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Cost-effectiveness of the endovascular repair of Abdominal Aortic Aneurysm in Portugal
AbstractEndovascular Aneurysm Repair (EVAR) for the treatment of aortic abdominal aneurism has been shown to improve short-term survival and quality of life as compared to Open Repair (OR), while reducing the rate of serious complications and allowing for the treatment of more patients.ObjectivesTo examine the cost-effectiveness of EVAR compared to OR in the treatment of aortic abdominal aneurism in the Portuguese context using a model previously developed in the UK.MethodologyWe adapted an international economic evaluation model to the Portuguese situation, assuming that the health benefits of EVAR observed in clinical trials would also apply to Portuguese patients. We carried out an expert panel survey to calculate the resource use associated with the intervention and its short and long-term consequences, valued with Portuguese prices.ResultsThe major cost difference in the primary intervention (difference of 3,064 € in favor of OR) is related to the cost of the endograft/graft. No major differences are observed in the total cost of complications and re-interventions between the two procedures. EVAR represents a cost of 16,709 € over lifetime compared to 12,130 € for OR. Using data from the literature we show that EVAR allows for 0.17 additional undiscounted years of life and 0.091 additional undiscounted quality-adjusted life years. The incremental cost-effectiveness ratio (ICER) of EVAR is of 65,605 €/QALY.ConclusionEndovascular repair of aortic abdominal aneurysm represents an effective alternative and has been used increasingly in Portugal and elsewhere. Our study shows that its cost-effectiveness is currently above the commonly accepted threshold in Portugal, but that the economic value of EVAR would greatly improve if benefits were confirmed in the long run after the intervention. Under these circumstances, EVAR would become an economically valuable intervention that could be adopted on a large scale in Portugal
Correção endovascular de aneurismas da aorta abdominal em doentes com anatomia desfavorável: resultados institucionais a curto e médio prazo
ResumoObjetivoDeterminar a influência da anatomia do aneurisma da aorta abdominal (AAA) nos resultados a curto e médio prazo após Endovascular Aneurysm Repair (EVAR).MétodosEstudo retrospetivo de todos os doentes com AAA infrarrenal sem menção de rotura submetidos a EVAR aorto‐biilíaco programado na nossa instituição entre 2011‐2013 (n=112). Todos os exames de follow‐up imagiológico foram analisados numa plataforma com Osirix® e foram realizadas medições anatómicas com center lumen line. Apenas foram incluídos os doentes com um follow‐up imagiológico superior a 12 meses, o que resultou na exclusão de 33 (29%) casos. Os doentes foram divididos em 2 grupos: grupo com «anatomia favorável para EVAR» (f‐IFU); grupo com «anatomia desfavorável para EVAR» (df‐IFU).ResultadosDos 79 doentes elegíveis para o estudo, 35,5% (n=28) foram realizados em doentes do grupo df‐IFU. Estes doentes apresentaram AAA com maiores dimensões (64,4± 10,1mm vs. 60,6±10,8mm, p=0,046) e colos mais curtos (19,8±11,8mm vs. 30,4±14,4mm, p=0,001).A endoprótese mais utilizada foi a Endurant® (54,5%). Constatou‐se que o grupo df‐IFU é tratado mais frequentemente com endopróteses com sistema de fixação suprarrenal (85,7% df‐IFU vs. 69% f‐IFU, p=0,048).O tempo médio de follow‐up foi de 21,9±9,8 meses (12‐46 meses).A taxa de mortalidade perioperatória (0% df‐IFU vs. 2% f‐IFU) e a taxa de mortalidade global por todas as causas (12% df‐IFU vs. 11,9% f‐IFU) foi semelhante nos 2 grupos (p >0,05). Não se verificaram diferenças significativas nas taxas de endoleak (curto prazo 25% df‐IFU vs. 22% f‐IFU; médio prazo 12% df‐IFU vs. 23,8% f‐IFU) nem nas taxas de reintervenção (curto prazo 7,2% df‐IFU vs. 8% f‐IFU; médio prazo 4% df‐IFU