao impacto funcional dos resultados, já que os participantes não transpareciam sentimentos tão relevantes quanto as porcentagens. Por outro lado, houve queixas dos participantes sobre a rigidez das opções da escala de Kovacs, que apresentavam extremos que não contemplavam individualidades suficientes para representá-los. Por fim, o projeto foi aperfeiçoou competências para um melhor entendimento das singularidades da saúde, adaptação da linguagem de alcance ao público e a maturidade para utilizar dados contextualizados e agir sobre eles. Conclusão: a experiência foi extremamente enriquecedora ao grupo, contribuindo para a visualização dos sintomas depressivos na juventude como um fator social importante e proporcionando melhores perspectivas sobre o manejo diário do problema. Nessa linha, é imprescindível que as escalas de depressão sejam desenvolvidas empírica e amplamente, para uma melhor identificação dos sujeitos
Dermatite atópica em crianças e o papel da microbiota intestinal na fisiopatologia da doença
A dermatite atópica é uma doença crônica de etiologia multifatorial que afeta hoje 15 a 20% das crianças pelo mundo. Por se tratar de uma doença altamente prugirinosa, as manifestações na infância podem afetar fortemente o curso de desenvolvimento da criança e, consequentemente, a sua qualidade de vida e de todos os envolvidos. Assim, surge a necessidade de uma maior atenção sobre as possíveis formas de prevenção, tratamento e, primariamente, à etiologia por trás dos distúrbios cutâneos. Nessa linha, a relação entre a dermatite atópica infantil e a microbiota intestinal vem ganhando força em meio a hipóteses e teorias ainda pouco conhecidas. Considerando a relevância do assunto, o presente estudo tem por objetivo relacionar a dermatite atópica infantil com a atuação na microbiota intestinal e destacar as principais condutas frente à doença. Tratando-se, portanto, de uma revisão integrativa de literatura embasada em 28 artigos científicos e dados epidemiológicos entre 2011 e 2019, mediante busca nas de dados PubMed e Bireme com os descritores: “atopic eczema”, “etiology”, microbiota gastrointestinal, “probiotic supplement”. Dessa forma, foi possível, não só esclarecer a fisiopatologia da doença, como também evidenciar tópicos a serem aprofundados e chamar a atenção da comunidade científica atual
Repercussões da aprendizagem por meio de aulas remotas para o curso de medicina durante a pandemia de covid-19 / Repercussions of learning through remote classes for the medicine course during the covid-19 pandemic
Diante a Pandemia de Covid-19, as aulas remotas tornaram-se um componente fundamental para a continuidade da educação em todo o mundo. O presente estudo teve como objetivo analisar a aprendizagem por meio de aulas remotas para o curso de medicina durante a pandemia de Covid-19 em instituições públicas e privadas no Brasil. Participaram deste estudo 182 estudantes do curso de medicina. Destes 12% responderam que as aulas remotas permitiram compreender o conteúdo de forma excelente e 20% que o aprendizado foi muito bom. Em contrapartida, 45% relataram que o aprendizado foi insatisfatório e 23% afirmam que a aprendizagem foi apenas regular. 50% relataram que o uso da tecnologia pelos professores era falho e 60% tiveram problemas de acesso e manutenção à internet como fator limitante da aprendizagem. 65% relataram que as maiores dificuldades se devem à ausência de interação com professores, alunos e pacientes, quando as aulas são remotas e 95% afirmam que a falta de estudos em ambientes de aprendizagem prática e contato com pacientes, é o fator mais limitante. Em conclusão, o ensino remoto não é o método de educação ideal, mas é a ferramenta para continuidade das atividades. É necessário criar outros instrumentos de formação e competências técnicas, na ausência de atividades práticas, para uma melhor compreensão dos conhecimentos que são fundamentais na formação profissional em medicina
Associação da Lipoenxertia no tratamento de cicatrizes de queimadura: um relato de caso / Association of Lipoenxertia in the treatment of burn scars: a case report
Queimaduras são grandes responsáveis pelas taxas atuais de morbimortalidade e gastos em assistência no Brasil. Além das afecções estéticas, a cicatrização pós-queimadura pode trazer prejuízos à qualidade de vida do paciente dentro de seu desenvolvimento funcional, social e psicológico. No entanto, apesar de notáveis progressos no manejo da cicatrização de feridas, as opções terapêuticas ainda são um desafio para a classe médica, já que não há uma terapia padrão-ouro que elimine de forma totalmente eficaz o excesso de tecido cicatricial. Nesse contexto, a lipoenxertia surge como uma técnica terapêutica promissora que consiste na injeção de tecido adiposo autólogo para reconquistar um pouco do suporte mecânico e vascular da região subcutânea previamente destruída nas queimaduras graves com o apoio das propriedades regenerativas dos componentes celulares carregados nas amostras. Portanto, o presente trabalho objetiva descrever o caso de uma paciente adulta, vítima de queimaduras, apresentando a evolução dos resultados sob a luz dos mecanismos de ação envolvidos no reparo da cicatriz pela enxertia de gordura autóloga realizada em consonância com a literatura