7 research outputs found
(Re)pare: Intervenção Temporária em Hospital Universitário no Rio de Janeiro
O artigo aborda a humanização do cuidado em espaços de saúde por meio da articulação de diferentes campos da arte: literatura, artes visuais e arquitetura, utilizando como caso de estudo a intervenção (Re)pare (2019-2020). A ação temporária, realizada em 2019-2020, teve como objetivo ativar um dos espaços coletivos do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, localizado na Cidade Universitária, Rio de Janeiro. O inusitado e a força poética da intervenção transformaram um lugar de passagem em um ponto de encontro, indicando a possibilidade de uma arquitetura para a saúde mais “incorporada”.
Abstract
The paper addresses the humanization of healthcare in medical spaces through the articulation of different art fields: literature, visual arts and architecture, using the intervention (Re)pare (2019-2020) as a case study. The temporary action, carried out in 2019-2020, aimed to activate one of the collective spaces of the Clementino Fraga Filho University Hospital, UFRJ, located in the Cidade Universitária, Rio de Janeiro. The unusual and poetic force of the intervention transformed a flow space into a meeting point, indicating the possibility of a more "embodied" architecture for health
Enfermeiros na graduação médica: experiências e perspectivas nas duas graduações / Nurses in medical graduation: experiences and perspectives in the two graduations
Nas Faculdades de Medicina encontramos profissionais já graduados em diferentes áreas retornando para uma segunda graduação. Nesse grupo, predominam os enfermeiros. É frequente haver opiniões contrastantes sobre a atuação de enfermeiros e médicos no tocante ao envolvimento desses profissionais no atendimento prestado aos pacientes: há uma percepção dominante que enfermeiros estão mais envolvidos no cuidar enquanto médicos concentram-se principalmente na doença, tanto no seu diagnóstico quanto tratamento, deixando muitas vezes em segundo plano a atenção à pessoa que atravessa o processo de adoecimento. Através da experiência de enfermeiros que atualmente cursam a graduação em medicina procurou-se conhecer as motivações que fizeram com que esses profissionais buscassem uma segunda graduação com mais seis anos de estudos bem como os desafios por que passam. Analisar as diferenças percebidas por eles nas duas graduações poderia ajudar no entendimento das diferentes formas predominantes de atuação entre enfermeiros e médicos na prática profissional. Foram entrevistados 10 enfermeiros que atualmente encontram-se entre o 2º e o 9º período da graduação em medicina em uma universidade privada, 7 mulheres e 3 homens, variando de 28 a 39 anos. Seis desses alunos tinham auxílio financeiro através do FIES e cinco mantinham atividade profissional concomitante aos estudos. O desejo de cursar medicina já existia em três deles antes mesmo do início da graduação em enfermagem enquanto nos demais esse desejo só se manifestou após o final da graduação, principalmente em busca de uma maior valorização profissional tanto do ponto de vista de reconhecimento por parte dos pacientes quanto financeira. O médico é percebido como um profissional muito valorizado, aparecendo numa posição superior em relação aos demais profissionais de saúde tanto nos espac?os hospitalares quanto na sociedade. A percepção da enfermagem como uma profissão sem o reconhecimento esperado pela sociedade foi constante entre os entrevistados e o sentimento de que na graduação em medicina há um conteúdo muito extenso e que privilegia os aspectos técnicos do atendimento foram também frequentes. O tempo dispensado ao paciente parece ser um fator primordial para o estabelecimento de uma relação que vá além do diagnosticar e tratar, e que possa voltar um pouco mais o olhar médico para o cuidar. A extensa carga horária e de conteúdo parece diminuir essa disponibilidade de aproximação com o paciente dificultando a expressão de um cuidado que possibilite uma maior expressão das subjetividades dos sujeitos envolvidos. Um contato mais efetivo da equipe de saúde multiprofissional pode contribuir para uma ampliação da atuação médica e um maior contato entre diferentes cursos de graduação poderia contribuir no processo formativo de profissionais que se valorizem mutuamente e que colaborem efetivamente para um cuidado mais integral ao paciente.