vs. 4,8% f‐IFU) (p >0,05).ConclusãoA realização de EVAR em doentes com anatomia desfavorável produziu resultados que são comparáveis aos dos doentes com anatomia favorável, quer a curto quer a médio prazo. São necessários estudos a longo prazo para confirmar estes achados.AbstractBackgroundThe goal of this study is to determine the influence of abdominal aortic aneurysm (AAA) anatomy in endovascular aneurysm repair (EVAR) short and mid‐term outcomes.MethodsA total of 112 patients underwent programed aorto‐biiliac EVAR at a single center between January 2011 and December 2013. Pre and postoperative imaging follow‐up were retrospectively reviewed and anatomical measures were calculated on Osirix® with center lumen line. Only patients with a postoperative imaging follow‐up of more than 12 months were included, resulting in the exclusion of thirty three (29%) cases. Patients were divided into 2 groups: the “EVAR suitable anatomy” group (f‐IFU) and the “EVAR challenging anatomy” group (df‐IFU).ResultsA total of 35.5% (n=28) patients were in the df‐IFU group. These patients had larger AAA diameter (64.4±10.1mm vs 60.6±10.8mm) and shorter proximal neck (19.8±11.8mm vs 30.4±14.4mm) (p<0.05).The device preferentially used was Endurant® (54,5%). The df‐IFU group was more likely to be treated with suprarenal fixation devices (85.7% df‐IFU vs 69% f‐IFU, p=.048).Mean follow‐up was 21,9±9,8 months (12‐46).Perioperative mortality (0% df‐IFU vs 2% f‐IFU) and all‐cause mortality rates (12% df‐IFU vs 11,9% f‐IFU) were similar between the two groups (p>0.05). There was no significant difference in endoleak rate (short‐term 25% df‐IFU vs 22% f‐IFU; mid‐term 12% df‐IFU vs 23.8% f‐IFU) and in re‐intervention rates (short‐term 7.2% df‐IFU vs 8% f‐IFU; mid‐term 4% df‐IFU vs 4.8% f‐IFU)(p>0.05).ConclusionEndovascular treatment of AAA patients with challenging anatomy for EVAR provided acceptable short and mid‐term results that are comparable to those in patients with suitable anatomy. Long‐term follow‐up is unreliable necessary to confirm these results
Hematoma cervical e hemotórax espontâneos no contexto de neurofibromatose tipo I
Introdução: A neurofibromatose tipo I (NF1), também designada doença de Von Recklinghausen, é causada por uma anormalidade no cromossoma 17, de transmissão autossómica dominante, responsável pela produção deficiente de neurofibromina. Caracteriza-se por displasia nos tecidos mesodérmicos e neuroectodérmicos, e tem uma incidência de um para 2.500-3.300 nascimentos. A presença de manchas café-au-lait, neurofibromas cutâneos e hamartomas da íris são sinais cardinais da doença. Primeiramente descrita por Ruebi em 1945, a patologia vascular é uma complicação subestimada e pouco reconhecida na NF1. A ocorrência de hemorragia fatal ou quase fatal está reportada ocasionalmente nas cavidades pleural, abdominal, retroperitoneu, tecidos moles do tronco e extremidades. Esta hemorragia massiva é causada pela rutura de vasos sanguíneos friáveis, característicos pelos níveis reduzidos de neurofibromina e consequente proliferação endotelial e de músculo liso nas artérias e veias. Uma das consequências clínicas mais sérias descritas na NF1 é a ocorrência de hemorragia severa e dificuldade em alcançar controlo hemostático.
Objetivo: Exposição de caso clínico de extenso hematoma cervical e hemotórax espontâneos por rutura troncos venosos braquiocefálico, veia subclávia e junção subclávio-jugular em doente com NF1.
Caso clínico: Relata-se caso clínico de mulher de 51 anos, com antecedentes conhecidos de NF1 e hipertensão arterial. Foi admitida no serviço de urgência em choque hipovolémico hemorrágico, no contexto de dor súbita no ombro direito e volumosa tumefação cervical direita. Em angioTC foi objetivado volumoso hematoma, envolvendo a região cervical direita, a região retrofaríngea-prevertebral, escavado supraclavicular direito, mediastino, associando a importante hemotórax direito.
