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Achados patológicos em caninos com displasia renal no Sul do Brasil
A displasia renal resulta de um distúrbio na nefrogênese, com diferenciação anormal dos rins, podendo ser unilateral ou bilateral, e causa insuficiência renal em cães jovens. Qualquer agente agressor, incluindo vírus, pode causar a lesão até três meses após o nascimento, quando encerra o desenvolvimento embrionário do néfron. Foram diagnosticados 11 casos de displasia renal dentre 186 casos de cães com insuficiência renal de um total de 5.846 cães submetidos à necropsia no Setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no período 2002-2013. Amostras teciduais coletadas na necropsia foram fixadas em 10% de formol e coradas com hematoxilina e eosina (HE) e tricrômico de Masson. Na necropsia, os rins estavam pálidos, diminuídos de tamanho, irregulares e firmes, com diâmetro da cortical diminuído. Alguns ainda eram císticos e apresentavam estriações brancacentas paralelas dispostas radialmente na medular. Ao exame histológico os rins exibiam lesões primárias e secundárias. As lesões primárias identificadas foram glomérulos e túbulos fetais, diminuição quantitativa de glomérulos, túbulos adenomatosos e persistência de ductos metanéfricos. Dentre as lesões secundárias, a coloração de tricrômico de Masson evidenciou intensa fibrose intersticial em todos os casos. Além disso, foram observadas dilatação de túbulos e da cápsula de Bowman, atrofia glomerular e glomeruloesclerose. Ainda que a maioria dos casos tenha sido relacionada com linhagens raciais, esse trabalho demonstra uma alta frequência de diagnóstico de displasia renal em cães sem raça definida, possivelmente devido ao fato de que estes representam a maioria dos cães encaminhados ao laboratório. Apesar das lesões primárias serem facilmente identificadas pela coloração de hematoxilina eosina, a coloração de tricrômico de Masson auxilia na identificação da extensão da fibrose
Ultrassonografia Doppler na avaliação renal de cadelas diagnosticadas com piometra antes e após tratamento com ovariosalpingohisterectomia
O objetivo do presente estudo foi avaliar a hemodinâmica renal de cadelas com piometra por meio de exames laboratoriais, ultrassonografia Modo B e Doppler, antes e após o tratamento cirúrgico com ovariosanpigohisterectomia (OSH). Foram utilizadas 30 cadelas com diagnóstico de piometra, todas foram submetidas a OSH (momento 1) e 20 foram reavaliadas sete dias após a cirurgia (momento 2). A perfusão renal, o índice de resistividade da artéria renal principal e de cada artéria interlobar (cranial, média e caudal) foi estatisticamente diferente entre os momentos 1 e 2 (p<0,05). Não foi observada diferença estatística para a perfusão renal entre o rim direito e esquerdo no momento 1 e 2. As correlações entre o índice de resistividade da artéria renal principal e as variáveis utilizadas para verificar a função renal foram estabelecidas no momento 1. Para as variáveis correlacionadas ureia, creatinina, proteinúria, relação GGT/creatinina e proteína/creatinina ocorreram associações curvilíneas e positivas com o índice de resistividade da artéria renal principal (p<0,05), no entanto essas correlações foram consideradas de média e fracas. Ao comparar o IR da artéria renal principal com diferentes escores de desidratação e perfusão renal, este foi estatisticamente diferente, e demonstrou aumento da resistência renal em cadelas com moderada redução da perfusão renal, assim como em cadelas desidratadas. Foram avaliadas diversas características de morfologia renal na ultrassonografia Modo B, no entanto, somente as variáveis presença de dilatação de pelve, sinal da medular e outras alterações como áreas de infartos e pontos hiperecogênicos difusos na cortical e medular renal foram estatisticamente distintas de um momento para o outro, com maior frequência no momento 2. Os resultados do presente trabalho demonstram que a ultrassonografia Doppler pode identificar alterações de redução na perfusão renal, por meio do Doppler colorido e o aumento do índice de resistividade das artérias renais em cadelas com piometra. Assim como, a ultrassonografia modo B, embora apresente alterações inespecíficas, pode detectar alterações renais progressivas em cadelas com piometra
Avaliação da albuminúria e da eletroforese de proteínas urinárias de cães com hiperadrenocorticismo e a relação com a pressão arterial sistêmica
O hiperadrenocorticismo é uma das endocrinopatias mais comuns em cães, sendo caracterizado pela exposição excessiva de glicocorticóides secretados pelas adrenais. A hipercortisolemia crônica pode promover várias complicações, incluindo hipertensão sistêmica e glomerulonefrite. A glomerulonefrite pode desencadear variáveis graus de proteinúria e uma tendência de evolução para doença renal crônica. A perda de proteínas na urina, principalmente da albumina, é uma característica das doenças glomerulares e a determinação de variáveis laboratoriais, como a razão proteína:creatinina urinária (RPC), albuminúria (teste de ELISA) e eletroforese das proteínas urinárias, são recomendadas para a elucidação do diagnóstico. Assim, o objetivo do estudo é avaliar a relação entre proteinúria e hipertensão arterial sistêmica em cães com hiperadrenocorticismo e verificar, pela avaliação da albuminúria e do peso molecular das proteínas urinárias, o segmento do néfron que foi comprometido ou lesado. Foram avaliados 30 cães com diagnóstico de hiperadrenocorticismo, subdivididos em 13 cães com hipertensão arterial sistêmica (grupo I) e 17 cães normotensos (grupo II). Foram determinados a RPC; a albuminúria pela avaliação da albumina normalizada e razão albumina:creatinina urinária (RAC) e a eletroforese de proteínas pela técnica em gel de