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    As forças produtivas em Marx e o surpreendente século XX

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    It is intended, from a critical analysis of Benjain Coriat and RuyFausto, to clarify how the historical emergency of taylorism-fordism has madedifficult the understanding and relevance of Marx’s analysis of the productiveforces throughout the 20th century. It is asserted that taylorism-fordism doesnot apply to Marx’s definition of machinery because it actually consists of a“reinvention of manufacture”, and that the lack of observation of this fact wouldhave occasioned the difficulties observed in the quoted authors. These difficulties the Grundrisse and The Capital, or only The Capital, in order to fully understandthe nature of the productive forces in the present and the future – a suggestionthat is intended to be criticized.Procura-se, através de avaliação crítica das contribuições de BenjaminCoriat e Ruy Fausto, esclarecer como a emergência histórica dotaylorismo-fordismo teria dificultado a compreensão da relevância da análisedas forças produtivas feita por Marx para o entendimento da evolução dasforças produtivas ao longo do século XX. Argumenta-se que, sendo o taylorismofordismona verdade uma “reinvenção da manufatura”, ele não se ajusta aoconceito de máquina para Marx, e que a não observação desse fato teria ocasionadoas dificuldades observadas nos autores estudados. Essas dificuldadesse manifestam na proposta (nem sempre explicitada) de prescindir dosGrundrisse e de O Capital, ou de apenas O Capital, para dar conta da naturezadas forças produtivas no presente e no futuro, a qual se procura tratar criticamente

    Automação e trabalho: Marx igual a Adam Smith?

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    The aim of this paper is to criticize the proposition according to which the requirements ofskill for labor in modern production systems, with electronic-based automation, imply the negation of the Marxist assumption of deskilling of work along the technological development. In the search of the specificity of Marx's ideas about the matter, and in bringing those ideas to the present time, one comes to the notion that the modern factory is really a reflex of the deskilling of direct labor, under Marx's concept. The most usual conception of deskilling (wrongly attributed to Marx) is really ofsmithian nature; with this in mind, it is made a critical analysis of Labor and Monopoly Capital, of Braverman, which became the utmost interpretation of Marx's ideas about the theme.Procura-se criticar a proposição segundo a qual os requerimentos de qualificação para o trabalho nos modernos sistemas automatizados sob base microeletrônica significam a negação da colocação marxista de crescente desqualificação do trabalho ao longo do desenvolvimento tecnológico. Ao buscar a especificidade do pensamento de Marx sobre a questão, e ao trazer esse pensamento para a atualidade, chega-se a noção de que a fábrica moderna e, na verdade, reflexo da desqualificação do trabalho direto sob o conceito de Marx. A concepção mais usual de desqualificação (atribuida erroneamente a Marx) e, na realidade, de cárater smithiano; sob esse prisma, e feita uma análise crítica de Trabalho e Capital Monopolista, de Braverman, que passou a ser visto como a interpretação por excelência das ideias de Marx sobre o tema

    Elementos para uma história econômica da rigidez e da flexibilidade na produção em massa

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    In a supposedly paradoxical manner, Ohnoism represents a production system antagonistic to conventional mass production - Fordist - and is, at the same time, its unfolding. This can be viewed dividing the Fordist production in two phases. The first one, from 1913 until the immediate post - World War II, is characterized by standardized production founded on a potentially flexible technical basis. The next phase, depart from World War II, is characterized by the embodiment of the rigidity principle in the machine system. The production manner developed in Japan - mass flexible production - has the first phase of Fordism as an indispensable historical condition. Through Ohno thepotential flexibility became effective: a truly "Colombo's egg". The notion of a bifurcation after the first Fordist phase - rigidity versus flexible production - can contribute to the debate on the nature of Ohnoism.De maneira aparentemente paradoxal, o ohnoismo representa uma forma de produgdo antagdnica a produgdo em massa convencional (fordisfa), e e, ao mesmo tempo, um desdobramento dela. Isfo pode ser visualizado dividindo a produgdo fordisfa em duas fases. A primeira, de 1913 ate o imediato p6s-2g Guerra, caracteriza-se pela produgdo de forma padronizada lastreada numa estrutura fecnica potencialmente flexivel (etapa da "rigidificagdo"). A fase seguinte, a partir do pdsguerra, caracteriza-se pela incorporagdo do prindpio da rigidez ao sistema de mdquinas (etapa da rigidez). A forma de produgdo desenvolvida no Japdo (produgdo flexivel em massa) tern a "rigidificagdo" como precondigdo historica indispensdvei. Ohno teria conseguido tornar efetiva a flexibilidade potencial: um verdadeiro "Ovo de Colombo". A ideia de uma bifurcagdo apos a "rigidificagdo" fordisfa - rigidez versus produgdo flexivel em massa - pode contribuir para o debate sobre a natureza do ohnoismo

