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    ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEPTOSPIROSE NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2018 E 2022

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    Introdução: A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida a partir do contato com a urina dos ratos, contaminados pela bactéria do gênero Leptospira. Foi classificada como uma Doença Tropical Negligenciada, pois afeta comunidades marcadas pela desigualdade social, que vivem em áreas sem saneamento básico adequado. Assim, esse trabalho objetiva fazer a análise epidemiológica da doença no Brasil entre os anos de 2018 e 2022. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, realizado a partir do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Brasil (SINAN). Avaliou-se o território nacional, no período de 2018 a 2022, sendo coletadas as variáveis: etnia/raça, sexo, evolução, faixa etária e escolaridade. Resultados: O total de casos registrados no Brasil nesses 5 anos foi de 13.497. A região com maior número de notificações foi a Sudeste (32,14%), seguida pela Sul (31,82%), Nordeste (19,12%), Norte (14,09%) e Centro Oeste (2,17%), respectivamente. A população mais acometida é do sexo masculino (82,23%), etnia parda (57,68%), dos 20 aos 59 anos (75,87%). No Brasil, a taxa de óbito é de 9,63% (1.300), sendo mais alta no Nordeste com 13,87% (370) e 73,98% (1.973) de cura. A região Sul, com a segunda com maior quantidade de casos, obteve a menor taxa de óbito (5,38%, 231). Para escolaridade, destaca-se a taxa de 42,96% de dados ignorados, todavia, apenas 2,81% dos casos correspondem a indivíduos com ensino superior completo. Conclusão: É possível perceber uma discrepância entre os sexos, as raças e a escolaridade, acometendo as populações mais vulneráveis socioeconomicamente. No que tange a mortalidade por leptospirose: embora ocupe a 3ª posição das regiões com maior número de notificações da infecção, a região Nordeste apresenta a maior taxa de óbito pela doença. Tal dado pode estar relacionado com a baixa escolaridade, com a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, como também com uma possível subnotificação dos casos. Destaca-se que a principal forma de contaminação da doença depende da ausência do saneamento básico, que também é precário nesses locais. Vale ressaltar que o tratamento da leptospirose requer antibioticoterapia, ou seja, é uma doença curável e resolutiva se diagnosticada precocemente. Portanto, é imprescindível orientar os profissionais para identificação rápida e eficaz da doença a fim de reduzir sua letalidade, bem como o investimento em políticas públicas de saneamento para controle da contaminação

    ANÁLISE DESCRITIVA DA COBERTURA VACINAL DE TRÊS VACINAS DA INFÂNCIA NO BRASIL, ENTRE 2018 E 2022

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    Introdução/Objetivo: O Programa Nacional de Imunização (PNI) visa a promoção da saúde pública, através da proteção da população contra agentes patológicos ou da redução de danos em caso de infecção, contemplando mais de 20 vacinas - dentre as quais podemos destacar a Pneumocócica (Pneumo23), Meningocócica C (MeningoC) e Poliomielite (VIP/VOP). Tais imunobiológicos previnem contra infecções responsáveis por altas taxas de morbimortalidade infantil. Assim, esse trabalho objetiva analisar a cobertura imunológica das vacinas citadas ao longo do período de 2018 a 2022. Métodos: Estudo epidemiológico de série temporal, retrospectivo, realizado com base nos dados coletados no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações disponível no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Realizou-se uma análise do perfil epidemiológico das imunizações para Pneumo23, MeningoC e VIP/VOP, com base na taxa de cobertura vacinal no período de 2018 a 2022. Resultados: A média da cobertura vacinal dos 5 anos analisados indicou uma taxa de 81,48% para a MeningoC, 85,03% para a Pneumo23 e 79,56% para a VIP/VOP. Para a MeningoC e da Pneumo23, observamos o mesmo padrão de distribuição da cobertura, com as maiores taxas sendo provenientes da Região Sul (88,05% e 90,16%) e as menores da Região Norte (75,63% e 81,16%), respectivamente. Em contrapartida, para a VIP/VOP essa distribuição muda, pois o Sudeste (73,41%) ultrapassa o Nordeste (66,94%). Houve um padrão geral de queda da cobertura em 2020 e 2021, com redução mais acentuada da VIP/VOP. A Região Norte apresenta as menores taxas de cobertura vacinal, com 74,1% para Meningocócica C, 79,86% para Pneumocócica e 71,14% para VIP/VOP. Conclusão: Há uma boa taxa de cobertura para as vacinas MeningoC e Pneumo23 em todo país. Contudo, a VIP/VOP teve as menores taxas de cobertura entre os 3 imunobiológicos analisados. Vale ressaltar que o Norte tem os menores índices de cobertura vacinal, seguido pelo Nordeste. Tal discrepância pode ser contextualizada pelo vasto território de difícil acesso, pelas elevadas taxas de analfabetismo - segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - e também pelas condições socioeconômicas dessas regiões. Logo, faz-se necessário implementar medidas de educação em saúde que estimulem a vacinação, principalmente no Norte e Nordeste, considerando a importância da prevenção dos casos de meningite, pneumonia e poliomielite