Procedeu-se a abordagem supraclavicular com drenagem do hematoma e identificação de fontes hemorrágicas, nomeadamente: tronco venoso braquicefálico, veia subclávia e confluência subclávio-jugular. Foi necessária secção da clavícula para controlo hemorrágico e realização de rafias dos troncos venosos com prolene. Intraoperatoriamente, foi evidente a fragilidade e friabilidade excessiva dos vasos sanguíneos. Após controlo hemorrágico, foi realizada videotoracoscopia para drenagem de hemotórax e evacuação de coágulos, confirmando-se a ausência de hemorragia ativa. No pós-operatório a doente recuperou estabilidade hemodinâmica, sem evidência analítica de queda de hemoglobina. Realizou-se angioTC, onde se confirmou franca melhoria do hematoma cervical direito e retrofaríngeo em critérios quantitativos, e ausência de extravasamento de contraste. Objetivou-se adicionalmente aneurisma sacular da artéria vertebral direita, corrigido ulteriormente através de embolização com coils.
Conclusão: A NF1 é uma doença genética que raramente se pode associar a hemorragia life-threatening. A vasculopatia é uma complicação subestimada e pouco reconhecida na NF1. A existência de friabilidade vascular excessiva com consequente hemorragia espontânea na NF1 é rara e pode ser fatal, exigindo um diagnóstico rápido e tratamento atempado
PLANEAMENTO, EVAR E FOLLOW UP SEM UTILIZAÇÃO DE CONTRASTE NA DOENÇA RENAL CRÓNICA
Introdução: Até 30% dos doentes submetidos a EVAR electivamente têm Doença Renal Crónica (DRC). A nefropatia induzida por contraste é uma complicação do EVAR. É possível realizar EVAR sem contraste ou minimizar a quantidade ultilizada, recorrendo à angiografia com CO2 e/ou IVUS (Intravascular ultrasound), em vez da angiografia convencional. Contudo, estes meios não estão disponíveis na maioria dos Hospitais, ao contrário do eco-Doppler que, em doentes com biótipo favorável e realizado por um profissional experiente, permite excluir endoleaks e confirmar a permeabilidade das artérias renais e hipogástricas.
Objectivos: mostrar a exequibilidade do planeamento, EVAR e follow-up sem contraste, através da apresentação da técnica utilizada num caso clínico.
Material e Métodos /Resultados: Doente do sexo masculino de 70 anos, com DRC por nefropatia por IgA, foi admitido no nosso hospital por AAA assintomático com 57 mm de maior diâmetro, após achado num TC sem contraste. Como o doente apresentava factores de risco para nefropatia induzida por contraste, uma anatomia favorável para EVAR e um bom biótipo para eco-Doppler abdominal, foi proposto para EVAR guiado por eco-Doppler e fluoroscopia, sem utilizaçção de contraste. O planeamento foi realizado por reconstrução no centre-lumen line e as medições realizadas foram outer-to-outer no TC sem contraste. O trombo no colo proximal, o diâmetro da bifurcação, bem como a permeabilidade das renais e ilíacas foram avaliados por eco-Doppler. Intraoperatoriamente, procedeu-se à cateterização da artéria renal mais distal, confirmada por eco-Doppler, ficando um fio guia hidrofílico como referência. O corpo principal da endoprótese (Gore Excluder®) foi introduzido e libertado em posição infrarenal, tendo como referencia o guia na renal, sob monitorização por eco-Doppler. De seguida, procedeu-se à cateterização de ambas as hipogástricas e um guia hidrofílico foi deixado como referência para a extensão bilateral. Um eco-Doppler final exclui a existência de endoleak tipo 1 e 3 e confirmou a permeabilidade das artérias renais e hipogástricas. Antes da alta, o doente foi submetido a eco-Doppler e TC que demonstraram a posição infrarenal adequada da endoprótese e a permeabilidade das renais e hipogástricas. Não houve alteração da função renal no internamento.