    Fordismo e Ohnoísmo: trabalho e tecnologia na produção em massa

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    É disseminada, na literatura, a visão do fordismo e do ohnoísmo como fenômenos de caráter genérico. Todavia, caraterizam-se como formas específicas de organização do trabalho industrial, diferenciadas daquelas atividades que podem ser consideradas legítimas herdeiras da maquinaria. O fordismo trouxe para a História a produção em massa lastreada no trabalho vivo, ao mesmo tempo em que minimizava o papel dos recursos humanos por ser extremamente poupador de qualificação e de envolvimento. O ohnoísmo representou ante o fordismo uma mudança estritamente organizacional, significando a manutenção da característica da produção em massa alicerçada no trabalho vivo, agora dependente ao extremo do envolvimento dos trabalhadores. A automação de base microeletrônica significará o fim histórico do fordismo e do ohnoísmo e levará, portanto, a uma unificação do conceito de produção industrial, que se constituirá, em todos os seus segmentos, numa “aplicação tecnológica da ciência”.It is widespread in literature the view of Fordism and Ohnoism as phenomena of general feature Nevertheless, they are better viewed as specific forms of industrial labor organization, different from those which can be considered as true heirs of machinery. Fordism brought to History the mass production founded on live labor. At the same time, Fordism minimized the role of human resources because it spared qualification and involvement. Ohnoism represented, in relation to Fordism, a strictly organizational change, which means maintenance of the mass production founded on live labor, now dependent in extreme on the worker’s involvement. Microelectronic automation will represent the historical end of Fordism and Ohnoism, and will lead to the unification of the concept of industrial production, which will be constituted, in all its segments, of a “technological aplication of science”

    Emprego e trabalho no início do século XXI: revisitando Keynes e Marx

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    A natureza do trabalho nas economias avançadas apresentou significativa mudança recente. O progresso tecnológico ocasionou redução do trabalho sem conteúdo e ampliação daquele de maior qualificação ou escolaridade, fenômeno para cuja discussão se busca auxílio de Keynes e Marx. No caso de Keynes, destaca-se sua antevisão de que o progresso tecnológico geraria imensa redução do tempo de trabalho e ampliação do tempo de lazer. Considerando que isso não ocorreu, a falha pode ter acontecido por trabalhar com oposição entre trabalho sem conteúdo e lazer, não possibilitando capturar as mudanças históricas no trabalho e na relação dos homens com ele. A visão de Marx é completamente diferente, pois sua oposição se dá entre trabalho desprovido de conteúdo e "trabalho atividade", esse último impregnado de conteúdo e fundamental para o desenvolvimento das individualidades. A realidade atual tem, portanto, uma maior "colagem" com Marx e apresenta grandes desafios para o capitalismo e sua crítica

    MARX, TAYLOR E FORD NO FINAL DO SÉCULO: REFLEXÕES SOBRE TRABALHO E CIDADANIA

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    A armadilha posta pelo capitalismo para seus críticos, de defender o emprego da força - de - trabalho pelo capital como um direito, assume atualmente importante especificidade: o retomo histórico da substituição dos homens por máquinas, através da automação de base microeletrônica, significa a superação do taylorismo-fordismo. Essa forma de produzir significou urna mediocrização do capitalismo quanto ao desenvolvimento das forças produtivas, dado que lastreava a produção no trabalho vivo. Por ter gerado um "círculo virtuoso capital/trabalho", com fortalecimento dos sindicatos e elevação de salários, o fim histórico do taylorismo-fordismo é lamentado por muitos. Na verdade, o capitalismo voltou a ser brilhante quanto ao desenvolvimento das forças produtivas, coisa que tenderá a marcar de forma cada vez mais nítida sua mediocridade enquanto forma social. Será então possível (e necessário) superar a vinculação empobrecida entre trabalho e cidadania, típica do fordismo, em direção a uma vinculação enriquecida entre os dois conceitos
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