    O IMPACTO SOCIODEMOGRÁFICO NA INCIDÊNCIA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR NA BAHIA NOS ANOS DE 2010-2021

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    Introdução/Objetivo: Descrever o impacto sociodemográfico na incidência de leishmaniose tegumentar nos municípios da Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal e retrospectivo, realizado com dados secundários de Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e da plataforma DATASUS referentes ao período entre 2010 e 2021 para o estado da Bahia. As variáveis utilizadas foram os casos confirmados de Leishmaniose Tegumentar Americana por Região de Saúde (CIR) segundo o ano de notificação, o município residente e a zona (urbana ou rural). Resultados: Os municípios com as maiores taxas de incidência por 100 mil habitantes no ano de 2010 estão localizados no litoral e zona da mata atlântica sendo eles Valença (541), Santo Antônio de Jesus (369), Ilhéus (84) Itabuna (90) e Jequié (62). No decorrer da década, esses municípios se mantêm com níveis mais elevados que os demais, apesar de suas taxas terem diminuído, Valença apresentou a maior redução (84,11%). Outro fator que se mostrou influente sobre a taxa de incidência é a diferença de localidade da população residente das regiões de saúde pesquisada mostrando predomínio do número de casos na zona rural. Conclusão: A Bahia, como um dos estados brasileiros mais acometidos pela leishmaniose tegumentar, possui dados que refletem o impacto gerado por fatores sociodemográficos. Os municípios de maior incidência são localizados no litoral e na mata atlântica, onde a oferta abundante de umidade, sombra e matéria orgânica favorece a reprodução dos insetos flebotomíneos, que atuam como vetores da doença. Desse modo, se tornam necessárias medidas de prevenção e controle, como o como a monitorização dos vetores, agentes etiológicos, fontes de infecção e oferta de suporte às pessoas expostas

