21 research outputs found

    Primary experiences and discontinuities of remembrance: notes from a text by Reinhart Koselleck

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    This article takes as its starting point a text byReinhart Koselleck on the theme of memory,which analyzes supposed discontinuities betweenprimary experiences and secondary forms ofremembrance. Although this is a specific text andwe do not intend to see its statements asfoundations of a supposed author’s thought as awhole, we point out some potential relations withtheses found in his other works. Then, some of hisformulations are brought to a rather strictlyepistemological level and compared to theses byauthors such as Aleida Assmann, Joël Candau,Hannah Arendt, and Paul Ricoeur. The goal, in thiscase, is just mapping some problems regarded asrelevant when dealing with the relations betweenhistory, memory, truth, and justice, without anyambition of solving them.Keywords: Koselleck, Reinhart; Memory;Experience

    Tempo do evento, poética da história: maio de 1968 segundo Michel de Certeau e Cornelius Castoriadis

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    This article analyzes and establishes comparisons between Michel de Certeau’s and Cornelius Castoriadis’ interpretations of the demonstrations of May 1968. The writings produced by both authors at that time are privileged; however, relations with later texts are also made. In the analysis of the distinct materials, the relevance of what happened in 1968 for the formulation of some key ideas of both authors is suggested, above all in relation to the meaning given to the event as the emergence of the new, the unexpected, the unthinkable. This valorization of the radical novelty of what happened in May 1968 is related to ontological assumptions about the temporality of history as lived experience, but also impacting on the epistemological foundations of history as a form of writing. Their analyses, therefore, allow the exploration of important theoretical, political and even poetic implications of the meaning given to the event in historiography.Este artigo analisa e estabelece comparações entre as interpretações de Michel de Certeau e Cornelius Castoriadis sobre as manifestações de maio de 1968. São privilegiados os escritos produzidos por ambos os autores na própria conjuntura do evento, não obstante relações com textos posteriores também sejam realizadas. Por meio da análise desses materiais distintos, sugere-se a relevância dos acontecimentos de 1968 para a formulação de algumas ideias-chave dos dois autores, sobretudo no que diz respeito ao significado conferido ao evento como o surgimento do novo, do inesperado, do impensável. Essa valorização da radical novidade das ocorrências de maio se relacionava com pressupostos ontológicos sobre a temporalidade da história como experiência vivida, mas também incidia sobre os fundamentos epistemológicos da história como forma de escrita. Suas análises, portanto, permitem explorar importantes implicações teóricas, políticas e até mesmo poéticas do significado conferido ao evento pela historiografia

    Estudos sobre poder, imaginação e historicidade dos anos 1970 e 1980: apontamentos para o debate atual

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    Este artigo analisa estudos sobre diferentes formas de historicidade publicados nos anos 1970 e 1980, indicando que o tema foi abordado, em casos importantes, como vinculado ao poder e ao imaginário. Problemas como o das ideologias, das utopias, do poder criador da imaginação e das formas do imaginário social foram abordados em obras de autores como Claude Lefort, Paul Ricoeur e Cornelius Castoriadis por meio de uma vinculação estreita com as formas de experimentação do tempo. O tratamento das distintas formas de historicidade, por Marshall Sahlins, pressupunha uma concepção holística e histórica das culturas marcadamente caracterizada pela atenção ao poder como elemento fundamental da vida em coletividade. A partir do exame dos pressupostos dessas abordagens, pretende-se estabelecer apontamentos preliminares que podem auxiliar na reflexão sobre os modos de tratamento das formas de historicidade em perspectiva histórica. São analisados, sobretudo, os pressupostos ontológicos e as concepções de sociedade ou cultura que caracterizaram esses estudos, contrapondo-os com formulações que têm importante repercussão na historiografia atualmente, como a categoria “regime de historicidade”. Palavras-chave: Temporalidade Histórica. Imaginação e Imaginário Social. Regimes de Historicidade. Ideologias e Utopias. Anos 1970 e 1980

    Experiências primárias e descontinuidades da recordação: notas a partir de um texto de Reinhart Koselleck

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    Este artigo tem como ponto de partida um texto de Reinhart Koselleck sobre o tema da memória, que analisa supostas descontinuidades entre as experiências primárias e as formas secundárias de recordação. Embora seja um texto específico e não se pretenda compreender as afirmações nele contidas como fundamentos de um suposto pensamento do autor em sua unidade, são indicadas algumas possíveis relações com teses presentes em outras de suas obras. Em seguida, algumas de suas formulações são trazidas para o plano mais estritamente epistemológico e confrontadas com teses de autores como Aleida Assmann, Joël Candau, Hannah Arendt e Paul Ricoeur. O objetivo, nesse caso, é apenas o de mapear alguns problemas considerados relevantes quando tratamos das relações entre história, memória, verdade e justiça, sem qualquer pretensão de solucioná-los. Palavras-chave: KOSELLECK, Reinhart; Memória; Experiência

    Descobrir, desapossar: ensaio sobre Michel de Certeau e o lugar da ética na teoria e na historiografia

