7 research outputs found

    A propósito dos Suyá

    Get PDF
    A mais recente monografia publicada sobre uma sociedade Jé, Nature and Society in Central Brazil: the Suya Indians of Mato Grosso, de Anthony Seeger, lançada em Cambridge (EUA) e Londres, pela Harvard University Press, em 1981, vem aumentar o número sempre crescente de textos sobre os grupos indígenas falantes de línguas da mais extensa família do tronco Macro-Jê. Portador de elementos de grande interesse para aqueles que fazem, ou acompanham de perto, as pesquisas sobre as sociedades indígenas do Planalto Brasileiro, o livro não chega a surpreender com novidades. Isso não se deve tanto a seu caráter de edição reelaborada da tese que Seeger apresentou à Universidade de Chicago, em 1974, para alcançar o doutorado, pois a ela só tiveram acesso umas poucas pessoas, mas ao cuidado que teve o Autor de divulgar seus principais resultados de pesquisa em comunicações e artigos, boa parte deles publicados em português, como é o caso daqueles reunidos no vo. lume Os índios e nós: estudos sobre sociedades tribais brasileiras (Rio de Janeiro) Campus, 1980, cujo Capítulo I é, com poucas modificações, a Introduction de Nature anã Society in Central Brazil) e ainda de “Por que os Indios Suya cantam para suas irmãs” (em Arte e Sociedade: ensaios de Sociologia da Arte, org. por Gilberto Velho, Rio de Janeiro, Zahar, 1977 :39-63) e “ Identidade étnica como processo: os indios Suyá e as sociedades do Alto Xingu” (Anuario Antropólógico/ 78, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1980 :156- 175)

    A etnologia das populações indígenas do Brasil nas Duas últimas décadas

    Get PDF
    Parece que o desenvolvimento da Etnologia no Brasil está intimamente relacionado com a evolução do ensino universitário. Num trabalho hoje clássico, “Tendências teóricas da moderna investigação etnológica no Brasil” (republicado em Investigação etnológica no Brasil e outros ensaios. Petrópolis: Vozes, 1975), Florestan Fernandes (p. 119), por exemplo, faz a distinção entre o primeiro quartel do corrente século, caracterizado, sobretudo, pelas realizações de pesquisadores estrangeiros, e um período seguinte, quando surgem certas possibilidades de desenvolvimento autônomo do ensino e da pesquisa da Etnologia no Brasil. E aponta como motivos dessa transformação a introdução do ensino de Ciências Sociais nas universidades e a contratação de professores estrangeiros para oferecê-lo; e ainda o aproveitamento de etnólogos na direção de instituições de pesquisa ou de caráter indigenista. No referido texto, Fernandes faz uma avaliação da produção etnológica desse segundo período. Curiosamente, na época em que o publicou pela primeira vez, na revista Anhembi (1956-1957), começava a se delinear um terceiro período na história da Etnologia no Brasil

    Os patrões Marubo

    Get PDF
    Em nossa última e s ta d a 1 junto aos Marúbo, indios que habitam os altos cursos dos rios Itui e Curuçá, da bacia do Javarí, tivemos a oportunidade de viver, durante todo um mês, na maloca de um patrão indígena. Tal circunstância nos suscitou o interesse em ordenarmos os dados então colhidos, juntando-os a informações to madas em outras ocasiões sobre o mesmo ou sobre outros patrões, de modo a poder oferecer uma descrição de um fenômeno etnográfico a que se tem dado pouca atenção (um dos raros registros se encontra em AQUINO, 1977, especialmente nas pp. 102-105, referente aos Kaxlnawá) e examinar como o papel de patrão, claramente associado à situação de contatos interétnico, acomoda-se a outros, tradicionais na sociedade Marúbo

    Nimuendajú Indigenista

    Get PDF
    Em boa hora as Edições Loyola republicam em um só volume, sob o título de Textos Indigenistas,* vários relatórios de Curt Nimuendajú, anteriormente dispersos em periódicos diversos, alguns dos quais nem sempre acessíveis em qualquer biblioteca e um deles apenas disponível numa edição mimeografada. O volume prefaciado (: 5-7) e coordenado por Paulo Suess, contém uma Introdução de Carlos de Araújo Moreira Neto (:9- 23) e republica uma nota biográfica redigida por Herbert Baldus (: 25-31)

    A origem dos brancos no mito de Shoma Wetsa

    Get PDF
    As diferentes soluções elaboradas nas mitologias das sociedades indígenas para dar conta da existência e da supremacia dos brancos constituem um dos temas mais fascinantes da Etnologia. Os indios Marúbo,1 da banda oriental da bacia do Javari, também enfrentaram o problema de encontrar um lugar em suas narrativas míticas para considerar o repentino aparecimento desses dominadores. Criaram, assim, a partir, certamente, de elementos e relações simbólicas pré-existentes, o mito de Shoma Wetsa.2 Não pretendemos aqui mais do que um primeiro exercício exploratório a partir desse mito, que joga com vários aspectos da cultura e da história Marúbo. Queremos apenas fazer um levantamento das questões que suscita
    corecore