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    A História e o Futuro da Pesquisa com Modelos Animais na UFRJ

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    A experimentação animal foi determinante na evolução da medicina e das ciências biomédicas. Apesar desta importância, até meados do século XX, estes animais estiveram em um segundo plano dentro do contexto científico. Apenas recentemente, percebeu-se a influência do modelo animal e seu bem-estar nos resultados de um experimento. Como decorrência surge a Ciência em Animais de Laboratório, cujo foco principal de estudo é o próprio animal e como este deve ser produzido e manipulado. Esta ciência engloba uma série de áreas e serve de base para todas as outras ciências biomédicas e incluem entre outras: sanidade, genética, reprodução, bem-estar, instalações, ética e educação. No Brasil, a partir dos anos 70 institutos de pesquisa e Universidades iniciaram uma produção mais controlada de animais com edificações construídas especificamente com este objetivo. Recentemente com a aprovação da lei 11.794/2008 (Lei Arouca), primeira lei brasileira a regulamentar a experimentação animal, foi iniciada uma discussão mais ampla de como estes animais devem ser produzidos e mantidos para a pesquisa científica. A UFRJ é uma das instituições brasileiras mais atuantes na pesquisa biomédica e possui um largo histórico de desenvolvimento científico com o uso de animais. Grandes pesquisadores, marcos da ciência nacional como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Vital Brazil e Carlos Chagas Filho passaram pela UFRJ. Esta instituição continua hoje nesta posição de vanguarda da pesquisa biomédica brasileira sendo a casa de cientistas de expressão nacional e internacional e celeiro constante de novos pesquisadores. Animais de laboratório tiveram e têm uma participação fundamental na história da pesquisa biomédica na UFRJ. Boa parte da obra dos grandes cientistas como também da geração atual de pesquisadores é realizada em modelos animais. Para manter esta posição de liderança e se adequar a regulamentação sobre o uso de animais, a UFRJ iniciou um projeto de preparação da instituição para os próximos 20 anos de pesquisa biomédica com modelos animais. O passo inicial neste projeto foi a criação de uma política institucional para o uso científico de animais. Neste sentido foi criada a área de Ciência em Animais de Laboratório no CCS e realizado concurso para docentes, veterinários e técnicos. Com este grupo, foi criada a Coordenação de Atividades com Modelos Biológicos Experimentais (CAMBE) ligada a Decania do CCS e baseada nos “Office of Animal Resources” das Universidades americanas. O CAMBE é responsável por centralizar todas as atividades com animais na Universidade o que inclui a Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), Conselho consultivo dos biotérios do CCS, Comissão Veterinária, Comissão de Fiscalização além da organização de disciplinas e treinamento e das atividades do Laboratório de Ciência Animal. Recentemente, a Decania do CCS passou a gerenciar por meio do CAMBE três biotérios de produção de animais e supervisionar os biotérios de experimentação. O CAMBE com sua equipe e atividades têm sido considerado um avanço histórico para a pesquisa com modelos animais. A UFRJ está no caminho certo para chegar aos 100 anos preparada para continuar o legado de ser referência na pesquisa biomédica com o uso de animais.
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