115 research outputs found
In search of space for international integration: the pragmatism of Brazilian foreign policy in the first decade of the 21st century
This paper focuses on the pragmatism of Brazilian foreign policy in the first decade of the
21st century and discusses its performance in the context of an international agenda
characterized by United States pressures on securitization. The text also discusses the
consequences of American foreign policy in terms of adopting unilateral and exclusively
military actions in the international scenario, considering the US helped to create most
governance structures in the world
Tepteré : Festa dos peixes e da lontra entre os Krahô
O rito retratado neste ensaio, Tepteré, foi et-nografado durante trabalho de campo realiza-do em 2007 para elaboração da minha tese dedoutorado junto ao Departamento de Antro-pologia da Universidade de Brasília. O Tepteré– “Festa dos Peixes e da Lontra” – ocorreu du-rante a Feira de Sementes do Povo Krahô, noúltimo mês de novembro, na sede da associa-ção União das Aldeias Krahô, Kàpej. Fundadaem 1993, a Kàpej representa o povo Krahô noseu esforço coletivo de dominar a linguagemdos “projetos” como estratégia de produção ereprodução da sua “forma Timbira” (Azanha,1984). É por meio dos “projetos” que muitosdos rituais (amijekin) centrais para a continui-dade do “movimento” do mundo (social e bio-físico) encontram sua viabilidade
“A sociedade brasileira nos fez pobres”: assistência social e autonomia étnica dos povos indígenas. O caso de Dourados, Mato Grosso do Sul
O artigo pretende analisar a relação dos povos indígenas com a política pública de assistência social (AS) no Brasil. Com base em dados coletados durante trabalho de campo realizado, no ano de 2014, será analisado o caso da Reserva Indígena de Dourados, Mato Grosso do Sul. Na primeira parte, caracterizo a relação desigual da sociedade e Estado nacionais com os povos indígenas para, em seguida, abordar a política de assistência social como oportunidade estatal de enfrentamento da violação de direitos decorrente do cerco colonial. Em seguida, veremos o caso de Dourados como ilustração dos dilemas e possibilidades da autonomia e protagonismo indígena frente a essa política pública. Espera-se contribuir com a discussão em torno da estatalidade apontando casos concretos em que a implementação local da política de AS é permeável, em maior ou menor medida, às demandas dos povos indígenas por adequação às suas organizações sociais e visões de mundo.The article analyzes the relationship of Indigenous Peoples with the public policy of Social Assistance (AS) in Brazil. Based on data collected during field work carried out in 2014, will analyze the case of the Indigenous Reserve of Dourados, Mato Grosso do Sul. In the first part, I characterize the unequal relationship between society and national state with Indigenous Peoples to, then approach the Welfare State politics as an opportunity to face the violation of rights resulting from the colonial siege. Then we will see if Dourados to illustrate the dilemmas and possibilities of autonomy and indigenous role faced with this public policy. It is expected to contribute to the discussion of statehood pointing concrete cases where the local implementation of AS policy is permeable to a greater or lesser extent, the demands of Indigenous Peoples by adaptation to their social organizations and worldviews
Feira Krahô de sementes tradicionais : cosmologia, história e ritual no contexto de um projeto de segurança alimentar
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2014.Este trabalho aborda a importância da festa (amjikin) nos processos recentes de resistência étnica dos índios Krahô (Mehĩ), povo Timbira, falante de uma língua jê e habitante de uma reserva no norte do Tocantins. Parto dos seguintes pressupostos: a) os conhecimentos rituais têm uma origem externa, de onde então são apreendidos, “roubados” ou “furtados”; b) os conhecimentos se fundamentam na experiência direta, isto é, nas percepções captadas pelos sentidos, sejam eles olfativos, visuais, auditivos; c) entre os Timbira e, em particular, entre os Mehĩ – “nós, mesmo corpo/carne” - o ouvir recebe ênfase social enquanto faculdade moral e cognitiva associada ao conhecer-compreender. Como fato social total, a festa permite inúmeras entradas analíticas, dentre as quais trilharei pela cosmologia, história, relações interétnicas e sistema ritual com o intuito de demonstrar como ela (a festa) mantém vivos seu modo de vida e agencialidade frente ao cerco colonial. Veremos que a apropriação (“furto”) e domínio do jogo de linguagem dos “projetos” é uma das principais estratégias atualmente utilizadas pelos Mehĩ para (re)produção de suas festas. Meu caso etnográfico é a festa dos Peixes e das Lontras (Tep me Têre), realizada no contexto da VII Feira Krahô de Sementes Tradicionais, no ano de 2007, com patrocínio da Petrobrás Cultural. A feira faz parte de um projeto de segurança alimentar encabeçado pela associação indígena Kapey, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Como fenômeno próprio do campo intercultural, a Feira de Sementes se comporta como objeto privilegiado para análise de paradoxos, dilemas e contradições presentes nas iniciativas de “desenvolvimento local” e, por outro lado, revela o equilíbrio instável da unidade étnica dos Mehĩ. Equilíbrio instável que requer, justamente, a produção de festas para fortalecimento dos liames que a sustentam frente a outros coletivos que povoam o Cosmos. Esta é a tese que defendo. ___________________________________________________________________________________ ABSTRACTThis thesis discusses the importance of celebrations (amjikin) in the recent processes of ethnic resistance of the Krahô Indians (Mehĩ), the Timbira people, speakers of a Ge language and inhabitants of a reservation in northern Tocantins. I begin with the premise that: a) the rituals knowledge has an external source, from which it is apprehended or "stolen"; b) knowledge is based on direct experience, i.e. perceptions captured by the senses, whether olfactory, visual, auditory; c) among the Timbira, and especially among the Mehĩ ("We, even body/flesh"), listening/hearing