Conclusões: O planeamento, o EVAR e o Follow-up são exequíveis sem recorrer ao contraste. Esta técnica justifica-se em casos com elevado risco para nefropatia induzida por contraste e doentes com um biótipo favorável para ecografia abdominal e uma anatomia favorável para EVAR
EXCLUSÃO ENDOVASCULAR DE ANEURISMA TORACOABDOMINAL COM “OCTOPUS ENDOGRAFT”
Introdução: O envolvimento das artérias viscerais continua a limitar a aplicação dos meios endosvasculares mas, a cirurgia aberta está associada a elevada morbimortalidade. Com as endopróteses ramificadas e fenestradas, a exclusão endovascular é possível, mas estes dispositivos não estão amplamente disponíveis e requerem um perídodo para “customization”. Assim, não podem ser utilizados na maioria dos casos urgentes. Os autores apresentam um caso de exclusão endovascular de rotura aórtica com envolvimento das artérias viscerais com sucesso.
Materiais e Métodos /Resultados: Doente do sexo masculino de 59 anos, inicialmente internado num Serviço de Medicina Interna por endocardite bacteriana a Staphylococcus aureus meticilino-sensível (MSSA), onde foi diagnosticada a rotura de aneurisma toracoabdominal secundário a aortite infecciosa e transferido para o nosso Serviço. Uma vez que carecia de tratamento urgente e tinha elevado risco anestésico-cirúrgico, foi submetido a exclusão endovascular do aneurisma com “octopus endograft”. Primeiro, uma endoprotese bifurcada (Excluder® 35x14x140) foi libertada ao nível da aorta torácica (T5), seguida de extensão da pata contralateral com uma endoprótese tubular (Excluder® 14x100mm). Depois, através da pata ipsilateral 3 extensões com stents cobertos (Viabahn®) foram realizadas, para as artérias renais e mesentérica superior. A angiografia final revelou exclusão do aneurisma, ausência de endoleaks e permeabilidade das artérias renais e mesentérica superior. O angioTC, após 1 semana, revelou endoleak 1a (tipo goteira) e endoleak 1b através da renal direita com preenchimento significativo do saco aneurismático. O doente foi re-operado, sendo realizada extensão distal do stent na renal direita e embolização com coils das goteiras. A angiografia final e o angioTC excluíram endoleaks e confirmaram a permeabilidade das artérias viscerais. Teve alta com antibioterapia dirigida para o MSSA isolado (flucloxacilina). Após 1 mês, foi re-internado por toracalgia. O angioTC revelou colecções periprotésicas, que foram submetidas a drenagem guiada por TC e antibioterapia dirigida (MSSA), com boa evolução clínica e imagiológica. Teve alta novamente medicado antibioterapia dirigida. No entanto, após 4 meses, o doente foi re-admitido por sépsis a MRSA e Klebsiella e caquexia. Imagiologicamente, angioTC e imunocintigrafia, foi excluída infecção protésica e diagnosticada espondilodiscite de vértebras torácicas (T11-12). Apesar da antibioterapia de largo espectro realizada, o doente faleceu após 2 semanas.
Conclusão: Apesar do resultado final, sobretudo relacionado com complicações da infecção que esteve na origem do quadro, este caso demonstra a exequibilidade da exclusão endovascular de aneurismas toracoabdominais em urgência, sem recurso a endopróteses ramificadas ou fenestradas
TÉCNICA KISSING STENT NO TRATAMENTO DE ESTENOSE DA ARTÉRIA INOMINADA
Introdução: A presença de estenose aterosclerótica sintomática da artéria inominada é uma patologia pouco frequente. Os autores apresentam a utilização da técnica kissing stent nas artérias subclávia e carótida comum direitas com stents cobertos com proteção cerebral por clampagem direta da carótida comum, como alternativa endovascular “híbrida” para o tratamento da estenose sintomática da artéria inominada.
