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    Quem ganhou as eleições?: a validação dos resultados antes da criação da justiça eleitoral

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    O presente artigo revisita a Primeira República brasileira (1894-1930) para elucidar a dinâmica político-partidária do contencioso eleitoral numa fase anterior à consagração da magistratura enquanto órgão proclamador da verdade das urnas, prerrogativa instituída somente com o Código de 1932. Recorremos à crítica dos protestos eleitorais e de suas refutações, quando existentes, apresentados por adversários políticos frente aos resultados dos escrutínios para a Câmara Federal - fontes ainda inéditas, disponíveis nos Diários e Anais da própria Casa legislativa. Os dados levantados mostram que, ao contrário da visão disseminada pela literatura, a degola das oposições não era usual, mas restrita a anos críticos, quando o situacionismo local não conseguia coordenar as disputas regionais pelo poder. Na maioria dos casos, o parlamento, que arbitrava sobre o reconhecimento dos seus diplomados, tendia a ratificar as escolhas adotadas ao nível subnacional. Desta forma, o caso brasileiro alerta para o fato de não se poder ler a adoção de tribunais independentes como mera resposta à solução do contencioso político que ocorria no parlamento, bem limitado. Tal achado nos permite pensar, antes, o advento da Justiça Eleitoral dentro de um projeto de reforma política mais ampla, incluindo a defesa de mecanismos democráticos para as eleições e que antecedem a validação dos votos

    O partidarismo no Brasil (2002/2010)

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    Este trabalho tem como objetivos monitorar o tamanho da onda decrescente da identidade partidária e de sua onda reversa; acompanhar as mudanças nos perfis dos eleitores no que se refere à escolaridade, região e ideologia; contribuir para o debate sobre a composição da mudança com análise da taxa de identidade partidária em meio a diferentes segmentos sociais. Constata-se que o perfil dos eleitores partidários no Brasil, após sofrer não desprezíveis mudanças em um período curto, encontra-se em 2010 com mais escolaridade do que em 2006; mais voltado para o Norte/Centro Oeste e o Nordeste e mais conservador do que nos dois outros momentos.<br>The aim of this article is to evaluate the oscilating wave of party identity, to explain the changes of the characteristics of the electorate, in what relates to the level of education, ideology and region, and to contribute to the debate about party identity chagings among different social groups. The profile of voters with party identity Brazil in 2010 shows higher levels of education than in 2006, is more located in the Northeast and North/Centerwest regions and is more conservative than in other periods

    Os partidos políticos brasileiros realmente não importam?

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    Há décadas a constatação corrente no Brasil é de que os partidos pouco importam para explicar o comportamento dos eleitores brasileiros. Entretanto, esse cenário de baixa identificação partidária contrasta com a observação de que, ao menos para as eleições presidenciais a competição eleitoral tem se estruturado em torno de duas organizações partidárias: PT e PSDB. O objetivo deste artigo é demonstrar que mesmo que os partidos de fato não estejam internalizados em termos de identidade partidária, estamos vivenciando importante movimento no sentido de uma divisão do eleitorado entre as duas principais organizações políticas em termos de simpatia partidária, redundando na estruturação de um sistema bipartidário ao nível da disputa nacional. Com base nas respostas dos entrevistados do ESEB 2002, 2006 e 2010 sobre as eleições presidências verificamos que nesses pleitos as simpatias eleitorais pelo PT e PSDB se mostraram um dos principais componentes de explicação do voto nos candidatos. Este artigo também destacou que apesar das simpatias partidárias serem uma heurística utilizada para decisão do voto entre os eleitores com maior escolaridade, foi possível observar que mesmo entre os menos escolarizados essa variável foi fundamental para explicar o voto, evidenciando que mesmo entre eleitores com menor conhecimento político, os partidos têm auxiliado na decisão do voto.<br>For decades the conventional wisdom in Brazil has been that political parties do not matter in explaining the behavior of Brazilian voters. However, this scenario of low partisan identification contrasts with the observation that, at least for presidential elections, electoral competition has been structured around two party organizations: those of the PT and PSDB. The aim of this article is to demonstrate that, even if parties are in fact not internalized in terms of party identification, we are witnessing an important division between two principal political organizations in terms of party preference, reflecting the emergence of a bipartisan system at the national level. On the basis of responses of interviewees about the presidential elections in the CSES-ESEB of 2002, 2006, and 2010, we see that in these elections the electoral affinities for the PT and PSDB are some of the principle components of an explanation of the vote. This article also emphasizes that despite the fact that party preference is more pronounced as a means of candidate selection for those with a high degree of education, it is possible to observe that even among those with less education this variable is fundamental to explain the vote, providing evidence that even for voters with less knowledge of politics, the parties are helping to structure the voting decision
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