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Hemorragia pós-parto
Introdução: A hemorragia pós-parto (HPP) é das principais causas de morbimortalidade materno fetal e a atonia uterina, afecção relativamente comum, sua principal causa. A HPP é responsável por 125.00 mortes por ano e estima-se que seja causadora de 30% dos óbitos maternos de causa obstétrica no mundo. Define-se como perda sanguínea maior que 500 ml após a expulsão do concepto nas primeiras 24 horas, sendo mais preocupantes as perdas acima de 1000mL por apresentarem maior número de alterações fisiopatológicas que podem resultar em instabilidade hemodinâmica. Relato de Caso: Paciente, 27 anos, G2P0A1, Idade gestacional (IG): 37 4/7 procura o serviço de urgência/emergência do Hospital Santa Lucinda em 09/03 por alteração em exame de Ultrassonografia obstétrica realizado na mesma data. Paciente ao toque vaginal apresentava colo grosso, posterior, com 2cm de dilatação, feto com apresentação cefálica e bolsa integra. Conduzida a internação para indução de trabalho de parto devido à ILA reduzido. Após paciente evoluir sem dilatação depois de administrado três doses de Misoprostol, foi indicada o parto cesariana por distocia. O período pós-parto evoluiu com uma atonia uterina que se manteve mesmo com administração três medicamentos útero tônicos, optando-se assim pela tentativa sem sucesso de uma sutura de B-Lynch e posterior histerectomia subtotal. Discussão: A hemorragia pós-parto devido a atonia uterina apresenta-se como importante patologia no meio obstétrico. Sendo assim, é necessária uma terapêutica rápida e eficaz para interromper o sangramento da paciente. Uma vez identificada atonia uterina, pode-se estimular as contrações por meio de manobras de compressão uterina bi manual ou pelo uso de fármacos útero tônicos, ou, em último caso, métodos cirúrgicos. O tratamento cirúrgico conservador deve ser tentado quando os úteros tônicos falham e a paciente está estável. As opções são embolização da artéria uterina, ligadura hipogástrica e sutura uterina hemostática B-Lynch, realizada no caso da paciente em questão. A histerectomia total está indicada quando a estabilidade hemodinâmica não é obtida ou as outras técnicas tenham falhado. Conclusão: A atonia uterina é a principal causa de HPP, responsável por expressiva morbimortalidade materna. É afecção prevenível, desde que a profilaxia seja utilizada de forma correta. O diagnóstico e tratamento realizados precoce e adequadamente, resultam em significativa diminuição dos índices de complicações e óbitos
Esquizofrenia
Introdução: Aproximadamente 20 milhões de pessoas sofrem de esquizofrenia no mundo. A incidência anual de esquizofrenia é de 2 a 4 por 10.000 indivíduos com idade entre 15 e 54 anos. Alterações bioquímicas estão presentes, sendo a mais importante a alteração do sistema dopaminérgico, que funciona em excesso durante os surtos psicóticos. A esquizofrenia é uma doença heterogênea com manifestações clínicas que se modificam rápida e facilmente. Relato de Caso: Paciente masculino, 25 anos, internado na Enfermaria de Psiquiatria do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) devido a comportamento psicótico. Escuta vozes de conteúdo negativo desde os 18 anos, segundo ele, vozes inimigas e que zombam dele. Além disso, relatava alucinações visuais. Já chegou a tentar suicídio por comando das vozes, conversa com a televisão. Negava episódios de mania e hipomania. Nunca teve muitos amigos ou relacionamentos amorosos. Apresentava humor hipotético e afeto embotado. Chegou à enfermaria do CHS sem usar a medicação de costume (Clozapina) e logo no 1º dia de internação hospitalar foi introduzida a clozapina e aumentada a dose gradativamente. Discussão: O paciente encaixa-se nos quadros esquizofrênicos pelo seu distúrbio que apresenta distorções fundamentais e características do pensamento e da percepção e por afetos embotados. O início da doença pode ser abrupto e os fenômenos psicopatológicos mais importantes incluem o eco do pensamento, a imposição ou o roubo do pensamento, percepção delirante, idéias delirantes de controle, de influência ou de passividade, vozes alucinatórias que comentam ou discutem com o paciente na terceira pessoa, sintomas negativos. Entre os diagnósticos diferenciais encontram-se o delirium, transtorno esquizofreniforme, transtorno depressivo com características psicóticas e bipolar, transtorno psicótico breve, outro transtorno psicótico não especificado. Conclusão: O paciente preenche critérios para esquizofrenia porque apresenta delírios, alucinações e comportamento desorganizado há mais de 1 mês; não possui relações sociais; apresenta sinais contínuos de perturbação há 7 anos. Além disso, transtornos depressivos ou bipolares foram descartados e a perturbação não foi ocasionada por substâncias ou outras condições médicas e não há história de transtorno do espectro autista. A clozapina, instituída no tratamento, é um antipsicótico atípico e encontra-se no 4º passo do tratamento farmacológico de episódios agudos