Caso Clínico: Doente de 75 anos, sexo masculino, admitido no Serviço de Cirurgia Vascular por acidentes isquémicos transitórios (AIT’s) de repetição do hemisfério direito, resultando em hemiparesia esquerda transitória.
A angiografia por tomografia computorizada (angioTC) excluiu lesões carotídeas significativas e revelou estenose da artéria inominada associada a trombo mural com extensão para a bifurcação deste vaso.
Realizou-se exposição cirúrgica da artéria carótida comum e axilar direitas. A proteção cerebral efetuou-se por clampagem direta da carótida comum e obteve-se acesso endovascular retrógrado carotídeo e axilar. Foram colocados dois stents cobertos expansíveis por balão nas artérias inominada, subclávia e carótida comum direitas, utilizando a técnica kissing stent. No final do procedimento verificou-se a boa permeabilidade dos eixos revascularizados e foi realizada expurga direta de eventual material embólico antes da desclampagem. O pós-operatório decorreu sem complicações.
Conclusão: A técnica kissing stent, com stents cobertos, nas artérias subclávia, carótida comum e inominada com proteção direta da carótida comum por clampagem é uma solução possível e minimamente invasiva da estenose sintomática da artéria inominada
Bad Choices Make Good Stories: The Impaired Decision-Making Process and Skin Conductance Response in Subjects With Smartphone Addiction
Introduction: Smartphone Addiction (SA) has caused negative consequences and functional impairments in college students, such as reduction of academic performance and impairment in sleep quality. Studies have shown that individuals with chemical and behavioral dependencies have a bias in decision-making process, which leads to short-term advantageous choices even if they cause long-term harm. This bias in decision-making process is accompanied by a change in somatic markers and is associated with the development and maintenance of addictive behavior. The decision-making process and the measurement of physiological parameters have not yet been analyzed in SA. The neuropsychological and physiological characterization of the SA can contribute to its approach with the other dependency syndromes and to its recognition as a disease.Objective: we aimed to evaluate the decision-making process under risk and under ambiguity in individuals with SA and to measure the physiological parameters that accompany this process.Method: We compared the performance in the Iowa Gambling Task (IGT), Game of Dice Task (GDT) and skin conductance response (SCR) between 50 individuals with SA and 50 controls.Results: Smartphone dependents presented a profile of impairment in decision-making under ambiguity, without impairment in decision-making under risk. They demonstrated lower SCR before disadvantageous choices, higher SCR after rewards and lower SCR after punishments during decision-making, which suggests difficulty in recognizing disadvantageous alternatives, high sensitivity to rewards, and low sensitivity to punishments.Conclusion: The impairment in the decision-making process in smartphone dependents is similar to that found in other chemical and behavioral addictions, such as alcohol addiction, gambling disorders and pathological buy. The impairment in decision under ambiguity with preservation of decision under risk may reflect dysfunction of implicit emotional processes without dysfunction of explicit cognitive process. This profile can contribute to the recognition of SA as a behavioral dependence and to guide specific preventive and therapeutic strategies
Isquemia pélvica aguda: uma complicação fatal após tratamento endovascular de aneurisma aorto-ilíaco com prótese ramificada da ilíaca
Introdução: A oclusão da artéria hipogástrica pode ser necessária na reparação endovascular de aneurismas da aorta abdominal (EVAR). A oclusão intencional da hipogástrica pode ter complicações isquémicas. As endopróteses de bifurcação ilíaca (IBD) surgiram como alternativa endovascular à oclusão da hipogástrica em doentes com elevado risco para isquemia pélvica. Os autores descrevem um caso de oclusão precoce do ramo hipogástrico de IBD com graves consequências clínicas.