poliacrilamida, contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE). Os resultados foram comparados com os dados obtidos de 30 cães clinicamente saudáveis. Foi constatado que não houve influência da hipertensão arterial sistêmica nos cães com hiperadrenocorticismo em relação à quantificação da albuminúria, determinada pelo método ELISA, e nem na qualidade e quantidade das bandas de proteínas de baixo (60 kDa). No entanto foi determinado que cães com hiperadrenocorticismo podem desenvolver lesões glomerulares e tubulares, caracterizadas pela presença de albuminúria e de proteínas de alto e de baixo pesos moleculares, independentemente da presença de hipertensão arterial sistêmica. Conclui-se que a avaliação quantitativa (RPC e RAC) e qualitativa (SDS-PAGE) das proteínas urinárias traz informações adicionais que indicam os possíveis segmentos comprometidos dos néfrons que causaram as perdas de proteínas na urina
Hematologic, serum biochemistry and urinary values for captive Crab-eating Fox (Cerdocyon thous) in São Paulo state, Brazil
The importance of studies with hematological, serum biochemistry and urinary values of Crab-eating Fox (Cerdocyon thous) is based on the need for health care and maintenance of those populations. This paper has the objective to investigate hematological, serum biochemistry and urinary physiological parameters of the Crab-eating fox, comparing gender and age differences. Blood samples were collected in 2003 from 52 animals of different Zoos in São Paulo state, Brazil; 7mL of blood was used to obtain a complete blood cell count (CBC) and the profile of the serum biochemistry. Moreover, 5mL of urine were collected for analysis. There was no difference in values for male and female animals, as for the CBC and serum biochemistry. Some hematological and serum biochemical parameters were influenced by age, showing significant differences. Urinalysis results were just demonstrated in a descriptive form. The studied values were, RBC 4.35±0.73 x 10(6) /µL, WBC 7.72±3.66 x 10³ /µL (predominance of segmented neutrophils), platelets 227.06±111.58 x 10³ /µL, urea 43.06±14.28mg/dL and creatinine 1.03±0.24mg/dL. Hematological, serum biochemistry and urinary values obtained in this study can be used as physiological values of the captive Crab-eating Fox. It is possible to conclude that wild species need their own reference values, differentiating animals in captivity from free-ranging animals
The ARID1B spectrum in 143 patients: from nonsyndromic intellectual disability to Coffin–Siris syndrome
Purpose: Pathogenic variants in ARID1B are one of the most frequent causes of intellectual disability (ID) as determined by large-scale exome sequencing studies. Most studies published thus far describe clinically diagnosed Coffin–Siris patients (ARID1B-CSS) and it is unclear whether these data are representative for patients identified through sequencing of unbiased ID cohorts (ARID1B-ID). We therefore sought to determine genotypic and phenotypic differences between ARID1B-ID and ARID1B-CSS. In parallel, we investigated the effect of different methods of phenotype reporting. Methods: Clinicians entered clinical data in an extensive web-based survey. Results: 79 ARID1B-CSS and 64 ARID1B-ID patients were included. CSS-associated dysmorphic features, such as thick eyebrows, long eyelashes, thick alae nasi, long and/or broad philtrum, small nails and small or absent fifth distal phalanx and hypertrichosis, were observed significantly more often (p < 0.001) in ARID1B-CSS patients. No other significant differences were identified. Conclusion: There are only minor differences between ARID1B-ID and ARID1B-CSS patients. ARID1B-related disorders seem to consist of a spectrum, and patients should be managed similarly. We demonstrated that data collection methods without an explicit option to report the absence of a feature (such as most Human Phenotype Ontology-based methods) tended to underestimate gene-related features
Epithelial mesenchymal transition in the progression of renal disease in dogs
Chronic kidney disease (CKD) in dogs is the
final common pathway resulting from persistent renal
injury and is characterized by progressive
tubulointerstitial damage (TID). Pathogenesis of CKD is
divided into an initial inflammatory phase with a
predominantly mononuclear infiltrate followed by a
fibrotic phase with increased numbers of fibroblasts and
extracellular matrix deposition that causes a progressive
reduction of functional parenchyma.
Proteinuria is a common manifestation of renal
diseases in dogs, and its role in the pathogenesis of CKD
is still uncertain. Nevertheless, the degree of proteinuria
in dogs correlates with TID progression. Increased
protein filtration may have direct effects on tubular
epithelial cells (TECs) that induce them to express the
major histocompatibility complex type II, and thereby
contribute to lymphocyte recruitment. Thus, an active
pro-inflammatory role is proposed for TECs in TID
progression. Moreover TECs are believed to actively
participate in the mechanisms of renal fibrosis.
Epithelial-Mesenchymal-Transition (EMT) of TECs in
canine TID has been studied in the last decade. Downregulation of adhesion molecules and loss of epithelial
markers in TECs directly correlate with the severity of
TID and with de novo expression of mesenchymal
markers. Tubular basement membrane (TBM) disruption
is an early EMT event. Increased activity of Matrix
Metalloproteinase-2 and its co-localization with TBM
splitting suggests an active role for the enzyme in
inducing EMT.
Processes occurring in canine CKD share many
similarities with its human counterpart, making the dog a
good model in which to examine the mechanisms of TID
progression
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