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    RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM STAPHYLOCOCCUS CAPITIS ISOLADO DE HEMOCULTURA: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E ANÁLISES GENÔMICAS

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    Introdução/Objetivo: Os estafilococos coagulase-negativa (SCoN), membros da microbiota residente da pele humana, apresentam potencial de causar infecções oportunistas, sobretudo quando ocorre o rompimento da barreira cutânea, seja por trauma ou pela introdução de dispositivos médicos. Dentre os SCoN, Staphylococcus capitis destaca-se como uma das espécies mais frequentes em infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), principalmente no ambiente hospitalar. A letalidade das infecções está diretamente associada à expressão de fatores de virulência e resistência aos agentes antimicrobianos pelo microrganismo. Este trabalho teve por objetivo investigar a resistência antimicrobiana em uma cepa de Staphylococcus capitis subsp. urealyticus isolada de hemocultura através da determinação do perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos e da busca por genes de resistência no genoma completamente sequenciado. Métodos: Foi utilizada uma cepa de Staphylococcus capitis oriunda de hemocultura de um indivíduo adulto e previamente identificada por espectrometria de massas MALDI-TOF. O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi determinado de acordo com o BrCAST (2023). O genoma da cepa foi extraído, purificado e completamente sequenciado na plataforma NextSeq 550 (Illumina®). A confirmação da espécie foi realizada pela análise de sequência multilocus (MLSA) e a busca por genes de resistência antimicrobiana foi realizada com a ferramenta de bioinformática ResFinder 4.1. Resultados: A cepa de S. capitis subsp. urealyticus exibiu um fenótipo multidroga-resistente (MDR), apresentando resistência à oxacilina, cefoxitina, norfloxacino, entre outros. A cepa foi identificada como S. capitis subsp. urealyticus pela MLSA. Genes que conferem resistência a diversas classes de antimicrobianos, dentre os quais macrolídeos, aminoglicosídeos, β-lactâmicos e lincosamidas, foram encontrados no genoma sequenciado. Conclusão: As análises revelaram a presença de diversos genes de resistência antimicrobiana no genoma da cepa de S. capitis subsp. urealyticus isolada de hemocultura, corroborando o fenótipo MDR exibido. Estes resultados enfatizam a importância de investigar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos de isolados clínicos de SCoN, bem como alertam para a necessidade de alternativas para o tratamento das IRAS por microrganismos destas espécies expressando perfis de MDR

    ISOLAMENTO DE AMOSTRAS DO COMPLEXO CORYNEBACTERIUM DIPHTHERIAE POTENCIALMENTE TOXINOGÊNICAS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 NO BRASIL: UM ALERTA À VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA BRASILEIRA

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    Introdução/objetivo: A difteria é uma toxiinfecção aguda que se apresenta na forma respiratória e/ou cutânea, e que pode ser fatal devido à ação da toxina diftérica (TD). O principal agente etiológico é Corynebacterium diphtheriae, mas espécies filogeneticamente relacionadas (Corynebacterium ulcerans, Corynebacterium pseudotuberculosis, Corynebacterium belfantii, Corynebacterium rouxii e Corynebacterium silvaticum), que compõem o complexo C. diphtheriae, apresentam o potencial de produzir a TD e, assim, de causar a doença. Importante salientar que amostras atoxinogênicas deste complexo podem a qualquer momento passar a produzir a TD e que algumas destas espécies são patógenos de animais, incluindo animais de companhia, apresentando potencial de transmissão zoonótica. A difteria já foi responsável por muitas epidemias e seu controle foi possível com a introdução da vacinação com o toxóide diftérico na década de 70. Nos últimos anos, surtos foram reportados na República Dominicana, Haiti e Venezuela. Em decorrência da queda da cobertura vacinal contra a difteria e com o avanço da pandemia da COVID-19, em 2021, a Organização Pan-Americana de Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) reiteraram aos Estados Membros que a vacinação e a vigilância epidemiológica desta doença não fossem interrompidas, e salientaram que um estoque de antitoxina diftérica fosse mantido para controle de possíveis surtos. Neste contexto, este trabalho visa reportar o isolamento, durante o período pandêmico, de amostras do complexo C. diphtheriae a partir de espécimes clínicos de humanos e animais de companhia coletados em diversos estados brasileiros. Métodos: Os isolados, inicialmente processados por um laboratório particular de abrangência nacional, foram enviados para o Laboratório de Difteria e Corinebactérias de Importância Clínica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LDCIC/UERJ), para confirmação da identificação e investigação da toxinogenicidade pela técnica de mPCR. Resultados: Ao todo, 20 amostras foram isoladas de material clínico, sendo 13 de origem humana e 7 de animal. Os isolados foram identificados como C. diphtheriae (n = 10) e C. ulcerans (n = 10) e caracterizados como atoxinogênicos. Conclusão: Este estudo reforça que as principais espécies de Corynebacterium potencialmente toxinogênicas encontram-se em circulação no Brasil. Assim, enfatizamos que a vigilância epidemiológica da difteria seja contínua e que reservas da antitoxina diftérica sejam mantidas
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