As espécies-núcleo dos bandos mistos de aves da mata atlântica da Serra de Paranapiacaba, no sudeste brasileiro

This study investigated the structure of mixed bird flocks in an area of Atlantic Forest in the Serra de Paranapiacaba, São Paulo State, Brazil. Twelve monthly visits were carried out from April 1990 to March 1991, with 36 hours of fieldwork each. During the sightings of these mixed flocks, the following variables were recorded: species composition, species distribution inside the flock, height of the vegetation where the birds foraged, size of the flocks (number of individuals), and the behavior of the component species. Five bird species observed within the mixed flocks were assigned the role of nuclear species: Basileuterus culicivorus (Licht., 1830), Philydor rufus (Vieillot, 1818), Phylloscartes oustaleti (Sclater, 1887), Hylophilus poicilotis (Temminck, 1822), and Orthogonys chloricterus (Vieillot, 1819). None of these species, however, completely fit the parameters that define a nuclear species. On the other hand, mixed-flocks with two or more of these species were significantly larger than flocks with only one, or none, of these five species. Thus, the cohesive force for mixed flocks of birds in this area of Atlantic Forest does not seem to be exerted by one or two typical nuclear species, but rather by a group of species acting as formers and maintainers of mixed flocks.Este estudo investigou a estrutura dos bandos mistos de aves em uma área de Mata Atlântica no alto da Serra de Paranapiacaba, no Estado de São Paulo, Brasil. Foram realizadas doze visitas mensais, de abril de 1990 a março de 1991, com 36 horas de campo em cada. Em cada contato com bandos mistos registrava-se a composição específica, a distribuição específica dentro do bando e na vegetação, o tamanho dos bandos (em número de indivíduos) e dados sobre comportamento das espécies integrantes. Cinco espécies mais típicas observadas nos bandos foram analisadas quanto à função de espécie-núcleo: Basileuterus culicivorus (Licht., 1830), Philydor rufus (Vieillot, 1818), Phylloscartes oustaleti (Sclater, 1887), Hylophilus poicilotis (Temminck, 1822) e Orthogonys chloricterus (Vieillot, 1819). Nenhuma delas adequou-se totalmente aos parâmetros que classificam as espécies-núcleo. Por outro lado, bandos mistos onde duas ou mais destas espécies estavam presentes eram significativamente maiores que os bandos onde estas ocorriam sozinhas ou não ocorriam. Assim, a força coesiva dos bandos mistos desta área da Mata Atlântica parece não advir de uma ou duas espécies-núcleo típicas, mas de um conjunto de espécies que atua como elemento formador e de manutenção dos bandos mistos

COMPORTAMENTO DE FORRAGEIO E HIERARQUIA DAS ESPÉCIES DE BEIJA-FLORES NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, BAHIA

Os beija-flores (Aves: Trochilidae) são exclusivamente americanos, sendo aves de porte pequeno, com bicos finos e longos (Sick, 1997). Apresentam um vôo ágil do tipo pairado, tornando possível que estas aves possam adejar em frente às flores que visitam

Acompanhamento fenológico de floração das espécies de plantas visitadas e sazonalidade de beija-flores no campus da Universidade Estadual de feira de Santana, Bahia

A partir da década de 80 têm sido desenvolvidos vários estudos sobre beija flores e seus recursos florais, sendo que a maioria trata de espécies isoladas e em um período restrito de coletas de dados. Investigações mais detalhadas, abordando as interações e a dinâmica entre as comunidades de troquilídeos e das plantas cujas flores visitam ainda são escassos e concentrados na Mata Atlântica (Machado & Semir 2006, Piacentini & Varassin 2007)

Os beija-flores (Aves: Trochilidae) e as plantas que visitam no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana

Estudos sobre interações entre beija-flores e as plantas que utilizam em áreas urbanas são importantes para que se possa planejar o manejo da área (Machado & Rocca 2010), porém este tipo de estudo ainda é escasso (Mizuta et al., 2001; Mendonça e Anjos, 2005; Pinto, 2012)

Fenologia das espécies de plantas visitadas e sazonalidade de beija-flores no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, Bahia

A partir da década de 80 têm sido desenvolvidos vários estudos sobre beija-flores e seus recursos florais, sendo que a maioria trata de espécies isoladas e em um período restrito de coletas de dados. Investigações mais detalhadas, abordando as interações e a dinâmica entre as comunidades de troquilídeos e das plantas cujas flores visitam ainda são escassos e concentrados na Mata Atlântica (Machado & Semir 2006, Piacentini & Varassin 2007)

HIERARQUIA DE DOMINÂNCIA E ESTRATÉGIAS DE FORRAGEIO DAS ESPÉCIES DE BEIJA-FLORES NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, BAHIA

Os beija-flores (Apodiformes: Trochilidae) são aves com o tamanho corporal reduzido, bico fino e alongado e que podem realizar voo pairado

INTERAÇÕES ENTRE AS COMUNIDADES DE BEIJA-FLORES (AVES: TROCHILIDAE) E DE PLANTAS QUE VISITAM NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, BAHIA