is emphasized as a moral and cognitive faculty associated with knowing/understanding. As a total social fact, celebrations can be approached from many different analytical angles. They are analyzed here through the lenses of cosmology, history, interethnic relations and ritual systems with the aim of showing how celebrations keep alive their lifestyle and agency against colonial encroachment. Their appropriation (“stolen”) and mastery of the “projects” language game is revealed to be one of the main strategies currently used by Mehĩ to (re) produce their celebrations. My ethnographic case is the celebration of Fish and Otters (Tep me Têre) held in the context of the Krahô VII Traditional Seeds Fair, in 2007, sponsored by the Petrobras Cultural Program. The fair is part of a food security project spearheaded by the indigenous association Kapey, in partnership with the Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA) and the National Indian Foundation (FUNAI). As a phenomenon pertaining to the intercultural field, the Seed Fair serves as a privileged object for the analysis of paradoxes, dilemmas and contradictions of "local development" initiatives and also reveals the unstable balance of ethnic unity of the Mehĩ. This unstable balance requires precisely the production of celebrations to strengthen the bonds that sustain it against other collectives that populate the Cosmos. This is the thesis I defend
A FORMAÇÃO HISTÓRICO-TERRITORIAL DE GOIÁS PÓS-CRISE DA MINERAÇÃO COLONIAL
Apresenta-se nesse artigo uma discussão sobre a formação territorial de Goiás tendo como ênfase o período pós-mineração colonial no Brasil. O objetivo principal é compreender as tramas em que Goiás estava inserido na época evidenciando os elementos econômicos e políticos que na sua singularidade o inseriu no concerto do mundo e condicionou a sua formação territorial a partir de então, final do século XVIII e início do século XIX. Os procedimentos teóricos e metodológicos se deram, a partir, de uma pesquisa bibliográfica e documental, as quais, discorrem sobre a realidade política e econômica do Brasil e de Goiás naquele período. Chegou-se à conclusão que elementos políticos externos advindos da geopolítica capitalista implicaram na formação do território brasileiro e, por conseguinte, no território goiano. Porém, a crise da mineração promoveu um afastamento da coroa portuguesa, e, portanto, uma redução da intervenção do poder central. Essa condição permitiu uma reorganização territorial de Goiás a partir da agropecuária.
Palavras Chave: Mineração Colonial. Crise. Território. Goiás
AGROECOLOGIA E MOVIMENTOS SOCIAIS E A RESISTÊNCIA AO AGRONEGOCIO
Apresenta-se nesse artigo em tela uma discussão a respeito dos resultados evidenciados na pesquisa de Mestrado no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Geografia da Universidade Estadual de Goiás (PPGEO/UEG). O objetivo principal do estudo foi desenvolver um entendimento da Agroecologia pela ótica da Geopolítica dos Conflitos, assim, foi possível apresentar o papel da Agroecologia e dos Movimentos Sociais na resistência ao agronegócio em Goiás nos últimos anos. A metodologia utilizada na pesquisa foi um levantamento e análise bibliográfica e, por último, um trabalho de campo no Coletivo Colmeia, no assentamento Canudos em Palmeiras de Goiás/GO. Destarte, fica evidenciado a função central que os movimentos sociais possuem em Goiás para a resistência ao agronegócio e todos os seus sinônimos e, a Agroecologia se apresenta como o único projeto viável de resistência no campo que luta pela vida, pela terra, para produzir alimentos saudáveis e outros
INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL/COGNITIVA NO ENSINO MÉDIO PÚBLICO DE PIRES DO RIO:
Esta pesquisa faz uma discussão sobre a inclusão do aluno com deficiência intelectual/cognitiva no ensino médio público de Pires do Rio. Considerando ser uma temática atual e muito relevante à comunidade científica tem-se como objetivo refletir sobre avanços para a inclusão escolar, debatendo teorias que aprimore a educação inclusiva. Parte-se do pressuposto, que a inclusão de alunos com deficiência, no ensino regular, mobiliza escola e sociedade para um novo paradigma, dentro do espaço de aprendizagem; buscando igualdade de oportunidade e superação barreira que inibem a inclusão. Para realização da pesquisa foi feita uma análise bibliográfica e documental referente ao assunto, assim como, realizou-se uma pesquisa de campo participativa, tendo como estudo de caso os Colégio Estadual Rodrigo Rodrigues da Cunha e Professor Ivan Ferreira, sediados na cidade de Pires Rio-Goiás. Entende-se que a ressignificação da escola é imprescindível para melhoria da educação. Portanto, esta reflexão apresenta as barreiras que impedem a verdadeira inclusão, e indicativos que favoreçam a verdadeira inclusão
Aqui ninguém domina ninguém: sentidos do trabalho e produção de saúde para trabalhadores de assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Este artigo discute os resultados parciais da pesquisa qualitativa que visou a analisar os modos de vida e significados atribuídos por assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) à saúde e suas relações com o trabalho, e identificar estratégias desenvolvidas pelos trabalhadores para manter e/ou promover a saúde. O estudo foi realizado em assentamento rural ligado ao MST em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil. A abordagem ergológica constituiu o principal referencial teóricometodológico para compreensão do trabalho na perspectiva de "atividade humana". As técnicas de investigação foram análise documental, observação participante, entrevista semiestruturada e grupo focal, e o tratamento dos dados foi feito por meio de Análise de Conteúdo Temática. Os sem-terra atribuem ao trabalho os sentidos de liberdade e satisfação, positividade esta associada à autogestão e autonomia, referidas como elementos fundamentais para a saúde. Embora considerado desgastante, o trabalho rural e os modos de vida no assentamento configuram para essa comunidade possibilidades de produção de saúde e de resistência ao modelo hegemônico do agronegócio
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