    ANÁLISE DA MORBIDADE HOSPITALAR POR AMEBÍASE NAS DIFERENTES REGIÕES BRASILEIRAS ENTRE 2012 E 2022

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    Introdução/objetivo: Esse estudo visa analisar a morbidade hospitalar da Amebíase por regiões da Federação entre os anos de 2012 e 2022, com a finalidade de identificar locais mais susceptíveis ao contágio e agravamentos decorrentes da infecção. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e de caráter descritivo, realizado a partir de dados secundários obtidos do departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram coletados dados de internações hospitalares dos anos de 2012 a 2022 das 5 grandes regiões do país por local de residência. Resultados: Em todos os anos, a região Sul teve a maior taxa de internações hospitalares por Amebíase a cada 100.000 habitantes, com o maior valor (7220) apresentado em 2019. Em geral, a região Centro-Oeste possui a segunda maior taxa, atingindo seu valor máximo (5882) em 2013. As regiões Norte e Nordeste alternam entre si a terceira maior taxa de incidência de internações por Amebíase a cada 100.000 habitantes, atingindo valores máximos de 5851 (2019) e 5739 (2013). O Sudeste possui as menores taxas nos anos estudados, apresentando o valor máximo de 5440 em 2022. Ao compararmos as taxas de 2012 a 2022, foi possível observar discreta melhora das taxas de incidência nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sul (diminuição de 160, 156 e 12 internações por 100.000 habitantes/ano, respectivamente). Por outro lado, no mesmo período, as regiões Sudeste e Nordeste apresentaram um aumento de 238 e 112 internações por 100.000 habitantes/ano, respectivamente. Conclusão: Diante dos dados obtidos, é possível inferir que o cenário da amebíase no Brasil não sofreu grandes alterações na última década. Contudo, o aumento das internações nas regiões Sudeste e Nordeste, associado a uma diminuição pequena da taxa nas demais regiões, sugere que ações preventivas mais efetivas são necessárias. Portanto, sabendo que a transmissão ocorre pela via fecal-oral e visando diminuir a prevalência da amebíase no país, é preciso investir em políticas públicas que objetivem a expansão e melhoria das redes de saneamento básico municipais, além de incentivar hábitos de higiene relacionados à lavagem das mãos e preparo adequado dos alimentos através de campanhas educativas em escolas, unidades básicas de saúde e meios de comunicação

    ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A COBERTURA VEGETAL DA AMAZÔNIA E O NÚMERO DE CASOS DE MALÁRIA NO NORTE, NORDESTE E CENTRO-OESTE DO BRASIL ENTRE 2010 E 2018

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    Introdução/objetivo: Os surtos de zoonoses resultam de questões socioeconômicas e ecológicas, como a diminuição da cobertura vegetal. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010 a 2018, um dos biomas mais degradados foi a Amazônia. Assim, é possível que a alteração na vegetação local possa impactar na morbidade por zoonoses, inclusive pela malária, nas regiões próximas ao bioma. O trabalho visa comparar a progressão da perda da cobertura vegetal amazônica com o número de casos e internações por malária, de 2010 a 2018 nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo, com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/SUS) e do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), disponíveis na plataforma DATASUS. As variáveis utilizadas foram número de casos e internações por malária nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de 2010 a 2018. Os dados relacionados à perda da cobertura vegetal na Amazônia foram retirados do IBGE. Resultados: No período de 2010 a 2018 houve uma redução de 75.562 km2 de vegetação florestal, representando redução de 2,3% de área. Nesse mesmo período, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, houve uma diminuição de 61% nas internações por malária entre 2010 (5259) e 2018 (2049). Destaca-se que o menor valor de internações ocorreu em 2015 (1647), enquanto o maior foi em 2010. Quanto aos casos confirmados, houve 745 casos em 2010 e 347 casos em 2018, representando uma redução de 53%. O ano de 2010 foi o com maior número de casos, enquanto o ano de menor número foi 2016, com 162. Percebe-se também um novo aumento de casos entre 2016 e 2018, de 114%. Conclusão: Houve uma diminuição do número de casos e internações por malária de 2010 a 2016 nas regiões estudadas, acompanhando a redução global da incidência da zoonose, apesar da progressão da perda da cobertura vegetal amazônica. Essa redução possivelmente se deu pelo maior estímulo a prevenção da doença com aumento do número de testes rápidos e distribuição de mosquiteiros com inseticidas, e tais medidas podem ter efeitos benéficos que se sobressaíram aos danosos da degradação ambiental. Ademais, o aumento do número de casos a partir de 2016 pode estar associado ao afrouxamento das medidas preventivas. Assim, percebe-se a importância de reforçar políticas públicas de continuidade do controle e da prevenção da doença, bem como de proteção ambiental

    Estado e oligarquias na Primeira República: um balanço das principais tendências historiográficas

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