Os beija-flores desempenham importante papel na reprodução de diversas espécies de plantas neotropicais, apresentando, muitas vezes, associações com elevado grau de especialização (Machado & Rocca, 2010)

Matayba guianensis (Sapindaceae): frugivoria por aves em remanescente de cerrado do Centro-Oeste brasileiro

Fruits are important food resources for frugivorous birds and also for insectivores and omnivores. In this paper, we describe the fruit phenology, seed frugivory and potential dispersers of Matayba guianensis by birds in an urban savanna area in Mato Grosso do Sul state, Brazil, from October 2007 to September 2008 and January 2009. Focal observations were conducted between 6h00–10h00 AM and 4h00–6h00 PM, totalling 54 h. Twelve species of Passeriformes of the families Tyrannidae (6 species), Thraupidae (3), Turdidae (2) and Passeridae (1) visited and/or consumed fruits of M. guianensis, with 184 records. Most birds are omnivores (8 species) and insectivores (3), and one nectarivore (Cyanerpes cyaneus). Tyrannidae predominated with the highest frequency of visits (87%), consumption rates (96.2%) and method of seed capture, with seeds predominantly gathered in flight. Pitangus sulphuratus was the most frequent visitor (37.5%), consuming the greatest number of seeds (48.3%), followed by Tyrannus melancholicus and Empidonomus varius. These Tyrannidae are the main potential seed dispersers of M. guianensis and as most Tyrannidae they are synanthropic species, common in urban habitats, having also great ability to identify and exploit new food resources. The other bird species consumed only the aril, discarding the seeds on or near the parent plant, thus limiting seed dispersal.Frutos são recursos alimentares importantes, tanto para aves primariamente frugívoras quanto para espécies insetívoras e generalistas. Neste estudo, acompanhamos a frutificação de Matayba guianensis e registramos o consumo e a potencial dispersão de suas sementes por aves em remanescente urbano de cerrado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, de outubro de 2007 a setembro de 2008 e janeiro de 2009. Observações focais foram realizadas entre 06h00–10h00 e 16h00–18h00 no período de frutificação, totalizando 54 h. Matayba guianensis frutificou por dois meses, na estação úmida, com maior produção de frutos imaturos em janeiro e maduros em fevereiro de 2008. Doze espécies de Passeriformes das famílias Tyrannidae (6 espécies), Thraupidae (3), Turdidae (2) e Passeridae (1) visitaram os frutos e/ou consumiram as sementes de M. guianensis, com 184 visitas registradas. A maioria das aves é onívora (8 espécies) e insetívora (3), com uma espécie nectarívora (Cyanerpes cyaneus). Tyrannidae predominou quanto à freqüência de visitas (87%), quantidade de sementes consumidas (96,2%) e versatilidade na obtenção das sementes, com predomínio da coleta em voo. Pitangus sulphuratus foi a espécie mais frequente (37,5%) e a que consumiu maior número de sementes (48,3%), seguida por Tyrannus melancholicus e Empidonomus varius. Estes tiranídeos são os principais potenciais dispersores de M. guianensis e, como a maioria das espécies desta família, são aves sinantrópicas, comuns em áreas urbanas e com grande habilidade para identificar e explorar novos recursos alimentares. As demais espécies de aves consumiram o arilo e descartaram as sementes próximas ou sob a planta-mãe, limitando sua dispersão

PROTOCOLO PARA MONITORAMENTO DE COMUNIDADES DE AVES EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS

Este protocolo de monitoramento de comunidades de aves foi construído no contexto do Programa de Monitoramento in situ da Biodiversidade em unidades de conservação federais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. As unidades de conservação federais possuem diferentes condições de gestão, relacionadas aos recursos humanos, financeiros e materiais, e que, consequentemente, influenciam sua capacidade de execução de propostas e programas ambientais. Com essa realidade em mente, foi construído um protocolo mínimo que fosse factível mesmo em unidades de conservação que não apresentassem condições ideais de estrutura e logística. Com base em uma análise sistemática, e com a finalidade de fornecer dados sobre a estrutura de comunidade de aves, o método de ponto fixo foi o selecionado para compor o protocolo por ser versátil, apresentar melhores características de custo-benefício e ser amplamente utilizado em outros projetos de monitoramento de comunidades de aves. O protocolo apresentado propõe a adoção de uma estação de amostragem constituída por 12 pontos fixos com uma distância mínima de 200 metros entre eles e raio de detecção máximo de 50 metros. Em cada unidade de conservação deverá ser implementado um mínimo de três estações de amostragem independentes, totalizando 36 pontos avaliados durante a estação reprodutiva. Esperamos que este protocolo contribua com a coleta de dados padronizada nas unidades de conservação – e até mesmo em projetos similares, e dessa maneira seja possível que os resultados desse monitoramento permitam avaliar o grau de integridade dessas unidades assim como comparar as informações entre as unidades de conservação, avaliando a efetividade do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)