2 research outputs found

    ESPOROTRICOSE ARTICULAR SEM ACOMETIMENTO CUTÂNEO EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE: RELATO DE CASO

    No full text
    Introdução: A esporotricose é uma infecção causada pelo fungo dimórfico do gênero Sporothrix que comumente se apresenta na forma linfocutânea, por inoculação local, com formação de úlcera e linfangite nodular associada. Formas extracutâneas são incomuns e geralmente acometem indivíduos imunocomprometidos. O envolvimento osteoarticular geralmente surge da disseminação hematogênica, mas também pode ocorrer por inoculação local. Epidemiologicamente, homens de meia idade que fazem uso abusivo de álcool são os mais acometidos por essa forma. Descrição do caso: Paciente masculino, 55 anos, caminhoneiro, hipertenso, tabagista e não etilista, iniciou quadro de artralgia, edema e diminuição da amplitude de movimento de punho direito após atividade laboral extenuante. Na ocasião, negava lesões cutâneas ou outros sintomas sistêmicos. Em investigação inicial, foi submetido a ressonância magnética e a biópsia de punho direito, as quais evidenciaram achados sugestivos de otmailst inflamatória. O paciente foi encaminhado ao serviço de reumatologia do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM) onde foi submetido à punção de líquido sinovial com cultura positiva para Sporothrix sp. Após discussão em conjunto com o serviço de infectologia, foi concluído o diagnóstico de artrite séptica pelo Sporothrix sp sem ponto de inoculação identificado, sendo iniciado o tratamento com Itraconazol 400 mg por dia em duas tomadas. Após 30 dias, o paciente retornou ao serviço com melhora parcial do edema, da artralgia e da amplitude de movimento, com ausência de outros sinais flogísticos ao exame físico. Paciente segue em acompanhamento clínico. Comentários: Trata-se de uma manifestação atípica de uma doença de impacto importante no cenário brasileiro. Dos mais de 500 pacientes diagnosticados com esporotricose no serviço de infectologia do HUCAM, apenas 0,4% apresentaram a forma articular sem o envolvimento cutâneo. O número de casos novos de esporotricose vem aumentando gradativamente, e apesar de rara, a esporotricose extracutânea deve ser considerada em pacientes com condições predisponentes, possível exposição ambiental e má resposta à terapia empírica a outras doenças. A cultura possui papel essencial para o diagnóstico diferencial, especialmente em casos com menor suspeição

    EVENTOS ADVERSOS À 3ª DOSE DAS VACINAS ASTRAZENECA E PFIZER EM UMA COORTE DE TRABALHADORES DA SAÚDE

    No full text
    Introdução/Objetivo: A vacina de vírus inativado CoronaVac (Sinovac/Butantan), e a ChAdOx1 (AstraZeneca/Fiocruz) em plataforma de vetor viral foram os principais imunizantes incorporados ao Programa Nacional de Imunização (PNI) no Brasil para prevenção da hospitalização e infecção pelo SARS-CoV-2. Além de ocorrer após as duas primeiras doses, a presença de eventos adversos ocorre também após a terceira dose anti-COVID-19, especialmente nos esquemas híbridos. O objetivo deste trabalho é descrever a frequência e gravidade dos eventos adversos relacionados à terceira dose usando as vacinas AstraZeneca (AZV) e pFizer (PFZ) em indivíduos pós esquema inicial de CoronaVac (VAC) ou AstraZeneca em uma coorte de trabalhadores da saúde. Métodos: Estudo longitudinal observacional de 476 trabalhadores da saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (HUCAM-UFES/EBSERH), acompanhados desde o dia da vacina até 28 dias após a aplicação da terceira dose. Um diário padronizado de sinais e sintomas locais e sistêmicos contendo 17 perguntas foi aplicado após 28 dias da aplicação de cada dose para avaliação de segurança dos esquemas vacinais através do mapeamento de eventos adversos. Resultados: Dos 476 participantes recrutados (215 AZV + 261 VAC), 429 responderam o diário de sinais e sintomas da 3ª dose, sendo 279 PFZ (159 VAC/PFZ + 120 AZV/PFZ) e 150 AZV (72 VAC/AZV + 78 AZV/AZV). Não houve reações graves e a duração dos sintomas foi semelhante entre os grupos. AZV provocou mais sintomas do que PFZ (AZV 52,67% e PFZ 40,86%). Os sintomas mais frequentes de ambos os esquemas híbridos foram dor local (AZV 43,3% e PFZ 34,8%), mal-estar (AZV 29,3% e PFZ 21,5%) e fadiga (AZV 24,7% e PFZ 20,4%). Cefaleia, náuseas, calafrios, febre, dores articulares e demais sintomas foram citados em menor frequência pelos participantes. Conclusão: Utilizando-se imunizantes híbrido, a terceira dose de ambos os esquemas vacinais produzem menos efeitos adversos que as primeiras doses (1ª AZV 87% e VAC 61%, p < 0,001; 2ª dose AZV 57% e VAC 43%, p < 0,001).1 A terceira dose (booster) da vacina pFizer provoca menos eventos adversos locais e sistêmicos em comparação com a AstraZeneca em esquema híbrido. Consoante à segurança vacinal e risco de eventos adversos, as duas vacinas são seguras e nenhum evento adverso grave foi observado mesmo como dose adicional (booster) no esquema híbrido
    corecore