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    This essay considers the ethical assumptions related to the configurations of dominions with a disciplinary nature as a central interrogation of studies on the theory of history and historiography. The risks of establishing frontiers and thus of a determined mode of relating with each other are placed in a critical perspective, problematizing an ethics of passage, crossing, and circulation and, on the other hand, its refusal through the secondarization of the body, of care, and vulnerability. These reflections are initially guided through a dialogue with various authors, and then analyzed in greater depth based on a similar questioning carried out by Michel de Certeau. With that, we seek to indicate the wealth of his formulations and their consequences in favor of an ethics for theoretical and historiographic studies, above all because it allows the rethinking of appropriation and possession tendencies that can characterize research about the writing of history.Neste ensaio, os pressupostos éticos relativos às configurações dos domínios de natureza disciplinar são tomados como interrogação central aos estudos de teoria da história e da historiografia. Os riscos do estabelecimento de fronteiras e, portanto, de um modo determinado de se relacionar com o outro são colocados em perspectiva crítica, problematizando-se uma ética da passagem, da travessia e da circulação e, por outro lado, a sua recusa por meio da secundarização do corpo, do cuidado e da vulnerabilidade. Inicialmente, essas reflexões são realizadas a partir de um diálogo com autores diversos para, em seguida, analisarem-se com mais profundidade questionamentos similares realizados por Michel de Certeau. O objetivo é indicar a riqueza de suas formulações e suas consequências em favor de uma ética para os estudos teóricos e historiográficos, sobretudo por permitirem repensar as tendências à apropriação e ao apossamento que podem caracterizar as pesquisas sobre a escrita da história

    Apresentação

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    Morte, poder e política

    O lugar do “outro mundo” na percepção da nacionalidade: cartas e pedidos ao “São Tancredo”

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    Este artigo analisa cartas e pedidos deixados no túmulo de Tancredo Neves, no cemitério da Igreja de São Francisco de Assis, São João del-Rei, Minas Gerais, nos dias e meses seguintes à sua morte. Por um lado, a documentação é tomada como indício da persistência de aspectos caros às tradições religiosas formadoras da sociedade brasileira, como a crença no papel dos mortos e dos santos como protetores dos vivos, que se relaciona às suas supostas possibilidades de intercessão junto à divindade. Por outro, seu exame permite refletir sobre um modo de dar sentido à nacionalidade, no qual o mundo dos mortos funcionaria como lugar de compensação pelas mazelas vividas cotidianamente por um povo sofrido e injustiçado. Para alguns autores das cartas e pedidos, no outro mundo, Tancredo Neves apenas continuaria a missão patriótica iniciada em vida, seja no que concerne ao restabelecimento da democracia, seja no que diz respeito à melhoria das condições de existência da população

    Tempo presente e usos do passado: qual o lugar da epistemologia?

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    Os funerais como liturgias cívicas: notas sobre um campo de pesquisas

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    O artigo analisa o processo de constituição de funerais em liturgias cívicas, destacando sua relação com outros fenômenos históricos, como a conformação dos imaginários nacionais, o processo de individualização moderno e as mudanças nas formas de lidar com a morte. Assim, pretende conjugar elementos que permitam refletir sobre a conformação de um campo específico de pesquisas, cuja potencialidade permanece ainda pouco explorada. Chamando a atenção para os limites das análises centradas apenas nos usos políticos e intencionais do passado, ressalta a importância de considerar as dimensões utópica e imaginária presentes nos rituais e festas cívicas, sugerindo a relevância de tal reflexão para pensar o próprio desenvolvimento da prática historiográfica

    Culto cívico dos mortos e escrita da história: reflexões sobre a obra de Fernando Catroga

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    Starting from the existence of different theoretical traditions of study on ways of dealing with death, this paper analyzes the reflections by the Portuguese historian Fernando Catroga, indicating how the topic becomes relevant to the theory of history when questioning the relationships between mortuary rites and historiography. It mainly emphasizes the dialogue with specific traditions in the fields of sociology and anthropology, which allow resume deepest philosophical questions about death and historicity from a perspective focused on the specificity of the historical view and its close association with a way to reflect on our own experiences considering the responses given to human existential problems by men of other times and cultures. In this context and in addition to historicity, the problem of otherness becomes the central focus for historiography, which is understood as one among other collective practices of ritualization of time, characterized by the specificity of its critical vocation.Partindo da existência de diferentes tradições teóricas de estudo das formas de lidar com a morte, este artigo analisa as reflexões produzidas pelo historiador português Fernando Catroga, indicando como o tema ganha relevância para a teoria da história por suas interrogações sobre as relações entre os ritos mortuários e a historiografia. Destaca-se, principalmente, o diálogo com tradições determinadas no campo da sociologia e da antropologia, que permitem retomar questionamentos filosóficos mais profundos sobre os temas da morte e da historicidade numa perspectiva atenta às especificidades do olhar histórico e sua vinculação com uma forma de refletir sobre as próprias experiências considerando as respostas fornecidas a problemas de natureza existencial humana pelos homens de outras épocas ou culturas. Nessa perspectiva, além da historicidade, o problema da alteridade ganha relevância central para a historiografia, entendida como uma entre outras práticas coletivas de ritualização do tempo, caracterizada pela especificidade de sua vocação crítica
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