MINHA VIDA DÁ UM LIVRO
Introdução: vários servidores, durante perícia médica, relatam, espontaneamente, passagens importantes de sua vida profissional. A partir dessa observação iniciamos o "Minha vida dá um livro", estudo das narrativas pessoais na construção de identidades pessoais e de grupo desenvolvido na Coordenação de Política de Saúde do Trabalhador. Fundamentação: a "História Oral" traz elementos contributivos à discussão de como escutar e registrar a percepção do trabalhador quanto a sua vida laboral e do cotidiano das instituições onde trabalha possibilitando uma construção de identidade. Objetivos: dar visibilidade à participação dos trabalhadores na construção da universidade através da escuta de suas narrativas. Metodologia: em parceria com o Departamento de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina, com experiência em estudo de memórias e história oral, foi se desenhando o projeto "Minha vida dá um livro", focalizando no relato da história de vida de funcionários da UFRJ. Posteriormente reconhecemos em várias unidades funcionários técnico-administrativos com longo período de atuação na instituição (mais de 20 anos) que se dispusessem a "contar sua história". Encontros foram realizados com cada um desses funcionários sempre com a intenção de que a fala fosse o mais livre possível, com interferência mínima dos "escutadores". Os encontros eram gravados, os pesquisadores escreviam a história e apresentavam ao narrador. Sendo necessário, o texto era reescrito até uma aprovação final. Discussão: os encontros entre narradores e "escutadores" foram extremamente ricos. A timidez inicial de muitos era rapidamente vencida diante do acolhimento oferecido pelos "escutadores", que pouco interferiram na fala e que, através dessa escuta sensível, foram capazes de registrar com sensibilidade a história dos narradores. A transformação da narrativa oral em texto escrito e sua devolutiva aos narradores foi sempre bem recebida tendo sido poucos os ajustes realizados para a história final. Foi nítido o orgulho dos servidores ao se reconhecerem em uma história de valor. Conclusão: o local de trabalho é um dos principais ambientes que afetam nossa saúde, tendo o potencial de gerar bem-estar mental através da experiência de estruturação e organização do tempo e da vida diária, oferecendo um contexto social fora do ambiente familiar. A possibilidade de construção de narrativas, elementos da memória relativa à vida dos trabalhadores da UFRJ, prestes a completar 100 anos, pode ajudar a construir um memória da instituição a partir dessas pequenas narrativas
(Re)pare: Intervenção Temporária em Hospital Universitário no Rio de Janeiro
O artigo aborda a humanização do cuidado em espaços de saúde por meio da articulação de diferentes campos da arte: literatura, artes visuais e arquitetura, utilizando como caso de estudo a intervenção (Re)pare (2019-2020). A ação temporária, realizada em 2019-2020, teve como objetivo ativar um dos espaços coletivos do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, localizado na Cidade Universitária, Rio de Janeiro. O inusitado e a força poética da intervenção transformaram um lugar de passagem em um ponto de encontro, indicando a possibilidade de uma arquitetura para a saúde mais “incorporada”.