Caso clínico: Sexo masculino, de 74 anos, com aneurisma da aorta abdominal (diâmetro máximo de 55mm) com envolvimento de ambas as bifurcações ilíacas e segmentos proximais das hipogástricas (diâmetro máximo de 31 e 32 mm), submetido a EVAR com revascularizac¸ão hipogástrica esquerda via IBD (Cook Zenith®) e coiling + overstenting da artéria hipogástrica contralateral. O procedimento decorreu sem complicações e a angiografia final mostrava permeabilidade da hipogástrica revascularizada e escassa colateralidade pélvica. O pós-operatório imediato complicou-se de dor lombar e glútea bilateral associada a manifestações cutâneas isquémicas e monoparesia do membro inferior esquerdo. Por agravamento progressivo nas primeiras 24 h e angioTC com oclusão do stent da hipogástrica esquerda, procedeu-se novamente a revascularização da hipogástrica, com bom resultado na angiografia final. Apesar da revascularização bem-sucedida, houve agravamento progressivo do estado geral, com isquemia pélvica irreversível e rabdomiólise. Óbito ao 5.◦ dia pós-operatório.
Conclusão: A isquemia pélvica aguda é uma complicação grave e frequentemente fatal que pode advir da oclusão bilateral das artérias hipogástricas. A falência da revascularização por IBD pode ser fatal, pelo que os autores aconselham um cuidado redobrado no controlo angiográfico final e um baixo limiar para investigação na suspeita de complicações pós-operatórias. Se maior risco de falência técnica, embolização ou escassa colateralidade pélvica, a preservação bilateral de fluxo nas artérias hipogástricas pode estar recomendada
Regionalização e Rede de Atenção à Saúde em Mato Grosso
Este estudo analisa a estruturação da Rede de Atenção à Saúde nas regiões de saúde do estado de Mato Grosso, considerando as ações planejadas nos instrumentos de gestão do governo do estado e da Secretaria de Estado de Saúde (SES), nos anos de 2012 a 2017, em conformidade com as diretrizes da Portaria MS/GM nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que orienta o processo de conformação das redes de atenção à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de estudo qualitativo, de natureza exploratório-descritiva, do tipo documental, que analisou os documentos públicos referentes ao planejamento do governo na especificidade do setor de saúde, o que inclui o Plano Plurianual, o Plano Estadual de Saúde e o Plano Estratégico da SES. Os achados do estudo mostram que, embora algumas ações/atividades relacionadas às diretrizes da portaria estivessem contempladas nos documentos pesquisados, ainda não foram suficientes para o estabelecimento de uma rede de atenção regionalizada de qualidade e para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS) com capacidade de ser coordenadora do cuidado e ordenadora da rede no estado de Mato Grosso.This study analyzes the structuring of the Health Care Network in the health regions of the state of Mato Grosso, considering the actions planned in the management instruments of the State government and the State Department of Health (SES), in the years of 2012 to 2017, in accordance with the guidelines of Ordinance MS/GM No 4.279, of December 30, 2010, which guides the process of conformation of Health Care Networks within the scope of the Brazilian National Health System (SUS). This is a qualitative, exploratory-descriptive study, of documentary type, which analyzed the public documents related to government planning on the specificity of the health sector, which includes the Pluriannual Plan, the State Health Plan and the Strategic Plan of the SES. The findings of the study show that, although some actions/activities related to the guidelines of the Ordinance were included in the researched documents, they were not yet sufficient for establishing a quality regionalized care network and for strengthening the Primary Health Care (PHC) with the capacity to coordinate care and order the network in the state of Mato Grosso
2 nd Brazilian Consensus on Chagas Disease, 2015
Abstract Chagas disease is a neglected chronic condition with a high burden of morbidity and mortality. It has considerable psychological, social, and economic impacts. The disease represents a significant public health issue in Brazil, with different regional patterns. This document presents the evidence that resulted in the Brazilian Consensus on Chagas Disease. The objective was to review and standardize strategies for diagnosis, treatment, prevention, and control of Chagas disease in the country, based on the available scientific evidence. The consensus is based on the articulation and strategic contribution of renowned Brazilian experts with knowledge and experience on various aspects of the disease. It is the result of a close collaboration between the Brazilian Society of Tropical Medicine and the Ministry of Health. It is hoped that this document will strengthen the development of integrated actions against Chagas disease in the country, focusing on epidemiology, management, comprehensive care (including families and communities), communication, information, education, and research
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