Abstract
The paper addresses the humanization of healthcare in medical spaces through the articulation of different art fields: literature, visual arts and architecture, using the intervention (Re)pare (2019-2020) as a case study. The temporary action, carried out in 2019-2020, aimed to activate one of the collective spaces of the Clementino Fraga Filho University Hospital, UFRJ, located in the Cidade Universitária, Rio de Janeiro. The unusual and poetic force of the intervention transformed a flow space into a meeting point, indicating the possibility of a more "embodied" architecture for health
PROGRAMA NARRATIVAS, LITERATURA E SAÚDE: INTERVENÇÕES EM SAÚDE DO TRABALHADOR
Introdução: É proposta a organização de um Programa de promoção da saúde embasado na perspectiva narrativa e literatura aplicada ao campo da saúde do trabalhador. Fundamentação: Produzir a interseção das memórias e narrativas dos trabalhadores, do fomento à leitura e escrita de textos, na interface saúde, identidade e trabalho para dar visibilidade à participação dos trabalhadores na construção da universidade, contribuir na construção de redes sociais e memórias em Saúde do Trabalhador. A metodologia aplicada baseia-se em elementos de história oral, narrativa livre de vida, pautado em autores como Benjamin, Sarlo, Portelli, Castellanos, Thompson, entre outros. As ações acontecem em diversos espaços dos campi, oferecendo cardápio variado de projetos tais como: Minha vida dá um livro, Projeto de Extensão em parceria com o Departamento de Terapia Ocupacional/Faculdade de Medicina; Banco de doação de boas memórias; Clube de leitura; Botica literária & troca-troca de livros; Histórias para aquecer o coração; Cursos e oficinas de contação de histórias e narrativa e escuta sensível, Letramento de Jovens e Adultos, da COPPE - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia; A volta ao mundo em 80 histórias, em parceria com o NEAD - Núcleo de Educação à Distância. Análise e discussão: Este trabalho se insere no campo da pesquisa qualitativa em saúde, ressaltando a importância das pequenas narrativas presentes nos mais diversos contextos cotidianos, entre eles, o trabalho. Estas consistem em histórias curtas ou longas, produzidas em contextos interativos, orientadas pela perspectiva biográfica, literária ou da tradição oral. Conclusão: Este é um trabalho inovador, que reúne elementos da experiência em saúde, memória e trabalho, contribuindo para a representação dos sujeitos e suas experiências pessoais/sociais. Palavras-chave: Narrativas; memória; literatura; saúde do trabalhado
Letalidade e complicações de angioplastias em hospitais públicos no Rio de Janeiro, RJ
OBJETIVO: Estimar a prevalência de letalidade e de complicações decorrentes de angioplastia coronariana em hospitais públicos. MÉTODOS: Foram analisados dados obtidos no Sistema de Autorização Hospitalar do Sistema Único de Saúde referentes aos 2.913 procedimentos de angioplastia coronariana realizados no município do Rio de Janeiro, RJ, de 1999 a 2003. Após amostragem aleatória simples e ponderação de dados, foram analisados 529 prontuários de pacientes, incluindo todos os óbitos, submetidos à angioplastia coronariana em quatro hospitais públicos: federal de ensino, estadual de ensino, federal de referência e estadual de referência. Os testes de comparação entre as letalidades segundo características dos pacientes, co-morbidades, complicações, tipos e indicações de angioplastia coronariana foram feitas com modelos de regressão de Poisson. RESULTADOS: A letalidade cardíaca geral foi de 1,6%, variando de 0,9% a 6,8%. De acordo com grupo etário, a letalidade foi: 0,2% em pacientes com idade inferior a 50 anos; 1,6% entre 50 e 69; e 2,7% acima de 69 anos. A letalidade na angioplastia coronariana primária e de resgate foram elevadas, 17,4% e 13,1%, respectivamente; nas angioplastias eletivas foi de 0,8%. As principais complicações foram dissecção (5% dos pacientes, letalidade cardíaca = 11,5%) e oclusão do vaso (2,6%; letalidade cardíaca = 21,8%). Sangramento ocorreu em 5,9% dos pacientes (letalidade = 5,6%) e em 3,0% houve necessidade de transfusão (letalidade = 12,0%). Infarto agudo aconteceu em 1,1% com letalidade de 38% e o acidente vascular encefálico indicou uma letalidade de 17,5%. CONCLUSÕES: A letalidade foi elevada para as angioplastias primárias e de resgate nos quatro hospitais públicos estudados no período de 1999-2003. As angioplastias coronarianas eletivas apresentaram letalidade e complicações acima do esperado